terça-feira, 8 de maio de 2018


Os cinco “Ais” de Habacuque – Hc 2.6-20


Introdução:
O profeta Habacuque profetizou um pouco antes  do profeta Jeremias. Ele profetiza sobre o nascimento de uma grande potência militar, a Babilônia.

Ele inicia o seu livro levando alguns questionamentos para Deus. Não começa com a expressão “Assim diz o Senhor”.  Por que me fazes ver o mau? (Hc 1:1-4)

Deus responde afirmando que suscitaria os caldeus. Uma nação impiedosa, sanguinária para disciplinar o seu povo (Hc 1:5-11). Os caldeus são como: os leopardos em sua agilidade de capturar uma presa; sedentos como os lobos do deserto e mais destruidores do que o vento oriental, que tudo que tem pela frente é destruído.

Atônito com a resposta de Deus, Habacuque sobe a torre de vigia e ora ao Senhor, exaltando seus atributos: Deus é eterno; Deus é o SENHOR; Deus é Santo; e tu és a Rocha (v. 12).

No capitulo 2:1-4, Deus discorre sobre o julgamento que cairia sobre a Babilonia. Os caldeus são chamados de soberbos, arrogantes mas seriam derrubados por Deus. Conforme aconteceu em Daniel, capitulo 5, no governo de Belsazar.

E, termina no versículo 5, acentuando a arrogância da Babilônia: “E assim como o vinho engana quem o bebe com excesso, assim será o homem soberbo que ficará sem honra; o qual dilatou como o inferno a sua alma, e é insaciável como a morte, e quererá reunir sob o seu domínio todas as nações e amontoar junto de si todos os povos”. MAS, O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ (Hc 2.4).

1)    “Ai de vocês que ficam ricos pegando coisas que não lhes pertencem! Até quando vão enriquecer obrigando os seus devedores a pagarem as dívidas?” (Vs. 6-8) Ou, “Ai daquele que acumula o que não é seu. Daquele que se carrega a si mesmo de penhores”

Os caldeus estavam abarrotados de ouro. Ouro tirado de outros povos. No meio da frase temos um “até quando?”. Até quando foi a primeira expressão que Habacuque dirigiu a Deus (Hc 1.2). Na boca do profeta era uma reclamação. Ou seja, “até quando não aprenderão?”. Sim, porque os homens não aprendem que o mal sempre é punido? “Os ensinamentos da história podem servir, quando muito, para que pratiquemos os mesmos erros”.

O caldeu toma bens alheios. Pois bem, tomarão os dele. “Então lhes servirão tu de despojo”. A saqueadora Babilônia será saqueada: “Visto como despojaste muitas nações, os demais povos te despojarão a ti”. Existe na Bíblia a lei da ceifa e da colheita. “POIS TUDO O QUE O HOMEM SEMEAR, ISSO TAMBÉM CEIFARÁ” (Gl 6.7).

Tozer nos fala de um viajante que descobriu no deserto uma estátua que o tempo destruíra. Perto das duas pernas, semienterrado na areia, um rosto de pedra esfacelado. No pedestal onde antes se erguera a estatua estavam gravadas as seguintes palavras: “MEU NOME É OSYMANDIAS, REI DOS REIS: OLHAI PARA MINHAS OBRAS, VÓS PODEROSOS, E DESESPERAI”. Ao redor, onde deveria estar as monumentais obras de Osyamandias (Ramsés II), há apenas areia, areia e mais areia, até perder de vista. Nada resta das obras do “rei dos reis”. Até sua estatua está esfacelada. QUÃO ILUSÓRIO, QUÃO FUGAZ, É A NOÇÃO DE QUE SE PODE EXERCER DOMINIO SEM TOMBAR UM DIA! Em Lucas 1:51-53, lemos: “Com o seu braço manifestou poder, dissipou os que eram soberbos nos pensamentos de seus corações ; depôs dos tronos os poderosos, e vazios despediu os ricos”. ELE É O DEUS QUE DERRUBA OS PODEROSOS! 



2)    Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!

Os versículos 9 a 11 trazem o segundo ai. A ameaça do juízo agora é por causa dos lucros crimonosos. A riqueza da Babilonia foi ganha ilicitamente. Em Jeremias 22.13-17 há uma sentença muito semelhante “Ai daquele que edifica a sua casa com iniquidade”. Babilonia ajuntara bens “para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar das garras da calamidade”. Pôs –se no alto como águia a quem o homem não pode alcançar Em Obadias 1.4, lemos: “Ainda que suba muito alto como águia e estabeleça o teu ninho entre as estrelas, te derrubarei das alturas”. 



O profeta Isaias cantou a ruina da Babilônia. Ele descreve o ato conceito que os caldeus faziam a seu próprio respeito: “E tu dizes no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altissimo” (Is 14.13-14). “Contudo, levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo” (v.15). E, no final, “Varrê-la-ei como a vassoura da destruição” (v.23). Quando vimos a invasão do Estado Islâmico na Babilônia o que restou são artefatos históricos, somente, mais nada!

“Pois a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (v.11) ou na Liguagem de Hoje: “Até as pedras das paredes e a madeira das vigas gritam contra você!A própria construção levantada à custa dos outros testemunhará contra Babilônia.  As paredes de Babilônia falaram contra o Rei Belsazar, o ultimo imperador caldeu. Foi Deus quem escreveu, conforme Daniel 5.5 e 24, mas o testemunho contra Belsazar foi proclamado na parede: CONTOU DEUS O TEU REINO E ACABOU. O que dizem nossas paredes?

3)    Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniquidade!
“Ai daquele que edifica a cidade com sangue”. Babilônia destruíra muitos povos (v.10) e fizera da violência um estilo de vida. Até mesmo sua religião fora estruturada em função da guerra. Seus deuses eram deuses de guerra. “Ó Marduque! Confiando na sua palavra fiel que não muda queira fazer minhas armas avançar, seja terrível e esmaga os braços dos inimigos”. Nabucodosor pelo sangue edificou uma bela cidade para si. Os muros da cidade alcançava até vinte e dois metros de altura (um edifício se sete andares) e eram duplos. Além disso, possuía um formidável poderio militar.

Assim também, tudo se edifica em cima da violência. Os filmes que dão bilheteria são de violência, as séries da netflix são de violencia, os jogos que crianças brincam todos os dias é de matar.  Olha as favelas do Rio de Janeiro, crianças com suas armas. Assiste os telejornais e somente vemos violência e sangue, somente! 



O versículo 13 declara que todos os esforços humanos por poder e glória terminam em nada. A glória é passageira:  “Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (1 Pe 1.24). Vejam o caso de Daniel 2, quantos reinos? Reino da Babilonia (cabeça de ouro), Reino Medo-Persa (peito e braços de prata), Reino grego (os ventres e as coxas de bronze) e o Romano (as pernas de ferro e os pés de barro e ferro).  E uma pedra pequena atingiu a estatua e todos os reinos caíram em terra. Quanto a pedra, foi crescendo, crescendo e se tornou grandiosa. O versículo 14, termina: “E a terra ficará cheia do conhecimento da glória do Senhor, assim como ás aguas enchem o mar”.      

4) Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adicionas à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez! (v.15).
Quando o exército caldeu entrava numa cidade, trazendo os cativos acorrentados,  embebedavam os cativos para humilhá-los, desprezá-los. A idéia era induzir a um estado de humilhação como se a pessoa estivesse embriagada, fora de si. “Ai de você, pois dá ao seu companheiro vinho mistrurado com drogas! Ele fica bêbado, tira a roupa, e todos o veem nu. É voce que vai perder a sua honra e ficar coberto de vergonha. Pois o Deus Eterno vai fazer você beber do copo da ira  e você também ficará bêbado. Em vez de receber homenagem, você será humilhado (v. 15,16).

Conclusão:  Ai daquele que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e de prata, mas dentro dela não há espírito algum (v.19).
Paulo diz sobre idolatria: “sabemos que ídolo nada é no mundo” (1 Co 8.4). BLH: “Que valor tem um ídolo? Um ídolo não é mais do que uma imagem feita por um homem e que só serve para enganar. Os ídolos não podem falar; como é que alguém pode confiar num ídolo que ele mesmo fez? (v.18). Em Isaias 44.9-20, é o tema mais contundente contra a idolatria: como pode um homem cortar para si uma arvore, usar uma parte da madeira para fazer uma fogueira e, da outra parte, fazer uma imagem, ajoelhar-se diante dela e pedir-lhe livramento?
O ídolo ensina mentira. Jesus disse “errais porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Eram ignorantes, quer das Escrituras, quer do poder de Deus. É a ignorância espiritual responsável pelos erros religiosos. As verdades divinas se discernem espiritualmente. O espírito demoníaco que rege o mundo (1 Jo 5.19), leva os homens à pratica da mentira.

V.19: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E a pedra muda: Desperta!”. Em 1 Reis 18, vemos Elias enfrentando os profetas de Baal. Elias os ironizou: “Clamai em altas vozes, porque ele é um deus, pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa para fazer, ou que intente alguma viagem, talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem” (v.27). 


O Brasil é o maior país católico e espirita do mundo. A padroeira do Brasil, ou protetora do Brasil, é uma imagem de gesso, pescada no rio Paraiba do Sul, em 1717. Como alguém pode se ajoelhar diante dessa imagem? O papa vem ao Brasil e canoniza o frei Galvão e agora o povo brasileiro compra estatueta do frei Galvão e se prostra diante dessa imagem. Como se essa estatueta pode escutar as orações.

Os ídolos são desprovidos de poder “Ai daquele que diz a madeira: Acorda! E a pedra muda: desperta! Pode o ídolo ensinar. Ele está coberto de ouro e de prata, mas dentro dele não há espirito algum. Exemplificando: quando uma pessoa ora assim: “Ave Maria cheia de graça, bendito é o fruto do vosso ventre... Santa Maria mãe de Deus rogai por nós pecador...”. Pra Maria poder atender ao pedido, ela teria que ser onipresente, teria que ser onisciente e onipotente!



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