O Evangelho chega em
Corinto (Atos 18:1-10).
Introdução: O apostolo Paulo fundou a igreja de
Corinto ao final da sua segunda viagem missionária. Ele passou um ano e seis
meses pregando a Palavra de Deus naquela grande cidade. Paulo adotou
deliberadamente a política de evangelizar os grandes centros urbanos do seu
tempo. Assim, em sua primeira viagem missionária, visitou Salamina e Pafos, no
Chipre, e Antioquia da Psídia, Icônio,
Listra e Derbe, na Galácia; em sua segunda viagem, pregou em Filipos, Tessalônica e Beréia, na
Macedônia, e Atenas e Corinto, na Acaia.
1) Por quê Paulo escolheu Corinto?
·
Razão geográfica. Corinto era um grande centro
comercial, um mercado de fama mundial, que controlava o comércio em todas as
direções, não apenas de norte a sul por terra, mas também de leste a oeste por
mar. Essa grande cidade tinha dois portos. Corinto era banhada por dois mares,
o Egeu e o Jônico. Cerca de 3 Km ao norte de Corinto, ficava o porto de Léquio,
que recebia navios da Itália, da Espanha e do norte da Africa. O porto de
Cencréia, localizado 11 Km a leste de Corinto, possibilitava o trafégo marítimo
nos dois sentidos para o Egito, Fenicia e Asia Menor. A cidade recebia gente
nova todos os dias e dela saia gente diariamente. Era uma cidade de navegadores
e mercadores.
·
Suas
feiras estavam repletas de produtos estrangeiros: “bálsamo
da Arábia, papiro do Egito, Tâmaras da Fenícia, marfim da Líbia, tapetes da
Babilônia, pêlo de cabra da Cilícia, lã da Licaônia, escravos da Frígia”. Corinto, portanto, era um plano estratégico,
porque a partir dessa cidade o evangelho poderia espalhar-se e alcançar o mundo
inteiro.
·
Razão social. Quando Paulo chegou a Corinto, a
cidade era, de certa forma, nova e recentemente reconstruída por Julio Cesar.
Uma igreja tem maior tendência de crescer numa cidade nova e florescente do que
numa cidade antiga, onde a tradição já está arraigada. Paulo entendeu que o
florescimento da cidade era um campo fértil para semear o evangelho e plantar
uma igreja estratégica.
·
Razão cultural. Por trás da cidade, a quase seiscentos
metros acima do nível do mar, erguia-se
uma montanha chamada Acrocorinto. Em seu topo encontrava-se o templo de
Afrodite, ou Vênus, a deusa do amor. Ela era servida por mil escravas que
vagavam pelas ruas à noite, como prostitutas. A promiscuidade sexual de Corinto
era proverbial, a ponto de Korinthiazomai significa “praticar imoralidade”.
Corinto era a “feira das vaidades do império romano”.
E, o homossexualismo. Em Corinto ficavam os principais monumentos a
Apolo, deus grego que representava a beleza do corpo masculino. A adoração a
Apolo induzia a juventude, não apenas Coríntia, mas a juventude grega em geral,
a se entregar ao homossexualismo (Rm 1.24-28). Muitos membros da igreja de
Corinto tinham vivido na prática do homossexualismo antes de se converterem: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o
Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem
adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem
ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros
herdarão o Reino de Deus. Assim
foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram
justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus
1) Paulo em Corinto (Atos 18.1-7).
“Depois dito, deixando Paulo Atenas,
partiu para Corinto (v.1)”. Foi sobre esta viagem prevendo a sua missão em
Corinto, que Paulo escreveu posteriormente: “Porque
decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em
fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós” (1 Co 2.2-3). Por
quê Corinto o deixaria alarmado e exigiria que tomasse a decisão de pregar
apenas a Cristo e sua cruz?
·
Com
certeza, foi o orgulho e a imoralidade do povo Coríntio que intimidaram Paulo,
já que a cruz entra em choque direto com ambos. Os coríntios eram um povo
orgulho. Eles tinham orgulho de sua cidade, lindamente construída por Julio
Cesar em 46 a.C. Eles se gabavam de sua riqueza e cultura, e dos jogos ístmicos
mundialmente famosos, realizados a cada dois anos, e de seu prestigio político
como capital da província da Acaia. Mas
a cruz consome todo orgulho humano. Ela insiste que nós, pecadores, não temos
absolutamente nada com que comprar a nossa salvação, nem mesmo contribuir para
isso (Fl 3.8-11).
·
Todos associavam Corinto à
imoralidade. Mas o
evangelho de Cristo chamou os coríntios ao arrependimento e à santidade, e lhes
advertiu que os praticantes de imoralidades sexuais não herdariam o reino de
Deus. Portanto, é nesse sentido que a cruz de Cristo, com seu chamado à
auto-humilhação e autonegação, é uma pedra de tropeço para orgulhosos pecadores. Daí “a fraqueza, temor e grande tremor” de
Paulo e a necessidade de decidir “nada
saber ... senão a Jesus Cristo,e este crucificado”.
2) Paulo enfrenta perseguição em Corinto (Atos 18.6).
·
A
pregação da cruz de Cristo em Corinto tornou-se escândalo para os judeus (os judeus esperavam um Messias glorioso, não
um Cristo crucificado, como um criminoso) e loucura para os gentios (para os
não-judeus a idéia de que a morte de um homem na cruz conduzisse a salvação) (1
Co 1.18).
·
Por
causa da oposição dos judeus ao apóstolo e à sua mensagem, Paulo sacudiu as
vestes e tomou a decisão de concentrar seu ministério nos gentios (Atos 18.6). “Sacudir
as vestes” era um gesto de julgamento que significava: “você teve uma oportunidade,
mas a desperdiçou” (Ez 33.4).
Conclusão: Paulo recebe uma visão em Corinto (Atos 18.9-11).
·
Uma ordem expressa de Deus: “Não temas; pelo contrário fala e não te cales” (Atos 18.9). A perseguição produz medo; Paulo foi
apedrejado em Listra e açoitado em Filipos. A pregação deve prosseguir mesmo
diante da oposição mais implacável.
·
Uma promessa consoladora de Deus: “...
estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal...(Atos 18.10). A presença de
Deus é o nosso escudo protetor.
·
Uma revelação gloriosa de Deus: “...
pois tenho muito povo nesta cidade”. Encorajado pela visão Paulo permaneceu
um ano e seis meses em Corinto.
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