terça-feira, 16 de setembro de 2014

Daniel: a visão dos quatro animais. Dn 7.1-15.



Introdução

O livro de Daniel é chamado de “o apocalipse do Antigo Testamento”. O capítulo 7 trata do mesmo assunto que foi tratado no capítulo 2. O capítulo 2 apresenta um panorama  na perspectiva do homem, enquanto o capitulo 7 apresenta uma perspectiva  divina do mesmo tema. O capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos 1 a 14 retratam o sonho de Daniel, os versículos 15 a 28, a interpretação do sonho.

1)    Os reinos do mundo.

Os reinos do mundo estão debaixo da soberania de Deus. Os quatro ventos que agitam o mar vêm do céu. Esses quatro ventos falam da universalidade e totalidade do mundo. São fatos de alcance mundial.

Os reinos do mundo vêm da agitação dos povos, nações e raças (Dn 7.2-3). O mar grande é uma descrição literal do Mar Mediterrâneo e um símbolo dos povos, raças e línguas, dos quais procedem os reinos. Os impérios são levantados e derrubados.

“Os quatro animais SUBIAM DO MAR. Isso indica a origem dos reinos deste mundo: eles vêm de baixo, emergem do oceano da humanidade e nele tornam a imergir. Assim como as ondas do mar sobem, mas forçosamente tem que descer outra vez, nenhum reino ou império consegue manter-se sempre acima dos outros. Cada novo reino, cada nova potencia mundial tragou a anterior e tomou o seu lugar. Foram edificados com sangue e lágrimas, e em meio de sangue e lágrimas tornam a desaparecer”.  

O REINO DE DEUS, porém, tem outra procedência. Ele não vem de baixo, mas do alto. Não é de homens, mas, de Deus. Por isso ele é eterno e não temporal.

Esses animais representam Impérios, são diferentes uns dos outros. Mas, eles têm quatros coisas em comum: 1) origem: de baixo (mar); 2) natureza: animais ferozes; 3) futuro e fim: todos serão destruídos e 4) e os quatro tem o mesmo tempo determinado por Deus.

1.1)         Os quatro animais.

VEMOS O LEÃO, símbolo do império Babilônico (v.4). O leão é o rei dos animais e a águia, a rainha das aves. Ambos são símbolos de grandeza da Babilônia. As asas arrancadas falam de Nabucodonosor sendo expulso do trono para viver com os animais. Quanto o texto relata que lhe foi dada mente de homens, isso se refere ao retorno da sua lucidez e a sua conversão (Dn 4.34).


VEMOS O URSO, símbolo do império medo-persa (v.5). Um império formado pela aliança de dois povos: os medos e os persas. Essas três costelas na boca do urso simbolizam os três reinos conquistados: Lídia, Egito e babilônia.


VEMOS O LEOPARDO, símbolo do império grego (v.6). O leopardo alado é um símbolo de grande velocidade e agilidade de movimento. Esse animal simboliza o império grego. Em 334, Alexandre, o grande, empreendeu sua surpreendente conquista que em um período de 10 anos o levou a ser soberano de um vasto império. Mas com sua morte súbita em 323 a.C., na Babilônia, seu reino foi dividido em quatro cabeças, ou seja, quatro divisões do império. Quatro generais dominaram o reino de Alexandre: Casandro, Ptolomeu, Lisímaco e Selêuco. O VERSÍCULO 6 diz que o domínio foi lhe dado por Deus.


VEMOS UM ANIMAL ESPANTOSO, TERRÍVEL E SOBREMODO FORTE, símbolo do império Romano (v. 7). O que caracteriza o quarto animal é sua força e poder, ou seja, sua capacidade de destruir. Tinha grandes dentes DE FERRO; devorava e fazia em pedaços, pisava aos pés o que sobejava. Todas essas características sugerem força e insensibilidade com suas vitimas (v.23). O império romano experimentou dois séculos de glória e esplendor. Em 476 a.C., os bárbaros puseram fim ao império romano no Ocidente.

2)    O reino do anticristo.



Daniel passa agora a falar sobre o Anticristo e seu reino (v.8). Quatro coisas merecem destaque:
·        Daniel fala sobre a pessoa do anticristo. Ele tem um numero de homem, 666 (Ap. 13.8). Ele é descrito por Daniel como o “Pequeno chifre”. O apostolo João o chama de mentiroso (1 Jo 2.22); o anticristo (1 Jo 2.18) e a besta (Ap. 13.1). O apostolo Paulo o chama de o homem da iniquidade (2 Ts 2.3), o iníquo (2 Ts 2.8). Jesus o chama de o abominável da desolação (Mt 24.15). O prefixo ANTI significa oposto a ou em lugar de. O anticristo não só se oporá ao Senhor Jesus Cristo, mas também terá a intenção de pôr-se em Seu lugar e tentará fazer isso.

·        Daniel fala sobre a origem do anticristo. Sua origem é satânica. Ele recebe todo poder, autoridade e o trono de Satanás (Ap. 13.2). O anticristo tem uma origem mundana. O pequeno chifre surge do quarto animal, entre os outros dez chifres (Dn 7.8). Ele não será um ser extraterrestre, um demônio, MAS UM HOMEM.  No inicio ele é pequeno (v.8), mas cresce progressivamente até distinguir-se com mais robusto que os outros chifres (v.20). Ou seja, o governo do anticristo será a expressão mais forte de poder na terra até ser desarraigado por Cristo.

·        Daniel fala sobre a ação do anticristo. Essa ação pode ser identificada em seu ódio a Deus. Sua boca falará grandes coisas (v.8,20). Proferirá palavras contra o Altíssimo (v.25). Cuidará em mudar os tempos e a lei (v.25). Essa ação pode ser identificada também na perseguição aos santos (v.21 e 25).

·        Daniel fala sobre a derrota do anticristo. Seu domínio é limitado (v.25). O anticristo é limitado quando ao tempo e quanto ao poder. Ele não tem poder, este lhe é dado. Ele só pode ir até onde Cristo lhe permite ir. Ele pode tirar a vida dos santos, mas não fazer deles seus seguidores.


Conclusão: o reino de Cristo.
·        O Reino de Cristo está presente, mas ainda não em sua plenitude (Dn 7.13-14).
·        O Reino de Cristo será universal (Dn 7.14). os povos, nações  e homens de toda as línguas servirão a Jesus (Fl 2.9-11).

·        O Reino de Cristo será eterno (v.14). todos os reinos do mudo cairão. O reino do anticristo também cairá. Mas o Reino de Cristo será eterno, indestrutível e vitorioso.

·        O Reino de Cristo prevalecerá sobre todos os reinos do mundo (Dn 7.26,27). Cristo é o grande juiz que se assentará no trono. Cristo em sua Segunda vinda, tirará o domínio do anticristo e o destruirá.

·        O Reino de Cristo será partilhado com os santos (Dn 7.18,22,27). A igreja não apenas estará no céu, mas também em tronos. Ela não apenas servirá ao Rei, mas também será co-regente com o Rei.


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