terça-feira, 15 de maio de 2018


Ainda que a figueira não floresça Hb 3.1-19


Introdução: O capitulo 3 e uma “oração e um cântico de adoração” que pode ter sido usado na adoração no templo de Jerusalém. E interessante observar que diante da resposta de Deus no capitulo 2, o profeta Habacuque começou a orar ao Senhor ao invés de discutir, e sua oração logo se transformou em louvor e adoração a Deus.

1)    Uma oração
O profeta começa a sua oração de louvor com a expressão: “Eu ouvi, Senhor, a tua fama”.  Literalmente, o que o texto hebraico nos diz é: “Eu ouvi falar o que tu fazes ouvir”. E, a BLH traz: “Eu ouvir falar do que tens feito”.  A Habacuque inicia seu livro com uma queixa, ou seja, a indiferença de Deus diante de tanta coisa errada. A sua segunda queixa brotara do motivo de ser Babilônia o instrumento de juízo para punir Judá. Agora, ele sabe que a Babilônia receberia seu quinhão de juízo. Ouvi a Palavra divina. Sente-se confortado!

“Temi”. Junto com sua profunda confiança vem um sentimento de temor. É que ouvir falar dos atos de Deus, do seu poder, produz reverente temor. Quem conhece a Deus e ouve a sua Palavra jamais será leviano ou inconsequente.

“Aviva, ó Senhor, a tua obra”. A palavra AVIVAR tem o significado primário de “preservar” ou “manter vivo” (2 Tm 1.6). Todavia, AVIVAR não significa somente manter vivo ou preservar, mas também purificar e corrigir, livrar do mal. E, terceiro, manter as obras de Deus atuais diante do seu povo:  “Deus cadê suas intervenções na História”? Veja o Salmo 44.1 T: “Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos tem contado os feitos  que realizastes em seus dias nos tempos da antiguidade”. Também o salmista Asafe enfatiza esse aspecto do avivamento em Salmos 77.12-13. 


“Na ira, lembra-te da misericórdia”. Na BLH traz: “Mesmo que esteja irado lembra-te da misericórdia”. É uma súplica para que a ira seja temperada com a misericórdia. O profeta sabe que a conduta de Judá não está agradando a Deus. O Senhor está tão desgostoso que suscitará um terrível inimigo para efetuar juízo. “Prefiro cair nas mãos de Deus, pois é grande a sua misericórdia, e não nas mãos dos homens” ( 1 Cro 21.13 e Lm 3.22).

2)    Deus se levanta..

Habacuque descreve Deus se pondo em marcha. “Deus veio de Temã, e do Monte Parã o santo”. O termo hebraico para Deus agora não é Iahweh mas ELOAH. Este nome está associado com o poder criador e redentor de Deus. Eloah veio de Temã e do Monte Parã. Qual o significado das duas indicações geográficas? Temã ficava ao norte de Edom e Parã era uma montanha na região de Edom. São localizações vizinhas ao Sinai, onde Deus apareceu com sua palavra. O PROFETA DESEJA CARACTERIZAR bem a Eloah como o libertador do seu povo. Deus é também caracterizado como “O Santo”. 



O versículo 4 traz uma declaração do seu resplendor, anunciando como igual à luz, declara que da sua mão saem raios brilhantes. “Os raios brilhantes” são uma alusão a relâmpagos. Que se assemelha ao texto de Exodo 19.16. Também no Salmo 29, visualiza a glória de Deus em meio a uma tempestade que atravessa o deserto. Em Naum diz que Deus “tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Naum 1.3).

O quadro que o profeta descreve no versículo 5 é terrificante. “Adiante dele vai a peste, e por detrás a praga ardente”. Isto significa que o seu andar traz um juízo inescapável. Não há como fugir dele. Como se fosse um rolo compressor: peste à frente e praga atrás. A BLH expressou muito bem ao trazer: “Na frente dele vão as pragas terríveis, e atrás vem doenças mortais. Quem escapar do primeiro sucumbirá diante do segundo. É uma figura de um julgamento rigoroso e eficiente.

No versículo 6 “Deus para e mede a terra”. Ele “sacode as nações”. No versículo 7 e a vez de Midiã e Cusã ficarem agitadas. Essas regiões é Midiã, foi lá que Iavé encontrou Moisés (Ex 3.1-2) e lá teve inicio, a história do Exodo. Desde aquele tempo e desde aquele lugar começou a agitação.

3)    O Deus da história...
O texto começa com uma pergunta: “Acaso é contra os rios que o Senhor está irado?” Ou seja, Quando Iavé dividiu o mar vermelho (Ex 14.21) ou quando dividiu o Rio Jordão (Js 3.15-16) era por estar zangado com as águas? Por que agiu daquela maneira? Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam” (Lc 1.71). “Andas montado nos teus cavalos”; Habacuque olha para Deus como o condutor de uma carruagem que sai pelas nações de forma vitoriosa.  O versículo 9 nos mostra o guerreiro em posição de combate, como se fosse um arqueiro. A expressão “a tua aljava está cheia de flechas”. Deus é um guerreiro bem armado para desempenhar adequadamente a sua tarefa.

O versículo 10 descreve a vitória de Débora e Baraque sobre Sísera ( Jz 4 -5), quando uma súbita tempestade transformou o campo de batalha num pântano e inutilizou completamente os carros do inimigo. No versículo 11, temos o famoso milagre de Josué, quando o dia foi prolongado para que Josué tivesse mais tempo de conquistar uma vitória absoluta (Js 10.12-13). 


O versículo 12 mostra Deus como um conquistador em marcha. Foi assim com o Egito, com a Assiria, com Edom. E agora, com a Babilonia. O cruel império caldeu será trilhado (Dn 5). Quando Deus entra na batalha, não o faz para brincar. É para impor o seu juízo. “Olhei,  e eis um cavalo branco; e o que está montado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vencendo, e para vencer” (Ap 6.2). Ele sai para defender o seu povo. Israel era o seu povo “reino sacerdotal” e “nação santa” (Ex 19.6). Hoje, Deus defende a sua igreja; em 1 Pe 2.9, temos quatro títulos para a igreja: geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido.

4)    O triunfo da fé
“Ouvindo-o eu”. Ou, “eu ouvi”. Ele ouviu falar das intervenções de Deus no passado. Como é bom recordar as bênçãos do passado! Um olhar por sobre os ombros, para trás, como nos ajudaria!

“O meu ventre se comove”, “tremem os meus lábios”, “entra a podridão nos meus ossos” e “vacilam os meus ossos”. O que significam? “O meu ventre se comove” é a conhecida sensação de frio na barriga; os judeus punham a sede de emoções nas entranhas. Habacuque está profundamente emocionado. “Tremem os meus lábios” A BLH traduziu como “os meus lábios tremeram de medo”. “Entra a podridão nos meus ossos, vacilam os meus passos”, ou “perdi todas as minhas forças e não pude ficar de pé”.

Faltariam figos, uvas, azeitonas e os campos não produziriam. O rebanho seria exterminado, então não haveria carne. Os currais sem gado significava que não haveria leite. Tudo isso resume em quatro letras: FOME! 


Conclusão: “Ainda que a figueira não floresça...”. Habacuque nos ensina que a resposta à crise é a fé. “Aqules que confiam no Senhor, são como os montes de Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre” (Sl 125)

“Eu me alegrarei”. No meio da crise, alegria. A alegria do Senhor é a nossa força.
Por que? “O Senhor Deus é a minha força”. Iahweh adhonay – é o Deus pessoal, o Deus do pacto, o Deus em sua majestade. Ele é a força do seu profeta. “ELE FARÁ OS MEUS PÉS COMO OS DA CORÇA, E ME FARÁ ANDAR SOBRE OS MEUS LUGARES ALTOS”. No versículo 16 diz: “Perdi todas as minhas forças e não pude ficar de pé”. Aqui, o seu andar é firme porque a sua força está em Deus. “ELE DÁ FORÇA AO CANSADO, E AUMENTA AS FORÇAS AO QUE NÃO TEM NENHUM VIGOR” (Is 40.29). 




Um comentário:

  1. Amém. Palavras abençoada.em meio a ira divina a misericórdia de Deus está presente. Sob os que temem e guardam seus mandamentos.

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