sábado, 2 de abril de 2016

Quem pode “julgar” os outros?  Gálatas 5:26 – 6:1-5.




“Vá até ele, estenda-lhe a mão, levante-o novamente, console-o com palavras brandas e abrace-o com braços de mãe” (Lutero).


Introdução. O que não devemos fazer.

“Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”. Gálatas 5.26
Este é um versículo (v.26) muito instrutivo porque mostra que a nossa conduta para com os outros é determinada pela opinião que temos de nós mesmos. “Presunçoso” (o adjetivo grego Kenodoxos) fala de uma pessoa cuja opinião de si mesma é vazia, vã ou falsa.  Ela acalenta uma ilusão acerca de si mesma ou é simplesmente convencida. Quando somos convencidos inclinamo-nos a fazer uma de duas coisas: ou “provocamos” os outros ou os “invejamos”.

Superioridade ou Inferioridade. “Provocar”, significa “desafiar alguém para uma competição”. Implica em dizer que temos tanta certeza de nossa superioridade que desejamos demonstrá-la. Segundo, invejamos os outros, seus dons e realizações. Temos uma opinião tão cheia a nosso respeito que não suportamos rivais (Rm 12:3).

1)    Como os cristãos devem tratar os outros (vs. 2-5).

Tal palavra (baros) significa, literalmente, um “peso”, algo difícil de ser transportado. No texto presente, pode significar, em sentido geral, todas as tribulações, todas as provas, todos os problemas que um irmão na fé tem de enfrentar; ou então em sentido mais especifico, podem estar em foco as tentações e quedas que um irmão mais fraco na fé encontra ao longo do seu caminho (2 Co 7:5-6).

1.1)         O perigo do julgamento (Gálatas 6:3).

"Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.Gálatas 6:1-3". 

A implicação parece ser que, se não carregarmos os fardos uns dos outros, achamos que somos superiores.  A verdade é que não somos “alguma coisa”; somos “nada”. Será  um exagero? Não!  Quando o Espírito Santo abre os nossos olhos para que nos vejamos como somos, rebeldes para com Deus que nos fez à sua imagem, nada merecendo de sua mão além da destruição.

Versículos 4 e 5: Mas prove cada um seu labor, e então terá motivo de gloriar-se unicamente em si, não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo. Ou seja, temos de cuidar da nossa vida! Não há contradição aqui entre o versículo 2, “Levai as cargas uns dos outros”, e o versículo 5, “cada um levará o seu próprio fardo”. A palavra grega para carga é diferente: baros (versículo 2) significa um peso ou fardo pesado, e phortion (versículo 5) é um termo comum para pacote. Assim, devemos carregar os “fardos” que são pesados demais para uma pessoa carregar sozinha. Há, porém um fardo que não podemos partilhar, e este é a nossa responsabilidade diante de Deus no dia do juízo.

2)    Um exemplo de fardos compartilhados (Gálatas 6:1).




“Surpreender”. O exemplo mais conhecido no Novo Testamento é o da mulher eu os fariseus levaram a Jesus, dizendo ter sido “apanhada em pecado de adultério” (Jô 8:4).

O que fazer? Esse é o grande teste do crente: Que faz ele com o homem que cai? Qual é a sua atitude para com aqueles que são apanhados em alguma falta? Qual é a sua obrigação para com aquele que tiver falhado? Qual é a responsabilidade do grupo ou da igreja?

“Se alguém for surpreendido nalguma falta ...corrigi-o”. O grego é katartizo, tem o sentido de “emendar”, “reparar”, “restaurar”. Quando um crente cai em pecado, torna-se necessário um “reparo”, porquanto terá sofrido certos danos devido a sua má experiência. Tal reparação haverá de restaurá-lo perante os seus próprios olhos, perante Deus e perante a comunidade cristã. . “Vá até ele, estenda-lhe a mão, levante-o novamente, console-o com palavras brandas e abrace-o com braços de mãe” (Lutero).

Quem deve fazer?  “Vós que sois espirituais, corrigi-o”. Esse ministério de amor e restauração de um irmão que errou é exatamente o tipo de coisa que devemos fazer quando andamos no Espírito. Só um cristão “espiritual” deve tentar restaurá-lo.

Como se deve fazer?  “Vós que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado”.


CONCLUSÃO. “Acaso sou eu tutor do meu irmão” (Gn 4:9). Se alguém é meu irmão, então eu sou o seu tutor. Devo cuidar dele com amor e preocupar-me com o seu bem-estar.

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