terça-feira, 23 de setembro de 2014

Daniel e a vinda do Anticristo. Dn. 8.1-14.



Introdução

Em Daniel 2.4 o livro deixa de ser escrito em hebraico e passa a ser escrito em aramaico. E, no versículo inicial do capítulo 8, o livro de Daniel volta a ser escrito em hebraico, deixando o aramaico.  Neste capítulo Daniel teve uma visão, ou seja, foi transportado a Susã, capital do reino da província de Elão, junto ao rio Ulai.

A visão fala do surgimento de um rei que é o EXEMPLO DO ANTICRISTO dos últimos dias.  Esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente do pequeno chifre do capítulo 7. O capítulo 7 fala do anticristo dos últimos dias que emerge do quarto reino (o império romano). O pequeno chifre do capítulo 8 surge dos quatro reis oriundos da queda do grande rei grego, Alexandre Magno. Portanto, este pequeno chifre é o maior EXEMPLO, OU EQUIVALÊNCIA ao anticristo dos dias finais.

1)    A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).



O carneiro com seus dois chifres simboliza o império medos e persas (v.20). O símbolo da Pérsia era um carneiro; e o rei persa portava a imagem de um carneiro à sua frente quando se dirigia à guerra. Algumas distinções do carneiro:

ü O carneiro tem dois chifres (Dn 8.3,20). Essa é uma descrição do império medo-persa que se levantaria para conquistar a Babilônia. O chifre mais alto é uma descrição do poder prevalecente dos persas na liderança do império. Ciro, o persa, tomou o lugar de Dario, o medo. Em 550 a.C., Ciro tomou o controle da Média. Assim, se cumpriu a profecia.

ü O carneiro é irresistível (Dn 8.3,4). A união dos medos e persas em um só império criou um exército poderoso que conquistou territórios para o oeste (Babilônia, Síria e Ásia Menor), ao norte (Armênia) e ao sul (Egito e Etiópia). Exceto ao leste (v.4).

ü O carneiro engrandeceu (v.4). Nenhum exercito naqueles dias podia resistir ou deter o avanço do reino medo-persa.

2)    A visão do bode (Dn 5.5,21).



O que é este “bode (que) vinha do ocidente sobre toda a terra”? É o império grego; o versículo 21 nos ensina isto. O chifre “é o primeiro rei” (v.21), isto é, Alexandre, o Grande. Algumas distinções do bode:

ü O bode é rápido em sua conquista (Dn 8.5,21).As conquistas de Alexandre foram extensas e rápidas. Em apenas treze anos conquistou todo o mundo conhecido de sua época. Alexandre é descrito como o CHIFRE NOTÁVEL. Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem irresistível, um líder carismático, com punho de aço.

ü O bode triunfa sobre o império medo e persa. O poderio e a força de Alexandre são descritos na maneira como enfrentou o carneiro: 1) fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3) derruba-o na terra; e 4) pisoteia-o.



ü O bode se engrandeceu (v.8). Vangloriando-se da velocidade e do numero de suas  conquistas, Alexandre, o Grande, inevitavelmente, tornou-se orgulhoso. Mas sua arrogância durou pouco: “e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre”.  No auge do seu poder, foi morto; o v. 8 profetiza a morte inesperada quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. O versículo não menciona precisamente quem o destruiu, POIS FOI A MÃO INVISIVEL DE DEUS QUE, COM UM GOLPE, QUEBROU O GRANDE CHIFRE, ANIQUILANDO-O PARA SEMPRE”.


ü O bode morre e o império é dividido (v.8).  Com sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Casandro couberam a Macedônia e a Grécia, no Ocidente; Lisímaco governou a Trácia e a Bitínia, no norte; Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul; Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente.  “No lugar do chifre notável, havia quatro outros, mas nenhum deles  foi tão poderoso quanto o primeiro”.

3)    A visão do pequeno chifre (v.9).
O pequeno chifre do capítulo 8 não deve ser confundido com o pequeno chifre do capítulo 7.8. A origem do 7.8 é o quarto império (o império romano). A origem do 8.9 é o bode, o terceiro reino: o império grego. O pequeno chifre do capítulo 8 é um personagem futuro e profético para Daniel, mas para nós, um personagem do passado, enquanto o pequeno chifre do capítulo 7.8 é um personagem que ainda virá para Daniel e para nós. 


O versículo 9 se refere à ascensão de um homem conhecido na história como Antíoco Epifânio. Como profetizado, ele surgiu de uma das quatro divisões do império grego, reinou entre 175 a 163 a.C. Algumas distinções do seu reinado:

ü Daniel fala sobre sua megalomania (mania de grandeza, Dn 8.11,25). Em seu coração ele se engrandeceu. Se declarou deus. Mandou cunhar moedas que de um lado tinham sua efígie e do outro as palavras: “Do rei Antíoco, o  deus tornado visível que traz a vitória”.

ü Daniel fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10). Esse rei foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.10, 24). “cresceu até atingir o exército dos céus; e alguns do exercito e das estrelas  lançou por terra e os pisou” (Ex. 7.4 e  Atos 9.4).

ü Daniel fala acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23,25,). A posse do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da leia de Deus eram punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fieis a Deus. Porque os fiéis judeus não se curvavam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele. Calcula-se que cem mil  judeus foram mortos por ele.

“Antíoco fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o templo. Em 169 a.C., ele saqueou o templo e proibiu os sacrifícios. Por ordem de Antíoco o templo foi profanado da mais vil, indecente e imoral. Ele profanou o templo ainda quando colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue e o excremento pelo santuário, obrigando os judeus a comerem carne do porco, dentro do templo, sob ameaça de morte. Mandou ainda edificar altares e templos dedicados aos ídolos, sacrificando em seus altares porcos e reses imundas”.

ü Daniel descreve sua derrota (Dn 8.25, 13 e 14). “Até quando durará este horrível estado de coisas? Por quanto tempo este homem terrível dominará sobre o povo de Deus? Até quando Antíoco Epifânio continuará com suas transgressões, blasfêmias e perseguições? Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”.

“Quando lidamos com números bíblicos – o versículo se refere aproximadamente seis anos e quatro meses. Isto concorda com o que se tornou conhecido. De 171 a 165 a.C., Antíoco Epifânio perseguiu os judeus e continuou com suas abominações. A revolta dos macabeus permitiu que o templo fosse novamente consagrado e aberto ao culto a Jeová; pouco depois, Antíoco morreu subitamente por uma doença”.

  • V.25: “mas será quebrado sem esforço de mãos humanas”. Foi uma pedra “sem auxilio de mãos” que destruiu a imagem do sonho de Nabucodonosor (Dn. 2.34). Foram “uns dedos de mão de homem” (Dn 5.5) que anunciaram a condenação de Belsazar. A mão de Deus é invisível e seria responsável pela queda de Antíoco. Não importa quão poderoso seja o tirano, nada além do mero agir da mão invisível de Deus o remove do cenário da história.
Conclusão: 
Em Daniel 8, lemos de vários chifres: um chifre que cresceu mais do que outro, um chifre quebrado, quatro sucederam a este e um chifre pequeno que surgiu de um destes quatro. Mas o homem, no Novo Testamento, a quem Gabriel (Lc 1.69) fala de um outro chifre, uma "poderosa salvação"! No original grego, chifre é a palavra usada no versículo 69: "e nos suscitou um chifre de salvação na casa de Davi, seu servo". Zacarias está dizendo que qualquer outro governo ou dominio está destinado ao fracasso. Mas Deus tem um Rei que governará e reinará para sempre: Jesus Cristo.







Nenhum comentário:

Postar um comentário