terça-feira, 26 de maio de 2015

Antioquia, onde o cristianismo mudou de rumo. At 13:1-3.



Introdução: o que é a igreja?

·        Formada por gente limitada e imperfeita, a igreja é, em sua própria essência, um espaço muito propicio para decepções. Especialmente quando nos aproximamos dela com grandes expectativas. Comunidades cristãs não são lugares de pessoas resolvidas e acabadas, mas de gente que reconhece sua impotência e, por isso, entrega-se à graça de Deus. A Igreja torna-se então um ajuntamento de agraciados, mas que continuam lutando com suas imperfeições. São homens e mulheres “em obras” (1 Co 6:9-11).

·        Ou seja, assim foram alguns de vocês. Alguns daqueles que estão assentados nos bancos da igreja de Corinto são ex-perversos, ex-imorais, x-idólatras, ex-caluniadores, e ex-trapaceiros. Você já imaginou estar sentado aos domingos no meio de uma turma com este currículo? Três noticias: 1)  quando assentados num dos bancos de uma igreja, encontra-se sim sentado no meio de um bando de ex-perverso, ex-imorais, ex-idolatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcoolatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros; 2)  eu e vocês, somos um deles. Nós não gostamos de sermos confrontados pelo nosso passado, mas cada um de nós, em sua própria fraqueza, carrega uma destas marcas; 3)  alguns de nós que estamos sentados domingos após domingo nos bancos de nossas igrejas não são tão “ex” como deveriam ou como parecem ser. Outros, até são, mas vivem tendo recaídas.

·        Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado (1 Co 1:26-31), grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras. Quem foi Abraão? Quem foi Jacó? E os discípulos de Jesus: Mateus, Simão o zelote, Pedro? Gente limitada, imperfeita e falha. Por isso, ao lermos a história de suas vidas, o que nos salta aos olhos não é: quão virtuoso ele eram. Mas, quão gracioso Deus foi para com eles.

·        No entanto, Fomos lavados. O verbo era usado para se referir ao ato de pegar determinados utensílios, objetos ou roupas, para lavá-los com água corrente. Esse verbo tem o prefixo que indica “lavar completamente” (Ap 7:9,13-14). Fomos santificados. No Antigo Testamento os utensílios do Templo eram santificados para Deus. As peças eram separadas para o uso exclusivo de Deus. Assim, também em relação a sua igreja. O que faz das pessoas especiais não é sua essência, mas o fato de estarem engajadas neste processo. Fomos Justificados. Tem sua origem no mundo jurídico. Quando alguém cometia um deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a justiça. Jesus levou a nossa dívida no calvário (Rm 8:1).

·        William Temple: “A igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em beneficio dos que não são membros”. Dietrich Bonhoeffer: “a igreja só é igreja quando o é para os de fora”. Ou seja, estes homens estão apontando para o fato de que a igreja é, essencialmente, uma comunidade de discípulos de Jesus em missão no mundo.

1)    Um exemplo bíblico de tensão: Atos dos Apóstolos.
·        Um bom exemplo bíblico de tensão podemos encontrá-lo no livro de Atos dos Apóstolos (At 1:8). Duas coisas: 1) Avançar na direção daqueles que ainda não ouviram, não compreenderam ou não acolheram o evangelho de Deus, rompendo barreiras geográficas, socioeconômicas, étnicas e culturais; 2) seria uma comunidade capacitada e orientada pelo Espírito Santo de Deus. 



1)    A Igreja de Jerusalém (Atos 4.32,33).

·         A comunidade dos discípulos de Cristo tem sua primeira reunião com a conversão de 3 mil pessoas. Por toda a cidade a noticia se espalha e vidas vão sendo, dia após dia, agregadas ao movimento cristão. Entretanto, gradativamente, aquela igreja passa a abraçar uma agenda muito mais atrelada à visão de seus membros e associados do que à do Espírito Santo (At 10:27; At 11:20-23). 


1.1)         A Igreja de Antioquia (At 13:1-3).

“Capital da província da Síria, com uma população em torno de 500 mil pessoas. Riquíssima, cosmopolita, medianamente dissoluta como a maioria das cidades gregas, era um desses lugares de encontro, de misturas e de sincretismo, como havia tantos no Oriente”.

·        A igreja de Antioquia representa a resposta de Deus aos cristãos de Jerusalém que tentavam transformar a comunidade dos discípulos de Jesus em um espaço para seu próprio bem-estar e subjugado pelas suas preferências pessoais (v.1).

·        Foi em Antioquia que pela primeira vez se usou o nome de cristãos. Perguntavam: como se havia de designar aquela gente que aumentava em numero e que dava que falar? Judeus? Nem todos o são, antes parecem ser de uma espécie particular. Reclamam para si o Chestos? Sejam então cristãos!

·        Barnabé (“encorajador” ou “consolador”) era originário de Chipre, ilha na parte leste do Mar Mediterrâneo. Segundo Atos 4:36, ele era um levita, grupo judaico responsável pelo cuidado com o templo e com os ritos que nele aconteciam. Simeão, apesar do nome hebreu, era conhecido pelo apelido “Níger”, o que significa que era de raça negra e proveniente da África (Lc 23.26), foi ele quem ajudou Jesus a carregar a cruz. Lúcio de Cirene, era do norte da África. Manaém, era irmão de leite de criação com Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande.  Saulo era um judeu formado numa das escolas mais conservadoras e radicais da época, era fariseu.    Neste pequeno grupo está exemplificada a influência unificadora do cristianismo. Homens de muitas terras e de distintos passados tinham descoberto o segredo de estar juntos devido a que tinham descoberto o segredo de Cristo.

1.2.1) Unidade de propósito.



·        “Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo”. A unidade entre os homens que formavam a liderança da igreja de Antioquia era nutrida e fortalecida porque constantemente estavam juntos adorando a Deus e individualmente dedicando-se ao mesmo Senhor.

·        “Disse o Espirito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Diferentemente da Igreja de Jerusalém, que tenta fazer de suas vontades e preferencias a pauta da agenda da missão de Deus no mundo, a igreja de Antioquia demonstra:

·        1) grande atenção ao mover de Deus;

·        2) prontidão em submeter-se ao mesmo. Deus queria que, a partir de Antioquia, muitas outras igrejas fossem plantadas e muita gente tivesse a oportunidade de ouvir, compreender e render-se ao Evangelho.

Conclusão: Desejamos realmente ser igreja? Desejamos ser capacitados e orientados pelo Espírito? Ouve a voz do Espírito Santo?


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