terça-feira, 27 de setembro de 2016

Jesus e a mulher samaritana – Jo 4.1-26.


Introdução:

Jesus havia deixado a Judéia e se dirigia para a Galiléia mas "era-lhe necessário passar por Samaria" (João 4:4). É aí onde, realmente, começa a nossa história. Ele viajava com seus discípulos por Samaria, fora da Judéia. Ao chegarem a cidade de Sicar, os discípulos se dispersaram com o intuito de conseguir algo para comer. Jesus estava  "cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte" (João 4:6) e sedento. Não tem como tirar água porque lhe falta um jarro. Mas então uma mulher solitária aparece para buscar água e ele pede.


1)    Jesus inicia com um diálogo.
Em nossa cultura, não nos parece incomum ver os dois conversando, mas deveria. Observe o choque da mulher pelo simples fato de ele lhe dirigir a palavra “dá-me de beber" (João 4:7), pois os judeus e samaritanos eram inimigos implacáveis.

“Alguns judeus do norte que não foram deportados para Assiria se casaram com mulheres cananeias e formaram praticamente uma nova tribo, os samaritanos. Eles pegaram parte da religião judaica e parte da Cananeia e criaram uma religião sincrética. Por volta de 400 a.c., os samaritanos erigiram um templo rival  no monte Gerizim. No século I, os samaritanos tinham desenvolvido sua própria herança religiosa baseada no Pentateuco, não aceitavam os livros histórios, nem os poéticos e nem os profetas”.
Outrossim, por que a mulher saiu para buscar água ao meio-dia? Não era costume a essa hora do dia a mulher buscar água. Elas iam mais cedo, quando ainda não estava quente, de modo que pudessem ter água para as tarefas de manutenção da casa o dia inteiro. A resposta é: ela era marginalizada moral, uma completa intrusa, mesmo dentro de sua própria comunidade desprezada pela sociedade.

Na Mishná Niddah 4.1 – uma explicação da lei de Moisés – refletia um sentimento popular existente nessa época, no sentido  de que todas “as filhas dos samaritanos menstruam desde o berço” e, portanto, estão em um estado de impureza cerimonial. Nesse caso, Jesus quebra todas as barreiras: racial, cultural, a barreira do gênero e a barreira moral – davam conta de que ele, um homem judeu religioso, não deveria ter nada que ver com aquela mulher.

2)    Jesus confronta a mulher.
Embora seja evidente que Jesus se mostra aberto e afetuoso para com a mulher, ainda assim ele a confronta. Mas faz isso de uma maneira gentil e habilidosa. Começa dizendo: “Se soubesse quem sou eu, você me pediria água viva; e, se bebesse dessa água, jamais voltaria a ter sede”.


Afinal, a que Jesus se refere? Ele fala por metáfora, referendo à “água viva”, chamada por ele de “vida eterna”. A imagem causa um impacto um pouco menor para nós. A maioria de nós sabe bem pouco o que é sede real, mas quem já viveu no clima árido junto ao deserto conhece muito bem o assunto. Como nossos corpos contêm muita água, sentir sede profunda significa estar em agonia.

Então, o que Jesus está dizendo a essa mulher? O seguinte: “Tenho algo para você que lhe é tão básico e necessário para o espírito quanto a água para o físico. Algo sem o qual você estará completamente perdida”. Ele diz: “Minha água, se você a obtiver, haverá de se tornar uma fonte de águas em você jorrando para a vida eterna”.

O que faz o homem feliz? Amor romântico; carreira profissional; política; uma causa social; dinheiro, etc. Mas o que quer que o faça dizer: “Se eu tiver tal coisa, se eu chegar lá, então saberei que sou importante, então saberei que tenho significado, então saberei que tenho segurança”. Entretanto, Jesus diz que não há nada fora de você capaz de satisfazer de verdade a sede existente no fundo do seu interior. Ou seja, não precisamos de água respingada no rosto, mas, sim, da água que vem de um lugar em você ainda mais profundo que a própria sede.

E Jesus declara: “Posso dá-la para você. Posso colocá-la dentro de você. Posso lhe oferecer satisfação absoluta e incomensurável no âmago do seu ser, independentemente do que acontece do lado de fora e das circunstâncias”.

Anos atrás, o grande campeão do tênis Boris Becker declarou: “Venci em Wimbledom duas vezes, uma delas como o jogador mais jovem. Eu era rico (...) tinha todos os bens materiais de que precisava (...) é a velha ladainha das estrelas pop e de cinema que cometem suicídio. Tem tudo, não entanto são tão infelizes. Mas eu não experimentava nenhuma paz interior”. Poderíamos dizer: “Preferiria ter a dificuldade dele a minha”. Mas o que ele está dizendo é que tem a mesma dificuldade que nós e, como nós, achava que dinheiro, sexo, realização e fama o solucionaria. A diferença está em que ele teve tudo isso e, por fim, nada lhe satisfez a sede nem um pouco. Em uma entrevista famosa, Sophia Loren disse que tivera tudo – prêmios, casamentos – mas, mesmo assim, “em minha vida existe um vazio impossível de preencher”.

Todo mundo tem de viver em função de alguma coisa, mas Jesus argumenta que, se não for ele essa coisa, você se desapontará. Primeiro, ela o escravizará. Em segundo lugar, no entanto, caso você consiga, sim, alcança-la, ela não lhe dará a satisfação esperada.

O escritor norte americano David Foster Wallace disse a um grupo de formandos:

Todo mundo adora. A única escolha que nos cabe é o que adorar. E a razão que nos constrange a talvez escolher algum tipo de deus (...) para adorar (....) está no fato de que praticamente todas as outras coisas que você adora o comerão vivo. Se adorar o dinheiro e bens, caso eles estejam onde você encontra real sentido na vida, você jamais os possuirá em quantidade suficiente, jamais sentirá que tem o bastante. É a verdade. Adore o próprio corpo, a beleza e a atração sexual e sempre se sentirá feio. E, quando o tempo e a idade começarem a se mostrar, você sofrerá um milhão de mortes antes de (seus entes queridos) enfim o enterram. Adore o poder e acabará se sentido frágil e temeroso, necessitado de ainda mais poder sobre os outros para anestesiar o próprio medo. Adore seu intelecto, sendo visto como alguém inteligente, e acabará se sentindo estúpido, uma fraude, sempre prestes a ser descoberto. Olhe, essas formas de adoração são traiçoeiras não porque sejam más ou pecaminosas, mas porque são inconscientes”.

Cerca de dois anos depois de proferir esse discurso, ele se matou. E as ultimas palavras desse homem não religioso a nós são bastante aterradoras: “Alguma coisa acabará por come-los vivos”. E, como Jesus disse: “A menos que você me adore, a menos que eu seja o centro da sua vida, a menos que você esteja tentando matar a sede espiritual por meu intermédio e não por meio dessas outras coisas, a menos que enxergue que a solução deve vir de dentro em vez de apenas passar por seu exterior, então o que quer que você adore o desamparará no final”.

Na mesma hora ela pergunta a Jesus:

_ Que água viva é essa? Poder me dar essa água?

Então ele vira a mesa e diz: _Vá buscar seu marido.

Ao que ela responde: _Não tenho marido.

Tem razão – ele concorda. _ Voce já teve cinco maridos, e o homem com quem vive neste momento não é seu marido.

Porque Jesus de repente parece mudar o assunto da busca por água para a história da mulher com os homens? A resposta é: ele não está mudando de assunto. Ele a provoca quando diz: “Se quiser compreender a natureza dessa água viva que ofereço, você primeiro necessita entender como a tem buscado em sua própria vida. Vem tentando consegui-la por meio dos homens e não tem dado certo, não é? Sua necessidade de homens a está comendo viva, e isso nunca terá fim”.

Conclusão: 
“Senhor, és um profeta!”. Então, faz a ele um dos maiores questionamentos teológicos possíveis:

_Nós adoramos neste templo aqui, e os judeus adoram no templo em Jerusalém. Quem está certo? Jesus responde, “os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade”.


Bibliografia:

Timothy Keller - Encontros com Jesus - Vida Nova
D.A. Carson - O comentário de João        Shedd

terça-feira, 20 de setembro de 2016

A sutileza da grande meretriz – Ap. 17:1-6.



Introdução: O livro de apocalipse nos mostra cinco inimigos de Cristo: o dragão, o anticristo, o falso profeta, a grande meretriz e os homens que tem a marca da besta.

·        O símbolo da Grande Prostituta como experiência cotidiana é uma cidade onde a vida corre tranqüila. A mulher e a besta escarlate sobre a qual ela se assenta abrangem as ruas que percorremos, as lojas em que compramos verduras enquanto conversamos coisas banais, corriqueiras com as pessoas da rua. 

·        as vezes é necessário apresentar caricaturas (Imagens) simples e grandes pra que quem seja quase cego possa enxergar.

1)    A descrição da grande meretriz (Ap. 17:1-6,18).

1.1)         Em primeiro lugar, vejamos o contraste entre a noiva e a meretriz; entre a nova Jerusalém e a grande Babilônia.

·        O diabo sempre tentou imitar a Deus. Assim é que temos a diferença entre a noiva e a prostituta, a cidade santa e a grande Babilônia.  A noiva fala da igreja verdadeira, a meretriz da igreja apóstata.

·        Para a Prostituta, o sexo está a serviço do comércio; para a Noiva, do amor. A Prostituta considera o sexo um contrato; a Noiva, um ganho para toda a vida. Para a prostituta, o sexo é ganho, para a Noiva, dádiva.

·        Adoração-prostituta é assunto para momentos e ocasiões. A adoração-Noiva envolve e une todas as partes da vida. A adoração-prostituta é praticada sob o principio da atração e do prazer. A relação adoração-noiva é no melhor ou no pior, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. 

1.2)         Em segundo lugar, a grande meretriz é conhecida pela sua influencia mundial (Ap. 17.1;15).

·        A religião prostituída está presente em todos os povos. Onde Deus tem uma igreja verdadeira, Satanas levanta a sua sinagoga. A Babilônia não é apenas cultura sem Deus, mas também cultura contra Cristo.

1.3)         A grande meretriz é concebida pela sua riqueza (AP. 17.4).
·        Suas vestes são de escarlate. Está adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Ela segura em sua mão um cálice de ouro. A religião prostituída, o mundo, faz ostentação da sua riqueza e do seu luxo. Este quadro é uma descrição perfeita do mundo à parte de Cristo, ostentando sua riqueza, alimentação, banquetes, carros, equipamentos, vestuário e toda a sua beleza e glória. Sinônimo de mundanismo (Ec 2.4-10). 



"     "Vejam o adorno, a riqueza, a luxúria, a própria devassidão do mundo; vejam a ostentação de si mesmo e de seus grandes homens e mulheres. Eis toda a sedução do mundo, o resultado da ação da grande meretriz que chama e atrai reis, príncipes, ricos mercadores e igualmente pessoas comuns. É-nos oferecido um quadro perfeito, blasonando de sua alimentação, de seus banquetes, de seus carros, de seu equipamento, de seu vestuário e de toda a sua beleza e glória". Martin Lloyd-Jones. 

 1.4)         A grande meretriz é conhecida pela sua sedução (17:2,4,5).
        O esquema atrás da sedução (Pv 7.7-20): 

1) Local: A sedução se inicia quando se está no lugar errado, na hora errada (Pv 7:8). Apesar de saber o risco que corria, o rapaz passava perto da casa da mulher adultera  quando já estava escuro. 

2) “Bote”: A mulher foi encontrar-se com ele, vestida de maneira provocante, o abraçou e o beijou (7:10).


3)Adulação: “Por isso sai procurando você. Eu queria encontrá-lo, e você está aqui” (7.15). Imediatamente, a prostituta tratou de mostrar seu interesse pelo rapaz, demonstrando estar deslumbrada por tê-lo encontrado.


 4) Charme: ela descreveu pra o rapaz o ambiente sedutor e convidativo que já tinha preparado antevendo a possibilidade de encontrá-lo (7:16-17).Para um homem carente, é quase impossível resistir a um convite como esse.

 5) Sentimentos: “Venha, vamos amar a noite toda. Passaremos momentos felizes nos braços uns dos outros” (7:18). Quando uma mulher bonita faz um convite como esse a um rapaz “sem juízo”, inexperiente, ela mexe com os seus sentimentos.  

6) Engano: Depois que o rapaz já tinha caído como “patinho” em sua armadilha ela o engana mais uma vez, dando-lhe uma falsa impressão de que ambos estavam livres para se divertir, sem que isso tivesse conseqüências posteriores (7:19-20).



·        O mais terrível com relação à prostituta não é o fato de ela se deitar com estranhos, mas que, fazendo isso, ela usa o corpo para mentir sobre a vida: não há união de vidas; só de órgãos genitais.

·        Por trás do encanto sedutor de perfumes, sedas e bajulação, a pessoa sobre um empobrecimento fundamental. A prostituição usa o sexo para mentir sobre a vida: a verdade de que o amor é um dom, os relacionamentos envolvem compromisso e a sexualidade representa a espiritualidade.

·        A prostituta mente ao fazer acreditar que o amor pode ser comprado, que os relacionamentos são “acordos” e que a sexualidade é um apetite.

1.5)         A grande meretriz é conhecida pela sua violência (Ap. 17.6).
·        A meretriz que vive no luxo tem duas armas: sedução e perseguição. Ela seduz, mas também mata. Ela atrai, mas também destrói. Ela está embriagada não de vinho, mas do sangue dos santos e dos mártires.

·        A Babilônia não é apenas cultura sem Deus, mas também cultura contra Cristo. A Babilônia foi Roma , é a Roma papal, o mundo em todo o tempo, em todo o lugar, que seduz e destrói aqueles que amam a Deus. A meretriz é aquela que sempre se opõe à Noiva.



·        Em 1208 por ordem do papa foram exterminados os cristãos albigenses na França. Na Espanha foram mais de 300.000 martirizados e banidos. Carlos I eliminou por ordem do papa 50.000 cristãos alemães. O papa Pio V nos anos 1566 a 1572 exterminou 100.000 anabatistas. No dia 24 de agosto de 1572, a noite cruel de São Bartolomeu, por ordem da rainha Catarina de Médice e o apoio do papa foram mortos 70.000 cristãos franceses.

·        O pastor James Kennedy diz que desde o inicio da Igreja até os dias de hoje, houve cerca de quarenta milhões de mártires cristãos. A maioria dessas mortes ocorreu neste século. Mais mártires foram mortos nas ultimas nove décadas do que em todos os 19 séculos anteriores somados.

Conclusão: João foi levado a um deserto para ver esta visão. Um dos temas recorrentes das Escrituras é que os grandes homens de Deus tem suas visões no deserto. Foi nos limites do deserto que Moises se encontrou com Deus (Ex 3:1). Elias, no deserto (1 Rs 19.4). João Batista era um homem do deserto (Lc 1:80).

domingo, 18 de setembro de 2016

John Newton e o hino Maravilhosa Graça


“O HOMEM NASCE QUEBRADO, ELE VIVE PARA SER REMENDADO,A GRAÇA DE DEUS É A COLA”

John newton foi um traficante de escravos.  Ele traficou milhares de homens e mulheres e crianças da África para locais de leilões de escravos.
Em 1748 uma forte tempestade causou afundamento do navio som seu comando. Ele caiu de joelhos e pediu a Deus por GRAÇA. FOI NA GRAÇA QUE John newton creu num Deus que ouve e responde orações mesmo feita pelo pior dos homens.

Tornou-se um pregador da Palavra de Deus e compositor de hinos. Em 1779  compôs “Maravilhosa Graça” . Tornando-se a canção mais popular da historia. UMA CANÇÃO COM POUCAS NOTAS. 

MAS, LEVANTOU A CABEÇA DOS DESESPERADOS,  AMOLECEU OS DUROS DE CORAÇÃO...

ESSA CANÇÃO FOI CANTADA POR AMBOS OS LADOS NA GUERRA CIVIL DOS ESTADOS UNIDOS;

 QUANTO MARTIN LUTHER KING PREGOU “EU TENHO UM SONHO”;

ECOOU QUANDO NELSON FOI SOLTO DA PRISÃO;

E QUANDO O MURO DE BERLIM CAIU; 

EM 11 DE SETEMBRO FOI ENTOADA PARA CONSOLAR OS PARENTES ENLUTADOS; 

APÓS O FURACÃO KATRINA REVITALIZANDO O ESPÍRITO DE UMA CIDADE DECAÍDA...

GRAÇA TEM O PODER PARA TRANSFORMAR, CORRIGIR OS ERROS

E TORNAR UM HOMEM QUE UMA VEZ TRAFICOU ESCRAVOS. EM ALGUÉM QUE LUTOU POR SUA LIBERDADE

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O cavaleiro do Inferno. AP. 9:1-11



Introdução:  De acordo com Números 10, as trombetas tinham três usos importantes: eram usadas para reunir o povo (Nm 10:1-8); eram usadas para anunciar uma guerra (Nm 10:9); eram usadas para anunciar um tempo especial (Nm 10:10).

Trombetas e Jericó. Alguns arqueólogos encontraram nas escavações em Jericó muros de 4 metros de largura. Quando Josué chegou a muralha não era tão sólida, mas a reputação era: ninguém conseguia invadir aquela cidade. Nenhuma arma importunava a fortaleza. Mas a oração fez isso (Js 6:1-5).


Trombetas e as as pragas do Egito.  Em Êxodo, elas foram purgativas, e não punitivas (Ex 7:7); enviada não apenas para acabar com Faraó, mas para fazê-lo mudar de vida, se arrepender.

Ø A primeira trombeta mostra  que não há segurança, na terra, no mar, nem no céu (8:7-11). Corresponde a sétima praga do Egito.

Ø A segunda trombeta (8:8-9) fala das espantosas calamidades marítimas, vem como de todos os desastres que acontecem no mar. Há também danos materiais. Corresponde a primeira praga do Egito, quando as águas do Nilo transformaram-se em sangue e os peixes morreram (Ex 7:20-21).

Ø A terceira trombeta (Ap. 8:10-11). Toda água doce é transformada em água amargosa, o contrário do que aconteceu em Mara (Ex 15:25).a benção torna-se maldição. Deus faz Sua criação retroceder.

Ø A quarta trombeta (Ap.8:12). Os astros, o sol, a lua e as estrelas, desde as suas órbitas lutam contra os inimigos da igreja de Deus. Deus está usando os astros celestes para admoestar aqueles que não o servem e perseguem os Seus Filhos.


As quatro primeiras trombetas foram juízos que atingiram a natureza: a terra, o mar, os rios, e os astros. Mas, agora, os terrores do tempo do fim vão aumentando em tensão e intensidade. São terrores demoníacos, que vêm do abismo, onde estão aprisionados anjos caídos, que invadem a terra para atormentar os homens.


2 )  A cavalaria do inferno. 
2.1) A quinta trombeta. Essa trombeta fala de um tormento imposto aos homens que não tem o selo de Deus. Há inquietação no mundo. As pessoas não têm paz. Elas buscam refúgio na religião, na fama, mas o vazio é cada vez maior. A degradação dos valores morais aumenta. Vivemos dias difíceis, ferozes (2 Tm 3:1). A quinta praga são gafanhotos que atacam o corpo, mas não as matam. Deus dá aos homens o que eles querem e nisso está a sua maior ruína (Rm 1:18-32).

Ø “há certos períodos da história em que parece que o inferno é liberado, a restrição divina é retirada do diabo e sua forças agem livremente entre os homens e as mulheres deste mundo”. Martyn-Lloyd Jones.

2.2) O Rei da cavalaria do inferno (Ap 9:1,11). Quem é o comandante dessa cavalaria do inferno?

Ø Em primeiro lugar, ele é uma estrela caída (Ap 9:1). Os anjos são descritos como estrelas (Jó 38:7). Lúcifer rebelou-se contra Deus e foi lançado para fora do céu (Is 14.12). Jesus disse (Lc 10.18). a estrela que João viu, foi a estrela caída. A queda de Satanás é fato passado. Ele é um ser caído, decadente, derrotado. Satanás havendo se rebelado contra Deus, perdeu sua santidade, sua posição no céu e seu esplendor.

  UMA CHAVE LHE É DADA: ele toma e a usa para abrir uma porta, permitindo que saiam, de sua prisão, os ocupantes do abismo.



Abadom E Apoliom. Em segundo lugar, ele tem caráter pervertido, ele é destruidor (9.11). No Antigo Testamento Abadom já era personificado como príncipe da perdição. Os demônios que saem do poço do abismo são liderados por esse maligno. Ele é assassino, ladrão e mentiroso. Ele veio para roubar, matar e destruir (Joao 10.10). Esse rei é chamado de Abadom, no hebraico, e de Apoliom, no grego, por ser um destruidor.

Ø Em terceiro lugar, ele tem sua autoridade limitada (9.1,4,5). O diabo é um ser poderoso, mas Deus é Todo-Poderoso. O diabo não tem autoridade pra agir a não ser que Deus o permita.
Ø A autoridade do diabo é limitada em três aspectos:  Primeiro, ele precisa receber ordens para abrir o poço do abismo (9.1). O diabo não tem a chave do poço do abismo. Essa chave lhe é dada. É Jesus que tem as chaves da morte e do inferno (1:18). Ele solta um bando de demônios que estavam presos. Existem dois tipos de demônios: os presos aguardando julgamento  em algemas eternas  (Jd 6; 2 Pe 2:4) e aqueles que estão em atividade. Parte daqueles que estão presos são liberados aqui.

Ø Segundo, sua autoridade é limitada quanto à ação (9.4,5). Ele não podem matar os homens, mas apenas atormentá-los (9:5) e eles não podem atormentar os homens selados por Deus. Terceiro, sua autoridade é limitada quanto ao tempo (9:5). Cinco meses é a duração da vida do gafanhoto, da larva à plenitude da sua ação. Ele está limitado em sua ação e em seu tempo.

3) Características dos gafanhotos que saem do abismo (Ap 9:7-11).



“Os gafanhotos são insetos insaciáveis. Ele comem e defecam ao mesmo tempo. Quando passam por uma região devastam tudo. Em 1866 uma praga de gafanhotos invadiu a Argélia e tão grande foi a devastação que 200.000 pessoas morreram de fome nas semanas seguintes por falta de alimento”.  

Ø Os gafanhotos tem um tamanho incomum, e também voam com um barulho de asas que faz com que sejam confundidos com pássaros, e escureçam o sol, lançando na ansiedade, com medo de que destruam todas as suas terras. Os gafanhotos que João descreve, PORÉM, não são insetos, mas demônios. O cavalo, o homem, o leão e o escorpião estão reunidos neles.

3.1) Como são esses gafanhotos? Quais são suas características?


 Em primeiro lugar, são espíritos de obscuridade (9:2-3). Os gafanhotos aparecem voando em bando, podem chegar a escurecer a luz do sol. Eles cobrem a terra com uma nuvem de trevas. O diabo é da escuridão. Ele não suporta a luz. Onde há escuridão, existem demônios atuando. O diabo cega o entendimento dos incrédulos (2 Co 4.3). 

 Em segundo lugar, são espíritos de destruição (9:11). Eles são liderados por Abadom e Apoliom. Os demônios são implacáveis, impiedosos, destruidores. Os gafanhotos não tem rei, agem em bando (Pv 30:27). Esses espíritos malignos, porém, agem sob o comando de Satanás e se infiltram nos lares, nas escolas, nas instituições, na televisão, no cinema, no teatro, nas ruas, na vida dos homens e como uma cavalaria de guerra em disparada provocam grande tormento.

 Em terceiro lugar, são espíritos que tem podem e domínio (9:7).Esses demônios atuam nos filhos da desobediência (Ef 2:2). Eles mantém no cativeiro seus escravos (Mt 12:29). Os ímpios estão sob o dominio de Satanás (Atos 26:18) e estão no reino das trevas (Cl 1:13). O diabo é o deus deste século (2 Co 4:4), é o príncipe da potestade do ar (Ef 2:2) e o espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:3).

Ø Em quarto lugar, são espíritos que tem inteligência (9:7). Esses espíritos malignos podem discernir os que tem selo de Deus daqueles que não o tem. No reino espiritual anjos e demônios sabem quem é voce. Encantamento não vale contra a tenda do povo de Deus. O diabo não lhe toca. Precisamos ficar atentos contra as ciladas do diabo. Eles são detetives invisíveis (Ef 6.11). 

Ø Em quinto lugar, são espíritos de sensualidade (9:8). Devemos fugir daquela imagem medieval que pinta o diabo como um ser horrendo. Ele se dissimula. Ele aparece como um anjo de luz. Ele usa uma mascara atraente. A Orgia, a pornografia, o homossexualismo, e toda sorte de depravação moral estão enchendo a nossa cultura como uma fumaceira que sobe do abismo. O sexo no namoro, a infidelidade conjugal e as aberrações sexuais estão se tornando coisas normais para essa sociedade decadente.

Ø Em sexto lugar, são espíritos de violência (9:8 b). Dentes de leão falam de poder aniquilamento (Jl 1:6). Dentes como leão retratam o poder destrutivo e devastador desses demônios. Eles não brincam, não descansam, não tiram férias. Eles são atormentadores. Agem com grande violência.

Ø Em sétimo lugar, são espíritos inatingíveis (9:9). Esses espíritos são seres invisíveis, inatingíveis que não podem ser atacados por armas convencionais (Jl 2:7-9). Eles não podem ser detidos em prisões humanas. Eles não podem ser destruídos por bombas. Precisamos enfrentar essas hordas com armas espirituais.

4) Missão principal desses gafanhotos que saem do abismo (Ap 9:4-6,10).
Ø Esses gafanhotos tornam a vida dos homens um pesadelo. Eles despojam o homem de toda a perspectiva de felicidade. Eles tornam a vida um palco de dor e um picadeiro de angustias infernais. Eles ferrroam os homens como escorpiões cheios de veneno (9:5,10).

Ø Outra missão desses demônios é causar dano aos homens (9:4,10). Quantas perdas, quantas lágrimas, quanta vergonha, quanta dor, quanta angustia  nos lares arrebentados, quantas vidas iludidas, quantas pessoas com a esperança morta. O diabo é um falsário. Ele promete prazer, mas só da desgosto. Promete vida, mas provoca a morte. As pessoas buscam a morte em lugar de Deus.

CONCLUSÃO: A condição do povo de Deus diante dessa cavalaria do inferno (Ap 9:4 b). A igreja é o povo selado de Deus.

Ø Quem é nascido de Deus, o maligno não lhe toca (1 João 5:18). Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo ( 1 João 4:4). Nenhuma arma forjada contra nós prosperará (Is 54:17). Porque Deus é por nós, ninguém pode ser contra nós e nos destruir (Rm 8:31). Agora estamos nas mãos de Jesus (Joao 10:28) e (Pv 3:33).


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O naturalista e o missionário: Charles Darwin e Robert Kalley













Em 1809 nasceram duas crianças especiais no Reino Unido; uma em Shrewsbury, na Inglaterra, e outra em Mount Florida, na Escócia. A primeira chamava-se Charles e a segunda, Robert. Este era 7 meses mais novo que aquele. Charles era filho de uma família muito culta e Robert, de uma família muito rica. 

Os dois rapazes talvez nunca tenham se encontrado. Ambos, porém, foram estudar medicina na Escócia no mesmo ano, em 1825, obviamente com a mesma idade (16 anos), Charles na Universidade de Edimburgo e Robert na Universidade de Glasgow. Logo depois de formados, ambos fizeram longas viagens em navio a vela no exercício de suas profissões, Charles, como naturalista, e Robert, como médico de bordo. 

O primeiro embarcou no Beagle pouco antes de completar 23 anos e deu uma volta ao mundo: atravessou o Atlântico, contornou os dois lados da América do Sul, atravessou o Pacífico, passou pela Oceania, atravessou o Índico, contornou o Sul da África, atravessou outra vez o Atlântico e retornou à Inglaterra. A viagem durou quase 5 anos (dezembro de 1831 a outubro de 1836). 

Robert embarcou no Upton Castle com 20 anos incompletos e foi até Bombaim, na Índia. Os dois ficaram impressionados com algumas cenas chocantes que viram durante a viagem. Charles ficou chocado com a situação social dos nativos da Austrália e Nova Zelândia, transformados em escravos pelos próprios colonizadores europeus. E Robert, com as aberrações sociais da Índia. Tanto um como o outro se casaram em 1838, com 29 anos; Charles, com Emma, e Robert, com Margareth. 

Não obstante tanta coincidência, os dois britânicos eram religiosamente diferentes. Depois de abandonar o curso de medicina (tinha pavor das cirurgias), Charles matriculou-se na Universidade de Cambridge para estudar a Bíblia e tornar-se clérigo (1828). Não tinha, então, a menor dúvida quanto à verdade absoluta e literal de cada verso das Escrituras Sagradas. Já Robert foi se desfazendo da bagagem religiosa recebida no lar (a família desejava muito que ele estudasse teologia e se fizesse pastor) até se tornar ateu. Passou a ter aversão e repugnância às leis do Criador, o que o deixava mais em liberdade para satisfazer todos os desejos que lhe viessem ao coração, sem temer as conseqüências e penalidades. 

Aconteceu, porém, que os dois moços experimentaram mudanças religiosas na década de 1830, quando tinham vinte e poucos anos. Charles desistiu da carreira eclesiástica, formou-se em artes e tornou-se agnóstico. Robert renunciou a sua incredulidade e passou a ter profundo respeito por Deus. O que levou Charles a abandonar a fé foram as suas pesquisas científicas. O que levou Robert a abraçar a fé foi o testemunho de uma paciente muito enferma e muito pobre que enfrentava com incrível serenidade o sofrimento e a morte (1835). 

A partir dessas diferentes experiências revolucionárias, Charles e Robert tornaram-se notáveis, cada um em sua área. O primeiro tornou-se cientista. O segundo tornou-se médico-missionário. O trabalho de Charles levou muita gente a desacreditar da autoridade das Sagradas Escrituras. O trabalho de Robert levou muita gente a gostar de ler a Bíblia e de praticar suas normas de fé e conduta. 

Quando Robert se converteu, Charles estava ainda a bordo do Beagle. Quando Charles publicou, em 1839, o seu primeiro livro — Relatório de pesquisas em história natural e geologia dos países visitados durante a viagem ao redor do mundo no Beagle — Robert foi ordenado pastor presbiteriano em Londres. Ambos estavam, então, com 30 anos. 

Depois de sua longa viagem, Charles se dedicou à pesquisa e aos livros, quase todo o tempo em Down, no condado de Kent. Teve cinco filhos. Depois de sua conversão, Robert estudou teologia e se tornou missionário-médico na Ilha da Madeira (1838-46) e no Brasil (1855-76). Casado duas vezes, nunca teve filhos. 

Charles morreu em abril de 1882 com a idade de 73 anos. Robert morreu 6 anos depois, em janeiro de 1888, com 79. O primeiro está sepultado na Abadia de Westminster, em Londres, e o segundo, no modesto Dean Cemitery, em Edimburgo. 

O nome completo do naturalista é Charles Darwin. O nome completo do missionário-médico é Robert Reid Kalley. O primeiro é mais conhecido por sua teoria da evolução, que causou uma revolução na ciência biológica, mediante a publicação de seu mais importante livro Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural, há 140 anos. O segundo é mais conhecido por ser o primeiro missionário protestante a se radicar no Brasil, dando origem a duas denominações brasileiras: Igreja Evangélica Congregacional do Brasil e Igreja Cristã Evangélica do Brasil. 


Segundo o testemunho do Duque de Argyle, Charles Darwin nunca se livrou de certos conflitos íntimos, mesmo com a leitura da Bíblia e as orações da esposa, que era cristã. 



terça-feira, 6 de setembro de 2016

Uma esposa para Isaque. Gn 24


Introdução: Na cultura oriental, os pais são responsáveis em achar uma companheira para o filho. É comum o rapaz ou a moça participarem do arranjo, e algumas sociedades permitem que eles declinem de uma proposta da qual não gostem. Esse costume, seguido há muito tempo, ajudou a estabilizar civilizações inteiras. No entanto, em nosso mundo ocidental, nós mesmos iniciamos o processo de busca por um par mediante um encontro; ou seja, a responsabilidade por definir quem será o cônjuge e quando se dará o casamento é daqueles que se casam. AS ESTATÍSTICAS MOSTRAM QUE CASAMENTOS ARRANJADOS COSTUMAM DAR MELHORES RESULTADOS DO QUE NOSSA ABORDAGEM ESPONTÂNEA AQUI DO OCIDENTE.

1)    Uma esposa para Isaque.
Depois que Sara faleceu (Gn 23.1-2) – sua esposa por mais de cem anos – Abraão enriquecera sobremodo: ajuntara grandes rebanhos de gado, fornecendo carne e couro para as cidades da região. As vendas garantiam que a família e os servos de Abraão vivessem com fartura e em segurança à medida que ouro e prata entravam em seus cofres. Diante desse vazio, e com a idade de Isaque chegando aos 40 anos e ...ainda era solteiro. Já chegara o tempo de o herdeiro ter uma noiva, mas não poderia ser qualquer uma.

Abraão não queria que Isaque se casasse com nenhuma mulher de Canaã. Na cultura antiga o casamento não era apenas uma junção de duas pessoas, mas a mistura de duas famílias. Portanto, Abraão não queria que sua nova nação fosse misturada ao cadinho cananeu. Trazer uma mulher de longe ajudaria a reduzir a interferência externa.

Para realizar a importantíssima tarefa de encontrar a mulher certa para Isaque, Abraão chamou seu empregado de maior confiança. Em sua jornada de Ur a Canaã, Abraão passou por Damasco, onde Eliézer juntou-se à caravana (Gn 15.2) na condição de servo. As Escrituras o descrevem como o “servo mais velho de sua casa, que era o responsável por tudo quanto tinha” (Gn 24.2). Ele seria para Abraão o consultor financeiro, o chefe das operações e muito provavelmente seu amigo mais próximo. 

Jure pelo Senhor, o Deus dos céus e o Deus da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais estou vivendo, mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaque (Gn 24.3-4). A “minha terra” a que Abraão se refere ficava a cerca de 800 quilômetros ao norte de onde ele vivia. O servo levantou uma questão: “E  se a mulher não quiser vir comigo a esta terra? Devo então levar teu filho de volta à terra de onde vieste”? (Gn 24.5). Essa sugestão tocou em um nervo exposto de Abraão. A resposta em hebraico (“Cuidado”) foi dada de maneira abertamente ríspida, adicionando força a sua advertência: “Não deixe o meu filho voltar para lá” (v.6). Abraão, garantiu ao seu servo que Deus enviaria seu anjo para o instruir (Gn 24.7).

2)    Uma esposa para Isaque...como encontrá-la? Algumas pistas...

Ouça e preste atenção nos conselhos de pais piedosos. Nem todos os pais são piedosos, e pais piedosos nem sempre estão certos. Todavia, suas chances de escolher a pessoa certa aumentam quando seus pais caminham com o Senhor e buscam o conselho dele. Além do mais, eles costumam conhecer você melhor do que você conhece a si mesmo, e podem ajudá-lo a examinar sua motivação.

O servo partiu, com dez camelos do seu senhor, levando também do que o seu senhor tinha de melhor. Partiu para a Mesopotâmia, em direção à cidade onde Naor tinha morado” (Gn 24.10). Depois de uma jornada de quase um mês, o servo chegou à região norte da Mesopotâmia, conhecida como Arã Naaraim, que significa Arã de Dois Rios, cercada pelos grandes rios Tigre e Eufrates. Eliézer se posicionou estrategicamente em um ponto onde pudesse observar mulheres elegíveis (Gn 24.11-14):

“Ó Senhor, Deus do meu Senhor Abraão, faze com que tudo dê certo e sê bondoso para o meu Senhor.  Eu estou aqui perto do poço aonde as moças da cidade vem para tirar água. Vou dizer a uma delas: “Por favor, abaixe o seu pote para que eu beba um pouco de água. Se ela disser assim: beba, e eu vou dar água também para os seus camelos, que seja essa a moça que escolheste para o teu servo Isaque. Se isto acontecer, ficarei sabendo que foste bondoso para o meu Senhor”.

Assegure-se de que tudo seja imerso em muita oração. Não diga: “Se ela aparecer usando uma blusa com algum detalhe vermelho, receberei isso como sinal divino de que se trata da moça com quem tenho de me casar”. Eliézer procurou uma MULHER QUE DEMONSTRASSE HOSPITALIDADE INCOMUM. Tirar e carregar água exigia trabalho duro. No final da tarde, era costume, as mulheres vinham até a fonte com jarros de barro que seriam enchidos e levados para casa. Ele pensou em aumentar o trabalho delas, pedindo água para si próprio.

Era normal oferecer água a qualquer estrangeiro. Agora, servir a dez camelos, exigia esforço descomunal; considerando que cada camelo poderia beber quase 180 litros de água em tres minutos! Um jarro de 20 litros pesava em torno de 25 quilos. Para uma mulher que se voluntariasse a dar água aos camelos de alguém, isso significaria oferecer-se para carregar quase 2000 litros, 20 litros por vez. Se cada viagem levasse apenas um minuto, ela havia acabado de adicionar duas horas de trabalho exaustivo ao seu dia já bastante ocupado (Gn 24.15—21).


Procure qualidades que revelam caráter verdadeiro. “Caráter verdadeiro” são aquelas qualidades interiores que colocam alguém à parte de pessoas comuns. Ou seja: ele não é apenas educado com as pessoas que admira ou que espera impressionar; ele também é atencioso com o garçom com quem nunca mais tornará a se encontrar. Ela não é apenas bondosa com suas amigas; ela também é generosa com pessoas que não podem retribuir sua bondade.

Quando Rebeca terminou o trabalho, o servo de Abraão aproximou-se dela para saber mais. Ele deu a ela tres peças de joia de ouro que pesavam 10 siclos. Isso era significativo, considerando-se o contexto histórico: “Documentos legais da primeira metade do segundo milênio sugerem que um trabalhador poderia esperar ganhar no maximo 10 siclos (de prata) por ano, em geral menos que isso” (Gn 24.23-25).  Rebeca era formosa e moralmente forte. Era altruísta, atenciosa, cortês, diligente e laboriosa. Que descoberta Eliézer havia feito!

Prossiga com cautela, reflita profundamente. “Qualquer um pode ser admirável em um encontro – que dura apenas algumas horas. Depois de muitos anos de casados, como aquela pessoa reagirá se você contrair uma doença séria? E se a situação financeira for para o buraco?” Reserve tempo para observar como a outra pessoa se comporta sob pressão. Como ela lida com conflitos? Que tipo de relacionamentos essa pessoa tem com a família e os amigos?

Com um procedimento cauteloso, o servo observou a família de Rebeca. Isso é algo importante a se notar. Ao se casar com uma pessoa, você se casa com a família. Ainda que você não viva próximo dos familiares nem os visite com regularidade, seu cônjuge leva sua família de origem consigo (Gn 24.29-33).

Verifique se existe interesse mútuo nas coisas espirituais. Eliézer explicou sua missão medindo a temperatura espiritual do lar. Ignorou a comida que tinha diante dele e disse: “Deixe-me abrir o jogo e dizer por que estou aqui”. Ele então lhes contou toda a história do chamado de Abraão, sua jornada de fé com Deus, sua riqueza e seu propósito em enviar um mensageiro de volta à Mesopotâmia. Em todo esse relato, o único Deus verdadeiro desempenha um papel central na orquestração dos eventos. Tendo explicado a importância da reação de Rebeca junto à fonte, o servo perguntou: “Agora, se quiserem mostrar fidelidade e bondade a meu senhor, digam-me; e, se não quiserem, digam-me também, para que eu decida o que fazer” (Gn 24.49). Eis a resposta: “Isso vem do Senhor; nada lhe podemos dizer, nem a favor, nem contra. Aqui está Rebeca; leve-a com você e que ela se torne a mulher do filho do seu senhor, como disse o Senhor” (Gn 24.50-51).

Pergunta-se: Rebeca estaria disposta a ficar 800 quilometros de distancia de tudo o que lhe era familiar para casar-se com um completo estranho? Era uma grande decisão de modo que família propôs reservar dez dias para discutir o assunto. Mas o servo insistiu em retornar logo em seguida, certo de que a mão do Senhor o estava guiando. “Então lhe disseram: “Vamos chamar a jovem e ver o que ela diz. Chamaram Rebeca e lhe perguntaram: você quer ir com este homem? Sim, quero, respondeu ela” (Gn 24.57-58).

Conclusão: Quando a caravana se aproximou do acampamento de Abraão, aconteceu que Isaque estar no campo meditando (Gn 24.63). A palavra hebraica traduzida por “meditar” significa “vaguear, ir para frente e para trás”. Imagine o homem passando os dias andando, pensando e orando, ansioso. “Isaque levou Rebeca para a tenda de sua mãe Sara; fez dela sua mulher, e a amou; assim Isaque foi consolado após a morte de sua mãe” (Gn 24.67).