terça-feira, 19 de maio de 2015

Discípulo ou cristão? Atos 11.26


Introdução:

·        No Novo Testamento, os seguidores de Jesus Cristo são chamados de “cristãos” apenas três vezes. A ocorrência mais significativa é aquela encontrada em Atos 11.26 que se deu  em Antioquia da Síria, depois temos em Atos 26.28 e, 1 Pedro 4.15-16. Ambas as palavras “cristão e discípulo” implicam relacionamento com Jesus. Porém, “discípulo” talvez seja mais forte, pois inevitavelmente implica em relacionamento entre aluno e professor (Lc 6.46, Mt 7.21).

·        Os discípulos de Jesus estiveram com ele dia e noite por três anos. Escutavam seus sermões e memorizavam seus ensinamentos. Viram-no viver a vida que ele ensinava. Então, após a sua ascensão, confiaram as palavras de Cristo a outros e encorajaram-nos a adotar o seu estilo de vida e a obedecer o seu ensino. PORTANTO, discípulo é aluno que aprende as palavras com a finalidade de ensinar os outros (II Tm 2:1-2). 



“O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre produz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros”.

·        Um estudo cuidadoso do ensino e da vida de Cristo revela que o discipulado possui dois componentes essenciais: a morte de si mesmo e a multiplicação.

1)    Morrer para si mesmo. 



·        O chamado de Cristo para o discipulado é um chamado para a morte de si mesmo (Lc 9.23,24; II Co 5.17). Seu chamado a Pedro e André (Mt 4.18-19) e Tiago e João (Mt 4.2) foi uma ordem. “SIGA-ME” sempre tem sido uma ordem, nunca um convite (Jo 1.43).

·        JESUS NUNCA IMPLOROU QUE ALGUÉM O SEGUISSE. Ele confrontou a mulher no poço, com seu adultério; Nicodemus, com seu orgulho intelecutal; os fariseus com sua justiça própria; quando o jovem rico recusou a vender tudo o que possuía para segui-lo (Mt 19.21) Jesus não foi correndo atrás dele tentando conseguir um acordo. NINGUÉM  PODE INTERPRETAR “arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo” (Mt 4.17) como uma SÚPLICA.

·        Assim, quando é que vocês se torna um discípulo de Cristo? Quando vai à frente em resposta a um apelo? Quando se ajoelha diante do altar? Quando chora sinceramente? Nem sempre. Os primeiros seguidores de Cristo tornaram-se discípulos quando lhe obedeceram. O cristianismo sem obediência é apenas uma religião, como qualquer outra. É um cristianismo sem Cristo!

·        Morrer para Cristo é como se tivéssemos sofrido um acidente de carro numa rodovia. Seu carro bateu de frente com um caminhão e você, morreu. Não há mais vida, esperança. Quando todo mundo pensa que você morreu, Jesus então lhe diz: “Meu filho, você está morto. Sua vida sobre a terra acabou, mas eu soprarei um fôlego de nova vida em você se prometer fazer qualquer coisa que eu pedir e ir a qualquer lugar que eu mandar”. Desse momento em diante, toda sua vida pertence totalmente, exclusivamente a Jesus (Gl 2.20).

2)    Multiplicação. 


·        Cristo ordenou que seus discípulos reproduzissem em outros a plenitude de vida que encontraram nele (João 15,2 e 8). Um discípulo maduro tem de ensinar outros cristãos como viver uma vida que agrade a Deus, equipando-os a treinar outros para que ensinem outros.  JESUS TREINOU pessoalmente um pequeno grupo de homens e equipou-os para que treinassem outros que pudessem ensinar outros (Mt 28.19).

·        O discipulado não pode ser separado da paternidade responsável. O pai espiritual, como o pai biológico, é responsável perante Deus pelo cuidado e pela alimentação do seu filho (1 Co 4.15; 1 Ts 2.11,12). Paulo chamou os gálatas “meus filhos” a Timóteo “verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2). Ele rogou em favor de Onésimo, “meu filho, que gerei enquanto estava preso” (Fm 10).

·        O discipulador sabe que a responsabilidade continua até que seu discípulo chegue à maturidade espiritual, à capacidade de reproduzir. Ele investe grande parte do tempo no seu discípulo, dando toda atenção às suas necessidades. Paulo nos ensina (Tm 2.2) que a relação do discipulador com o seu discípulo estende-se por quatro gerações: Aqui, Paulo (primeira geração) instrui seu filho espiritual; Timóteo (segunda geração) a ensinar o que tinha aprendido a homens fiéis (terceira geração), os quais, por sua vez, ensinariam outros (quarta geração).

Quatro Gerações 

Paulo —>   Timóteo —>   Homens fiéis—>Outros
CONCLUSÃO: Há dois mil anos, Jesus dirigiu-se a uma grande multidão e declarou: “E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27). Jesus limitou as opções de cada ouvinte a apenas duas. Se a resposta do homem for incredulidade, ele desobedece e morre, é inimigo da cruz (Mt 12.30). Se responder pela fé, ele obedece e torna-se discípulo: morre para si mesmo e reproduz. Para Jesus, não há alternativas.


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