Daniel: a visão dos
quatro animais. Dn 7.1-15.
Introdução
O livro de Daniel é chamado de “o
apocalipse do Antigo Testamento”. O capítulo 7 trata do mesmo assunto que foi
tratado no capítulo 2. O capítulo 2 apresenta um panorama na perspectiva do homem, enquanto o capitulo
7 apresenta uma perspectiva divina do
mesmo tema. O capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos 1
a 14 retratam o sonho de Daniel, os versículos 15 a 28, a interpretação do
sonho.
1) Os reinos do mundo.
Os reinos do mundo estão debaixo da
soberania de Deus. Os quatro ventos que agitam o mar vêm do céu. Esses quatro
ventos falam da universalidade e totalidade do mundo. São fatos de alcance
mundial.
Os reinos do mundo vêm da agitação
dos povos, nações e raças (Dn 7.2-3). O mar grande é uma descrição literal do
Mar Mediterrâneo e um símbolo dos povos, raças e línguas, dos quais procedem os
reinos. Os impérios são levantados e derrubados.
“Os quatro animais SUBIAM DO MAR. Isso indica a origem dos reinos deste
mundo: eles vêm de baixo, emergem do oceano da humanidade e nele tornam a
imergir. Assim como as ondas do mar sobem, mas forçosamente tem que descer
outra vez, nenhum reino ou império consegue manter-se sempre acima dos outros.
Cada novo reino, cada nova potencia mundial tragou a anterior e tomou o seu
lugar. Foram edificados com sangue e lágrimas, e em meio de sangue e lágrimas
tornam a desaparecer”.
O REINO DE DEUS, porém, tem outra
procedência. Ele não vem de baixo, mas do alto. Não é de homens, mas, de Deus.
Por isso ele é eterno e não temporal.
Esses animais representam Impérios,
são diferentes uns dos outros. Mas, eles têm quatros coisas em comum: 1)
origem: de baixo (mar); 2) natureza: animais ferozes; 3) futuro e fim: todos
serão destruídos e 4) e os quatro tem o mesmo tempo determinado por Deus.
1.1)
Os
quatro animais.
VEMOS O LEÃO, símbolo do império Babilônico
(v.4). O leão é o rei dos animais e a águia, a rainha das aves. Ambos são
símbolos de grandeza da Babilônia. As asas arrancadas falam de Nabucodonosor
sendo expulso do trono para viver com os animais. Quanto o texto relata que lhe
foi dada mente de homens, isso se refere ao retorno da sua lucidez e a sua
conversão (Dn 4.34).
VEMOS O URSO, símbolo do império medo-persa
(v.5). Um império formado pela aliança de dois povos: os medos e os persas.
Essas três costelas na boca do urso simbolizam os três reinos conquistados:
Lídia, Egito e babilônia.
VEMOS O LEOPARDO, símbolo do império grego (v.6). O
leopardo alado é um símbolo de grande velocidade e agilidade de movimento. Esse
animal simboliza o império grego. Em 334, Alexandre, o grande, empreendeu sua
surpreendente conquista que em um período de 10 anos o levou a ser soberano de
um vasto império. Mas com sua morte súbita em 323 a.C., na Babilônia, seu reino
foi dividido em quatro cabeças, ou seja, quatro divisões do império. Quatro
generais dominaram o reino de Alexandre: Casandro, Ptolomeu, Lisímaco e
Selêuco. O VERSÍCULO 6 diz que o domínio foi lhe dado por Deus.
VEMOS UM ANIMAL
ESPANTOSO, TERRÍVEL E SOBREMODO FORTE, símbolo do império Romano (v. 7). O que caracteriza o
quarto animal é sua força e poder, ou seja, sua capacidade de destruir. Tinha
grandes dentes DE FERRO; devorava e fazia em pedaços, pisava aos pés o que
sobejava. Todas essas características sugerem força e insensibilidade com suas
vitimas (v.23). O império romano experimentou dois séculos de glória e
esplendor. Em 476 a.C., os bárbaros puseram fim ao império romano no Ocidente.
2)
O
reino do anticristo.
Daniel passa agora a falar sobre o Anticristo e seu reino
(v.8). Quatro coisas merecem destaque:
·
Daniel
fala sobre a pessoa do anticristo. Ele tem um numero de homem, 666 (Ap. 13.8).
Ele é descrito por Daniel como o “Pequeno chifre”. O apostolo João o chama de mentiroso
(1 Jo 2.22); o anticristo (1 Jo 2.18) e a besta (Ap. 13.1). O apostolo Paulo o
chama de o homem da iniquidade (2 Ts 2.3), o iníquo (2 Ts 2.8). Jesus o chama
de o abominável da desolação (Mt 24.15). O prefixo ANTI significa oposto a ou
em lugar de. O anticristo não só se oporá ao Senhor Jesus Cristo, mas também
terá a intenção de pôr-se em Seu lugar e tentará fazer isso.
·
Daniel
fala sobre a origem do anticristo. Sua origem é satânica. Ele recebe todo
poder, autoridade e o trono de Satanás (Ap. 13.2). O anticristo tem uma origem
mundana. O pequeno chifre surge do quarto animal, entre os outros dez chifres
(Dn 7.8). Ele não será um ser extraterrestre, um demônio, MAS UM HOMEM. No inicio ele é pequeno (v.8), mas cresce
progressivamente até distinguir-se com mais robusto que os outros chifres
(v.20). Ou seja, o governo do anticristo será a expressão mais forte de poder
na terra até ser desarraigado por Cristo.
·
Daniel
fala sobre a ação do anticristo. Essa ação pode ser identificada em seu ódio a
Deus. Sua boca falará grandes coisas (v.8,20). Proferirá palavras contra o
Altíssimo (v.25). Cuidará em mudar os tempos e a lei (v.25). Essa ação pode ser
identificada também na perseguição aos santos (v.21 e 25).
·
Daniel
fala sobre a derrota do anticristo. Seu domínio é limitado (v.25). O anticristo
é limitado quando ao tempo e quanto ao poder. Ele não tem poder, este lhe é
dado. Ele só pode ir até onde Cristo lhe permite ir. Ele pode tirar a vida dos
santos, mas não fazer deles seus seguidores.
Conclusão: o reino de Cristo.
·
O
Reino de Cristo está presente, mas ainda não em sua plenitude (Dn 7.13-14).
·
O
Reino de Cristo será universal (Dn 7.14). os povos, nações e homens de toda as línguas servirão a Jesus
(Fl 2.9-11).
·
O
Reino de Cristo será eterno (v.14). todos os reinos do mudo cairão. O reino do
anticristo também cairá. Mas o Reino de Cristo será eterno, indestrutível e
vitorioso.
·
O
Reino de Cristo prevalecerá sobre todos os reinos do mundo (Dn 7.26,27). Cristo
é o grande juiz que se assentará no trono. Cristo em sua Segunda vinda, tirará
o domínio do anticristo e o destruirá.
·
O
Reino de Cristo será partilhado com os santos (Dn 7.18,22,27). A igreja não
apenas estará no céu, mas também em tronos. Ela não apenas servirá ao Rei, mas
também será co-regente com o Rei.
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