terça-feira, 3 de maio de 2016

O ginásio de Deus – Hb 12.5-14


Introdução:  Alguns perigos dentro e fora de nós:

Há certos perigos à nossa volta nesta vida terena e precisamos  ser protegidos deles – o perigo do orgulho, da autossatisfação, da presunção, o perigo de nos afastarmos e nos tornamos mundanos. Sem  perceber esses perigos horríveis estão sempre ameaçando o cristão nesta vida e neste mundo.  Por isso, não há nada melhor para o desenvolvimento da humildade  do que a correção, e precisamos dela se vamos ser humildes e mansos. Ele “açoita todo o que recebe por filho” e porque “o Senhor corrige o que ama”. Esse é o ensino.

A correção pode vir de muitas maneiras. Pode vir através das circunstancias, pode assumir a forma de uma perda financeira ou alguma dificuldade em nossos negócios ou profissão; pode vir como algo que nos abate e nos deixa perturbados e perplexos; pode vir mediante um desapontamento ou decepção pessoal, ou através de uma doença.
1)    Maneiras erradas de reagir a correção.

O perigo de desprezar: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor”. Essa é a primeira forma errada de reagir a correção – é encara-la de forma leviana, não lhe dando atenção; coloca-la de lado como algo sem importância, não a levando a sério – apresentando uma fachada de coragem, por assim dizer, não permitindo que a correção nos afete. “Muitas das coisas que estão desgraçando a vida hoje não poderiam acontecer se as pessoas fossem sensíveis – se tivessem um mínimo de sensibilidade”.


“E não desmaieis quando por ele fores repreendido” (v.5).  Esta é uma citação do Velho Testamento, do livro de Provérbios (Pv 3.11-12), e se refere ao perigo de ficar desanimado com a correção, o perigo de desmaiar por causa dela, o perigo de desistir e se entregar, o perigo de se sentir desesperançado.  “Eu não posso suportar isto”. O coração desanima, e aquilo nos esmaga. Isso nos leva a tendência de questionar por que aquilo aconteceu, e se Deus está sendo justo.

“E que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”. Há pessoas que reagem às provações, testes e correções da vida, ficando amarguradas.  “Há pessoas que, antes de serem assaltadas pela correção, pareciam muito amigáveis e simpáticas, mas quando são assaltadas pelas correções, tornaram-se amargas, egocêntricas e difíceis. Elas se voltaram para si mesmas, sentindo que o mundo todo estava contra elas. Tais pessoas não podem ser ajudadas; a amargura entra em suas almas, aparece em seus rostos”.  Estas coisas que nos acontecem na vida provam-nos no mais profundo do nosso ser, e revelam se realmente somos filhos de Deus ou não! 


2)    Maneiras certas de reagir a correção.

Devemos nos comportar como filhos, e não como crianças.  “Voces se esqueceram da exortação que argumenta com vocês como pessoas adultas – como filhos. Voces já não são crianças”. São adultos, então, parem de desmaiar, acabem com as lamúrias e o choro, parem de agir como crianças emburradas. Voces dizem que são adultos, mas estão mostrando que ainda são bebês, ao se comportarem assim”.

Que devemos fazer, então, se somos adultos? Ele começa com uma negativa em forma de repreensão, dizendo: “Já vos esqueceste da exortação”. Ou seja, vocês estão caindo nessa armadilha de resmungar, mas não tem qualquer desculpa. Quando alguma coisa errada acontece na vida do incrédulo, o que ele tem para sustentá-lo? O cristão, no entanto, tem a Bíblia, e deve colocar qualquer circunstancia no contexto da Palavra de Deus.

Devemos prestar atenção e seguir os argumentos da Palavra de Deus. “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como a filhos”. Ora, essa palavra “argumentar” tem o sentido de “apresentar razões, persuadir”. Portanto, a Palavra de Deus não nos dá simplesmente uma consolação geral; ela sempre nos dá um argumento.  Há muitas pessoas, infelizmente, que leem a Biblia de uma forma puramente sentimental.  Mas a palavra de exortação argumenta conosco – ela apresenta razões, persuade.

Qual é o argumento? É Deus quem está fazendo isso, e Ele está fazendo isso com vocês porque são Seus filhos (Hb 12.9-10). Deus, portanto, é quem está fazendo isso conosco, e está fazendo isso porque somos Seus filhos; Ele está fazendo para o nosso bem, porque somos Seus filhos.  E, no versículo onze temos: “E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacifico de justiça...”. Acrescenta: “... nos exercitados por ela”. As únicas pessoas que serão beneficiadas pela correção, são aquelas “exercitadas por elas” aquelas que se submetem ao tratamento de Deus.

Qual é o processo? Ele nos diz que Deus fará estas coisas conosco, colocando-nos num ginásio. Este é o sentido original da palavra que é traduzida como “exercitar”, e apresenta um quadro maravilhoso. Dizem que a raiz desta palavra “ginásio” é uma palavra que significa “ser completamente desnudo”. Então, o quadro que temos aqui é o de alguém que é levado para um ginásio e ali ordenam que se desnude completamente (Hb 12.1: “deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia”). 




Duas ideias: Alguém que precisa de exercícios. Ele foi negligente com seu corpo, foi indolente num sentido físico, então o instrutor o leva para o ginásio e o faz passar pelos exercícios para que ele possa desenvolver uma forma física perfeita (VS. 12-13). Observem que menciona joelhos desconjuntados, e parece haver uma fraqueza geral.
Estamos num ginásio espiritual. Deus nos desnuda. Ele nos examina, e sabe exatamente o que precisamos. Agora tudo o que precisamos fazer é nos submeter a Ele e fazer exatamente o que Ele nos diz. No momento em que algo acontece conosco, devemos dizer: “Estou no ginásio de Deus. Alguma coisa deve estar acontecendo”. O que está errado? (Sl 119.71).  Portanto, devemos examinar a nós mesmos, profundamente, tentando descobrir a causa. Nada disso é motivo de alegria, mas precisamos vasculhar  a nossa vida, examinar as profundezas do nosso ser, por mais doloroso que seja, para ver se há algum ponto em que temos nos desviado sem perceber.

Conclusão:



Devemos confessar nossos pecados. Esta é uma parte vital dos exercícios, e nunca nos recuperaremos, se não fizermos isso. E, depois, “tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjutados. Ou seja, devemos ter domínio próprio, ser firmes, andar eretos, ser vigorosos. 

Bibliografia

Martin Lord Jhones - Depressão Espiritual
Biblia Comentada Almeida

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