terça-feira, 10 de março de 2015

Eu acredito em milagres (Atos 3: 1-10).


Introdução: Pedro e João não jogaram fora a tradição de orar em três turnos por dia no templo (Dn 6.10; 9.21). O dia judeu começava às 6:00 da manhã e terminava às 18:00 da tarde. Para os judeus devotos. Havia três turnos de oração por dia: às 9:00 da manhã, ao meio-dia e às 15:00. Os apóstolos  mantiveram este costume. Eles se dedicaram a uma nova fé, mas não a utilizaram como desculpa para violar a tradição.

1)    Pedro e João tinham uma vida comprometida com a oração (3.1).
·        A oração era prioridade na vida dos apóstolos. Eles oraram para receber a promessa do Pai (Atos 1.14). Diante da ameaça do Sinédrio, oraram e pediram mais coragem para pregar, e o mundo foi abalado (Atos 4.31).  Os apóstolos tomaram uma importantíssima decisão (Atos 6.4).

·        Perguntaram certa feita a Charles Spurgeon qual era o segredo do sucesso de seu ministério. Ele respondeu: “Eu trabalho de joelhos. Meu lugar santo de oração vale mais do que toda a minha biblioteca”. Jonh Knox, no século XVI, mudou a realidade religiosa da Escócia. Ele era um homem que agonizava em oração. Seu clamor constante era: “Dá-me a Escócia para Cristo, senão eu morro”.

·        Ao longo da história, os que triunfaram nas pelejas e viram as manifestações grandiosas de Deus foram aqueles que oraram. Foi assim com os reis Josafá (2 Cro 20.12) e Ezequias (Is 37.17) no reino de Judá. Foi assim com Neemias, Jesus e os apóstolos. Uma igreja que ora, cresce, e se fortalece quando seus líderes são homens de oração.

2)    Pedro e João tinham uma vida respaldada pelo exemplo (3.2-5).
·        Eram 15:00 da tarde, prestes a começar uma reunião de oração no templo. Eles estavam passando, quando o paralítico lhes pediu uma esmola. Pedro olhou para o paralitico e lhe disse: OLHA PARA NÓS (3.4). Dizemos aos outros: “Não olhe para nós; olhe para Jesus. Não olhe para os crentes, olhe para Jesus”. Jesus já havia alertado acerca da conduta dos fariseus (Mt 23.3).

·        A Palavra de Deus diz que somos cartas de Cristo (2 Co 3.2). O apostolo Paulo diz: “Sede meus imitadores, como também  eu sou de Cristo” (1 Co 11.1). Pedro e João disseram ao paralitico: Olhe pra nós. Podemos dizer ao mundo: olhe para nós? Os pais podem dizer aos filhos: olhem para nós? Os patrões podem dizer a seus empregados: olhem para nós?

·        Certa vez Mahatma Gandhi disse a alguns crentes na Índia: “No vosso Cristo eu creio, só não creio no vosso cristianismo”. Erlo Stegen, da Africa da Sul, certa vez foi interrompido em sua pregação por uma jovem que orou a Deus e disse: “Oh! Deus, nós ouvimos como era a igreja primitiva. Será que não podes descer para estares entre nós, como fizeste há dois mil anos? Será que a igreja hoje não pode ser a mesmo que foi em Jerusalém?” Uma semana depois, Deus fendeu os céus e desceu e houve ali um poderoso reavivamento (Is 64:1-2).

3)    Pedro e João tinham uma vida com evidencias de poder (At. 3.6-8).
·        Pedro e João não tinha prata nem ouro, mas tinha poder; hoje, a igreja tem prata e ouro, mas não tem poder. O poder não estava em Pedro, mas no nome de Jesus, ou seja, em sua suprema autoridade.

 ·        Tomás de Aquino surpreendeu o papa Inocencio IV contando uma grande quantidade de moedas de ouro e prata. Ao vê-lo, o papa disse: “Irmão, como você pode perceber, não posso dizer mais como Pedro disse ao paralítico: Não tenho ouro nem prata”. Aquino, então, lhe respondeu: “Isso é verdade, mas também o senhor não pode mais dizer ao paralítico: levanta e nada!”.

·        A tradição judaica diz que no Templo de Jerusalém havia uma flauta feita de taquaras
. Remontando aos tempos de Moisés, ela possuía um som maravilhoso que encantava os adoradores. Quando, porém, os sacerdotes resolveram revestir a preciosidade com camadas de ouro, o som ficou metálico e antipático, até grosseiro. O ouro estragara suas notas doces e melódicas.

·        EM NOME DE designa a autoridade que está por trás do falar e do agir de pessoas frágeis. O NOME  presenteia o portador com sua magnitude e seu poder, sua força e sua importância. O poder era de Cristo, mas a mão era de Pedro. O milagre da cura deste coxo era o cumprimento da profecia messiânica: os coxos saltarão como cervos (Is 35.6).

 ·        Jesus prometeu à igreja poder (Lc 24.49). Esse poder viria por intermédio do derramamento do Espírito Santo (Atos 1.8). O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder (1 Co 4.20). O proprio Jesus não abriu mão desse poder: ao ser batizado no rio Jordão, enquanto orava, os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre ele (Lc 3.21,22). Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi, pelo mesmo Espírito, conduzido ao deserto (Lc 4.1). No poder do Espírito, regressou à Galiléia (Lc 4.14). Na sinagoga de Nazaré, tomou o livro do profeta Isaías e leu (Lc 4.18,19).O apostolo Pedro testemunhou em Cesareia (Atos 10.38).

4)    Pedro e João tinham uma vida cheia de compaixão (At. 3.6,7).
·        Pedro e João demonstravam compaixão, e não apenas religiosidade. Interromperam o exercício espiritual da oração das 3 da tarde para se envolverem com o paralitico à porta do templo. Algumas pessoas fecham os olhos para os necessitados porque dão mais valor ao ritual do que às pessoas.

 ·        Pedro e João olharam e encararam o mendigo de frente. Trataram-no como gente. Pedro falou diretamente com ele: Olha para nós. Colocou-se à disposição para ajudar, para ser referencial e modelo. O poder não é usado para beneficio próprio, mas para abençoar pessoas. Poder sem compaixão é autopromoção.

5)    Pedro e João viram um milagre (Atos 3.7-10).
·        O homem curado nasceu coxo. Tinha mais de 40 anos. Todos os dias era colocado à porta do templo. Portanto, era conhecido de todos. Sua cura foi um testemunho definitivo do poder de Jesus.

 Conclusão: Três verdades podem ser aqui observadas.

·        A cura foi em nome de Jesus (Atos 3.6). “tomai conhecimento vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno (...), é que este está curado perante vós” (Atos 4.10, Atos 3.12).

 ·        A cura foi realizada mediante a fé (Atos 3.16). A fé não é a causa do milagre, mas seu instrumento. No texto foi a fé dos apóstolos o instrumento da cura do paralitico.

 ·        A cura foi instrumentalizada por Pedro (Atos 3.6). Pedro foi o instrumento usado por Deus para, em nome de Jesus, levantar o paralítico. Pedro o tomou pela mão (Atos 3.7), levantou-o e aprumou-o (Atos 3.7), conduzindo ao templo, à casa de Deus (Atos 3.8). Ele andou, saltou e louvou.


Nenhum comentário:

Postar um comentário