Eu acredito em
milagres (Atos 3: 1-10).
Introdução: Pedro e João não jogaram fora a
tradição de orar em três turnos por dia no templo (Dn 6.10; 9.21). O dia judeu
começava às 6:00 da manhã e terminava às 18:00 da tarde. Para os judeus
devotos. Havia três turnos de oração por dia: às 9:00 da manhã, ao meio-dia e
às 15:00. Os apóstolos mantiveram este
costume. Eles se dedicaram a uma nova fé, mas não a utilizaram como desculpa
para violar a tradição.
1) Pedro e João tinham uma vida comprometida com a oração (3.1).
·
A
oração era prioridade na vida dos apóstolos. Eles oraram para receber a
promessa do Pai (Atos 1.14). Diante da ameaça do Sinédrio, oraram e pediram
mais coragem para pregar, e o mundo foi abalado (Atos 4.31). Os apóstolos tomaram uma importantíssima decisão
(Atos 6.4).
·
Perguntaram
certa feita a Charles Spurgeon qual era o segredo do sucesso de seu ministério.
Ele respondeu: “Eu trabalho de joelhos. Meu lugar santo de oração vale mais do
que toda a minha biblioteca”. Jonh Knox, no século XVI, mudou a realidade
religiosa da Escócia. Ele era um homem que agonizava em oração. Seu clamor
constante era: “Dá-me a Escócia para Cristo, senão eu morro”.
·
Ao
longo da história, os que triunfaram nas pelejas e viram as manifestações
grandiosas de Deus foram aqueles que oraram. Foi assim com os reis Josafá (2
Cro 20.12) e Ezequias (Is 37.17) no reino de Judá. Foi assim com Neemias, Jesus
e os apóstolos. Uma igreja que ora, cresce, e se fortalece quando seus líderes
são homens de oração.
2) Pedro e João tinham uma vida respaldada pelo exemplo (3.2-5).
·
Eram
15:00 da tarde, prestes a começar uma reunião de oração no templo. Eles estavam
passando, quando o paralítico lhes pediu uma esmola. Pedro olhou para o paralitico
e lhe disse: OLHA PARA NÓS (3.4). Dizemos aos outros: “Não olhe para nós; olhe
para Jesus. Não olhe para os crentes, olhe para Jesus”. Jesus já havia alertado
acerca da conduta dos fariseus (Mt 23.3).
·
A
Palavra de Deus diz que somos cartas de Cristo (2 Co 3.2). O apostolo Paulo
diz: “Sede meus imitadores, como
também eu sou de Cristo” (1 Co
11.1). Pedro e João disseram ao paralitico: Olhe pra nós. Podemos dizer ao
mundo: olhe para nós? Os pais podem dizer aos filhos: olhem para nós? Os patrões
podem dizer a seus empregados: olhem para nós?
·
Certa
vez Mahatma Gandhi disse a alguns crentes na Índia: “No vosso Cristo eu creio,
só não creio no vosso cristianismo”. Erlo Stegen, da Africa da Sul, certa vez
foi interrompido em sua pregação por uma jovem que orou a Deus e disse: “Oh!
Deus, nós ouvimos como era a igreja primitiva. Será que não podes descer para
estares entre nós, como fizeste há dois mil anos? Será que a igreja hoje não
pode ser a mesmo que foi em Jerusalém?” Uma semana depois, Deus fendeu os céus
e desceu e houve ali um poderoso reavivamento (Is 64:1-2).
3)
Pedro e João tinham uma vida com evidencias
de poder (At. 3.6-8).
·
Pedro
e João não tinha prata nem ouro, mas tinha poder; hoje, a igreja tem prata e
ouro, mas não tem poder. O poder não estava em Pedro, mas no nome de Jesus, ou
seja, em sua suprema autoridade.
·
Tomás
de Aquino surpreendeu o papa Inocencio IV contando uma grande quantidade de
moedas de ouro e prata. Ao vê-lo, o papa disse: “Irmão, como você pode
perceber, não posso dizer mais como Pedro disse ao paralítico: Não tenho ouro
nem prata”. Aquino, então, lhe respondeu: “Isso é verdade, mas também o senhor
não pode mais dizer ao paralítico: levanta e nada!”.
·
A
tradição judaica diz que no Templo de Jerusalém havia uma flauta feita de
taquaras
. Remontando aos tempos de Moisés, ela possuía um som maravilhoso que
encantava os adoradores. Quando, porém, os sacerdotes resolveram revestir a
preciosidade com camadas de ouro, o som ficou metálico e antipático, até
grosseiro. O ouro estragara suas notas doces e melódicas.
·
EM NOME DE designa a autoridade que está por
trás do falar e do agir de pessoas frágeis. O NOME presenteia o portador com sua magnitude e seu
poder, sua força e sua importância. O poder era de Cristo, mas a mão era de
Pedro. O milagre da cura deste coxo era o cumprimento da profecia messiânica:
os coxos saltarão como cervos (Is 35.6).
·
Jesus
prometeu à igreja poder (Lc 24.49). Esse poder viria por intermédio do derramamento
do Espírito Santo (Atos 1.8). O reino de Deus não consiste em palavras, mas em
poder (1 Co 4.20). O proprio Jesus não abriu mão desse poder: ao ser batizado
no rio Jordão, enquanto orava, os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre ele (Lc 3.21,22). Jesus, cheio do Espírito Santo,
voltou do Jordão e foi, pelo mesmo Espírito, conduzido ao deserto (Lc 4.1). No
poder do Espírito, regressou à Galiléia (Lc 4.14). Na sinagoga de Nazaré, tomou
o livro do profeta Isaías e leu (Lc 4.18,19).O apostolo Pedro testemunhou em
Cesareia (Atos 10.38).
4) Pedro e João tinham uma vida cheia de compaixão (At. 3.6,7).
·
Pedro
e João demonstravam compaixão, e não apenas religiosidade. Interromperam o exercício
espiritual da oração das 3 da tarde para se envolverem com o paralitico à porta
do templo. Algumas pessoas fecham os olhos para os necessitados porque dão mais
valor ao ritual do que às pessoas.
·
Pedro
e João olharam e encararam o mendigo de frente. Trataram-no como gente. Pedro falou
diretamente com ele: Olha para nós. Colocou-se à disposição para ajudar, para
ser referencial e modelo. O poder não é usado para beneficio próprio, mas para
abençoar pessoas. Poder sem compaixão é autopromoção.
5) Pedro e João viram um milagre (Atos 3.7-10).
·
O
homem curado nasceu coxo. Tinha mais de 40 anos. Todos os dias era colocado à
porta do templo. Portanto, era conhecido de todos. Sua cura foi um testemunho
definitivo do poder de Jesus.
Conclusão: Três verdades podem ser aqui observadas.
·
A cura foi em nome de Jesus (Atos 3.6).
“tomai conhecimento vós todos e todo o povo de Israel, de
que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno (...), é que este está curado perante
vós” (Atos 4.10, Atos 3.12).
·
A cura foi realizada mediante a fé
(Atos 3.16). A fé
não é a causa do milagre, mas seu instrumento. No texto foi a fé dos apóstolos o
instrumento da cura do paralitico.
·
A cura foi instrumentalizada por
Pedro (Atos 3.6). Pedro
foi o instrumento usado por Deus para, em nome de Jesus, levantar o paralítico.
Pedro o tomou pela mão (Atos 3.7), levantou-o e aprumou-o (Atos 3.7),
conduzindo ao templo, à casa de Deus (Atos 3.8). Ele andou, saltou e louvou.
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