Discípulo ou cristão? Atos 11.26
Introdução:
·
No Novo
Testamento, os seguidores de Jesus Cristo são chamados de “cristãos” apenas
três vezes. A ocorrência mais significativa é aquela encontrada em Atos 11.26
que se deu em Antioquia da Síria, depois
temos em Atos 26.28 e, 1 Pedro 4.15-16. Ambas as palavras “cristão e discípulo”
implicam relacionamento com Jesus. Porém, “discípulo” talvez seja mais forte,
pois inevitavelmente implica em relacionamento entre aluno e professor (Lc
6.46, Mt 7.21).
·
Os discípulos de
Jesus estiveram com ele dia e noite por três anos. Escutavam seus sermões e
memorizavam seus ensinamentos. Viram-no viver a vida que ele ensinava. Então,
após a sua ascensão, confiaram as palavras de Cristo a outros e encorajaram-nos
a adotar o seu estilo de vida e a obedecer o seu ensino. PORTANTO, discípulo é
aluno que aprende as palavras com a finalidade de ensinar os outros (II Tm
2:1-2).
“O
discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de
Cristo e seus discípulos, no qual o mestre produz tão bem no aluno a plenitude
da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que
ensinem outros”.
·
Um estudo
cuidadoso do ensino e da vida de Cristo revela que o discipulado possui dois
componentes essenciais: a morte de si mesmo e a multiplicação.
1) Morrer
para si mesmo.
·
O chamado de Cristo para o discipulado é um chamado para a morte
de si mesmo (Lc 9.23,24; II Co 5.17). Seu chamado a Pedro e André (Mt 4.18-19)
e Tiago e João (Mt 4.2) foi uma ordem. “SIGA-ME” sempre tem sido uma ordem,
nunca um convite (Jo 1.43).
·
JESUS NUNCA
IMPLOROU QUE ALGUÉM O SEGUISSE. Ele confrontou a mulher no poço, com seu
adultério; Nicodemus, com seu orgulho intelecutal; os fariseus com sua justiça
própria; quando o jovem rico recusou a vender tudo o que possuía para segui-lo
(Mt 19.21) Jesus não foi correndo atrás dele tentando conseguir um acordo.
NINGUÉM PODE INTERPRETAR “arrependam-se,
pois o reino dos céus está próximo” (Mt 4.17) como uma SÚPLICA.
·
Assim, quando é que vocês se torna um
discípulo de Cristo? Quando vai à
frente em resposta a um apelo? Quando se ajoelha diante do altar? Quando chora
sinceramente? Nem sempre. Os primeiros seguidores de Cristo tornaram-se
discípulos quando lhe obedeceram. O cristianismo sem obediência é apenas uma
religião, como qualquer outra. É um cristianismo sem Cristo!
·
Morrer para
Cristo é como se tivéssemos sofrido um acidente de carro numa rodovia. Seu
carro bateu de frente com um caminhão e você, morreu. Não há mais vida,
esperança. Quando todo mundo pensa que você morreu, Jesus então lhe diz: “Meu
filho, você está morto. Sua vida sobre a terra acabou, mas eu soprarei um
fôlego de nova vida em você se prometer fazer qualquer coisa que eu pedir e ir
a qualquer lugar que eu mandar”. Desse momento em diante, toda sua vida
pertence totalmente, exclusivamente a Jesus (Gl 2.20).
2) Multiplicação.
·
Cristo ordenou que seus discípulos
reproduzissem em outros a plenitude
de vida que encontraram nele (João 15,2 e 8). Um discípulo maduro tem de
ensinar outros cristãos como viver uma vida que agrade a Deus, equipando-os a
treinar outros para que ensinem outros.
JESUS TREINOU pessoalmente um pequeno grupo de homens e equipou-os para
que treinassem outros que pudessem ensinar outros (Mt 28.19).
·
O discipulado não pode ser separado da
paternidade responsável. O pai
espiritual, como o pai biológico, é responsável perante Deus pelo cuidado e
pela alimentação do seu filho (1 Co 4.15; 1 Ts 2.11,12). Paulo chamou os
gálatas “meus filhos” a Timóteo “verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2). Ele rogou
em favor de Onésimo, “meu filho, que gerei enquanto estava preso” (Fm 10).
·
O discipulador
sabe que a responsabilidade continua até que seu discípulo chegue à maturidade
espiritual, à capacidade de reproduzir. Ele investe grande parte do tempo no
seu discípulo, dando toda atenção às suas necessidades. Paulo nos ensina (Tm
2.2) que a relação do discipulador com o seu discípulo estende-se por quatro
gerações: Aqui, Paulo (primeira geração) instrui seu filho espiritual; Timóteo
(segunda geração) a ensinar o que tinha aprendido a homens fiéis (terceira
geração), os quais, por sua vez, ensinariam outros (quarta geração).
Quatro Gerações
Paulo
—> Timóteo —> Homens fiéis—>Outros
CONCLUSÃO: Há dois mil anos, Jesus dirigiu-se a uma
grande multidão e declarou: “E aquele que
não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27).
Jesus limitou as opções de cada ouvinte a apenas duas. Se a resposta do homem
for incredulidade, ele desobedece e morre, é inimigo da cruz (Mt 12.30). Se
responder pela fé, ele obedece e torna-se discípulo: morre para si mesmo e
reproduz. Para Jesus, não há alternativas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário