terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Vez de Nabucodonosor. Dn 4



Introdução

            Deus pra chamar à atenção do Rei Nabucodonosor colocou pessoas piedosas em sua companhia. No palácio estavam Daniel,  Hananias, Misael e Azarias. Estes mesmos quatro jovens destacaram-se pelo fato de temerem a Jeová. Mas o convívio com pessoas crentes, por si só, não converte ninguém.

            Deus mostrou para o rei Nabucodonosor que só o reino de Cristo é eterno. Diante da revelação o rei ficou impressionado, reconheceu que Deus existe, chegou a reconhecer que o “Senhor é o maior de todos os deuses” (Dn 2.47).

            Deus mostrou ao rei que existe somente um libertador (Is 43.2). Nabucodonosor fez uma enorme estátua, representando a si mesmo, e ordenou que todos a adorassem. Agiu em direta contradição às verdades que tão recentemente confessara. “As palavras de sua boca não alcançaram seu coração”.

            “Há muitas pessoas assim. Eles ouvem a verdade do Evangelho. Ela lhes causa profunda impressão. A verdade cativa-os e os entusiasma. Ficam inquietos pelo que ouviram. Mas há algo em seu intimo que não deseja que estas coisas sejam verdadeiras”.

            Sua fúria não contida motivou a lançar os três jovens na fornalha ardente, mas o livramento miraculoso, aliado à sua própria visão do Filho de Deus, levou o rei à confissão apresentada nos versículos 28 e 29, do capítulo 3.

            Porém, a narrativa não fornece a menor indicação de que sua própria vontade foi quebrantada. No intimo de seu coração, permanecia tão obstinado como antes. “OUVIU A VERDADE E A RECONHECEU COMO VERDADE – ACEITOU O FATO DE QUE ELA É A VERDADE. MAS NÃO SE COMPROMETEU COM AQUILO QUE SABIA SER A VERDADE. NÃO DESCANSOU NELA E NÃO A TORNOU O FUNDAMENTO DE SUA CONFIANÇA”.

                            No capítulo 1, Deus se manifestou ao rei indiretamente; abordou-o diretamente no capítulo 2 (visão da estátua) e sacudiu-o no capítulo 3. Deus insistiu, insistiu e insistiu de novo. Deus determinou entrar no coração de Nabucodonosor, e o fará!

1)    A conversão de Nabucodonosor.
O primeiro fato importante é o que Deus realizou. Nos versículos 4 e 5 lemos que, quando tudo ia bem com ele, Deus interveio e lhe deu um sonho terrível.

Os versículos 10 a 16 contam-nos sobre o sonho. Há uma árvore... e cresce...e cresce. Parece alcançar o céu e pode ser vista de onde se estiver, não importando a distancia.  Um anjo desce e ordena que a arvore seja derrubada. Seus ramos serão cortados, suas folhas secadas, seus frutos espalhados. Os animais e pássaros não mais gozarão de seu refúgio. A linda árvore será destruída. Nada será deixado, além de um toco atado com correntes de metal.

O toco nada é, se comparado à arvore original. Ficará no campo, com os animais que lá pastam e será molhado pelo orvalho. O coração lhe será tirado (v.16) e lhe será dado um coração de animal. Ficará assim “sete tempos”, que significa sete períodos definidos, embora não se saiba se estes são meses ou anos. Tudo isso acontecerá por decreto de anjos.

Nos versículos 19 a 27, Daniel, com sua habilidade de interpretar sonhos, que lhe foi dado por Deus (Dn 1.17), revela o significado: “Rei, Nabucodonosor, tu és a árvore. Cresceste e te fortaleceste, mas serás derrubado. Isto não acontecerá por decretos de anjos, e, sim, por decreto de Deus, a quem os anjos servem” (VV.20-24).

Qual é o propósito disto tudo? “Até que conheças que o altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (v.25). “MAS”, continuou Daniel, “não perderás todo o teu reino. Depois que tudo isto te acontecer, serás restaurado ao trono. Portanto, arrepende- te! Teu arrependimento não impedirá que o sonho se realize, mas talvez prolongue o período de tua tranquilidade” (VV. 26-27).

“Deus tem dado muitas oportunidades. Noé pregou durante 120 anos. Sodoma teve o testemunho de Ló. Jerusalém, antes de ser levada cativa, ouviu o brado dos profetas que a convocaram ao arrependimento”.

1.1)         O orgulho do rei (v.30).
 Depois de doze meses o rei se exaltou por causa da magnificência de Babilônia: “Babilônia era a cidade mais rica e poderosa do mundo. Ela tinha 96 Km de muros, com 25 metros de largura, 25 portões de cobre, com uma imagem de Marduque no grande Templo com 22.500 kg de ouro. A cidade estava cheia de prédios, palácios e templos. Lá estavam os jardins suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo, construídos para sua esposa. Ele era um homem que tinha poder, riqueza e fama”.

            Deus humilhou um homem cujo coração transbordava de orgulho (VV.31-32). O grande rei da Babilônia ficou completamente louco. Deus tirou-lhe o entendimento, dando-lhe um coração de animal. Seu cabelo cresceu até parecerem penas. Suas unhas logo se assemelharam a garras. Vivia como um animal, no campo, alimentando-se de capim e sendo molhado pelo orvalho da manhã.

Doença de Nabucodonosor: “licantropia”, onde a pessoa acredita ser um animal, enquanto, ao mesmo tempo, preserva suficiente consciência interior, para lembrar-se do que realmente é. Pessoas que sofrem desta terrível enfermidade, agem como animal que imaginam ser e emitem os ruídos que os caracterizam.No século XIX, houve um número surpreendentemente alto de casos desta doença nas ilhas britânicas. Certas pessoas acreditavam ser bois ou vacas e agiam exatamente como estes animais, não esquecendo completamente sua identidade.

Os súditos retiraram para fora o soberano enlouquecido e o observavam com espanto, quanto comia capim e rolava no campo, com unhas e cabelos crescidos. Quem imaginaria que tal coisa pudesse acontecer ao rei de Babilônia?

Sete “tempos” se passam – semanas, meses ou quaisquer que sejam estes períodos de tempo. Pouco a pouco, enquanto está revirando no chão e comendo grama, vem a entender uma coisa. Quase totalmente enlouquecido, procedendo e mugindo como o animal que imagina ser, ainda possui consciência interior suficiente para reconhecer verdades que deveria ter assimilado antes.  Não de imediato, mas com firmeza, adquire a convicção de que Deus é o único Deus e o Rei do céu.

Nunca mais viverá como se ele, ou qualquer ser humano, fosse o centro do universo. Jamais cairá na armadilha de pensar que o mundo gira em torno de sua própria pessoa (v.34-37). Finalmente este grande rei está no lugar onde todo homem e mulher deve estar. Curvado ante a face de Deus. Seu coração foi transformado, seu entendimento restaurado. Nabucodonosor volta à sua humanidade plena e à glória anterior.

CONCLUSÃO: duas lições a Aprender.
Primeira, nunca devemos desistir da conversão de qualquer pessoa. Poderíamos imaginar que este poderoso rei, que levou cativo todo o povo de Deus e procurou forçar o remanescente a unir-se a ele na prática da idolatria, estaria, depois, ele mesmo, em comunhão com Deus? Creia na conversão do ateu, do cínico, do apático, do feiticeiro, do idólatra, do viciado, da prostituta, do homossexual, do assassino, do presidiário, do político, do universitário, enfim, de todos.

“Enquanto o Deus de Nabucodonosor continuar sendo Deus, nunca devemos desistir quando à conversão de qualquer pessoa. Muitas vezes somos tentados a questionar se há qualquer razão para prosseguirmos com o trabalho cristão”.

Segunda, por que até o momento você não se converteu, apesar de todo o seu interesse na Bíblia, é esta: VOCE AINDA NÃO ESTÁ SUFICIENTEMENTE HUMILHADO. Você tem um elevado conceito a respeito de si mesmo e não pode ir a Deus, como uma criança. Deus não o salvará se não houver humilhação de sua parte. Aqueles que se achegam a Deus, por meio de Cristo, precisam ir a Ele da mesma forma que o fizeram todos os demais antes deles (Atos 9.6 e Atos 16.30).




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