terça-feira, 11 de outubro de 2016

Jesus e Nicodemus. Jo 3.1-10.






Introdução: “Não te admires eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido de Deus”.

A história de Agostinho: “O ídolo que o separava de Cristo era o sexo. Ele deu lugar às suas paixões por 16 anos. Saiu de sua casa aos 16 anos, mas a sua mãe, Mônica, nunca deixou de orar por ele. Agostinho chegou quase aos 32 anos e, como ele mesmo disse: “Comecei a procurar um meio de obter força que eu precisava para ter prazer em ti (Ó Senhor), mas não pude achá-lo, enquanto não aceitei o mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo”. O vento do Espírito soprou no final de agosto, no ano 386 d.C. Agostinho era atormentado por sua própria escravidão bestial à luxúria, quando outros eram livres e santos em Cristo. Ele mesmo escreve:



“Havia um pequeno jardim junto à casa em que nos hospedamos... Levado pela agitação em meu peito, busquei refúgio naquele jardim, onde ninguém pudesse interromper aquela luta violenta na qual eu era meu próprio adversário... Eu estava bastante agitado com aquela loucura que depois me traria sanidade. Estava sofrendo uma morte que me traria vida... Estava frenético, subjulgado por uma ira violenta contra mim mesmo, por não aceitar tua vontade e entrar na tua aliança... Eu arrancava os cabelos e me esmurrava; fechava as mãos e abraçava os joelhos. Lancei-me ao chão, embaixo de uma figueira, e dei lugar às lagrimas que fluíam de meus olhos... Subitamente, ouvi a voz cantarolante de uma criança numa casa ali perto. Se era a voz de um menino ou de uma menina, não sei dizer, mas ela repetia o refrão: “Pegue-o e leia-o, pegue-o e leia-o”. Peguei (o livro das epístolas de Paulo) e abri-o; e, em silêncio, li a primeira passagem em que meus olhos caíram: “Não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.13-14). Eu não desejei ler mais do que esse trecho, nem precisava. Por um instante, quando cheguei ao final da frase, foi como se a luz da confiança inundasse meu coração, e toda a escuridão da dúvida foi dispersa”. AGOSTINHO NASCEU DE NOVO. Ele nunca retornou aos velhos costumes. O vento soprou em um jardim. Soprou na voz de uma criança. Soprou por meio de uma palavra das Escrituras. E as trevas do coração de Agostinho foram dissipadas.


A história de Lewis: Desde 1925Lewis era um associado do Magdalen College, em Oxford, onde servia como professor de língua e literatura Inglesa. Lewis talvez seja mais bem conhecido hoje como o autor de As Crônicas de Nárnia. O ventro soprou para Lewis numa noite de setembro, em 1931, discutindo cristianismo com J. R.R Tolkien (autor de O Senhor dos Anéis). Eis como ele conta a história do passeio de ônibus até ao zoológico, o passeio em que ele foi salvo:



“Sei muito bem quando tomei o passo final, mas não sei exatamente como aconteceu. Numa manhã ensolarada, fui ao zoológico. Quando saímos, eu não acreditava que Jesus Cristo é o Filho de Deus; e, quando chegamos ao zoológico, eu já acreditava. Entretanto, eu não havia, exatamente, passado a viagem fazendo reflexões, nem tive grandes emoções. “Emocionante” talvez seja a ultima palavra que podemos aplicar a alguns dos acontecimentos mais importantes. O que aconteceu é comparável ao caso de um homem que, permanecendo imóvel na cama, após dormir por longo tempo, conscientiza-se de que agora está acordado”. 

 Quando Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, falava a todos nós. Nós precisamos nascer de novo, do contrário, não veremos o reino de Deus. Isso significa que não seremos salvos, não seremos parte da família de Deus, não iremos para o céu. Em vez disso, iremos para o inferno, se não nascermos de novo. Jesus afirmou: “Sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36).

1)       Por que o novo nascimento é inquietante?



Primeiro: o ensino sobre o novo nascimento nos confronta com nossa miserável condição espiritual, moral e legal sem a graça regeneradora de Deus. Antes de o novo nascimento acontecer conosco, estamos espiritualmente mortos, somos moralmente egoístas e rebeldes, somos legalmente culpados diante da lei de Deus e estamos sob a sua ira (Efesios 2.1-5). 

Segundo, o ensino sobre o novo nascimento refere a algo que é feito para nós, e não a algo que nós mesmos fazemos. João 1.13 enfatiza isso quando se refere aos filhos de Deus como aqueles que “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, MAS DE DEUS”. É Deus quem realiza o novo nascimento, e não nós. Pedro salientou essa mesma verdade: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou” (1 Pe 1.3).

2)    O que é o novo nascimento? 

  
Primeiro, o que acontece no novo nascimento não é a obtenção de uma nova religião, e sim de uma nova vida. Nicodemos era um fariseu e um dos principais dos judeus. Os fariseus eram os mais rigorosamente religiosos de todos os grupos de judeus. E Jesus disse a esse fariseu: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Ou,“Importa-vos nascer de novo” (v.7). Então, um dos argumentos principais de João é este: toda a religião de Nicodemos, todo o seu admirável estudo, toda a sua disciplina e firmeza em cumprir a lei não substituíam a necessidade do novo nascimento.

O que Nicodemos precisava, o que você e eu precisamos não de religião, e sim de vida. O Objetivo de Jesus em referir-se ao novo nascimento é que o nascimento traz uma nova vida ao mundo. Não havia vida espiritual em Nicodemos, ele estava morto espiritualmente! Precisava de vida, e não de mais atividades religiosas ou mais zelo religioso, mas VIDA! Na parábola de Lucas 15, lemos que o pai disse: “Este meu filho estava morto e reviveu” (Lc 15.24).


Segundo, o que acontece verdadeiramente no novo nascimento é que experimentamos o sobrenatural. Nicodemos disse: Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (v.2). Em outras palavras, Nicodemos viu no ministério de Jesus a mão de Deus. Mas, o que importa não é a mera afirmação do caráter sobrenatural de Jesus, e sim experimentar em si mesmo o sobrenatural. O novo nascimento é sobrenatural, e não natural. “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”.  A carne é o que somos por natureza. O Espírito é a Pessoa sobrenatural que ocasiona o novo nascimento.

Jesus disse: “O vento sobra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (v.8). O Espírito de Deus sopra onde quer. Não O controlamos. Ele é livre e soberano; é a causa imediata do novo nascimento. 
  



Conclusão:  Jesus é a vida que recebemos no Novo Nascimento. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). E mais, “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35). Em  João 20.21, o apostolo disse: “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Portanto, não há vida espiritual – não há vida eterna – sem uma ligação com Jesus e uma crença nEle.


No Novo Nascimento, o Espírito Santo nos une a Cristo numa união de vida. Cristo é a vida. Ele é a videira em que a vida floresce. Nós somos os ramos (Jo 15.1-7).

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