terça-feira, 24 de abril de 2018


Subindo à torre de vigia – Hc 1:12-17 e 2.1


Introdução

No inicio do livro de Habacuque Lemos: “Oráculo que viu...”. Um fardo. O profeta inicia questionando a indiferença de Deus em seus dias: “Até quando clamarei eu, e tu não me escutarás. Gritar-te-ei violência e não me salvarás? O que havia nos dias do profeta? Opressão, violência, iniquidade, destruição, contenda e litigio. Diante disso “a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida” (vs. 1-4).

Resposta de Deus: “suscitarei os caldeus”. Eram comparados a animais selvagens. São mais velozes que os leopardos, mais sanguíneos que os lobos da estepe e mais destruidores que o vento oriental.

1)    O Deus de Habacuque
 Um dia alguns homens piedosos se reuniram para fazer uma definição da essência de Deus. Então, um pastor muito simples orou assim: “Deus é espírito, em si e por si, infinito em sabedoria, eterno e imutável em seu ser, poder, santidade, justiça, graça,  bondade e verdade”.  As nuvens escuras podem esconder a luz mas não podem destruir o sol. Assim é Deus, o criador de todas as coisas.

(a ) Deus é eterno
Depois de expor sua dificuldade, o profeta declara: "Não és tu desde a eternidade?" (1:12). Anteriormente ele havia dito (1:11) que os caldeus, orgulhosos com o sucesso, atribuíam seu poder ao seu deus; e no momento em que disse isso, começou a pensar:  "O deus deles — o que era esse deus? Apenas algo que eles mesmos haviam criado. O Bel deles era de sua própria fabricação!" (cf. Isaías 46)  enquanto assim pensava, lembrou-se de ale0 que tinha certeza. Deus é o Deus eterno, de eternidade a eternidade. Ele não é como os deuses de criação humana; ele não é como o deus do orgulhoso exército caldeu; ele é Deus de eternidade a eternidade, o Deus eterno”. 


( b ) Deus é auto-existente
Então o profeta acrescenta algo mais: "Não és tu desde a eternidade, ó Senhor", e ao dizer Senhor usa o grande nome de "Jeová". "Não és tu desde a eternidade, ó Jeová?" Esse nome diz--nos que Deus é o auto-existente, o eterno EU SOU. "Assim dirás aos filhos de Israel", Deus havia dito a Moisés, "EU SOU me enviou a vós outros." O nome "EU SOU o que SOU" significa: "Eu sou o Absoluto, o auto-existente." A tremenda verdade concernente à Trindade é que uma vida eternamente auto-existente reside na Divindade— Pai, Filho e Espírito Santo. Aqui, de novo, está a maravilhosa certeza: "Estou certo de que Deus não depende deste mundo, porque é auto-existente: ele é Senhor, é Jeová, o grande EU SOU."

YHWH: no hebraico não tem vogal, então os massoretas criaram as vogais para pronunciar as palavras. Mas, no hebraico, são colocados uns sinais nas consonantes. O nome Jeová, portanto, é uma junção de IHWH E ADONAI.
  
( c ) Deus é santo
O profeta traz, então, à lembrança que outro absoluto de Deus é sua santidade. "Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, ó meu Santo?" Habacuque está seguro não sei da existência eterna de Deus, não só de sua auto-existência, e de sua independência de tudo e de todos, mas de que ele é o "Santo", total e absolutamente justo e santo, "um fogo consumidor". "Deus é luz, e não há nele treva nenhuma." O pecado não ficará impune, SEJA NO MEIO DO POVO DE DEUS, OU NO MEIO DO IMPIO. “Depois da desobediência, Deus expulsou Adão e Eva do paraíso. A geração de Noé pereceu nas águas do diluvio por não acreditar nas palavras de Noé. As cidades de Sodoma e Gomorra foram destruída em consequência as suas transgressões. Deus permitiu que à Assiria levasse as dez tribos do norte em 722, por causa do pecado. E, em 586, Nabucodonosor levou Judá ao cativeiro, também por causa do pecado”. DEUS É SANTO!

( d ) Deus é soberano. “tu designaste essa nação pagã para executar o teu juízo?  Ó rocha de refúgio; tu decidiste estabelecer este povo para aplicar o castigo”.

( e ) Deus de aliança. "Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus ó meu Santo? Não morreremos." Fez uma aliança com Abraão, à qual o profeta se refere aqui, e renovou esta aliança com Isaque e com Jacó. Renovou-a outra vez com Davi. Foi esta aliança que deu a Israel o direito de voltar-se para Deus e dizer: "Meu Deus, meu Santo." O profeta lembra-se de que Deus disse: "Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo." Para esses santos homens, para os profetas, e para todos quantos tinham discernimento espiritual em Israel, este fato era mais significativo do que qualquer outra coisa (Is 64.4).  “Não morreremos”, exército caldeu podia fazer o que quisesse, nunca exterminaria a Israel, porque Deus havia feito determinadas promessas que jamais quebraria. 

2)    A crise do profeta (vs. 13-17)
Primeiro, Ele começa dizendo: "Disto estou seguro: Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar' (1:13). "Se isto é verdadeiro a teu respeito, ó Deus", diz ele, "por que, pois, toleras os que procedem perfidamente, e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?" Como podia Deus permitir que os caldeus fizessem isto ao seu próprio povo? O povo do profeta podia ser mal, mas os caldeus eram piores.

Por que Deus não interrompe o fluxo do mal? Por que Deus não destrói os homens perversos? Por que Deus deixa o forte esmagar o fraco? Por que Deus não põe fim a guerra? O maior índice de mártires na história do cristianismo está no século XX: 100 milhões de cristãos morreram por causa da sua fé em Cristo. Por que Deus permitiu que Mao Tse Tung matasse mais de 60 milhões de pessoas.

Segundo, Por que Deus fica em silencio? “Por que toleras os que procedem aleivosamente e  te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele”(v.13). Por que? Se tu és Deus, onipotente? Os apóstolos sofreram martírios nas mãos dos romanos. Os cristãos eram amarrados em postes e incendiados vivos para iluminar as ruas de Roma. O apostolo Paulo foi levado diante de Nero e sua cabeça decapitada! Por que Deus? 

Terceiro, “porque fazes os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não tem quem os governe”. Somos como peixes, não tem que os governe. Deus está dizendo que eles não teriam a mínima chance de escapar do exército caldeu.

Quarto, “Eles a todos levantarão com o anzol, apanhá-lo-ás com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará. Por isso sacrificará a sua rede, e queimarás incenso á sua varredoura; porque com elas engordou a sua porção, e engrossou a sua comida”. O homem quando nega a Deus, diviniza a si mesmo. “Sempre o homem se dobra diante de algum altar”. ANZOL, matando um a um; REDE: matando muitos e levando-os para o cativeiro.

“Todas as maiores divindades babilônicas, Ningirsu, Shamash, Enlil, Marduque são retratados segurando e puxando uma rede, na qual os inimigos capturados se debatem”. Os homens são mostrados como peixes que os caldeus pegavam em sua rede, e depois tributavam honra divina à sua rede, porque por elas tinham sido enriquecidos.  

O culto à força, a exaltação da violência e o desejo de dominar os outros continua aceso. O desejo de poder é inerente ao homem “Sereis como Deus”. A pergunta no versículo 17 é atual: “até quando uma nação violenta, cultuadora de violência, continuará matando e explorando as outras sem piedade?

Conclusão

O profeta querendo uma resposta imediata a esta questão sobe à sua “torre de vigia”. Como o guarda que velava na sua hora de turno de vigilância, ele vela pelo povo “para ver o que me dirá, e o que responderei no tocante à minha queixa”. 




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