terça-feira, 29 de novembro de 2016

Uma igreja desejada (Atos 2:42-47).




O Espírito Santo desceu sobre a igreja. Primeiro, veio como um SOM ( grego echos = um som que chamou a atenção das pessoas). Segundo, como um VENTO (simboliza a presença do Espírito Santo). Em seguida, como LÍNGUAS COMO DE FOGO (fogo também é símbolo do Espírito Santo); exemplos, sarças no Sinai, na inauguração do Templo de Salomão e na descida do fogo no Monte Carmelo.

Nesse dia, Pedro se levantou e pregou um poderoso sermão e nesse dia mais de três mil pessoas aceitaram o Senhorio de Jesus. No original a palavra Aceitaram significa que eles  reconheceram a verdade pelo que ela é, e creram nela. Ou seja, a pessoa ouve a respeito da morte de Cristo por seus pecados então crê em Jesus, ou seja, recebe-o pela fé. “O CORPO DE CRISTO EM JERUSALÉM  MULTIPLICOU-SE 26 VEZES, DE 120 PARA 3.120!”.

1)    A PROCURA DE UMA IGREJA... 



Faz um tempo, escutei um grupo de jovens que havia visitado todas as igrejas da cidade, mas não tinha encontrado nenhuma que realmente lhes satisfizesse. Deixaram de buscar e se denominaram a si mesmos de “cristãos desligados” (ou desigrejados). Quando perguntei o que tinham estado procurando, o que entendiam que deveria ser a igreja, mencionaram quatro pontos. Aqueles jovens não tinham idéia de que estas qualidades estavam escritas no livro de Atos; disseram que estavam buscando uma igreja que tivesse pregação bíblica, onde a Palavra fosse exposta e que tivesse aplicação prática. Em segundo lugar, buscavam uma igreja que tivesse comunhão real, onde os membros se cuidassem mutuamente e se apoiassem. Em terceiro lugar, buscavam uma igreja que adorasse, na qual fosse uma realidade a presença de Deus. Em quarto lugar, estavam buscando uma igreja que tivesse um ministério para o mundo.
O que aqueles jovens buscavam, como tantos outros, era nada menos que uma igreja viva, verdadeiramente renovada, uma igreja que mostrasse exatamente as quatro características que vimos estar presentes na igreja primitiva ( Pastor John Stott). 

1)     COMO ERA A IGREJA PRIMITIVA? 

·       Uma IGREJA QUE APRENDIA.

 

·        “Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos”.  O Espírito Santo abriu uma escola em Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia três mil alunos no jardim de infância! Vemos que esses novos convertidos não estavam se deliciando com uma experiência mística que os levasse a rejeitar a própria mente ou a teologia. Pelo  contrário, eles se assentavam aos pés dos apóstolos, ansiosos por receberem instruções, e nisso perseveravam. 

A igreja precisa de dedicar continuamente  ao ensino das Sagradas Escrituras. O ensino da verdade produz na  igreja raízes profundas que fornecem alimento e estabilidade.

·        Mais do que isso, a autoridade de ensino dos apóstolos, à qual se submeteram, era autenticada por milagres: muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos (v.43).  As duas referencias aos apóstolos, no versículo 42 ( a doutrina deles) e no versículo 43 (aos seus prodígios), dificilmente podem ser acidentais. 

·       Uma igreja que amava.  



·        Perseveravam ... na comunhão (koinonia). Koinonia (de koinos, “comum”) testemunha a vida comunitária da igreja em dois sentidos. 

·        Primeiro, COMUNHÃO VERTICAL.  O termo expressa o que compartilhamos. A saber o próprio Deus, pois “a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3) e há “a comunhão do Espírito Santo” (2 Co 13.13). Portanto, koinonia é uma experiência de comunhão com o Pai, Filho e Espírito Santo. 

·        Segundo, COMUNHÃO HORIZONTAL, koinonia expressa o que partilhamos uns com os outros, tanto o que damos como o que recebemos. Refere-se a relacionamentos íntimos e mútuos nos quais as pessoas compartilham coisas em comum e permanecem envolvidas umas com as outras; dividindo tanto as dificuldades quanto as alegrias (Rm 12.13, 15).



“Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum (koina). Vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o seu produto entre todos, a medida que alguém tinha necessidade” (v.45) E, como João escreveria posteriormente, se nós temos algum bem material e vemos um irmão em necessidade, mas não compartilhamos o que possuímos com ele, como podemos afirmar que o amor de Deus permanece em nós” (1 Joao 3.16-17).

Aquilo era  uma comunidade angelical, não consideravam exclusivamente deles nem uma das coisas que possuíam. Imediatamente, foi cortada a raiz dos males ... ninguém acusava, ninguém invejava, ninguém tinha ressentimentos; não havia orgulho nem desprezo. O pobre não sabia o que era vergonha, o rico não conhecia a arrogância”. João Crisóstomo.  

·       Uma igreja que orava. 


       A igreja de Jerusalém não apenas possuía um bom ensinamento aos pés dos apóstolos, uma comunhão angelical em que os membros tinham comunhão espiritual e comunhão material. Mas também era uma igreja comprometida com a oração. Era uma igreja que dependia mais de Deus do que dos próprios recursos. 
    
       Atos 1:14: “todos unânimes perseveravam em oração”; Atos 3.1, os líderes da igreja vão orar às 3:00 horas da tarde; Atos 4.31, a igreja sob perseguição ora, o lugar treme e o Espírito desce; Atos 6.4, a liderança entende que a sua maior prioridade é  oração e a Palavra; Atos 9.11, o primeiro sinal que Deus deu a Ananias sobre a conversão de Paulo  é que ele estava orando; Atos 12.5, Pedro está preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é miraculosamente libertado; Atos 13:1-3, a igreja de Antioquia ora e Deus abre as portas das missões mundiais; Atos 16.25, Paulo e Silas oram na prisão e Deus abre as portas da Europa para o evangelho, etc. 

·       Era uma igreja que adorava. 



Adorar provém do latim adorare e exprime, por extensão do sentido, o significado de “ter veneração por (algo ou alguém); ter grande apreço por; reverenciar. Adorar nosso Deus, portanto, é atribuir apreço supremo ao único digno de honra e louvor. 

Uma igreja cheia do Espírito canta com fervor e louva a Deus com entusiasmo. O culto era um deleite. Eles amavam a casa de Deus. Uma igreja viva tem alegria de estar na casa de Deus para adorar. A comunhão no templo é uma das marcas da igreja ao longo dos séculos. “Eles tinham alegria e singeleza de coração (v.46), que significa literalmente “em exultação e sinceridade de coração”. Os muçulmanos tem mais de um bilhão de adeptos, mas eles não cantam.

“Em cada alma havia temor (v.43).      Deus estava com eles, no meio deles, e eles sabiam disso: curvavam-se diante dele com humildade, maravilhados. TEMOR E ALEGRIA!

·       Era uma igreja evangelística.  



       Os primeiros cristãos não estavam preocupados em estudar, compartilhar, orar e adorar a ponto de esquecerem de evangelizar. Pois o Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma igreja missionária.

“O livro de Atos é governado por um tema dominante que prevalece sobre todos os outros e controla todas as coisas. Esse tema é a expansão da fé através do testemunho missionário no poder do Espírito... o Espírito leva a igreja a testemunhar incessantemente e os testemunhos fazem com que igrejas surjam continuamente. A igreja é uma igreja missionária”. 

·        Três lições vitais sobre evangelização: Primeiro, foi o Senhor (ou seja, Jesus) quem fez: Acrescentava-lhes o Senhor. Sem dúvida, ele o fez pela pregação dos apóstolos, do testemunho dos membros da igreja, do amor impressionante na vida comunitária deles e do exemplo de todos.

·        Segundoele acrescentava ... os que iam sendo salvos. Ele não os acrescentou à igreja sem salvá-los (no começo, não havia cristãos nominais), nem salvou sem acrescentá-los à igreja (também não havia cristãos solitários). Salvação e participação na igreja andavam juntos; e continuam andando.

·        Terceiro, o Senhor acrescentava pessoas dia a dia. O culto deles era diário (v.46 a), e assim também o testemunho. O louvor e a proclamação eram o transbordamento natural de corações cheios do Espírito Santo. Eles buscavam as pessoas de fora continuamente, e então os convertidos eram acrescentados continuamente. 


Conclusão: A igreja crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja: Atos 1.15:  120 membros; Atos 2.41: três mil membros; Atos 4.4: cinco mil membros; Atos 5.14: uma multidão é agregada a igreja; Atos 6.7: o numero dos discípulos é multiplicado; Atos 9.31: a igreja se expande para a Judéia, Galiléia e Samaria; Atos 16.5: igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro. 


terça-feira, 22 de novembro de 2016

O batismo com Espírito Santo (Atos 2:1-13).
  


Introdução: Como estava a igreja primitiva antes de receber o batismo com Espírito Santo?

Em oração perseverante. Em Atos 1.14 diz: “Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus”. O firme proposito daqueles 120 crentes reunidos no cenáculo até receberem a benção.

Em oração unânime (Atos 1.14; 2.1): é preciso haver união entre os que oram. Onde há união, o Senhor ordena a benção (Sl 133). Desunião e inimizade impedem a resposta às orações (Mt 5.24, Mc 11.25).


Em oração definida. O assunto daquela oração era um só: o cumprimento da promessa do Pai. Atos 1.4,5: Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: "Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo". Portanto, não deve nunca desviar a nossa mente do proposito da oração.


Em oração com fé. Não ficaram ocupados com discussões estéreis sobre se Jesus realmente batizava, ou não, nem se esta benção era realmente para aquele tempo ou se para um outro. Enquanto oravam, a fé era fortalecida. E é pela fé que recebe o batismo com Espírito Santo.

1)    A descida do Espírito Santo. 
O significado do Pentecoste (Atos 2.1): “Ao cumprir-se o dia de Pentecoste...”. A palavra pentecoste (pentekostos, no grego) significa quinquagésimo dia. Ou seja, o Pentecoste era a festa que acontecia cinqüenta dias após o sábado da semana da Páscoa (Lv 23.15-16). É também chamado de Festa das Semanas (Dt 16.10), Festa da Colheita (Ex 23.16) e Festa das Primícias (Nm 28.26). Essa festividade marcava o fim da colheita do trigo (Ex 23.16), e eram oferecidas a Deus as primícias do sustento básico dos israelitas.

Assim como a Páscoa recordava a Israel que Deus era seu Redentor, de igual maneira a Festa das Semanas lembrava-lhe que o Senhor era também seu Sustentador, o Doador de toda boa dádiva. 

A espera do Pentecostes (Atos 2.1): Estavam todos reunidos no mesmo lugar...”. o horário era antes das nove da manhã (a hora do culto matutino). Os discípulos  estavam  no cenáculo em unânime e perseverante oração, quando, de repente, o Espírito Santo foi derramado sobre eles. Todos estavam no mesmo lugar, com o mesmo propósito, buscando o mesmo revestimento do Espírito. 

O derramamento do Espírito (Atos 2:2-4). O derramamento do Espírito Santo foi um fenômeno celestial. Não foi algo produzido, ensaiado, fabricado. Aconteceu algo verdadeiramente do céu. O versículo 1 informa-nos que todos estavam reunidos no mesmo lugar. O termo todos aparece mais uma vez no versículo 4, são os 120 discípulos de Jesus.

2)    O Espírito Santo desce sobre a igreja. 



O derramamento do Espírito veio como um som (Atos 2.2). Não foi barulho, algazarra, falta de ordem, histeria, mas um som do céu. A palavra grega echos, usada aqui, é a mesma usada em Lucas 21.25 para descrever o estrondo do mar. Um som que chamou a atenção das pessoas que estavam festejando o Pentecostes. 

O derramamento do Espírito veio como um vento (Atos 2.2). O vento é o símbolo do Espírito Santo (Jo 3.8). O Espírito Santo veio em forma de vento para mostrar sua soberania, liberdade. Assim como o vento é livre, o Espírito sopra onde quer, da forma que quer, em quem quer. 

“O Espírito Santo sopra onde jamais sopraríamos e deixa de soprar onde gostaríamos que ele soprasse”.  O Espírito sopra no templo, na rua, no hospital, no campo, na cidade, nos ermos da terra e nos antros do pecado...Quando ele sopra ninguém pode detê-lo.



O derramamento do Espírito veio em línguas como de fogo (Atos 2.3). O fogo também é símbolo do Espírito Santo. Deus se manifestou a Moisés na sarça em que o fogo não se consumia (Ex. 3.2). Quando Salomão consagrou o Templo ao Senhor, desceu fogo do céu (2 Cro 7.1). No Carmelo, Elias orou, e o fogo desceu (1 Rs 18.38,39). Jesus batiza com fogo, e o Espírito desceu em línguas como de fogo. 

Hoje, muitas vezes, a igreja está fria. Parece mais uma geladeira a conservar intacto seu religiosismo do que uma fogueira a inflamar corações. Muitos crentes parecem mais uma barra de gelo do que uma labareda de fogo.

 Certa vez alguém perguntou a Moody: “Como podemos experimentar um reavivamento na igreja?”. O grande avivalista respondeu: “Acende uma fogueira no púlpito; quando gravetos secos pegam fogo, até lenha verde começa a arder”.

A experiência pentecostal de Moody: “Moody não duvidava de que recebera o batismo com o Espírito Santo. Quando ele era moço esforçava-se muito e tinha um desejo tremendo de conseguir alguma coisa, porém faltava-lhe poder. Estava trabalhando na força da carne. Nesse tempo havia duas humildes senhoras metodistas que costumavam assistir  às reuniões por ele dirigidas na Associação Cristã de Moços. Elas, no final do culto, muitas vezes se despediam de Moody dizendo: “Estamos orando a seu favor”. Afinal ele ficou um tanto sentido com isto e uma noite perguntou-lhes: “porque estão orando por mim? Porque não oram em favor dos perdidos?”  Responderam: “estamos pedindo que Deus lhe conceda poder”. Ele não compreendeu esta declaração, mas começou a meditar e depois procurou as senhoras, pedindo esclarecimento sobre a questão. Elas lhe falaram, então, a respeito do batismo com o Espírito Santo. Em seguida, Moddy pediu licença para orar juntamente com elas. Uma das mulheres me contou que ele orou intensíssimo fervor naquela ocasião. Orou não somente com elas, mas também orou sozinho. Pouco tempo depois, quando Moddy estava na cidade de Nova Iorque, a caminho da Inglaterra, andando um dia pela rua, no meio do tumulto e da confusão da grande cidade, recebeu a resposta à sua oração: o poder de Deus desceu sobre ele. Moody foi às pressas para a casa de um amigo e pediu permissão para retirar-se para um quarto onde pudesse estar a sós por algum tempo. Ali passou umas horas em comunhão com Deus, enquanto o Espírito derramou sobre ele um imenso gozo, que transbordava. Saiu daquele lugar definitivamente cheio do Espírito Santo”. 
O derramamento do Espírito Santo traz uma experiência pessoal de enchimento do Espírito Santo (Atos 2.4). Os discípulos já eram salvos. Por três vezes Jesus havia deixado isso evidente (Jo 13.10; Jo 15.3; Jo 17.12). Uma coisa é ter o Espírito Santo, outra é o Espírito ter alguém. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio dele. Uma coisa é ter o Espírito presente, outra é tê-lo como presidente. 

Certa feita, David Hume, ateu, foi visto correndo pelas ruas de Londres. Alguém o abordou: “Para onde você vai, com tanta pressa? O filósofo respondeu: “Vou ver George Whitefield pregar”. O questionador lhe perguntou: “Mas você não acredita no que ele prega, acredita?”.  Hume respondeu: “Eu não acredito, mas ele acredita”. 

3)    A multidão do Pentecostes (VS. 5-11).
Lucas enfatiza a natureza internacional da multidão que se reuniu. Todos eram judeus, homens piedosos e todos estavam habitando em Jerusalém (v.5). Mas eles não tinham nascido naquela cidade: vinham da dispersão, de todas as nações debaixo do céu. PRIMEIRO, Lucas menciona os Partos, Medos e Elamitas e os naturais da Mesopotâmia (v.9), ou seja, os povos a oeste do Mar Cáspio; SEGUNDO, nos versículos 9b e 10 a, Lucas se refere a cinco áreas que chamamos de Asia Menor ou Turquia: Capadócia (leste), Ponto (norte) e Asia (oeste), Frigia e Panfilia (sul); TERCEIRO, norte da Africa (10 b): do Egito e as regiões da Líbia nas imediações de Cirene; QUARTO (VS. 10-11) é composto por Romanos que aqui residem, e o QUINTO, que mais se parece um acréscimo, são cretenses e arábicos (v. 11 b). 



ü O milagre das línguas (Atos 2:4-7). Não foram sons incoerentes, mas uma habilidade sobrenatural para falar em língua reconhecíveis. Assim a expressão outras línguas poderia ser traduzido por “línguas diferentes da sua língua materna”.

ü A perplexidade da multidão (Atos 2.6-7). A multidão foi atraída pelo extraordinário fenômeno do Pentecostes. Algo sobrenatural estava acontecendo, e eles não tinham explicações razoáveis para aquele fato.

CONCLUSÃO: reações da multidão.

ü PRECONCEITO (Atos 2.7). Os galileus eram recebidos em Jerusalém com grande preconceito. Eram pessoas de segunda categoria.

ü CETICISMO (Atos 2.12). Estes ficaram atônitos e perplexos, ansiosos por uma explicação razoável para aquele extraordinário acontecimento. 


ü ZOMBARIA (Atos 2.13). Um grupo dentre a multidão rotulou o fenômeno das línguas como resultado da embriaguez. 

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Pessoa do Espírito Santo – Joao 16.1-14.


Introdução:

No Evangelho de João, capítulo 13 a 17, encontramos dois segredos. O primeiro relacionando Jesus com o Pai, ou seja, sua união vital com o Pai. Jesus disse que veio a terra com a benção do Pai, que estava no poder do Pai, e que ministrava através da orientação do Pai (João 14.10-11). O segundo se relaciona conosco e tem a ver com que aconteceria quando Ele partisse. “Estou indo embora!”.

Essa noticia de Jesus abalou profundamente os discípulos (Jo 14.16). O “coração dos discípulos se encheu de tristeza” (Jo 16.6). Nessa passagem, a palavra grega para tristeza significa “LUTO” – a dor devastadora  que acompanha a perda de alguém que amamos. É como se um terremoto tivesse levado entes queridos embora; ou quando nos deparamos com a possibilidade de uma doença terminal de um ente querido.

Mas, “Não vos deixareis órfãos; voltarei para vós” (Jo 14.8). Jesus e os discípulos haviam sido inseparáveis durante mais de três anos. Jesus estava lá quando eles acordavam. Ele estava com os discípulos em praticamente toda e qualquer situação que enfrentavam. E, a dor da partida, fez com que ele se sentissem órfãos.



PERGUNTA: “Por que era conveniente que Jesus partisse”? “Por que seria mais vantajoso ter o Espírito Santo ao invés do próprio Cristo”? 

Porque enquanto Jesus estava na terra residiu em um corpo. Portanto, poderia estar apenas em um lugar de cada vez. Quando Ele estava em Nazaré, não estava em Jerusalém. Quando estava perto da costa norte da Galiléia, não podia estar andando junto ao Mar Morto. ELE PODIA ESTAR APENAS UM LUGAR AO MESMO TEMPO. No entanto, quando Jesus deixou a terra e enviou o Espírito Santo, sendo ONIPRESENTE (capacidade de estar em todos os lugares), poderia encher e capacitar um homem na Palestina, uma mulher na Síria, e outro individuo na Itália, com o mesmo poder.

1)       O Espírito Santo é uma Pessoa. 



      E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja sempre convosco (Jo 14.16)”. A expressão “outro consolador”  (em grego ALLOS – outro da mesma espécie e tipo) indica que o Espírito Santo é alguém como Jesus, uma personalidade distinta do Pai e do Filho. A palavra “Advogado” vem do latim advocatus, que é o equivalente exato do adjetivo verbal passivo grego parakletos (1 Jo 2.1), formado pelas palavras gregas PARA (ao lado de) e KLETOS(chamado). Quando Jesus se refere ao outro,   quer dizer que o outro advogado é igual a ele em tudo, mas viverá dentro dos crentes para orientá-los e defende-los para sempre. O Espírito Santo é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-8) e onipotente (Gn 1.1-2; Sl 104.30).  

      A Bíblia atribui ao Espírito Santo. Traços de personalidade. Vejamos:
 inteligência,  1 Co 2.10,11:  “Mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus”.  

VONTADE, 1 Co 12.11: “Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

 Emoções ou sentimentos: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção”. Efésios 4:30;  
Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes”? Tiago 4:5

      Ensina: Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir.
Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido vocês.
João 16:13,14

      Chama e envia pessoas: “Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamadoAtos 13:2

      Guia e orienta: “Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu”. Atos 16:6,7

Ananias e Safira cometem uma  ofensa contra o Espírito Santo:  "Um homem chamado Ananias, juntamente com Safira, também vendeu uma propriedade. Ele reteve parte do dinheiro para si, sabendo disso também sua mulher; e o restante levou e colocou aos pés dos apostolos. Então perguntou Pedro: "Ananias, como voce permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de voce mentir AO ESPÍRITO SANTO e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? Ela não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder? o que o levou a pensar em fazer tal coisa? Voce não mentiu aos homens, mas sim a DEUS". (Atos 5.1-4). 

2) Nomes do Espírito Santo

É  o Espírito de Deus (Gn 1.2); o Espírito do Senhor (Lc 4.18 e Atos 5.9); o Espírito do nosso Deus ( 1 Co 6.11); o Espírito do Deus vivente (2 Co 3.3); o Espírito de Cristo (Rm 8.9); o Espírito de seu Filho (Gl 4.6); o Espírito eterno (Hb 9.14); Espírito da vida (Rm 8.2); Espírito da verdade (Jo 14.17); e o Consolador (Jo 14.16).

Foi por essa razão que Jesus proibiu os seus discípulos de iniciarem o cumprimento da “Grande Comissão” sem que antes o Espírito Santo viesse (Atos 1.4). Observe que Jesus DETERMINOU-LHES. O problema não era sair de Jerusalém, mas sair em que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24.49). 


3)    O ESPIRITO SANTO É QUEM PRODUZ A CONVERSÃO DOS INCRÉDULOS. 

É mais fácil acreditar que um leão pode se tornar vegetariano, do que eu acreditar que uma vida sequer possa ser salva sem o PODER DO ESPÍRITO SANTO. Charles Spurgeon


        A Igreja prega, mas é o Espírito que converte ou regenera (Jo 3.3-7). É o Espírito que vivifica (Jo 6.63; Ef 2.1). Jesus já havia declarado: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). O verbo “convencer” (elegesi) significa “Trazer à luz”, “expor”, “mostrar”, “persuadir”, “convicção interior” (Jo 3.20; Jo 8.46). O Espírito é o responsável pelo convencimento interno das pessoas quanto ao verdadeiro sentido do pecado, da justiça e do juízo. A obra de convencimento é tríplice: do pecado, pois somos pecadores por natureza (Rm 3.23); da justiça salvadora que nos é oferecida em Cristo Jesus (Rm 5.1); e do juízo que será o julgamento daqueles que rejeitam a salvação em Jesus (Jo 3.18-19). 



4) O Espírito Santo santifica o crente.


O Espírito Santo efetua no crente  a santificação, 2 Ts 2.13: Mas nós, devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade”.


E, 1 Pedro 1:2: “Escolhidos de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam multiplicadas”.

Ele o inclina para as coisas do Espírito,  Rm 8:5: “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem, de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja”

MILITA CONTRA A CARNE, Gl 5.17: “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”.

Promove a manifestação do fruto do Espírito, Gl 5.22-23: Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.

Transforma o crente de glória em glória:  E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.
2 Coríntios 3:18

CONCLUSÃO:    O BATISMO COM ESPÍRITO SANTO.



Em Jerusalém (Atos 2.1-5), os discípulos foram batizados com Espírito Santo.

Samaria (Atos 8:14-17), João e Pedro oraram pelos samaritanos e foram batizados com Espírito Santo.

Saulo (Atos 9.1-18). Depois de tres dias de jejum e oração, recebeu a visita de Ananias, o qual impôs as mãos sobre ele para que tornasse a ver e para que fosse cheio do Espírito (v.17).

Na casa de Cornélio (Atos 10.1-48). Estavam reunidos Cornélio, seus parentes, e amigos mais íntimos (v.24). Eles receberam a Palavra do Senhor e, a seguir, o Senhor batizou-os com Espírito Santo (VS. 44-46).

Em Éfeso (Atos 19.1-7). Quando Paulo chegou a Éfeso encontrou ali alguns crentes. Sabemos que eram salvos porque o escritor de Atos os chama de discípulos (v.1), e Paulo lhes perguntou se haviam recebido o Espírito Santo quando creram (v.2), isto é, quando foram salvos. Disseram que não! Então, Paulo impôs as mãos sobre eles. Veio então o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e profetizar (v.6).



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

 Elisabeth Elliot



Seu nome é Elisabeth Elliot. No início da década de 50, ela acompanhou um grupo de missionários ao Equador, na esperança de entrar
em contato com os índios quíchuas. No grupo havia um jovem
chamado Jim, que namorava Elisabeth desde 1947. Enquanto trabalhavam
juntos e dedicavam suas vidas à evangelização dos índios
equatorianos, eles finalmente decidiram se dedicar um ao outro e se
casaram. 


Eles já estavam casados havia dois anos e tinham uma menina de
dez meses, chamada Valerie, quando Jim e quatro outros missionários
sentiram-se compelidos a fazer contato com um pequeno grupo de
índios que viviam na região, chamados auca.  Esses índios tinham
fama de selvagens. O registro mais remoto de contato com esse grupo
indígena fora o assassinato de um padre, no século XVII. Desde
então, atacaram todos os forasteiros que tentavam contato. Até os
outros indígenas do Equador evitavam os auca, por sua brutalidade.



Quando Jim e os outros missionários se preparavam para fazer
contato, Elisabeth sabia que os cinco homens estariam colocando
suas vidas em perigo, mas estava resoluta. Ela e Jim tinham dado a
vida àquela missão. Por várias semanas, um piloto missionário sobrevoou
com um pequeno avião uma aldeia auca, lançando alimentos e
outros itens, como presentes. Lançavam também fotos dos cinco
membros da equipe a fim de preparar os índios para o primeiro encontro.

Algumas semanas mais tarde, Jim e os outros quatro missionários
desembarcaram em um pequeno trecho da praia no rio Curaray e
fizeram um acampamento. Ali fizeram contato com três índios auca
um homem e duas mulheres - que pareciam amigáveis e receptivos.
Nos dias seguintes, encontraram-se com vários outros índios.
Falaram com as esposas pelo rádio, e parecia que estavam fazendo
progressos significativos no contato amistoso com a tribo.



Alguns dias mais tarde, porém, os missionários não fizeram contato
com a base no horário combinado. As esposas esperaram em vão
por notícias. Passaram-se minutos, depois horas, e depois um dia se
passou. Elisabeth e os demais temiam o pior.

Uma equipe de busca foi enviada para procurar os cinco homens
e transmitiu más notícias pelo rádio. A equipe tinha avistado o corpo
de um homem branco boiando no rio. Os integrantes da equipe encontraram os missionários, um por um. Com todos acontecera o
mesmo: haviam sido feridos por lanças dos auca. Os cinco homens
estavam mortos.



Sob tais circunstâncias, muitas pessoas no lugar de Elisabeth Elliot
teriam voltado para casa. Estar disposto a abrir mão de uma vida
confortável nos Estados Unidos para ajudar outras pessoas é uma
coisa, abrir mão do próprio cônjuge é outra bem diferente. Elisabeth,
porém, tinha um coração verdadeiramente generoso. A despeito de
sua terrível perda, ela ainda desejava ajudar o povo do Equador. Permaneceu e evangelizou os quíchua, com os quais vivia.

O que aconteceu depois disso é ainda mais notável. Outros missionários continuaram tentando fazer contato com a aldeia auca. Após
cerca de dois anos, tiveram sucesso. Imediatamente Elisabeth Elliot
dirigiu-se para a aldeia. Era para se vingar? Não. Era para trabalhar
com aquele povo e evangelizá-los. Elisabeth viveu e trabalhou entre o
povo auca por dois anos, e muitos deles alegremente aceitaram a
mensagem do amor de Deus que ela levava — inclusive dois dos sete
homens que tinham matado seu marido.