A vida da igreja: o
efeito do Pentecoste (Atos 2:42-47).
Introdução: o que é
igreja?
Faz um tempo, escutei um grupo de jovens que havia
visitado todas as igrejas da cidade, mas não tinha encontrado nenhuma que
realmente lhes satisfizesse. Deixaram de buscar e se denominaram a si mesmos de
“cristãos desligados”. Quando perguntei o que tinham estado procurando, o que
entendiam que deveria ser a igreja, mencionaram quatro pontos. Aqueles jovens
não tinham idéia de que estas qualidades estavam escritas no livro de Atos;
disseram que estavam buscando uma igreja que tivesse pregação bíblica, onde a
Palavra fosse exposta e que tivesse aplicação prática. Em segundo lugar,
buscavam uma igreja que tivesse comunhão real, onde os membros se cuidassem
mutuamente e se apoiassem. Em terceiro lugar, buscavam uma igreja que adorasse,
na qual fosse uma realidade a presença de Deus. Em quarto lugar, estavam
buscando uma igreja que tivesse um ministério para o mundo.
O que aqueles jovens buscavam, como tantos outros, era
nada menos que uma igreja viva, verdadeiramente renovada, uma igreja que
mostrasse exatamente as quatro características que vimos estar presentes na
igreja primitiva ( Pastor John Stott).
1) Uma igreja que aprendia.
·
“Eles perseveravam na doutrina dos
apóstolos”. O Espírito Santo abriu uma escola em
Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia três
mil alunos no jardim de infância! Vemos que esses novos convertidos não estavam
se deliciando com uma experiência mística que os levasse a rejeitar a própria
mente ou a teologia. Pelo contrário,
eles se assentavam aos pés dos apóstolos, ansiosos por receberem instruções, e
nisso perseveravam.
·
Mais do que isso, a autoridade de
ensino dos apóstolos, à qual se submeteram, era autenticada por milagres:
muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos (v.43). As duas referencias aos apóstolos, no
versículo 42 ( a doutrina deles) e no versículo 43(aos seus prodígios),
dificilmente podem ser acidentais.
2) Uma igreja que amava.
·
Perseveravam
... na comunhão (koinonia). Koinonia (de koinos, “comum”) testemunha a vida
comunitária da igreja em dois sentidos.
·
Primeiro, o termo expressa o que
compartilhamos. A saber o próprio Deus, pois “a nossa comunhão é com o Pai e
com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3) e há “a comunhão do Espírito Santo” (2
Co 13.13). Portanto, koinonia é uma experiência de comunhão com o Pai, Filho e
Espírito Santo.
·
Segundo, koinonia expressa o que partilhamos
uns com os outros, tanto o que damos como o que recebemos. Koinonia é a palavra
que Paulo usou para a oferta que recolheu entre as igrejas gregas (2 Co 9.13).
É isso, especificamente, que Lucas está se referindo aqui, pois eles
compartilhavam suas propriedades uns com os outros (Atos 2.44-45; Atos
4.34-35).
“Aquilo era uma
comunidade angelical, não consideravam exclusivamente deles nem uma das coisas
que possuíam. Imediatamente, foi cortada a raiz dos males ... ninguém acusava, ninguém
invejava, ninguém tinha ressentimentos; não havia orgulho nem desprezo. O pobre
não sabia o que era vergonha, o rico não conhecia a arrogância”. João Crisóstomo.
3) Uma igreja que orava.
·
A
igreja de Jerusalém não apenas possuía um bom ensinamento aos pés dos
apóstolos, uma comunhão angelical em que os membros tinham comunhão espiritual
e comunhão material. Mas também era uma igreja comprometida com a oração. Era
uma igreja que dependia mais de Deus do que dos próprios recursos.
·
Atos
1:14: “todos unânimes perseveravam em oração”; Atos 3.1, os líderes da igreja
vão orar às 3:00 horas da tarde; Atos 4.31, a igreja sob perseguição ora, o
lugar treme e o Espírito desce; Atos 6.4, a liderança entende que a sua maior
prioridade é oração e a Palavra; Atos
9.11, o primeiro sinal que Deus deu a Ananias sobre a conversão de Paulo é que ele estava orando; Atos 12.5, Pedro
está preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é
miraculosamente libertado; Atos 13:1-3, a igreja de Antioquia ora e Deus abre
as portas das missões mundiais; Atos 16.25, Paulo e Silas oram na prisão e Deus
abre as portas da Europa para o evangelho, etc.
4) Era uma igreja que adorava.
·
Uma
igreja cheia do Espírito canta com fervor e louva a Deus com entusiasmo. O
culto era um deleite. Eles amavam a casa de Deus. Uma igreja viva tem alegria
de estar na casa de Deus para adorar. A comunhão no templo é uma das marcas da
igreja ao longo dos séculos. “Eles tinham
alegria e singeleza de coração (v.46), que significa literalmente “em exultação
e sinceridade de coração”. “Em cada alma havia temor (v.43). Os muçulmanos tem mais de um bilhão
de adeptos, mas eles não cantam.
5)
Era uma igreja evangelística.
·
Os primeiros cristãos não estavam
preocupados em estudar, compartilhar, orar e adorar a ponto de esquecerem de
evangelizar. Pois o Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma
igreja missionária.
“O livro de Atos é governado por um tema dominante que prevalece sobre
todos os outros e controla todas as coisas. Esse tema é a expansão da fé
através do testemunho missionário no poder do Espírito... o Espírito leva a
igreja a testemunhar incessantemente e os testemunhos fazem com que igrejas
surjam continuamente. A igreja é uma igreja missionária”.
·
Três
lições vitais sobre evangelização: Primeiro, foi o Senhor (ou seja, Jesus) quem
fez: Acrescentava-lhes o Senhor. Sem
dúvida, ele o fez pela pregação dos apóstolos, do testemunho dos membros da
igreja, do amor impressionante na vida comunitária deles e do exemplo de todos.
·
Segundo,
ele acrescentava ... os que iam sendo
salvos. Ele não os acrescentou à igreja sem salvá-los (no começo, não havia
cristãos nominais), nem salvou sem acrescentá-los à igreja (também não havia
cristãos solitários). Salvação e participação na igreja andavam juntos; e
continuam andando.
·
Terceiro, o Senhor acrescentava
pessoas dia a dia. O
culto deles era diário (v.46 a), e assim também o testemunho. O louvor e a
proclamação eram o transbordamento natural de corações cheios do Espírito
Santo. Eles buscavam as pessoas de fora continuamente, e então os convertidos
eram acrescentados continuamente.
Conclusão: A igreja crescia diariamente por adição de vidas salvas e
por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja: Atos 1.15: 120 membros; Atos 2.41: tres mil membros;
Atos 4.4: cinco mil membros; Atos 5.14: uma multidão é agregada a igreja; Atos
6.7: o numero dos discípulos é multiplicado; Atos 9.31: a igreja se expande
para a Judéia, Galiléia e Samaria; Atos 16.5: igrejas são estabelecidas e
fortalecidas no mundo inteiro.
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