terça-feira, 31 de março de 2015

Um cristão chamado Estevão  (Atos 6.8-15).



Introdução:  Em Atos 6:5 a igreja primitiva separou alguns homens para o cargo de diácono. O vocábulo grego original é DIAKONEIN (Diáconos) que significa “servidores” ou “ministros” e foi usado por Lucas para descrever o trabalho de “servir às mesas”, ou seja, zelas e prover às viúvas o sustento de cada dia (Fl 1.1).
·        Entre os diáconos, Lucas destaca Estevão. COROA  é o significado do nome de Estevão, o diácono que se tornou o primeiro mártir do cristianismo, ou seja, o primeiro em dar a sua vida por sua fé.

1)    Marcas de Estevão.

·        Sua vida era irrepreensível (Atos 6.3) 

“... homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria. Não havia um abismo entre sua vida e seu trabalho, suas palavras e sua obras, seu caráter e seu desempenho (Dn 6.4).

·        Era cheio do Espírito Santo (Atos 6.3). Todo homem está cheio de alguma coisa. Está cheio do Espírito Santo ou de si mesmo (Ef. 5.18).

·        Estevão era cheio de fé (Atos 6.5). Fé vem do grego “pistis” e no Novo Testamento se utiliza para expressar a idéia de um movimento de confiança que se dirige ao objeto da confiança e que descansa no mesmo. Portanto, Estevão fora salvo pela fé, vivia pela fé, vencia o mundo pela fé e era cheio de fé (Hb 11.6).

·        Estevão era cheio de sabedoria (Atos 6.3). A palavra sabedoria vem do hebraico “hokhma” e é sempre prática, sempre vivencial, e nunca especulativa. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus (Tg 3:13-18).

·        Estevão era cheio de graça (Atos 6.8). Havia em Estevão abundante graça. Sua vida era uma fonte de benção. Seu coração era generoso, suas mãos eram davidosas, e sua vida, um vaso transbordante de graça.

·        Estevão era cheio de poder (Atos 6.8). Estevão era um homem revestido com poder de Deus para fazer milagres e muitos sinais entre o povo. Suas palavras eram irresistíveis, e suas obras, irrefutáveis. Até o momento, Lucas creditara prodígios e sinais apenas a Jesus (Atos 2.22) e aos apóstolos (Atos 2.43; Atos 5.12); agora, pela primeira vez, diz-se que outros os realizavam.

“Portanto, Estevão era cheio do Espírito, cheio de sabedoria, cheio de fé, cheio de graça e cheio do poder, é evidente que causava uma impressão de plenitude ao povo”.

2)    Estevão e a perseguição (Atos 6.9).

·        Quem eram os judeus de Cirene, Alexandria, Cilícia e Ásia? Os membros da sinagoga de “libertos”. Eram descendentes dos judeus levados cativos para Roma pelo imperador Pompeu (63 a.c) e que logo foram libertos, junto com outros judeus mencionados nessa passagem bíblica.
·        Por terem sido libertos da escravidão, seriam judeus estrangeiros que haviam se mudado para Jerusalém. Era possível até que Saulo de Tarso estivesse entre os da Cilícia.

·        Esses homens começaram a discutir com Estevão (Atos 6.9) mas não tinham reconhecido o calibre do homem que estavam enfrentando, pois não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava (6.10; Lc 21.15).

·        Os adversários de Estevão deram inicio a uma campanha de difamação contra ele, pois quando faltam os argumentos, muitas vezes a lama parecem ser um excelente substituto (Atos 6.11-12). Os inimigos não podendo vencê-lo pela razão, recorreram à mentira, à calúnia, e ao suborno, conseguindo assim ajuntar o povo, os anciãos e os escribas.

·        ACUSAÇÃO: “...Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei (Atos 6.13). Os judeus entendiam que só no templo podiam oferecer sacrifícios  e só ali podiam adorar verdadeiramente a Deus. A lei jamais poderia ser mudada, mas eles acusavam Estevão de dizer que o Templo desapareceria e a leia nada mais era do que um passo para o evangelho. FALAR CONTRA A CASA DE DEUS E CONTRA A PALAVRA DE DEUS ERA BLASFÊMIA, um pecado sentenciado com a morte.

·        É importante dizer que Jesus foi condenado pelo pecado de blasfêmia por esse mesmo Sinédrio. Eles haviam interpretado de forma errada as palavras de Jesus tanto sobre o templo quanto sobre a lei (Mc 14.58). Eles julgaram que Jesus estivesse conspirando contra o templo para substitui-lo. No entanto, Jesus estava falando do santuário do seu corpo (Jo 2.21). Jesus é maior do que o templo e, de fato, é o novo templo de Deus, que substituiria o antigo (Mt 12.6).

·        Os judeus acusaram Jesus, de igual modo, de desrespeitar a lei. Na verdade, Jesus não foi um transgressor da lei. Ele não veio para violar a lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17-18). Jesus é o fim da lei (Rm 10.4).  Ele cumpriu a lei por nós e morreu por nós (Rm 8.2-3). Nele somos aceitos por Deus. Sendo assim, Jesus é o substituto do templo e o cumprimento da lei.

Conclusão: “todos os que estavam assentados... viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo”. Quando o conselho, olhando para o prisioneiro no banco dos réus, viram seu rosto brilhando como se fosse de um anjo, pois foi exatamente isso o que aconteceu ao rosto de Moisés quando ele desceu do monte Sinai com a lei (Ex 34.29). Não terá sido propósito deliberado de Deus dar a Estevão, acusado de se opor à lei, o mesmo rosto radiante dado a Moisés quando este recebeu a lei? Dessa forma, Deus estava mostrando que tanto o ministério da lei de Moisés quanto a interpretação de Estevão tinham sua aprovação.


Um comentário:

  1. Muito boa mensagem, só achei um pequeno equívoco que em um momento diz que Jesus não veio substituir o templo e depois fala que ele substitui o templo. Tenho estudado as escrituras e em minha visão Jesus encerra a antiga aliança fazendo esse processo por meio de sua entrega de amor em favor da humanidade e mostrando os valores do Reino ... ele subisttui o templo, o sacrifício e a lei.
    Ele vem para cumprir e mostrar que tudo apontava pra ele.E que agora não precisamos mais seguir a lei mosaica ..mas a lei do seu amor.

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