A fornalha ardente.
Dn 3
Introdução
ü Um dos mistérios deste capítulo é a
ausência de Daniel. Ninguém sabe o motivo desta ausência. Onde estava e o que
fazia Daniel nesta ocasião não é revelado.
ü O principal ensino desse capítulo não
é o livramento miraculoso. Não temos dificuldades em acreditar em milagres,
temos? Mas, esse capítulo, nos ensina que os três jovens piedosos são tentados
a praticar o mal e recusam-se a fazê-lo. “Transigir” não é uma palavra do
vocabulário deles. O pecado é pecado, e eles não o cometerão, ainda que corram
perigo.
ü O que acontece quando uma força
irresistível (Nabucodonosor) encontra um objeto irremovível (na verdade, são
três objetos: Sadraque, Mesaque e Adebe-Nego)?
1) A força irresistível (v.1).
·
A
força irresistível é o rei Nabucodonosor. A
narrativa se inicia com o rei erigindo uma imagem. Depois de Daniel
revelar o sonho (capítulo 2), possivelmente a descrição “cabeça de ouro”,
encheu o coração do rei de soberba, edificando uma imagem de verdade. Também,
essa imagem era uma forma de adorar as divindades da Babilônia.
·
O
custo de fabricação desta imagem deve ter sido muito alto. Folheada a ouro,
erguia-se sobre um pedestal e tinha mais de trinta metros de altura, mas sua
largura era apenas dois metros e setenta centímetros.
·
“Campo de dura”. A palavra campo em aramaico se
refere a uma área de plana entre montanhas. Provavelmente seria visível a
dezenas de Km, especialmente quando seu revestimento dourado brilhasse ao sol.
·
“Uma grande cerimônia de dedicação”: oficiais importantes vieram dos
lugares mais distantes do império babilônico: governadores regionais, os
prefeitos, os governadores das províncias, os juízes, os tesoureiros, os
magistrados, os conselheiros e todas as outras autoridades viessem à cerimônia
de inauguração da estátua.
·
“O
arauto apregoava em alta voz” (v.4). Depois do som da “trombeta” e o pífaro –
instrumentos usados por judeus -, da “harpa” e do “saltério” – instrumentos
gregos - , o arauto proclamava que, quando a orquestra tocasse, todos, quem
quer que fosse onde quer que estivesse, deveriam adorar em terra e adorar a
imagem erigida. NÃO SE CURVAR PODERIA SER INTERPRETADO COMO UM ATO DE
INFIDELIDADE; era traição (v.6).
·
No
entanto, para Sadraque, Mesaque e Adebe-Nego o primeiro mandamento era de
suprema importância para eles (Ex. 20.3; Mt 22.37). Haviam recusado comer
alimentos oferecidos aos ídolos e, portanto, certamente não se dobrariam diante
de uma imagem.
·
“Voce
não conseguirá entrar sorrateiramente no céu, acompanhado de Cristo, sem
conflitos e uma cruz”. Pessoas ao nosso redor nos pressionam para que nos
unamos a elas em seus pecados. Insistem repetidamente: “todos fazem, porque não
você? Por que ser diferente? Vamos, apenas esta vez: só esta vez”. O mundo tem sua própria fornalha (v.6)
ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. É a
fornalha de ser desprezado, ridicularizado, escarnecido, repudiado e ignorado.
2) Três objetos irremovíveis – Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
·
Pensemos
na imensa multidão, a agitação e o ambiente de expectativa. Finalmente, a
orquestra toca, e, como ordenado, a multidão se ajoelha diante da estatua. Ali,
tão visíveis quanto era possível, encontram-se apenas três pessoas ainda de pé!
“todos haviam se curvado, mas três,
somente três, corajosamente permaneceram de pé”.
·
Os
versículos 13 a 15 contam-nos como o rei, na sua fúria, ordenou que os três
fosse imediatamente trazidos a ele.
“é verdade?” – perguntou-lhes
Nabucodonosor. Então lhes assegurou, como o fazem as pessoas ao nosso redor,
que se for verdade, ainda há tempo para mudarem de atitude e tornarem-se como
os demais (v.15). E quem é o deus que
vos poderá livrar das minhas mãos?
·
Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego: “Ó
Nabucodonosor, quanto a isso não necessitamos de te responder. Sim, as
denuncias são verdadeiras. Não temos nenhuma defesa, escusa ou desculpa a
apresentar. Confirmamos os fatos. É perfeitamente verdadeiro que não nos
curvamos ante a imagem de ouro. Se tu nos lançares na fornalha ardente, que
assim seja. Nosso Deus pode livrar-nos. Realmente, ele o fará. PORÉM, SE EM SUA
SOBERANA VONTADE, escolher não nos livrar, ainda assim não cometeremos o pecado
que estás ordenando” (VV. 16-18).
·
VEJAM, ELES NÃO DECRETAM: Eles não dizem: “Eu não aceito isto”;
“Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”; “O rei está amarrado”. O patriarca
Jó, no auge da sua dor gritou: “ainda que me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó
13.15).
“é melhor ser morto
prematuramente e encontrar o reto juiz em paz do que viver um pouco mais com
vida repreensível e encontrá-lo em terror”.
CONCLUSÃO: O que aconteceu?
·
A
intensidade da fúria de Nabucodonosor alterou até mesmo sua aparência (v.19).
Ordenou que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais do que o normal. Os
jovens foram amarrados e lançados na fornalha de fogo ardente.
·
“Quantos
homens foram lançados na fornalha?” “Três”? “Em que condição?” “Atados”. “Eu,
porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem
nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses” (v.25).
Era Jesus, andando com os discípulos no meio da fornalha (Is 43.2).
·
O
livramento NO FOGO É A ESTRATÉGIA DE DEUS. Só temos duas escolhas: ou ficamos
fora da fornalha com Nabucodonosor ou dentro dela com Cristo. O lugar do calor
da prova é o mesmo lugar da comunhão intima com Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário