terça-feira, 20 de fevereiro de 2018


O poder da ofensa – Mt 18. 6-10


Introdução: 
Jesus afirmou que é inevitável que algumas pessoas firam as outras, em Mateus 18.7, ele adverte:  “Ai do mundo, por causa dos escândalos . Por que é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”. A palavra “ofensa” na verdade, é a palavra grega SCANDALON, da qual se originam nossas palavras “escândalo” ou “escandalizado”. Originalmente essa palavra era usada para se referir à isca usada para enganar um animal selvagem. Ela pode ser traduzida por “cilada” ou “ofensa” e refere-se a qualquer coisa que atrapalhe nosso caminhar com Deus.

1)    Cercado pela amargura
“O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas ferrolhos de um palácio” (Pv 18.19). Salomão fala que é mais fácil conquistar um palácio que fazer a reconciliação com um irmão, ou amigo, ofendido da mesma forma que não consegue remover os ferrolhos do palácio, não consegue entrar de forma tranquila na vida de um irmão, ou irmã, ferido.  Por que? 



O irmão ofendido constrói um muro alto para garantir que o inimigo não entre em sua vida de novo. Apenas as informações é de pessoas que confirmam sua dor, tem permissão para entrar na fortaleza de sua vida. A abertura no muro é cuidadosamente monitorada, garantido que ninguém questione seu direito à amargura e ao ressentimento profundos.

Ele desafia qualquer um a sugerir que ele talvez tenha alguma responsabilidade por sua situação até mesmo nas circunstancias em que, para os outros, está evidente que ele é o responsável pela dor. Portanto, aqueles que poderiam dizer que ele também é responsável ou que deve perdoar, são expulsos dessa fortaleza construída em sua mente e coração. Portanto, os fatos são distorcidos, as informações invertidas, às vezes, é ignorada a fim de justificar a amargura e a raiva. A OFENSA TRANSFORMA-SE NO CENTRO DE SUA VIDA E PASSA A SER SUA MOTIVAÇÃO DE VIDA.
  
2)    Cegueira em relação às faltas pessoais
João, o apostolo, escreveu, estas palavras surpreendentes: “Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1 Jo 2.11). Quando você caminha em escuridão, fica cego para as próprias faltas.

Jesus arrazoa: “Por que você vê o CISCO no olho do seu irmão, mas não repara na TRAVE que está no seu próprio? Ou como você dirá a seu irmão: “Deixe que eu tire o cisco do seu olho”, quando você tem uma trave no seu próprio?”. A pessoa que julga tem, de fato, uma trave no olho, e o que ela vê no olho dos outros é apenas um CISCO. Na verdade, ela pensa que vê uma TRAVE no olho do amigo sem saber que a suposta TRAVE no olho do irmão é apenas o reflexo da trave que está no seu olho. A TRAVE em seu olho é realmente tão grande que o cega, por isso, não consegue ver os outros de forma objetiva. ELE TEM UMA PROPENSÃO A CEGUEIRA QUE LHE PERMITE NEGAR AS PRÓPRIAS FALTAS. 


A característica típica da pessoa ferida emocionalmente é ser muitíssimo julgadora em relação aos outros. A forma que encontram para administrar a dor é ressaltando as faltas dos outros e minimizando as próprias. Ele diz: “Minha dor é tão profunda e a ofensa feita a mim é tão grande que nada que eu faça pode ser tão ruim como o que foi feito a mim”. POR ESSA RAZÃO, ELA ACHA QUE TEM O DIREITO DE FERIR OS OUTROS. DESVANECEU-SE TODA ESPERANÇA DE VER A SI MESMO COMO É!

“QUANTO MAIS A PESSOA SE ENVOLVE COM O PECADO, MENOS ELA O VÊ. O PECADO É UMA DOENÇA TERRÍVEL QUE DESTRÓI A HABILIDADE DA PESSOA DE COMPREENDER A EXISTENCIA DELE. O PECADO TEM A HABILIDADE DE MASCARAR TÃO BEM QUE, NA VERDADE, FAZ COM QUE A PESSOA QEUE LIDA O MINIMO POSSIVEL COM O PECADO SE ACHE MAIS ESPIRITUAL QUE AS OUTRAS”.

3)    EM BUSCA DE VINGANÇA
Paulo adverte os cristãos a se absterem de ser enganados pela arrogância. Ele escreve:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos” (Rm 12.14-16). Paulo continua e incita essas pessoas a não pagar “mal por mal”; mas a procurar  “as coisas honestas perante todos os homens” (v.17).

Quando tomo a vingança em minhas mãos, faço o trabalho de Deus no lugar dele, pois não confio que Ele fará o que tem de ser feito, então eu faço o que acho que deve ser feito. O individuo vingativo é aquele que não se quebrantou diante de Deus, que ainda insiste em controlar a própria vida. Paulo escreve: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira” (Rm 12.19 – leitura).

4)    Propenso à destruição
A pessoa ofendida pode com rapidez se transformar no que a Bíblia chama de destruidor, a mesma descrição conferida aos demônios que se opõe a tudo que cura e abençoa. ELE NÃO ACHAM QUE ESTÃO FAZENDO O TRABALHO, MAS O DE DEUS!

Os destruidores tem muitas armas em seu arsenal. Alguns cometem o seu dano por meio de MANIPULAÇÃO, outros semeiam DISCÓRDIA. Muitos amam PROVOCAR BRIGAS OU DESESTABILIZAR OS OUTROS COM AMEAÇAS OU FALSAS ACUSAÇÕES. Quando você fala com eles, eles pegam tudo que é dito e invertem o sentido. Eles, com um mata-borrão, absorvem tudo, mas no sentido INVERSO.

Alguns homens que abusam da família são tão bem conceituados  na igreja, que outras mulheres gostariam de ser casadas com eles – afinal, são tão gentis e prestativos. Contudo, em casa, eles são uns monstros – exigentes, irracionais e raivosos.

5)    Voltados à idolatria
A pessoa que não supera sua amargura, é um idólatra. Perguntas: o que seria necessário para você se afastar de Deus? Se ele levasse seus filhos ou seu cônjuge, você se afastaria Dele? Voce se afastaria de Deus por que o Altíssimo não mantem o registro exato dos erros cometidos contra você?

De modo que a comunhão com Deus é opcional. A amargura pode se transformar em um obsessivo ídolo do coração: Olha as palavras do apostolo João: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21). É provável que ele  se referisse a ídolos que instalamos em nosso coração. 



Conclusão: o que fazer?

1)    Precisamos confrontar nossos ídolos da amargura. Que ofensas permanecem entre você e sua comunhão com Deus? Alguém fez alguma coisa ou existe alguma ofensa que transpassa sua alma? Muitas vezes, não conseguimos ver esses ídolos a menos que Deus os revele para nós.

2)    Precisamos transformar a ofensa – a pedra de tropeço – em um ponto de partida para o crescimento. Deus está dizendo: “Se você conseguir superar isso, posso leva-lo a novas alturas e a novos desafios em sua comunhão comigo”.

3)    Por último, o caminho da cura é seguir o exemplo de Cristo: “Quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se aquele que julga retamente” ( 1 Pe 2.23).



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