sexta-feira, 1 de julho de 2016

O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Salmo 23


Este é considerado o mais belo e conhecido cântico de confiança de Davi em Deus. Neste Salmo não se manifestam queixas  de aflição ou súplicas por livramento. É uma expressão poética de gratidão ao Senhor. Davi usa a metáfora preferida dos reis – retratar Deus como supremo pastor – que provê todas as necessidades de suas ovelhas (seu povo, seus filhos) e as protege e defende.

1)    O Senhor é o meu pastor. 

Era natural para um pastor da comunidade pensar no Senhor como seu pastor,  que “fez sair seu povo como ovelhas e o guiou pelo deserto” Salmol 78.52: “Mas tirou o seu povo como ovelhas e o conduziu como a um rebanho pelo deserto”; Salmo 80.1: “Escuta-nos, Pastor de Israel, tu, que conduzes a José como a um rebanho; tu, que tens o teu trono sobre os querubins, manifesta o teu esplendor”.

O cristão não pode ler ou cantar esse Salmo sem pensar em Jesus Cristo, que teve a coragem de aplicar  a metáfora de Jeová para Si. É Ele quem é para nós “o bom pastor” (Jo 10.11-14; 1 Pe 5.4; Hb 13.20).

Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. 

Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. 


1.1)         Ele me leva para “verdes pastos”.



Eram remansos ou campinas de relvas com pequenas lagoas, onde as ovelhas podiam encontrar refrigério, segurança, paz e repouso. Deus se coloca como pastor para mostrar ao mundo que não trata o seu rebanho como um mercenário.

1.2)         “Refrigera a minha alma”.




Essa expressão traz o sentido literal de “CONVERSÃO DE TODO O SER” ou renascimento do fiel. Pode retratar ainda, a ovelha desgarrada que é trazida de volta (Is 49.5; 60.1; Os 14.1-2). Por outro lado, “restaura o vigor” é muito mais do que simples refrigério. Significa a possibilidade de um novo começo de vida. Deus, por zelo (amor) ao seu nome, nos converterá e transformará em pessoas cujos caminhos serão os do Senhor.

1.3)         “o vale da sombra da morte”.



Os “verdes pastos” e “o vale da sombra da morte” são “ambos” caminhos do Senhor. A palavra  hebraica salmawet, cujo significado literal é “sombra da morte”, tem o sentido de “escuridão” e de fases criticas da vida, quando não conseguimos enxergar a saída (Jó 38.17; Jr 2.6; Mt 4.16; Lc 1.79).

Nosso Senhor é Deus e também Pastor e companheiro. Sempre que necessário, ele caminha ao nosso lado e não só a nossa frente. O Senhor nos acompanha armado de “vara” (uma espécie de cassetete carregado à cintura) e de “cajado” (para ajudar a caminhar e para  conduzir o rebanho, que era também arma e instrumento de controle, pois a disciplina gera confiança e segurança. Em última análise, só o Senhor pode nos guiar através da morte; todos os demais guias, parentes e amigos recuam ou permanecem, e o viajante tem de prosseguir sozinho.

1.4)         “Banquete na presença dos meus inimigos”.



No Oriente Médio, um homem que fosse perseguido por seus inimigos precisava entrar, ou ao menos tocar, na tenda do monarca em quem buscasse refúgio, para estar seguro. Seus inimigos eram obrigados a deter-se e olhar de fora para dentro, sem nada pode fazer contra o perseguido, agora hóspede e, portanto, protegido por seu hospedeiro. 

Como era costume dos anfitriões mais hospitaleiros, a cabeça do hóspede era ungida (untada, umedecida com substancia oleosa e perfumada) e farta refeição era oferecida (Gn 31.54). Todas as necessidades são supridas e todos os inimigos afastados, pois o Anfitrião é mais que um hospedeiro; é amigo do hospede.

No mundo do Antigo Testamento, comer e beber na casa de alguém criava um vínculo de compromisso, amizade e lealdade mútuas. Foi assim em Ex 24.8-12, onde os anciãos de Israel viram a Deus e comeram e beberam. O mesmo ocorreu na última ceia, quando Jesus anunciou ser aquele o cálice de uma nova Aliança em seu sangue (1 Co 11.25). Deus deseja conviver conosco por todo o sempre, literalmente “para a duração dos dias” (Mt 22.32). 

Nesse compromisso, a felicidade e as misericórdias (amor leal) de Deus acompanham (literalmente: perseguem) os fiéis, assim como Seus juízos perseguem os ímpios (Sl 83.15).



Bibliografia: Biblia King James Atualizada.





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