terça-feira, 21 de junho de 2016

Abrão, amigo de Deus.  Gn 15


Introdução: No Oriente Médio de hoje, algumas pessoas se referem a Abraão como Khalil Allah,que significa “amigo de Deus”, ou simplesmente El Khalil, “o amigo”. Abraão recebeu esse nome não porque escolheu favorecer Deus ou porque sua bondade moral teria conquistado o coração divino. Afinal, ele era um politeísta ignorante e supersticioso – como seus pares – quando Deus o chamou de Ur. Abraão carrega esse titulo honroso porque Deus deu todas as bençãos que acompanham a amizade e, pela fé, ele as recebeu.   

1)    Deus ratifica sua promessa.
A voz divina veio a Abrão numa visão, e o Senhor falou diretamente sobre o assunto que pesava tão intensamente sobre o coração de seu servo. “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!” (Gn 15.1). Ele era um homem com 85 anos de idade, com uma esposa que havia muito já entrara na menopausa (75 anos), e os dois pensavam em como teriam um filho. VEJA O QUE ABRÃO DISSE A DEUS: “Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco (...) Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!” (Gn 15:2-3).

A expressão “Ó Soberano Senhor” é incomum, uma vez que coloca juntos dois dos nomes de Deus: ADONAI E YAHWEH. Abrão diz a Deus exatamente o seguinte: “O Senhor continua prometendo bençãos, mas estou mais perto da morte do que já estive, e não tenho herdeiro de sangue para receber as promessas de tua aliança. Sarai já não pode engravidar; então qual é exatamente a recompensa a que o Senhor se refere? Abrão teoriza que talvez seu mordomo, Eliézer, possa ser o herdeiro que Deus tinha em mente.

Em Genesis 15.4, está escrito que o Senhor começou com um enfático NÃO. Em seguida, ele ressalta que o herdeiro de Abrão viria do corpo do patriarca, ou seja, seu HERDEIRO TERÁ O SEU DNA! Para confirmar essa promessa, o Senhor levou Abrão para fora. O VERBO É ATIVO, quase forçoso, como se Deus o tivesse pego fisicamente e o colocado numa clareira sob o céu noturno. “OLHE PARA OS CÉUS E CONTE AS ESTRELAS, SE É QUE PODE CONTÁ-LAS (...) Assim será a sua descendência” (v.5). 


Quantas estrelas existem no universo? A olho nu somos capazes de contar cerca de 6.000 estrelas no céu. Se usarmos um binóculo, mesmo pequeno, ou uma luneta como a de Galileo, esse número é capaz de ultrapassar 30.000. Através do telescópio principal do OAP somos capazes de observar mais de 1.000.000 de estrelas.  Estimamos que existam entre 200 e 500 bilhões de estrelas na Via Láctea”.


2)    A fé de Abrão.
Sem hesitação, Abrão “creu no Senhor” (Gn 15.6). o termo hebraico significa “ter certeza, confiar”. Por que, na perspectiva de Abrão, as palavras de Deus colocaram um fim no assunto? Por que ninguém pode discutir com aquele que fez as estrelas. A ONIPOTENCIA DE DEUS TORNA QUALQUER COISA POSSÍVEL, INCLUINDO O NASCIMENTO DE UM BEBÊ DE UMA MULHER NA PÓS-MENOPAUSA.

Essa breve sentença é, de fato, um dos versículos mais significativos da Bíblia. Deus declarou Abrão justo (Gn 15.6). A palavra hebraica significa “conformidade com um padrão ético ou moral”. É usada para descrever a natureza moralmente perfeita de Deus em Salmos 145.17: “O Senhor é justo em todos os seus caminhos e é bondoso em tudo o que faz”. O Senhor fez isso por causa da fé que Abrão demonstrava.


Os autores do Novo Testamento usam essa passagem para provar que as pessoas recebem salvação pela graça de Deus por meio da fé (Rm 4.3, 20-22; Gl 3.6; Tg 2.23). É por isso que Paulo considerou Abraão o pai da nação hebreia, mas também o pai espiritual de todos os que creem (Rm 4.11).

Justificar é um termo forense que “denota basicamente uma sentença de absolvição”. É uma decisão do tribunal declarando que alguém está em relação certa com Deus e sua lei. Na justificação a pessoa não é tornada justa, mas declarada justa. A justificação não é um processo, mas um ato.  Na justificação, Deus não limpa simplesmente todas as acusações do pecador; ele declara positivamente que esse pecador é justo.

Justificação significa uma mudança permanente em nossa relação judicial a Deus, mediante a qual somos absolvidos da acusação de culpa, e pela qual Deus perdoa todos os nossos pecados com base na obra completa a acabada de Jesus Cristo. Sem Cristo, nossa relação judicial a Deus é de condenação – estamos condenados devido a nosso pecado, tanto original quanto o atual. Quando somos justificados, nossa relação judicial com Deus é mudada da condenação para a de absolvição.



O apostolo Paulo escreve: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Em outras palavras, o fato de Jesus Cristo, o Filho de Deus, ter satisfeito todos os pré-requisitos de moralidade em nosso favor e ter sofrido as consequências de nossa falha moral, permite que, legitimamente, chamemos Deus de nosso Amigo.

Conclusão: Sendo amigo de Deus, como Abrão.

·        Deus, nosso Amigo, acalma nossos temores e entende nossos questionamentos. “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!” (Gn 15.1). Abrão respondeu com duas perguntas; contudo, o Senhor nunca o repreendeu, nunca perdeu a paciência. Portanto, não tenha medo de fazer perguntas a Deus. Não guarde o medo a ponto de ficar confuso. O Senhor nos diz: “Eu sou o seu Deus”.

·        Deus, nosso Amigo, quer nos abençoar, mas ele sabe que coisas boas oferecidas no momento errado podem causar mais dano do que beneficio. Abrão esperou praticamente 25 anos pelo primeiro sinal de gravidez em sua esposa. Abrão começou a buscar alternativas, pensando que talvez tivesse entendido Deus errado ou que Deus tivesse abandonado sua promessa.

·        Deus, nosso Amigo, quer que confiemos nele. Amizades tem a confiança como fundamento; Deus se alegra quando acreditamos nele. Por toda a Escritura, o Senhor estende os braços para o povo, dizendo: “Creia. Confie em mim!” (Pv 3.5-8).

·        Deus, nosso amigo, quer que vivamos sem medo. Para nos apoiar em meio a circunstancias confusas, ele nos dá garantia, fatos que podemos saber com certeza. Essas garantias representam algo em que podemos nos apegar quando as trevas nos cercarem (Gn 15.13...) Independentemente da circunstancia da nossa vida, Deus quer que confiemos em seu caráter imutável.

·        Deus, nosso amigo, tem planos para o nosso bem, não para a nossa destruição. Além do mais, nosso futuro é tão límpido para Deus quanto nosso passado é para nós. Ele revelou a Abrão seu futuro até o ponto de contar-lhe sobre o êxodo, sobre as pessoas que viriam para a terra e sobre como o Senhor as levaria de volta, tirando-as da escravidão.




Nenhum comentário:

Postar um comentário