terça-feira, 25 de março de 2014

Três tipos de espiritualidade (Mc 9.2-32)



O homem é um ser religioso. Desde os tempos mais remotos, o homem tem levantado altares. Há povos sem leis, sem governos, sem economia, sem escolas mas jamais sem religião. O homem tem sede do eterno. Deus colocou a eternidade no coração do homem (Ec 3.11).

O homem é um ser confuso espiritualmente. Só há duas religiões no mundo: a revelada e aquela criada pelo próprio homem. Uma, tenta abrir caminhos da terra ao céu; a outra, abre o caminho a partir do céu. Uma, é humanista, a outra, é teocêntrica. Uma, prega a salvação pelas obras; a outra, pela graça (Efesios 2.8-9).

O homem é um ser que idolatra a si mesmo. A religião que prevalece hoje é a antropolatria(amantes de si mesmo. O homem tornou-se o centro de todas as coisas. Na pregação contemporânea, Deus é quem está a serviço do homem e não o homem a serviço de Deus. A vontade do homem é que deve ser feita no céu e não a vontade de Deus na terra (II Tm 3.2).

1)    A espiritualidade do monte – êxtase sem entendimento (9.2-8).
·        Em primeiro lugar, os discípulos andam com Jesus, mas não conhecem a intimidade do Pai (Lc 9.28,29). Jesus está orando, mas em momento nenhum os discípulos estão orando com Ele. Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Eles não têm sede de Deus. Eles estão no monte a reboque, por isso, não estão alimentados pela mesma motivação de Jesus.

·        Um santo de joelhos enxerga mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. As coisas mais santas, gloriosas e as palavras mais sublimes não encontraram guarida no coração dos discípulos. As coisas de Deus não lhes davam entusiasmo; elas cansavam seus olhos, entediavam seus ouvidos e causavam-lhes sono.

·        Em terceiro lugar, os discípulos experimentam um êxtase, mas não têm discernimento espiritual (9.7,8). Os discípulos contemplaram quatro fatos milagrosos: a transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolveu e a voz do céu que trovejava em seus ouvidos. Nenhuma assembléia na terra jamais foi tão esplendidamente representada: lá estava o Deus trino, Moisés e Elias, o maior legislador e o maior profeta. Lá estavam Pedro, Tiago e João, os apóstolos mais íntimos de Jesus. Nossa espiritualidade deve ser cristocêntrica. Eles não discerniram a centralidade da missão de Cristo. A presença de Moisés e Elias naquele monte longe de empalidecer a divindade de Cristo, confirmava que de fato Ele era o Messias apontado pela lei e pelos profetas.

Eles não discerniram a centralidade de seus próprios ministérios (9.5). Eles disseram: “Bom é estarmos aqui”. Eles queriam a espiritualidade da fuga, do êxtase e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve”

Eles estão envolvidos por uma nuvem celestial, mas têm medo de Deus (Lc 9.34). Eles se encheram de medo (Lc 9.34) a ponto de caírem de bruços (Mt 17.5,6). Vêem Deus como uma ameaça. Eles se prostram não para adorar, mas por temer. Eles estavam aterrados (9.6)”.

2)    A espiritualidade do vale – discussão sem poder (9.9-29)
·        No vale há gente sofrendo o cativeiro do diabo sem encontrar na igreja solução para o seu problema (9.18). Aqui está um pai desesperado (Mt 17.15,16). O diabo invadiu a sua casa e está arrebentando com a sua família. Está destruindo seu único filho.

·        No vale há gente desesperada precisando de ajuda, mas os discípulos estão perdendo tempo, envolvidos numa discussão infrutífera (9.14-18). Os discípulos estavam envolvidos numa interminável discussão com os escribas, enquanto o diabo estava agindo livremente sem ser confrontado.

·        No vale, enquanto os discípulos discutem, há um poder demoníaco sem ser confrontado (9.17,18). Há dois extremos perigosos que precisamos evitar no trato dessa matéria: Subestimar o inimigo. Os liberais, os céticos e incrédulos negam a existência e a ação dos demônios. Para eles, o diabo é uma figura lendária e mitológica. Superestimar o inimigo. Há segmentos chamados evangélicos que falam mais no diabo do que anunciam Jesus.

2. 1) Como era esse poder maligno que estava agindo no vale?
·        O poder maligno que estava em ação na vida daquele menino era assombrosamente destruidor (9.18,22; Lc 9.39). A casta de demônios fazia esse jovem rilhar os dentes, convulsionava-o e lançava-o no fogo e na água, para matá-lo. Os sintomas desse jovem apontam para uma epilepsia. Mas não era um caso comum de epilepsia, pois além de estar sofrendo dessa desordem convulsiva, era também um surdo-mudo. O espírito imundo que estava nele o havia privado de falar e ouvir.
·        O poder maligno em ação no vale atingia as crianças (9.21,22). A palavra usada para meninice é bréfos, palavra que descreve a infância desde o período intra-uterino. O diabo não poupa nem mesmo as crianças. Aquele jovem vivia dominado por uma casta de demônios desde a sua infância. Há uma orquestração do inferno para atingir as crianças (Êx 10.10,11).
·        O poder maligno em curso age com requinte de crueldade (Lc 9.38). Esse jovem era filho único. O coração do Filho único de Deus enchia-se de compaixão por esses filhos únicos, por seus pais, e por muitos, muitos outros!
·        Em quarto lugar, no vale os discípulos estão sem poder para confrontar os poderes das trevas (9.18; Lc 9.40; Mt 17.16). Por que os discípulos estão sem poder? Existem demônios e demônios (9.29). Há demônios mais resistentes que outros (Mt 17.19,21). Há hierarquia no reino das trevas (Ef 6.12). Os discípulos não oraram (9.28,29). Não há poder espiritual sem oração. O poder não vem de dentro, mas do alto. Os discípulos não jejuaram (9.28,29). O jejum nos esvazia de nós mesmos e nos reveste com o poder do alto. Quando jejuamos, estamos dizendo que dependemos totalmente dos recursos de Deus. Os discípulos tinham uma fé tímida (Mt 17.19,20). A fé não olha para a adversidade, mas para as infinitas possibilidades de Deus. Jesus disse para o pai do jovem: “Se podes! Tudo é possível ao que crê” (9.23).

3)    A espiritualidade de Jesus (9.30,31).

·        A transfiguração foi uma antecipação da glória, um vislumbre e um ensaio de como será o céu (Mt 16.18). A palavra “transfigurar” é metamorphothe, de onde vem a palavra metamorfose. O verbo refere-se a uma mudança externa que procede de dentro. Essa não é uma mudança meramente de aparência, mas uma mudança completa para outra forma.
·        Em primeiro lugar, a espiritualidade de Jesus é fortemente marcada pela oração (Lc 9.28). Jesus subiu o Monte da Transfiguração com o propósito de orar e porque orou seu rosto transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura (Lc 9.29).

Ø Dois fatos são dignos de destaque na transfiguração de Jesus:
·        O seu rosto transfigurou (Lc 9.29). Mateus diz que o seu rosto resplandecia como o sol (Mt 17.2). O nosso corpo precisa ser vazado pela luz do céu. Devemos glorificar a Deus no nosso corpo.
·        Suas vestes também resplandeceram de brancura (Lc 9.29). Mateus diz que suas vestes resplandeceram como a luz (Mt 17.2). Marcos nos informa que as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar (9.3).

As nossas vestes revelam o nosso íntimo mais do que cobrem o nosso corpo. Elas retratam nosso estado interior e demonstram o nosso senso de valores. As nossas roupas precisam ser também santificadas para não defraudarmos aos nossos irmãos. Devemos nos vestir com modéstia e bom senso. Devemos nos vestir para a glória de Deus”.

Conclusão:
Ø Na transfiguração Jesus foi consolado antecipadamente para enfrentar a cruz (Lc 9.30,31). Quando oramos, Deus nos consola antecipadamente para enfrentarmos as situações difíceis. Jesus passaria por momentos amargos: seria preso, açoitado, cuspido, ultrajado, condenado e pregado numa cruz.

Ø Em resposta à oração de Jesus, o Pai confirmou o seu ministério (Mt 17.4,5). Os discípulos sem discernimento igualaram Jesus a Moisés e Elias, mas o Pai defendeu a Jesus, dizendo-lhes: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”. Marcos registra: “E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus” (9.8).

domingo, 23 de março de 2014

ERIC LIDDELL: MISSIONÁRIO E CAMPEÃO OLÍMPICO




Eric Henry Liddel nasceu em 16 de janeiro de 1902.  Veio de uma família de missionários escoceses, Liddel era o segundo filho  do pastor James Liddel.  Nasceu na China comunista. Aos seis anos de idade Eric foi enviado da China com o seu irmão mais velho  em Eltham College, uma escola para crianças missionárias, na Inglaterra. Entre os anos de 1908 e 1920, estudou em regime de internato, enquanto seus pais prosseguiam a missão na China.

Selecionado para competir nos 100 e 200 metros pela seleção da Grã-Bretanha nos jogos de Paris, em 1924. Liddel chocou o mundo olímpico quando anunciou a sua desistência na prova de 100m, porque as eliminatórias deveriam ser disputadas no dia 06 de julho, um domingo, o dia do Senhor. Sua atitude foi noticia nos jornais onde foi ridicularizado por não renegar sua convicção.

Para a sociedade, foi um fanático religioso que chocou a todos por sua desistência e mudança de prova. Para Deus, um atleta que mesmo conhecendo suas enormes possibilidades de vencer a corrida, tomou sua fé por prioridade e preferiu honrar a Deus com aquilo que ele tinha como mais importante. Que Deus e seus ensinamentos nunca deixem de ser nossa prioridade.
 Substituíram então essa prova pela dos 400 metros, para a qual não estava preparado.

No domingo, na parte da manhã, foi convidado para pregar numa igreja na França, onde leu Isaias 40: 17-31:

“Para Ele, as nações não são nada; na presença dEle, ela não tem nenhuma valor.
 Com quem Deus pode ser comparado? Com o que ele se parece? Ele não é como uma imagem feita por um artista, que um ourives reveste de ouro e cobre de enfeites de prata. Quem não pode comprar ouro ou prata escolhe madeira de lei e procura um artista competente que faça uma imagem que fique firme no seu lugar.
Será que vocês não sabem? Será que nunca ouviram falar disso? Não lhes contaram há muito tempo como o mundo foi criado?

O criador de todas as coisas é aquele que se senta no seu trono no céu; ele está longe da terra, que os seres humanos lhe parecem tão pequenos como formigas. Foi ele quem estendeu os céus como um véu, quem os armou como uma barraca para neles morar.

É ele quem rebaixa reis poderosos e tira altas autoridades do poder. Ele são como plantas que brotaram há pouco e quase não tem raízes. Quando Deus sopra neles, eles murcham, e a ventania os leva para longe, como se fossem palha.

Com quem vocês vão comparar o Santo Deus? Quem é igual a Ele? Olhem para o céu e vejam as estrelas. Quem foi que as criou? Foi aquele que as faz sair em ordem como um exército; Ele sabe quantas são e chama cada uma pelo nome. A sua força e o seu poder são tão grandes, que nenhuma delas deixa de responder.

Povo de Israel, porque você se queixa, dizendo: “O Senhor não se importa conosco, o nosso Deus não se interessa pela nossa situação”? Será que vocês não sabem? Será que nunca ouviram falar disso? O Senhor é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro.

Ele não se cansa, não fica fatigado; ninguém pode medir a sua sabedoria. Aos cansados ele dá novas forças e enche de energia os fracos. Até os jovens se cansam, e os moços tropeçam e caem; mas os que confiam no Senhor recebem sempre novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam”.

Correu  então os 400 metros, para a qual não estava preparado. Assim que a corrida começou, no entanto, Eric correu passando seus concorrentes, cruzando a linha de chegada em um registro de 47.6 segundos, batendo o recorde mundial da época. Arrecadou também uma medalha de bronze nos 200 metros.



Eric planejava ser missionário na China depois da Olimpíada. A Olimpíada era apenas um projeto dentro do propósito maior de vida de Eric – servir a Deus. Entretanto, pensando no propósito de vida de Eric, sua irmã Jenny questionou se era correto Eric dedicar tanto esforço à olimpíada. Ele pensou e disse: “Jenny, Deus me criou para um propósito... para a China. Mas Ele me fez uma pessoa veloz. E quando corro sinto o seu regozijo”. 

            Após a olimpíada, Eric Liddel embarcou para o norte da China onde serviu como missionário nas cidades de Tianjin  e Siaochang, entre 1925 e 1943. Na China, ele conheceu Florence Mackenzie e se casaram em 1934. Deste matrimonio resultaram três filhas: Patricia, Heather e Maureen.

Era a Segunda-Guerra Mundial (1939-1945): o Japão invadiu a China e as pessoas estavam assustadas, morando em campos e em fazendas prisões mas Eric pedalava pra todos os lados levando a Palavra de Deus ao coração aflito e mostravam que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. As pessoas na China deixavam de se alimentar para oferecer aos deuses, então Eric lhes dizia: “Não deis a comida de vocês aos deuses de barro, comem essa comida pra saciarem a fome de vocês”.

Como a situação política da China piorou , Eric Liddel decidiu enviar sua esposa e suas filhas para a casa dela no Canadá, em 1941, até que os perigos maiores fossem dissipados.

Em 1943 ele foi internado pelos japoneses no acampamento Weihsien com membros da Missão Interior da China. Liddell rapidamente emergiu como o líder no campo. Durante este tempo, ele manteve-se ocupado em ajudar os idosos, dar aulas de Bíblia, organizando jogos e ensinando ciência a crianças. 

Dentro da prisão nas horas vagas e escondido dos japoneses, Eric falava com as crianças do grande amor de Deus por elas. Mas a surra, a fome e os maus tratos lhe machucou tanto que um dia acordou com uma dor de cabeça insuportável.  Os japoneses o levaram para dentro do hospital e constataram, depois dos exames, que existia um tumor cerebral. Começou a escorrer secreção, julga-se, que estourou o tumor e os líquidos vazavam pelo nariz e pela boca.

Um dia quando a dor estava muito forte e sentiu que aquele dia seria o seu ultimo dia, pediu uma caneta e um papel e escreveu: “Digam a todos da Escócia, da Inglaterra, minha família, minha esposa amada Florence, todos os que me amam que Deus terá, teve e tem sempre primeiro lugar no meu coração. Que todos saibam eu morrerei pela China comunista  mas Deus tem o primeiro lugar no meu coração”.

Sua cabeça começou a tremer, pus descia pela sua orelha. Eric senta na cama e começou a cantar: “Tu és fiel, Senhor. Tu és fiel,  Senhor”. Enquanto Eric cantava os soldados japoneses se ajoelham e agarram na cama dele e dizem: OH! Homem.. diferente dá o teu Deus pra nós, não morra sem antes dá o teu Deus pra nós”. Eric Lideel, morre em 21 de fevereiro de 1945, abraçado aos soldados japoneses.




quarta-feira, 19 de março de 2014

Os sete fracassos perfeitos (Mateus 23).


O número sete é o número da perfeição nas Escrituras. A criação foi concluída em sete dias. Cada semana contém um ciclo de sete dias. A cada sete anos, os israelitas deviam deixar os campos descansar, não semeando nada neles. Uma lâmpada de sete ramos no Templo representava a obra de iluminação do Espírito Santo.

Em vista disso, é fascinante notar que as palavras finais de Jesus sobre os fariseus e escribas do seu tempo são resumidas em sete “ais” (“Ai” é uma expressão de tristeza e de acusação). Suponho que por haver sete destas declarações de “ais” indica que os líderes eram fracassos “perfeitos”.  Quais são os sete? (utilizo a versão de Eugene Peterson: A mensagem).


ü Excluir os outros: “A vida de vocês é uma enorme barreira para o Reino de Deus. Voces se recusam a entrar e não permitem que os outros entrem”.

ü Converter as pessoas à nossa própria causa, fazendo com que se tornem semelhantes à nossa própria imagem: “Viajam meio mundo para fazer um convertido e depois que conseguem o transformam numa cópia de vocês mesmo, duplamente condenado”. 

ü Estabelecer regras para os outros, apesar da falta de discernimento espiritual. “Vocês dizem: se alguém faz uma promessa com os dedos cruzados, ela não vale nada, mas, se jurar com a mão sobre a Bíblia, então é sério. Quanta ignorância! O couro da Bíblia é mais importante que a pele das suas mãos? Que tal esta bobagem: “Se você aperta a mão de alguém quando faz uma promessa, a promessa não tem valor, mas, se levanta as mãos, tomando Deus por testemunha, então ela é válida? Que disparate! Que diferença faz apertar ou levantar as mãos? Promessa é promessa.

ü Estudar detalhes religiosos sem importância, e ao mesmo tempo ignorar as verdadeiras prioridades de Deus. “Mantém registros contábeis meticulosos, dão dizimo de cada centavo que ganham, mas, no essencial da Lei de Deus, coisas como justiça, compaixão, compromisso – absolutamente básicas – vocês deixam de lado, sem nenhum remorso.

ü Preocupar-se com as aparências e não com a justiça. “Voces dão polimento ao exterior de suas taças e vasilhas, para que possam brilhar ao sol, enquanto o interior está sujo com sua cobiça  e glutonaria. Fariseus tolos! Esfreguem o interior, e, então, o exterior brilhante fará algum sentido. Voces são como lápides das sepulturas: bem feitas, grama aparada  e flores à volta, mas sete palmos abaixo o que existe são ossos podres e carne comida por vermes. Para quem olha, vocês parecem santos, mas, por baixo desse verniz, são uma fraude. 



ü Encobrir motivos pecaminosos com palavras e ações enganosas. “Voces constroem túmulos de granito para os profetas e monumentos de mármore para os santos. Dizem que, se tivessem vivido no tempo dos seus antepassados, não teriam sangue nas mãos. Conversa! Voces e aqueles assassinos são farinha do mesmo saco, e cada dia acrescentam homicídios à sua ficha criminal.


ü Professar sensibilidade a Deus como um disfarce à hostilidade. “Serpentes! Repteis traiçoeiros! Pensam que vão ficar sem castigo? Acham que vão sair sem pagar? É por causa de pessoas como vocês que envio profetas, guias sábios e mestres, geração após geração – e geração após geração vocês os tratam como lixo, incitando linchamento e abusos contra eles. 

terça-feira, 18 de março de 2014

O custo do discipulado (Mc 8.34-38).


INTRODUÇÃO:  A grande tensão desse texto é entre encontrar prazer neste mundo à parte de Deus ou encontrar Deus neste mundo e todo o nosso prazer Nele. Jesus sabia que as multidões que o seguiam estavam apenas atrás de milagres e prazeres terrenos e não estavam dispostas a trilhar o caminho da renúncia nem pagar o preço do discipulado.

·                   No mundo romano um homem carregando uma cruz era sinônimo de criminoso condenado a caminho da execução, pois os romanos obrigavam os condenados a carregar a cruz até o local da crucificação. “Quando Cristo chama um homem, ele o convida a vir e morrer”. Dietrich Bonhoeffer.

1)                O discípulo conhece o desafio do discipulado (8.34).
·                   Em primeiro lugar, o discipulado é um convite pessoal. Jesus começa com uma chamada condicional: “Se alguém quer”. Jesus falou de quatro tipos de ouvintes (Mc 4:4-8): os endurecidos, os superficiais, os ocupados e os receptivos. Muitos querem apenas as bênçãos do evangelho, mas não a cruz. Querem os milagres, mas não a renuncia.

·                   Em segundo lugar, o discipulado é um convite para uma relação pessoal com Jesus. Ser um discípulo não é ser um admirador de Cristo, mas um seguidor. Um discípulo segue as pegadas de Cristo. Ser discípulo não é abraçar simplesmente uma doutrina, é seguir uma pessoa. É seguir a Cristo para o caminho da morte ( Mc 3.14).

 ·                   Em terceiro lugar, o discipulado é um convite para uma renuncia radical. Quem estiver determinado a se apegar a si próprio e a viver por si mesmo, perderá a si mesmo. Porém, quem estiver disposto a morrer, a perder-se, a se entregar à obra de Cristo e ao evangelho, se encontrará e descobrirá sua verdadeira identidade. Assim, Jesus promete a verdadeira autodescoberta pelo preço da autonegação, a verdadeira vida pelo preço da morte (Lc 9.23).

 ·                   Em quarto lugar, o discipulado é um convite para morrer. Tomar a cruz é abraçar a morte, é seguir para o cadafalso (lugar de execução), é escolher a vereda do sacrifício. A cruz era um instrumento de morte vergonhoso. “Era necessário que (...) sofresse muitas coisas, fosse rejeitado (Mc 8.31)”.

“Essa cruz não é uma doença, um inimigo, uma fraqueza, uma dor, um filho rebelde, um casamento infeliz. Essa cruz fala da nossa disposição de morrer para nós mesmos, para os prazeres e deleites. É considerar-se morto para o pecado e andar com um atestado de óbito no bolso”.

 2)                O discipulo conhece a necessidade da renuncia (8.35).
“Os valores de um discípulo está invertidos: ganhar é perder e perder é ganhar. O discípulo vive num mundo de ponta cabeça. Para ele ser grande é ser servo de todos (Mt 20.25-27). Ser rico é ter a mão aberta pra dar. Ser feliz é renunciar aos prazeres do mundo”.

2.1) Como uma pessoa pode ganhar a vida e ao mesmo tempo perdê-la?
·                   Em primeiro lugar, quando busca a felicidade sem Deus. Salomão buscou a felicidade no vinho, nas riquezas, nos prazeres e na fama e viu tudo que era vaidade (Ec 2.1-11).

·                   Em segundo lugar, quando busca salvação fora de Cristo. Há muitos caminhos que conduzem os homens para a religião, mas um só caminho que conduz o homem a Deus.

·                   Em terceiro lugar, quando busca realização em coisas materiais. O mundo gira em torno do dinheiro. O dinheiro é mais do que uma moeda; é um ídolo, um espírito, um deus.

“Fernão Dias Paes Leme, o bandeirante das esmeraldas, empreendeu sua vida e gastou sua saúde em busca de pedras preciosas. Contudo, quando estava com a sacola cheia de pedras verdes, uma febre mortal atacou seu corpo e ele, delirando, tentando empurrar as pedras para dentro do seu coração. Morreu só, sem alcançar a pretensa felicidade que buscava na riqueza”.

2.2 ) Quais são as razões que levam um discípulo a querer viver pra Cristo?
·                   Em primeiro lugar, o amor de Cristo. Fazer qualquer renuncia por qualquer outra motivação é tolice. Perder a vida por amor a Cristo não é um ato de desperdício, mas de devoção.

·                   Em segundo lugar, o amor ao evangelho. A segunda motivação além de Cristo são as pessoas. A devoção pessoal a Cristo conduz-nos ao dever de repartir o evangelho com os outros.

“A própria essência da vida consiste em arriscá-la e gastá-la, não em poupá-la e acumulá-la. Certamente, é o caminho do cansaço, o esgotamento, mas é melhor queimar-se cada dia que enferrujar-se, porque esse é o caminho à felicidade e a Deus”.

“Adoniran Judson, de Mianmar (antiga Birmania). Chegou a esposa em 1813, demorou sete anos para Deus salvar uma vida. Precisou de vinte anos para traduzir a bíblia toda para o birmanes. Ficou viúvo duas vezes e perdeu seus filhos durante a vida. Entretanto, depois de 37 anos mais tarde, em 1850, deixou mais de 7 mil birmaneses batizados em 63 igrejas; hoje calcula-se que existam mais de 3 milhões de cristãos em Mianmar. Outro exemplo, é a China, hoje tem 70 milhões de cristãos”

3)                O discípulo sabe o valor inestimável da vida (8.36,37).
·                   Em primeiro lugar, o dinheiro não pode comprar a bem-aventurança eterna. Ceder aos absolutos de Deus, vender a consciência e a própria alma para acumular riquezas é uma grande tolice. A vida é curta e o dinheiro perde o seu valor para quem vai para o tumulo.

·                   Em segundo lugar, a salvação da alma vale mais que riquezas. É melhor ser salvo do que ser rico. A riqueza pode nos acompanhar até o túmulo, mas a salvação será desfrutada por toda a eternidade.

  ·                   Em terceiro lugar, a perda da alma é uma perda irreparável. O dinheiro se ganha e se perde. Mesmo depois de perdê-lo, é possível readquiri-lo. Contudo, quando se perde a alma, não tem como reavê-la. É impossível mudar o destino eterno de uma pessoa.


Conclusão: o que significa envergonhar-se de Cristo (8.38). Envergonhar-se de Cristo significa ser tão orgulhoso a ponto de não deseja ter nada com Ele. Ser cristão nunca foi e jamais será uma posição de popularidade. A perda será irreparável, sofrerão o julgamento de Deus. 


O dizimo e as janelas do céu.  Malaquias 3:6-12.


Introdução: No Novo Testamento, a igreja da Macedônia, começou a contribuir numa hora em que qualquer economista chamaria de “momento de loucura”. Na verdade, a igreja era tão pobre quanto aqueles aos quais resolveram ajudar (2 Co 8.2). “A profunda pobreza superabundou em grande riqueza de generosidade”. 

Olhando para esse texto de Paulo, vale observar o que Jesus disse ao comparar ricos e pobres no ato de ofertar (Mc 12.41-44); OS RICOS DAVAM SE SUA SOBRA, OS POBRES DE SEU SUSTENTO. Entre nós, no entanto, é pior. Os ricos, pelos menos davam grandes quantias, nos dias de hoje, pouquíssimos são os ricos que dão alguma coisa, e há aqueles que quando fazem ainda tentam administrar o seu próprio investimento. A igreja da Macedônia contribuiu no tempo da adversidade. Quando isso acontece é grande a graça a nós concedida, e muito maior ainda é o fruto desse davidoso amor.

1)    Deus, não muda.(Ml 3:6).
·        O tom da presente profecia é solene. Por quatro vezes encontramos a expressão: “diz o Senhor dos Exércitos”, v,7, 10,11 e 12). No inicio da argumentação é uma afirmação do Senhor sobre si mesmo. Ele afirma a sua imutabilidade:  Pois eu, Iavé, não mudo”. Tiago diz que nele “não há mudança nem sombra de variação”  (Tg 1:17). Eu sou – ego eimi.

2)    Filhos de Jacó. “vós, filhos de Jacó”.
       Deus está envolvido com os descendentes do homem que com ele lutou e “chorou e lhe fez súplicas” (Os 12:4). Outra tradução: “mas vós não deixaste de ser filhos de Jacó”. Por quê?

      Porque a comunidade estava deixando de contribuir com o dizimo. O profeta os censura de tentarem trapacear com Deus como fez Jacó com Esaú (Gn 25:29-34). A Biblia de Jerusalém segue na mesma direção. Sua tradução ficou assim: “mas, vós, filhos de Jacó, não cessastes!”.

Ele, Jeová, não mudou. O povo mudou. Nós também mudamos. Mas ele permanece o mesmo. De forma admirável o apostolo Paulo expressou isto: “Se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo” (II Tm 2.13). Por isso que Ele diz: “Tornai-vos para mim, e eu tornarei para vós”. Tiago também expressou a mesma ideia: “Chegai-vos para Deus e ele se chegará para vós” (Tg 4.8).


3)    A inconsciência: “Em que havemos de tornar”? ou “Quando foi que deixamos o Senhor”. “Pior que o pecado é a inconsciência de achar que não se está em pecado. Sim, pior que o pecado é o cinismo de desdenhar o chamado ao arrependimento e obstinar-se em continuar vivendo erradamente”. CINISMO: atitude ou caráter de pessoa que revela descaso pelas convenções sociais e pela moral vigente; impudência, desfaçatez, descaramento.



     4 ) O PECADO (V.8).
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? A palavra roubar no hebraico é “tomar a força”,  qâbhâ  (Pv 22.23, agressão ao pobre). Portanto, era algo planejado, intencional.  Ou seja, a subtração do dízimo é vista por Deus como uma violência contra ele. 



        Alguns comentaristas traduzem “roubará” por “suplantarás”. Fica então “Suplantará o homem a Deus?” E assim fazendo um jogo de palavras: qâbhâ (suplantar) com Ya ´qobh (Jacó suplantador). Ou seja, filhos de Jacó, filhos do suplantador. Isto é, NÃO PERDEU O CARÁTER DO VELHO JACÓ.

4)  CONSEQUENCIAS DE ROUBAR A DEUS.

       Dificuldades econômicas (9-11). Os versículos 9-11 mostram que os tempos eram difíceis. “As pessoas, sem dúvida, usam a dificuldade dos tempos com uma desculpa para a sua frouxidão nos compromissos,mas o profeta interpreta isso como se fosse o sinal exterior de um desprezo interno por Deus (II Co 8:2-3). 



·        Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Podemos tentar defraudar a Deus, mas no final das contas, estaremos defraudando a nós mesmos ( Ob 15). Ananias e Safira trouxeram apenas uma parte, e o Senhor os castigou, não por terem trazido apenas uma parte, mas por terem querido dar a impressão de que deram tudo.


CONCLUSÃO: “Fazei provas de mim”.


Deus pede para ser posto à prova: anuncia dilúvio de bênçãos para o fiel (cataratas do céu): “Abrirei as janelas do céu e derramarei uma benção tão grande que não terão lugar onde guardá-la”; “reprovarei o gafanhoto” (Ag 1:6); “todas as nações vos chamarão bem-aventurados” e sereis uma terra deleitosa (II Co 9;6-11). 




sábado, 15 de março de 2014

Conselho aos jovens: o amor cristão.


Alguns dados:

52% dos jovens crentes transam antes do casamento ( a idade média da primeira relação é de 15 anos).

17% das adolescentes acabam engravidando. O resultado disso tudo é filho sem pai, mãe sem estudos, pai sem emprego. Filho criado por avós, filho sem lugar no mundo.
Vários tipos de Amor.

Amor Altruísta.

É um amor capaz de se dar, de pensar no outro e nos outros, acima de si mesmo, se necessário; um amor capaz de buscar o bem do outro e de si mesmo. Amor egoísta: é acompanhado de insegurança, de temores, de ressentimento, de ciúmes descabidos e violentos

Responsável versus volúvel.
É um amor estável, normalmente duradouro, que não está baseado apenas nos sentimentos, mas na capacidade que a pessoa tenha de responder pelas conseqüências psicológicas, emocionais e sociais de uma ligação.

 Exemplo de amor não responsável: Sansão. Que arruinou sua própria vida e a de seu povo, por causa de Dalila. O amor responsável não se dá à revelia da vontade; ao contrário, acontece sob o controle da vontade. O que não tem controle da vontade e da razão não é esse amor de que estamos falando: é paixão.

A cultura dos nossos dias diz: aproveite bobo, senão acaba! Não se negue a nada! Afinal, você merece! Se você não transar agora, atrofia! Coisa que a gente não usa, atrofia, ou vira “encucação”. Na hora que você quiser, pode ser tarde. Deixe os outros para lá. Eles que se lixem. Eles cuidaram da suas vidas, quando foi a vez deles, não foi? Agora querem se meter na sua?! Nada a ver!

Amor Espiritual.
Compartilhar sonhos, ideais, compromissos, projetos de vida, atitudes em relação à vida, à amizade. O amor espiritual conversa muito: os sentimentos, os pensamentos, os sonhos, os medos, as alegrias, as frustrações, a história da vida. O amor espiritual busca afinidades e buscar conhecer as “desafinidades”.

Amor verdadeiro.
Uma verdade que se expõe, que se busca, que revela o íntimo, que conta as histórias da vida, que inclui os parentes como parte dessa história (ao invés de escondê-los) e sua igreja.

Quanto jovem se entregando sexualmente a estranhos! Quanta gente carente se casando com estranhos porque não prestaram atenção neste aspecto do amor, ou porque acham que o sexo é mais importante que essa verdade do relacionamento. Quanta gente se divorciando!