terça-feira, 14 de junho de 2016

Abrão e Ló: uma decisão (Gn 13.1-18).


Introdução:   De Abrão, aprendemos que relacionamento com Deus é uma jornada de fé iniciada pelo simples reconhecimento de que o Senhor existe e nos ama, de que ele tem para nós uma vida cheia de grandes bençãos (Gn 12.2), e Ele deseja que nós desfrutemos de um relacionamento muito próximo com ele. Também, aprendemos que fé não é simplesmente acreditar que existe um Criador onipotente e onisciente, FÉ É CONFIAR EM DEUS À MEDIDA QUE VIVEMOS. Além disso, a fé começa tateante e imperfeita, e que Deus usará nossas experiências para nos fortalecer nessa fé.

1)   A crise da prosperidade (Gn 12.1-4).
“A adversidade às vezes se impõe duramente sobre o homem; mas, para cada homem que consegue enfrentar a prosperidade, existem cem que enfrentarão adversidade”.  Thomas Carlyle.  Nosso verdadeiro caráter aparece quando as coisas vão realmente bem. É fácil tornar-se arrogante, cheio de si, soberbo, ganancioso, etc. 


Abrão retornou para Canaã com mais riqueza do que quando chegou ali, vindo de Ur dos Caldeus. O texto de Genesis 13.2 refere-se a ele como alguém que “tinha enriquecido muito” (“Abrão era muito rico; tinha gado, prata e ouro”). A expressão hebraica significa literalmente “pesado”. Diríamos hoje que Abrão era endinheirado.

Abrão regressa a Canaã: vem do Egito, através da região desértica do Neguebe, e de volta para Betel, onde Abrão havia construído seu último altar. O nome Betel significa “casa de Deus”. Assim, Abrão retornou para casa, por assim dizer. Quando chegou ali, adorou o Senhor NOVAMENTE.


2)   Ló e uma decisão.
Até esse ponto da narrativa, não tínhamos ouvido muito sobre Ló, sobrinho de Abrão. Descobrimos pelo texto de Genesis 11.28 que o pai de Ló – Harã – havia morrido. O Senhor disse a Abrão que deixasse toda a sua família, mas ele não o fez. Carregou consigo seu pai e seu sobrinho. Quando Abrão prosperou - principalmente no Egito, Ló também se beneficiou (Gn 13.5).

Em Canaã ocorreu um conflito: a terra não era suficiente para os animais de Abrão e Ló (Gn 13.8-9). Abrão primeiramente afirmou o relacionamento que tinham e expressou seu desejo de preservar a harmonia. Então propôs uma solução que colocou Ló no controle de seu próprio destino.  Ao dar a Ló a escolha do território e aceitar qualquer coisa que sobrasse, ele abriu mão do controle de seu futuro. Ao deixar que Ló escolhesse a terra primeiro, Abrão confiou que Deus cuidaria dele independentemente do que visse a acontecer.
A OPÇÃO DE Ló pelo território fértil revela seu verdadeiro caráter (Gn 13.10-11). Ele optou pela ganância. Escolheu riqueza acima da família. Optou por confiar nele mesmo em vez de confiar em Deus. VERDADE SEJA DITA, A MAIORIA DE NÓS É MAIS PARECIDA COM LÓ DO QUE COM ABRÃO.


Escolher pelas aparências, confiando apenas nos próprios olhos, isto tem derrubado e destruído muitos crentes. Escolha de cônjuges errados, locais de moradia errados, universidades erradas, companhias erradas, ocupações erradas e até igrejas erradas. Não há mais volta depois de uma escolha errada. A cada grande escolha errada na vida, cabe um preço a ser pago.


Sem dúvida, o dinheiro assumiu um aspecto sacro em nosso mundo, e seria bom que encontrássemos formas de difamá-lo, profaná-lo e calcá-lo sob os pés. Portanto, pise-o. Grite com ele. Ria dele. Coloque-o no fim de sua escala de valores – certamente bem abaixo da amizade e das boas companhias. E dedique-se ao ato mais profano de todos: o de doá-lo”. Richard Foster (Dinheiro, poder e sexo).


A fé exibida por Abrão mostrou-se a decisão melhor no longo prazo; a ganancia de Ló lhe custaria praticamente tudo: “Abrão ficou na terra de Canaã, mas Ló mudou seu acampamento para um lugar próximo a Sodoma, entre as cidades do vale. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente perversos e pecadores contra o Senhor (Gn 13.12-13)”.  

3)   Abrão e uma decisão.
Depois que Ló tomou a decisão de ir para as campinas do Jordão, o Senhor apareceu a Abrão e ratificou sua promessa (Gn 13.14-15). O Senhor garantiu a Abrão que este não estava sacrificando nada no longo prazo ao abrir mão de seu direito e escolher confiar em Deus. Abrão respondeu mudando-se para Hebrom, onde passaria grande parte do restante de sua vida. A terra de Hebrom era “relativamente fértil, e uma variedade de frutos (maçãs, ameixas, figos, romãs, damascos), castanhas e vegetais são cultivados facilmente”. Não muito longe dali, erguiam-se “os carvalhos de Manre” (Gn 13.18), similares aos santuários de fertilidade localizados em Siquém. Abrão colocou a marca de Deus em Hebrom ao construir um altar – outro monumento de pedra a fim de simbolizar sua fé no único e verdadeiro Criador – para seu protetor e provedor.

Conclusão: qual decisão tomar? 

A decisão de Ló representa um planejamento em um espaço bidimensional. Para Ló, não havia o “para cima”. Quando tomava suas decisões, ele não considerava Deus como fator determinante de seu futuro. Ele procurou no vale do Jordão e viu apenas vegetação verde e exuberante para seus rebanhos, além de solo rico e saudável para suas plantações.  Os planos de Ló eram egoístas, limitados por sua habilidade de observar o entorno e por sua capacidade de raciocinar.


Ló não mediu nenhuma conseqüência, queria aquilo que fosse satisfazer sua carne. Olhou e viu aquele lugar bonito e achou que ali seria um bom lugar para que ele pudesse prosperar ainda mais. “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8.8). Como alguém vai ser guiado por Deus em suas decisões se anda na carne? Como alguém vai ouvir a voz de Deus dizendo o caminho correto para percorrer se quer agradar a si mesmo e não a Deus?

Nos dias de hoje, sempre há pessoas que seguem pelo mesmo caminho que Ló seguiu. Não querem sair do mundo, não querem separação e, com isso, cada vez mais “armam suas tendas para Sodoma”. Que caminho triste. Querem caminhar com Deus e com o mundo. Nos fins de semana querem louvar a Deus, mas durante a semana vivem para si. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4   ).

A decisão de Abrão representa um planejamento em um espaço tridimensional. Ele levou em conta a presença de Deus para protegê-lo, sustenta-lo, guia-lo e realizar o plano por meio dele. Abrão era sensível a voz de Deus.


Como você vê o mundo? Voce está preso no plano horizontal, como Ló? Ou conta com a dimensão vertical ao buscar o conselho de Deus? Deus, nos dias atuais, nos conduz em uma jornada de fé, no contexto de uma relacionamento pessoal, com o objetivo de mudar nosso coração. Ele usa a Bíblia, nossos relacionamentos com os irmãos, nossas experiências e – o mais crucial de todos os fatores – a habitação do Espírito Santo em nós para transformar nosso coração e nos guiar  a uma maior conformidade com seus caminhos (Jr 31.31-33). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário