terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não confie em Falsas Palavras  - Jr 7:1-15.


Introdução: “Há muitas pessoas hoje que amam o reino celestial de Jesus, PORÉM POUCAS QUE CARREGAM A SUA CRUZ; muitas ansiando por conforto, MAS POUCAS QUE SUPORTAM SOFRIMENTOS. Longa é a fila das pessoas que compartilham de seu banquete, PORÉM CURTA É A FILA DOS QUE COMPARTILHAM DE SEU JEJUM. Todos desejam tomar parte em seu júbilo, MAS SOMENTE UNS POUCOS ESTÃO DISPOSTOS A SOFRER POR SUA CAUSA. Há muitos que seguem a Jesus até o partir do pão, POUCOS QUANDO O MOMENTO É DE BEBER O CÁLICE DO SOFRIMENTO. Muitos que reverenciam seus milagres, POUCOS QUE SEGUEM NA INDIGNIDADE DE SUA CRUZ”.  Thomas à Kempis.
1)    O reinado de Manassés.

Manassés foi o pior dos reis a reinar sobre os hebreus. Ele reinou em Jerusalém por 55 anos, uma metade  de século maligna e sombria. Ele incentivou a prática de cultos pagãos, envolvendo todas as comunidades em orgias sexuais. Ele  Instituiu prostitutas em santuários espalhados por todo o país. Ele importou mágicos e feiticeiros dos povos vizinhos que escravizaram o povo com toda a sorte de superstições, manipulando-os com suas magias e encantos. Certo dia, o rei Manassés, colocou seu próprio filho no altar durante um ritual de magia negra e o queimou como sacrifício (2 Rs 21.1-6).


O grande Templo de Salomão em Jerusalém fora profanado. Ídolos sob forma de bestas e monstros, a luxuria e o desejo desenfreado profanavam aquela santo lugar. Os assassinatos eram frequentes. Manassés arrastou o povo para um lamaçal muito mais fétido do que qualquer coisa já vista no mundo (2 Rs 21.7-9).

Jeremias nasceu na última década do reinado de Manassés. Este era o mundo onde Jeremias aprendeu a andar, falar a brincar. Não há como imaginar um lugar pior e mais impróprio para uma criança crescer (Sl 12.8).

Os 55 anos de caos moral quase levaram a fé no verdadeiro Deus ao esquecimento total. Algumas pessoas idosas recordavam os oráculos proféticos e os atos do verdadeiro culto. Rumores de santidade eram, sem dúvida, motivo de fofoca e comentários maldosos. AS POUCAS PESSOAS A MANTER A FÉ REAL VIVIAM DE MANEIRA SOLÍTÁRIA. Então, Manassés morreu e seu filho, Amom, o sucedeu no trono. O mal continuou, o rei foi assassinado. Então, Josias, filho de Amom, com apenas oito anos de idade, herdou o trono.

2)    As reformas de Josias.

Dá-se inicio, então, a um dos mais notáveis capítulos na história do povo judeu. Neste precoce rei havia um espírito inocente e incorrupto que Deus usou para trazer vida nova a Israel. A pergunta era: “Como estabelecer um sistema de governo melhor? O que ele, como rei, poderia fazer para restaurar a saúde e a bondade naquela lixeira moral que Jerusalém se tornara? Então, Josias escolheu o lugar de culto.

As vidas das pessoas são reflexos do culto que praticam. O sentido da vida e os valores foram estabelecidos naquele local sagrado. O tipo de culto define o tipo de vida. Se o culto prestado for corrupto, a vida será corrupta. Por 55 anos, a luxúria e a violência nas dependências da casa do Senhor tinham ultrapassado os limites daquele local e corrompido as vilas, ruas e lares da nação. Josias começou a restauração por uma faxina completa no templo.

Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou um antigo livro (2 Rs 22.8). Era o livro de Deuteronômio. Imagine o impacto que aquela leitura provocou (2 Rs 22:10-13). E agora, Josias? A única coisa que havia herdado de seus antecessores no trono foram 55 anos de corrupção moral. Mas, agora, ele tinha diante de si aquele poderoso documento que falava sobre o amor de Deus e nosso culto a Ele. Aos ouvidos de Josias, aquela leitura foi como “um raio a atingir-lhe diretamente”.


Diante disso, Josias baniu todo e qualquer vestígio de uma falsa adoração. As prostitutas, que desfrutavam um lugar especial no Templo, foram completamente banidas. Os magos e os adivinhos que haviam estabelecido seus negócios dentro do templo foram expulsos. Toda a imundície gerada em meio século de corrupção foi varrida para fora da cidade e para fora do país.  Nos antigos lugares era possível obter-se a realização de qualquer desejo repulsivo, a libertação de qualquer ambição assassina. A religião nada mais era do que um auxilio sobrenatural para realizar tudo o que se desejasse: poder econômico, garantir uma boa colheita, sentir-se bem, assassinar a pessoa odiada, ter vantagens sobre seu vizinho etc. AGORA, SOBRE O REINADO DE JOSIAS, A RELIGIÃO ERA CENTRALIZADA EM TORNO DE UM SÓ DEUS.

3)    Jeremias na tribuna de honra.
Durante essa reforma a Bíblia nos fornece fragmentos de seus sermões. “Poluíste a terra com as tuas devassidões e com a tua malicia” (Jr 3.2). O povo havia abandonado o Deus que os amou e os chamou para Seu povo, entregando-se, inconsequentemente, a qualquer deus ou deusa que conheciam. Jeremias rogava ao povo: “Lavrai para vós outro campo novo e não semeeis entre espinhos”. O arado é uma figura metafórica simbolizando o arrependimento que prepara o solo do nosso coração para receber o que Deus tem para nós. Jeremias foi ferino e sarcástico em suas palavras: “Agora, pois, ó assolada, por que fazes assim, e te vestes de escarlata, e te adornas com enfeites de ouro, e alargas os olhos com pintura, se debalde te fazes bela?” (“Jerusalém, voce está condenada! Por que se veste de vermelho? Por que usa joias e pinta os olhos? Não adianta nada você querer ficar bonita! Os seus amantes a rejeitaram, e o que eles querem é matá-la, BNTH) (Jr 4.30). Ou seja, você acha que pode mudar seu destino com o uso de cosméticos? Você precisa mudar interiormente. Em tudo, Jeremias trazia uma luz de esperança: “Assim diz o Senhor: ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma” (Jr 6.16). Ou seja, existem antigos caminhos, bem marcados e sinalizados, que conduzem à excelência e a Deus.

4)    Apenas uma reforma superficial.
Não demorou muito para Jeremias perceber que a reforma fora apenas de fachada, sem profundidade. Tudo parecia ter mudado, mas, na essência, nada realmente mudara. As transformações exteriores haviam sido tremendas, porém, as internas eram imperceptíveis.

Encontramos Jeremias nos portões do templo de Jerusalém pregando um estranho sermão. “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7.1-4). Eles estavam no lugar certo, diziam as palavras corretas, mas ELAS é que não estavam certas. A reforma era necessária, porém não era suficiente. Porque a religião não é uma questão de arranjos, lugares ou palavras, mas tem a ver com a vida e amor, com misericórdia e obediência e com pessoas dotadas de uma fé passional.


Ir à igreja para cantar hinos não nos torna mais santos como, da mesma forma, ir a uma cocheira e relinchar não nos transformem em um cavalo. As palavras também são relevantes, igualmente importantes. O que e como nos expressamos verbalmente exterioriza o que há de mais intimo e pessoal em nós. Porém, a continua repetição de palavras sagradas não cria um relacionamento pessoal com Deus, da mesma forma que repetir “eu amo você” vinte vezes ao dia não nos torna apaixonados fenomenais.

O local e as palavras podem apenas servir de fachada respeitável para um eu interior corrupto. Esta é, exatamente, a acusação que Jeremias faz contra o povo, de estarem usando o Templo de Deus como covil de salteadores (Jr 7.11). Esta foi a acusação de Jeremias: “Voces encontraram um abrigo seguro, não foi? Este templo limpo e acima de qualquer suspeita. Vocês passam toda a semana lá fora, fazendo o que bem entendem, aproveitando-se do próximo, explorando os fracos, amaldiçoando as pessoas que não se sujeitam aos seus planos, e então, retornam para este local sagrado, onde tudo está em ordem, protegido e insuspeito” (Jr 7.9,10; 2 Tm 3.5).

O lado exterior é muito fácil de reformar do que o interior. Frequentar assiduamente uma boa igreja, e repetir certas palavras assiduamente mais fácil de se fazer do que se esforçar para manter uma vida de justiça e amor entre as pessoas com as quais trabalha e convive.

Conclusão: “Mas ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no principio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel” (Jr 7.12). Siló, o maior centro de culto do povo hebreu, teve um começo esplendoroso. No entanto, tudo o que silo representou resumia-se agora a um monte de pedras em meio a um campo de ervas daninhas. 











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