terça-feira, 7 de outubro de 2014

Daniel e a batalha espiritual. Dn 10.

Introdução: 



Daniel é um dos maiores exemplos de oração que temos na Bíblia. Ele ora com seus amigos, e os magos são poupados da morte (Dn 2.17-18). Ele ora com as janelas abertas para Jerusalém, e Deus o livra da cova dos leões (Dn 6.10). Ele ora confessando seu pecado e os pecados do povo, pedindo a restauração do cativeiro babilônico (Dn 9.3). Agora, Daniel ora novamente em favor de sua nação (Dn 10.1-3).

1)    Quando e onde ocorre a visão (Dn. 10.1-4).

Mais de dois anos haviam se passado desde que Ciro, imperador da Pérsia, decretara o retorno dos judeus a Jerusalém,  isto se deu em 538 a.C, a fim de reconstruírem tanto a cidade como o templo.

Daniel, já estava com oitenta e seis anos, havia orado em favor dos exilados, mas não fora com eles. Deus ainda tem outra revelação para seu idoso profeta. O frágil servo de Deus contemplará coisas não vistas em qualquer de suas visões anteriores.

Por três semanas inteiras, esteve pranteando e humilhando-se. NÃO PROVOU COMIDAS OU IGUARIAS DELICIOSAS. Pôs de lado a carne e o vinho. Deixou de ungir-se com óleo, que é amplamente usado no oriente para se refrescar. Dedicou-se a sincera e profunda humilhação. Foi uma ocasião de tristeza e jejum.

·        POR QUÊ?

Daniel havia desejado e orado para que os judeus retornassem do exílio (Dn 9:3); e, com o decreto de Ciro, sua oração fora atendida. Mas somente um pequeno grupo se apropriara da oportunidade, dada por Deus, para retornarem. Isso entristeceu o coração de Daniel.

Não somente isto, mas os judeus enfrentaram dificuldades em sua tarefa de reconstruir a cidade de Jerusalém e o Templo. Os inimigos – os samaritanos e palestinos – conseguiram paralisar a construção da cidade e do Templo (Ed. 4:4-5).

2)    O que Daniel viu e ouviu e como reagiu.


A margem do Rio Tigre, levantou os olhos e viu um homem vestido de linho. A descrição do visitante continua no versículo 6. Devemos compará-la a apocalipse 1:13-17. Muitas vezes, no Antigo Testamento, o Senhor Jesus apareceu na forma de um homem. Na teologia isso se chama TEOFANIA deriva de duas palavras da língua grega: teos e fanis que significam respectivamente “Deus” e “aparecer” ou manifestar. Portanto, teofania é “uma forma visível da divindade”.

O versículo 7 deixa evidente que somente Daniel teve esta gloriosa visão. Foi revelada a alguém espiritualmente perceptivo. Quando o Senhor Jesus Cristo falou com Paulo, todos ouviram o som de sua voz, mas somente Paulo ouviu as palavras pronunciadas (Atos 9.7; 22.9). 

“Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma” (v.8).  Ou, “Quando fiquei sozinho depois dessa visão, abandonado pelos meus amigos, meus joelhos ficaram bambos; e o rosto, pálido, sem força nenhuma”. A mensagem.

            Um velho e fiel crente encontra-se agora sozinho diante da Segunda Pessoa da Trindade! Suas forças retraem-se de seu corpo mortal, e sua cor natural se altera em uma palidez fúnebre. A voz cujas palavras são “como o estrondo de muita gente”, fala com ele.

3)    O que disse o visitante (Dn 10:11-14).
Primeiramente, o velho profeta necessitava ser restaurado à sua consciência. Certa mão o tocou e o acordou. O gracioso salvador o chama pelo nome “Daniel, Deus o ama muito e me mandou falar com você...”. E, confortavelmente lhe assegura ser ele um homem muito amado (VV. 11 e 12).

O versículo 13 – FALA DA BATALHA ESPIRITUAL – é certamente um dos mais misteriosos do velho testamento. Quem poderia ter impedido o Senhor Jesus Cristo? A resposta apresentada é “o príncipe do reino da Pérsia”. Foi o “príncipe” e não o “rei” da Pérsia. Não foi Dario ou Ciro quem resistiram a Cristo.



Por trás dos deuses nacionais da Pérsia existiam personalidades más e sobrenaturais (1 Co 10.20). Foram estes espíritos maus que levaram as autoridades persas a apoiarem os samaritanos em suas investidas contra o pequeno grupo de fiéis judeus do exílio quando haviam retornado a Palestina.

3.1) Algumas lições sobre batalha espiritual.
Este capítulo nos mostra quem são os verdadeiros inimigos do trabalho de Deus.  Zorobabel havia retornado a Jerusalém. Todo o trabalho que ele e seus poucos companheiros esperavam empreender havia sido interrompido.

Quem eram os responsáveis?

 Os judeus desencorajados, diríamos a culpa é de vocês, pois pessoas desencorajadas são os verdadeiros inimigos da obra de Deus!
Ou culparíamos os samaritanos. Haviam morado na Palestina durante todo o tempo do exílio dos judeus na Babilônia. Esta era a última coisa que os samaritanos queriam e, portanto, esforçaram-se para evitá-la.

Ou seriam os persas os culpados? Foram as autoridades persas que primeiro autorizaram os judeus a voltarem e, então, ordenaram que o trabalho cessasse, quando os samaritanos se queixaram!

Mas os verdadeiros inimigos são revelados nos versículos 13 e 20: “O príncipe do reino da Pérsia me resistiu”; “tornarei a pelejar contra o príncipe  dos persas”.  Nossa guerra é espiritual, contra inimigos espirituais (Ef 4.12). Há um reino espiritual. Há um conflito invisível, que se torna visível em nossas próprias experiências ( 2 Co 4.4).

Temos que identificar as armas apropriadas para o conflito em que estamos engajados. “Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecei inabaláveis” (Ef 6.13-18). E, termina, com a arma mais poderosa (Ef 6.18-19).

“Há um tremendo poder na oração. Foi pela oração que o exílio terminou  e que Ciro foi movido a fazer seu decreto histórico. Quando o trabalho de reconstrução foi interrompido, Daniel recorreu novamente à oração. Pouco depois, o trabalho recomeçou. Os inimigos perderam, e Deus enviou novos líderes para exortar e encorajar o povo. Finalmente, o templo foi reconstruído, e nada pode impedi-lo”



“PENSE NISTO! UM VELHO DE OITENTA E SETE ANOS, EM UM PAÍS DISTANTE, OROU, E A HISTÓRIA FOI MUDADA”.

Conclusão: O que ora pode esperar. O caminho da oração é solitário e difícil. A resposta que não vem de imediato também é algo desanimador. Mas há grandes consolos na oração.  No lugar da oração, Daniel viu o filho de Deus em sua completa majestade e ouviu, dos lábios dEle, que era muito amado nos céus. Daniel viu que, no futuro, tudo acabará bem porque Deus governa o futuro. Vemos isto somente no “quartinho da oração”.


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