terça-feira, 2 de janeiro de 2018


Sobre a contribuição cristã – 2 Corintios 8


 Introdução:  o homem é julgado pelo seu dinheiro tanto no reino deste mundo quanto no reino dos céus. O MUNDO PERGUNTA: quanto esse homem possui? CRISTO PERGUNTA: Como esse homem usa o que tem? O mundo, pensa, sobretudo, em ganhar dinheiro; Cristo, na forma de dá-lo. E quando um homem dá, o MUNDO AINDA PERGUNTA: quanto dá? Cristo pergunta: Como dá? O mundo leva em conta o dinheiro e sua quantidade; Cristo, o homem e seus motivos. Nós perguntamos QUANTO UM HOMEM DÁ. Cristo pergunta quanto lhe resta. Nós olhamos a oferta. Cristo pergunta se a oferta foi um sacrifício.

1)    A contribuição cristã é uma graça de Deus concedida à igreja (8.1).
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia” (8.1). Paulo ensinou à igreja que contribuir é um ato de graça. Neste texto o apóstolo usa a palavra graça seis vezes em relação ao ato de contribuir (8.1, 4, 6, 9, 19; 9.14). A graça de Deus , é sua compaixão pelo que são indignos. Sua graça é MARAVILHOSAMENTE GRATUITA. A contribuição não é um favor que fazemos aos necessitados, MAS UM FAVOR IMERECIDO QUE DEUS FAZ A NÓS. A graça é a força, o poder, a energia da vida cristã. A graça ama e se regozija em dar, em oferecer. 



2)    O mistério da contribuição cristã (v.2)
Os irmãos da Macedônia enfrentavam tribulação e pobreza. Eles eram perseguidos pelas pessoas e oprimidos pelas circunstancias. Em primeiro lugar, tribulação versus alegria. “Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundancia de alegria”. Os macedônios tinham muitas aflições. Eles foram implacavelmente perseguidos (Fl 1.28-29). Longe de se capitularem à tristeza, murmuração e amargura, exultavam com abundante alegria. 



Em segundo Lugar, profunda pobreza versus grande riqueza. “...e a profunda pobreza  deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade” Os macedônios não ofertaram porque eram ricos, mas apesar de serem pobres. Eles eram pobres, mas enriqueciam a muitos; nada tinham MAS possuíam tudo (2 Co 6.10). A expressão “profunda pobreza” significa “miséria absoluta” e descreve um mendigo que não tem coisa alguma, nem mesmo esperança de receber algo. Os romanos haviam tomado posse das minas de ouro e prata, e controlavam o país, deixando-o pobre e miserável.

3)    A contribuição cristã é transcendente em sua oferta (8.3-5)
Primeiro, os macedônios deram além do esperado. “Porque eles, TESTEMUNHO EU, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários” (8.3). A oferta deles foi uma de fé, pois deram além de sua capacidade. João Calvino lamentava, no seu tempo, que os pagãos contribuíssem mais aos seus deuses para expressar suas superstições, do que o povo cristão contribuía para Cristo, para expressar seu amor.
“OS QUE MAIS CONTRIBUEM NÃO SÃO OS QUE MAIS TEM, MAS OS QUE MAIS AMAM E OS QUE MAIS CONFIAM NO SENHOR”. 



Segundo, disposição de dar mesmo quando não é solicitado. “Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça (charis)  de participarem (koinonia) da assistência (diakonia)  aos santos” (8.4). TRES PALAVRAS MAGNIFICAS: CHARIS, KOINONIA, DIAKONIA. A contribuição financeira era entendida como um ministério cristão. Na vida cristã existem três motivações: 1) Voce precisa fazer: É A LEI; 2) Voce deve fazer: É A RESPONSABILIDADE MORAL; 3) você quer fazer: É A GRAÇA. A mulher que ungiu os pés de Jesus e derramou um perfume valiosíssimo, que custava 300 denários (Lc 7.36...).

Terceiro, disposição de dar a própria vida, e não apenas dinheiro. “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também se deram a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus (8.5). Precisamos investir não apenas dinheiro, mas também vida. Jim Elliot, o mártir do cristianismo entre os índios aucas do Equador, afirmou: “NÃO É TOLO AQUELE QUE DÁ O QUE NÃO PODES RETER PARA GANHAR O QUE NÃO PODES PERDER”. Quando perguntaram para o missionário Charles Studd, que deixara as glórias do mundo esportivo na Inglaterra para ser missionário na China, se não estava fazendo um sacrifício grande demais, ele respondeu: “Se Jesus Cristo é Deus e ele deu a sua vida por mim, não há sacrifício tão grande que eu possa fazer por amor a ele”. 



4)    A contribuição cristã é progressiva em sua prática (8.6,7,10,11)
Primeiro, um bom começo não é garantia de progresso na contribuição. “O que nos levou a recomendar a Tito que, como  começou, assim também complete esta graça entre vós”  (8.6). A igreja de Corinto manifestara um bom começo na área de contribuição, mas depois retrocedeu.

Segundo, progresso em outras áreas da vida cristã não é garantia de crescimento na generosidade. “Como, porém, em tudo, manifestai superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça” (8.7). A igreja de Corinto demonstrou progresso em quatro áreas: 1) ela era ortodoxa: abundava em fé; 2) ela era evangelística: abundava em Palavra; 3) ela era estudiosa: abundava em ciência; 4) ela era bem organizada: abundava em cuidado. MAS havia uma deficiência na igreja. Ela não estava crescendo na graça da generosidade, a graça da contribuição.

Terceiro, o inferno está cheio de boas intenções (8.10). No ano anterior, os crentes de Corinto tinham começado não só a prática da contribuição, mas também tinham o desejo sincero de prosseguir nessa graça. Mas, agora, por lhes faltar o QUERER, a prática estava inativa (2 Co 8.11 – ler).

5)    A contribuição cristã e o exemplo de Cristo.
A contribuição deve ser motivada pelo amor ao próximo. Paulo diz que devemos contribuir não por constrangimento, mas espontaneamente, não com tristeza, mas com alegria, porque Deus ama a quem dá com alegria. Agora o apostolo Paulo diz: “Não vos falo na forma de mandamento...” (8.8). A motivação da contribuição é o amor. Paulo prossegue: “... mas, para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor” (8.8 b). Sem amor, até mesmo nossas doações mais expressivas são pura hipocrisia. A palavra SINCERO vem de duas palavras latinas que significam SEM CERA.

Conclusão:  a contribuição é resultado do exemplo de Cristo. O apostolo Paulo escreve: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornastes ricos” (8.9). Graça por graça. Damos dinheiro! Cristo deu sua vida! Damos bens materiais? Ele nos deu a vida eterna. Cristo, sendo rico, fez-se pobre para nos fazer ricos. Cristo esvaziou-se, deixando as glórias excelsas do céu para se fazer carne e habitar entre nós. 




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