terça-feira, 9 de setembro de 2014

Daniel na Cova dos Leões – Dn 6.



Introdução

·        O capítulo em questão começa com uma mudança no poder, antes era Babilônia, agora o império Medo e Persa. O primeiro soberano é um Medo quase desconhecido, chamado Dario, que sobe ao trono com sessenta e dois anos de idade.

·        Coube ao Rei Dario a difícil tarefa de governar o império Babilônico e dar-lhe nova direção e identidade. Colocou os negócios do Império nas mãos de cento e vinte governadores. Cada governador assumiu a responsabilidade por uma área em particular. Estes prestavam contas a três presidentes, “para que o rei não sofresse dano” (v.2). Os presidentes por sua vez, respondiam ao próprio rei.

·        Daniel era um dos três presidentes, e somos informados que era tão notável que o Rei pensava em colocá-lo sobre todo o reino (v.3). A vida de Daniel nos mostra que é possível ser íntegro mesmo cercado por um mar de lama de corrupção.

“Há  falta de integridade nos dias atuais. A integridade está ausente na escola, no namoro, no casamento, no comércio, na vida financeira, nas palavras e nos acordos firmados, nos palácios e até nas igrejas. Rui Barbosa, grande político baiano da época da republica velha, chegou mesmo a vaticinar que chegaria o tempo em que OS HOMEM TERIAM VERGONHA DE SER HONESTOS. Esse tempo chegou”.

·        Dario assumiu um reino desestabilizado. O Império Babilônico estava degenerado. Os homens repletos de amor pelo prazer sexual, e lhes faltava o desejo pelo trabalho sério. Os oficiais de Babilônia haviam se tornado, em geral, homens que tinham como seu maior interesse o encher os próprios bolsos e acumular riquezas.

·        Para evitar o mesmo erro, Dario necessitava de um homem de impecável honestidade, a quem pudesse entregar o tesouro público. Reconhecia que Daniel era aquele homem. A sua espiritualidade garantia que não seria subornado ou comprado (v.3). Diz-se hoje que todo homem tem seu preço, mas não era assim com Daniel. Temos outras histórias de homens que não se vergaram ao sistema, como: José do Egito, que preferiu a prisão à liberdade. O profeta Jeremias preferiu a prisão à popularidade. João Batista preferiu perder a cabeça a perder a honra.

1)    Daniel – sua espiritualidade.
·        Daniel é fiel ao seu Deus. Sua espiritualidade garante sua integridade. Uma é a causa da outra. Se pudermos colocá-lo em uma situação onde ele tenha de escolher entre seu Deus e o rei, sem dúvida escolherá a favor de seu Deus.

·        Os meios usados pelos inimigos de Daniel foram bajulação e mentiras. Foi sugerido ao Rei, que por um período de trinta dias, seria visto como o representante terreno de qualquer deus que existisse. Logo, nenhum suplica deveria ser dirigida a qualquer deus, exceto através da mediação do rei. E que qualquer homem que não fizesse seria lançado na cova dos leões (Dn 6.7).

·        Se o rei fosse um homem sábio, teria desconfiado imediatamente de que havia algo errado. Mas a bajulação produz um efeito surpreendente.  As Escrituras condenam a bajulação (Pv 27:6; Pv 26:24-26).

·        Uma grande mentira: “todos os presidentes do reino... concordaram em que o rei estabeleça um decreto” (v.7).  Se isto era verdade, por que Daniel, o mais excelente de seus presidentes, não se encontrava presente quando fizeram a sugestão.  Dario, logo depois, assinou o decreto, e, conforme o costume medo-persa, tornou-se lei permanente.

·        Quase todas as pessoas do império medo-persa eram politeístas, ou seja, adoravam vários deuses. Nada havia neste novo decreto que inquietasse qualquer deles. Porém, não seria com Daniel. A lei de Deus o proibia de curvar seus joelhos diante de um homem e reconhecer nele o mediador divinamente indicado (Dt 6:4-5).

2)    Daniel na Cova dos Leões (vv. 10 a 17).
·        Quando Daniel soube que o edito irrevogável havia sido assinado, o que ele fez? Não fez o que a maioria de nós faria. Ficaríamos apavorados ou reagiríamos dramaticamente de algum modo diferente ao de Daniel. Se um decreto semelhante fosse promulgado hoje, o que você faria?

·        O que fez Daniel? Continuou realizando normalmente suas atividades “como costumava fazer” (v.10). Permaneceu firme, calmo e inalterado.
·        Daniel tinha o hábito de orar três vezes ao dia. Fazia isto em frente às janelas de sua residência, abertas em direção a Jerusalém. Estava no exílio há muito tempo, mas não esquecera a cidade e o país de onde fora tomado. Nem havia esquecido a promessa divina de restaurar a Israel e reconstruir Jerusalém.

·        Aspectos da oração de Daniel: 1) sua oração era constante: não suspendeu a oração;  2) sua oração era regular: orava três vezes ao dia (Sl 55.17); 3) sua oração foi confiante: orava com a janela aberta para as bandas de Jerusalém, pois acreditava na promessa de 1 Reis 8.46-49; 4) sua oração foi corajosa: ela abre a janela como costumava fazer (“as circunstancias podem alterar-se, mas os absolutos de Deus, não.Sua responsabilidade era fazer o que é correto, ainda que os céus caiam”); 5) sua oração foi cheia de gratidão, agradece a Deus em sua oração; 6) sua oração foi cheia de intensidade: pôs toda a angustia de sua alma diante de Deus (Fl 4.6).

·         Mas como é que um homem idoso podia continuar tão firme e mostrar tanta coragem e fé? Por ter desenvolvido, durante toda a vida, o hábito de responder “NÃO!” ao mal, Daniel pode fazê-lo novamente em tempos tão desesperadores.  VEJAM Daniel 1:8. Ali, um rapaz de quartoze anos “resolveu... firmemente não se contaminar”. Em sua juventude, Daniel recusara praticar um mal relativamente pequeno. Desenvolvera uma inflexível disciplina de responder “NÃO!” ao que era errado.

“Cada vez que dizemos “NÃO!” ao pecado, estamos mais aptos a fazê-lo novamente. Cada vez que nos rendemos a ele, nossa capacidade para resistir-lhe enfraquece”.

·        A verdadeira cova de leões era o quarto de Daniel.  Ali foi seu Getsêmani, em que certamente foi tentado. Ele sabia que poderia ser destroçado pelos leões. O diabo prefere que preservemos nossas vidas e percamos nosso testemunho. Certamente, ele deve ter sido tentando a transigir ao se ajoelhar para orar:

“Por que não facilitar as coisas? Veja a posição de privilégios de que goza. Pense na influencia que continuará exercendo se pecar só nesse ponto. Assegure seu futuro. Não ore a Deus em público apenas durante este mês. Ore secretamente em seu coração, se quiser, mas por que fazê-lo  como sempre fez? Certamente, você será notado e perderá tudo, inclusive a vida”.

·        Prejudicar os santos do Altíssimo (Dn 7.25) é uma das táticas do maligno. Ele bem sabe que a água, pingando constantemente, desgasta a pedra dura. Assim, muitas de suas tentações não são violentas, mas sutis e suaves.  Se manifesta também como Anjo de luz.

Conclusão: o livramento de Daniel.


·        O rei Dario, pela manhã, grita com lamento e com voz cheia de ansiedade: “dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?” (v.20). Dario, realmente, não esperava qualquer resposta; esperava apenas ver o que restara do servo de Deus, que morrera de forma horrível, durante a noite.
·        “Ó rei, vive eternamente, o meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi pecado algum” (v.22).


“Naquela noite, Satanás não incomodou Daniel, porque este lhe havia resistido. Daniel teve a companhia do Senhor Jesus Cristo! O anjo do Senhor que guiou Jacó do inicio ao fim de sua longa vida, o anjo que andou com Sadraque, Mesaque e Abednego na fornalha de fogo – esse mesmo anjo abençoou Daniel, ficando ao seu lado durante aquela noite. Aquele, que, anos depois, mostraria Sua autoridade sobre os ventos e as ondas do mar, naquela noite demonstrou Sua autoridade sobre os leões ao restringir todos os seus instintos naturais a fim de não matarem brutalmente a vitima que lhes fora apresentada”. 

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