terça-feira, 19 de agosto de 2014

A fornalha ardente. Dn 3


Introdução
ü Um dos mistérios deste capítulo é a ausência de Daniel. Ninguém sabe o motivo desta ausência. Onde estava e o que fazia Daniel nesta ocasião não é revelado.

ü O principal ensino desse capítulo não é o livramento miraculoso. Não temos dificuldades em acreditar em milagres, temos? Mas, esse capítulo, nos ensina que os três jovens piedosos são tentados a praticar o mal e recusam-se a fazê-lo. “Transigir” não é uma palavra do vocabulário deles. O pecado é pecado, e eles não o cometerão, ainda que corram perigo.

ü O que acontece quando uma força irresistível (Nabucodonosor) encontra um objeto irremovível (na verdade, são três objetos: Sadraque, Mesaque e Adebe-Nego)?

1)    A força irresistível (v.1).
·        A força irresistível é o rei Nabucodonosor. A  narrativa se inicia com o rei erigindo uma imagem. Depois de Daniel revelar o sonho (capítulo 2), possivelmente a descrição “cabeça de ouro”, encheu o coração do rei de soberba, edificando uma imagem de verdade. Também, essa imagem era uma forma de adorar as divindades da Babilônia.

·        O custo de fabricação desta imagem deve ter sido muito alto. Folheada a ouro, erguia-se sobre um pedestal e tinha mais de trinta metros de altura, mas sua largura era apenas dois metros e setenta centímetros.

·        “Campo de dura”. A palavra campo em aramaico se refere a uma área de plana entre montanhas. Provavelmente seria visível a dezenas de Km, especialmente quando seu revestimento dourado brilhasse ao sol.

·        “Uma grande cerimônia de dedicação”: oficiais importantes vieram dos lugares mais distantes do império babilônico: governadores regionais, os prefeitos, os governadores das províncias, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todas as outras autoridades viessem à cerimônia de inauguração da estátua.

·        “O arauto apregoava em alta voz” (v.4). Depois do som da “trombeta” e o pífaro – instrumentos usados por judeus -, da “harpa” e do “saltério” – instrumentos gregos - , o arauto proclamava que, quando a orquestra tocasse, todos, quem quer que fosse onde quer que estivesse, deveriam adorar em terra e adorar a imagem erigida. NÃO SE CURVAR PODERIA SER INTERPRETADO COMO UM ATO DE INFIDELIDADE; era traição (v.6).

·        No entanto, para Sadraque, Mesaque e Adebe-Nego o primeiro mandamento era de suprema importância para eles (Ex. 20.3; Mt 22.37). Haviam recusado comer alimentos oferecidos aos ídolos e, portanto, certamente não se dobrariam diante de uma imagem.

·        “Voce não conseguirá entrar sorrateiramente no céu, acompanhado de Cristo, sem conflitos e uma cruz”. Pessoas ao nosso redor nos pressionam para que nos unamos a elas em seus pecados. Insistem repetidamente: “todos fazem, porque não você? Por que ser diferente? Vamos, apenas esta vez: só esta vez”.  O mundo tem sua própria fornalha (v.6) ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. É a fornalha de ser desprezado, ridicularizado, escarnecido, repudiado e ignorado.

2)    Três objetos irremovíveis – Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
·        Pensemos na imensa multidão, a agitação e o ambiente de expectativa. Finalmente, a orquestra toca, e, como ordenado, a multidão se ajoelha diante da estatua. Ali, tão visíveis quanto era possível, encontram-se apenas três pessoas ainda de pé!

“todos haviam se curvado, mas três, somente três, corajosamente permaneceram de pé”.

·        Os versículos 13 a 15 contam-nos como o rei, na sua fúria, ordenou que os três fosse imediatamente trazidos a ele.

“é verdade?” – perguntou-lhes Nabucodonosor. Então lhes assegurou, como o fazem as pessoas ao nosso redor, que se for verdade, ainda há tempo para mudarem de atitude e tornarem-se como os demais (v.15). E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?

·        Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego: “Ó Nabucodonosor, quanto a isso não necessitamos de te responder. Sim, as denuncias são verdadeiras. Não temos nenhuma defesa, escusa ou desculpa a apresentar. Confirmamos os fatos. É perfeitamente verdadeiro que não nos curvamos ante a imagem de ouro. Se tu nos lançares na fornalha ardente, que assim seja. Nosso Deus pode livrar-nos. Realmente, ele o fará. PORÉM, SE EM SUA SOBERANA VONTADE, escolher não nos livrar, ainda assim não cometeremos o pecado que estás ordenando” (VV. 16-18).

·        VEJAM, ELES NÃO DECRETAM: Eles não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”; “O rei está amarrado”. O patriarca Jó, no auge da sua dor gritou: “ainda que me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13.15).
“é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto juiz em paz do que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-lo em terror”.

CONCLUSÃO: O que aconteceu?
·        A intensidade da fúria de Nabucodonosor alterou até mesmo sua aparência (v.19). Ordenou que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais do que o normal. Os jovens foram amarrados e lançados na fornalha de fogo ardente.

·        “Quantos homens foram lançados na fornalha?” “Três”? “Em que condição?” “Atados”. “Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses” (v.25). Era Jesus, andando com os discípulos no meio da fornalha (Is 43.2).


·        O livramento NO FOGO É A ESTRATÉGIA DE DEUS. Só temos duas escolhas: ou ficamos fora da fornalha com Nabucodonosor ou dentro dela com Cristo. O lugar do calor da prova é o mesmo lugar da comunhão intima com Cristo.





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