terça-feira, 18 de setembro de 2018


Pensando na próxima geração – 2 Timóteo 1:1-7 


Introdução:

Paulo se intitula “encarcerado no Senhor” (1.8) e esta era a segunda vez que se achava preso em Roma. Estava encarcerado em algum “escuro calabouço subterrâneo, como um buraco no teto para a passagem de luz e de ar”. Certamente Paulo estava acorrentado (1.16), “sofrendo até algemas, como malfeitor” (2.9). A audiência preliminar de seu caso já se realizara (4.16,17); agora só lhe restava aguardar o julgamento. E, no outono de 67 da era cristã, foi agenda a segunda sessão do tribunal e desta feita, recebeu a sentença de morte.

A tradição nos conta que Paulo foi condenado à morte e então decapitado, na Via Óstia. Eusébio de Cesaréia, citando Dionísio de Corinto, relata que Paulo e Pedro “foram martirizados na mesma ocasião”, acrescentando,  todavia que a execução de Paulo foi por decapitação e a de Pedro por crucificação de cabeça para baixo.

A conversão de Timóteo deu-se na cidade de Listra, durante a primeira viagem do apostolo Paulo. E, por mais de 15 anos, desde então, Timóteo tinha sido o fiel companheiro de Paulo. Viajara com ele durante a maior parte da segunda e terceira viagem, tendo sido, durante as mesmas, enviado como fiel delegado apostólico a diversas missões especiais (1 Ts 3.1; 1 Co 4.17).

            Paulo não só devotava uma forte afeição a Timóteo, por ter sido o amigo que ele evidentemente levara a Cristo, podendo assim chamá-lo “filho amado e fiel no Senhor” (1 Co 4.17), mas também aprendera a confiar em Timóteo como o seu “cooperador” (Rm 16.21). Paulo pôde chegar ao ponto de dizer: “a ninguém tenho de igual sentimento” (Fl 2.20-22). 



Paulo tinha deixado Timóteo em Éfeso, como um autorizado líder da igreja. Grandes responsabilidades lhe foram confiadas: combater os heréticos, que conturbavam a igreja local; impor ordem no culto; escolher e ordenar os anciãos da igreja; regularizar a assistência  e o ministério às viúvas; e comandar e ensinar a fé apostólica, etc. E agora fardos mais pesados estavam por cair sobre os ombros de Timóteo.. É que Paulo estava prestes a ser martirizado e, então, a responsabilidade de assumir o lugar do apostolo era impensada.


   Algumas cousas sobre Timóteo: 

        
Lembremo-nos de que Timóteo ainda era relativamente jovem . Paulo insistira com ele: “ninguém despreze a tua mocidade” (1 Tm 4.12):  “Ordene e ensine estas coisas. Ninguém despreze pelo fato de você ser jovem”. A palavra grega para jovem era usada para descrever pessoas com, pelo menos, até quarenta anos de idade. Provavelmente, Timóteo ainda tinha seus trinta e poucos anos; em  sua segunda carta, um ano ou dois depois, exortou a fugir “das paixões da mocidade” (2 Tm 2.22). 



·        Timóteo era propenso a doença. Na primeira carta (1 Tm 5.23), o apostolo referiu-se às frequentes enfermidades que Timóteo tinha.

·        Timóteo era de temperamento tímido. Parece ter sido de natureza arredia. Se tivesse vivido em nossa geração, creio que o teríamos como sendo um “introvertido”.

1)    Timóteo, o filho amado de Paulo (VS. 2-8).
·        Graça, paz e misericórdia. Graça é a bondade de Deus para com os indignos, a misericórdia é mostrada aos fracos e desamparados, incapazes de ajudarem-se a si mesmos. Nas parábolas de Jesus, foi a misericórdia que o bom samaritano demonstrou à vitima dos assaltantes. Paz, é reconciliação, restauração da harmonia em vidas arruinadas pela discórdia. 
·        “Sem cessar me lembro de ti em minhas orações, noite e dia” (v.3), “lembrando das tuas lágrimas” (v.4) e “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento” (v.5). E sempre que me lembro de ti, Timóteo, “dou graças a Deus” (v.3).

1.1)         As quatro maiores influencias na vida de Timóteo.

I.                   A formação familiar (v.3) “fé não fingida quem em ti há, a qual habitou m tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm 2.5).
Lucas nos conta que Timóteo era filho de um casamento misto, em que o pai era grego e a mãe judia (Atos 16.1). Pode-se presumir que seu pai fosse  descrente, mas a mãe era uma judia crente, que tornou cristã. E, antes da mãe, sua avó Lóide era também convertida, visto que Paulo escreve sobre a “fé sem fingimento”, das três gerações. Paulo lhe diz: “desde a meninice fora interado das sagradas letras” (3.15). Calvino comenta, com muita propriedade, que Timóteo “foi criado de tal modo que pôde sugar a piedade junto com o leite materno”. 



O princípio, neste texto, é preparar as gerações. Primeiro: Lóide, Segundo:  Eunice, e, terceiro: Timóteo. PRECISAMOS NOS CONSCIENTIZAR DA NECESSIDADE DE PASSAR AOS NOSSOS FILHOS O CONHECIMENTO DE NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO.

II.                 A amizade espiritual “...faço memória de ti nas minhas orações noite e dia; desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo” 2 Tm 1.3,4

Depois de nossos pais, os nossos amigos são os que mais nos influenciam, especialmente se são, de algum modo, nossos professores. E Paulo era para Timóteo um mestre e amigo excepcional. Paulo era pai espiritual de Timóteo e Paulo também o conduziu a Cristo, por isso não se esqueceu dele, nem o abandonou. Na ultima vez em que se separaram, Timóteo foi incapaz de conter as lágrimas. E agora, recordando-se daquelas lágrimas, Paulo almejava “noite e dia” tornar a vê-lo “para que eu transborde de alegria” (v.4). 



III – A disciplina espiritual “uma fé não fingida, a qual habitou...(Lóide), habitou ...(Eunice) e agora habita em ti” (v.5).

Seja um exemplo: nas palavras e na vida, no amor e na fé e na pureza. FÉ EM DEUS E DOMINIO PROPRIO (1 Tm 4.11).  “Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública da Escritura”. (v.13). Ou seja, medite, Timóteo, sem cessar, nas escrituras do Antigo Testamento e do Novo Testamento. “Persiste em ler, exortar e ensinar...” E, termina, dizendo no versículo 15 : “Seja diligente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso”. 




IV - Reavivando o dom espiritual:Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (v.6).

 Portanto, que o homem não é somente o que ele recebe de seus pais, amigos e mestres, mas também o que Deus mesmo faz dele, quando o chama para um ministério especial, dotando-o com recursos espirituais apropriados. Em 1 Timóteo 4.14, Paulo exorta: “Não despreza o dom que há em ti, o qual foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério”.

Conclusão:
O dom é comparado ao fogo. Parece, que a exortação de Paulo é para continuar soprando, para “atiçar aquele fogo interior”, para conservá-lo vivo até inflamar-se. Deus não nos deu um Espírito de “covardia” mas de “poder, de amor e de moderação. Sendo ele o Espírito de poder, podemos estar confiantes de que ele nos capacita no exercício do nosso ministério. 


  


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