O início da igreja primitiva: perseguição, comunhão e
pecado (Atos 4.13, 5:1-10)
Introdução: O primeiro milagre na igreja primitiva e repercussão.
(Atos 3 e 4). Nesta
passagem vemos vividamente tanto o ataque inimigo como a defesa cristã. No
ataque inimigo há duas características.
Primeiro, há desprezo (Atos 4.13). O Sinédrio considerava Pedro e João
homens iletrados e incultos. A palavra traduzida "iletrados"
significa que não tinham nenhuma educação técnica, especialmente nas
intrincadas normas e a casuística da Lei. A palavra que se traduz por
"incultos" significa que eram leigos sem nenhuma qualificação
profissional. O Sinédrio, tal como era, considerava-os homens sem educação
superior e sem status profissional.
O segundo dos ataques consistiu em ameaças (Atos
4.18). Foi-lhes
dito o que lhes aconteceria se continuassem no caminho que escolheram. Mas as
ameaças do homem são impotentes para dobrar o cristão porque ele sabe que o que
o homem lhe fizer será momentâneo, enquanto que as coisas de Deus duram para
sempre.
Pedro e João, ao enfrentar estes ataques, tinham certos
argumentos em sua defesa: Primeiro, contavam com um fato indisputável
(Atos 4.16).
Era impossível negar que o homem ficou curado. A defesa e a maior
prova incontrovertível do cristianismo é um cristão. Em última análise as
palavras não importam muito. Só podemos comprovar o cristianismo apresentando
aos que nos rodeiam evidências inegáveis do caráter cristão.
"o maior argumento do evangelho é um homem transformado, um
coxo andando, um cego vendo, um bêbado sóbrio, um drogado cheio do Espírito, um
blasfemo reverente, um avarento honesto. O ateu desafiou o crente acerca de sua
fé. O crente respondeu: "Traga-me um homem que foi transformado pelo
ateísmo e lhe apresentarei um séquito de ladrões, prostitutas e avarentos que
foram transformados por Jesus".
Segundo, tinham o argumento de
uma fidelidade total a Deus (Atos 4.19-20). Tinham que escolher entre obedecer
ao homem ou obedecer a Deus. Pedro e João não duvidavam do caminho que deviam
seguir. O verdadeiro segredo do cristianismo descansa nesse grande tributo que
recebeu uma vez John Knox: Temia tanto a Deus que nunca teve medo de enfrentar
o homem". Quando o carrasco de Perpétua (uma jovem cristã martirizada em
Cartago (século III) a estava intimidando na arena da morte, ela disse:
"Viva, eu te vencerei; na minha morte, vencer-te-ei ainda mais".
Uma vez o enviado papal ameaçou Martinho
Lutero com o que aconteceria se continuava em seu caminho e o preveniu que no
final todos os seus seguidores o abandonariam. "Para onde irão
então?", perguntou-lhe. Lutero respondeu: "Então como agora estarei
nas mãos de Deus". Para o cristão os que são por nós são sempre mais que
os que são contra nós.
Mas o terceiro ponto de sua defesa era o
mais grandioso. Era o argumento de uma experiência pessoal de Jesus
Cristo (Atos 4.20).
Como disseram Pedro e João, não podiam deixar de falar a respeito daquelas
coisas que tinham visto e ouvido pessoalmente. Sua mensagem não era uma
história que lhes tinha irradiado. Sabiam que era certo em forma direta; e
estavam tão seguros disso que estavam dispostos a arriscar a vida.
Uma igreja que ora (Atos 4:23-31)
Primeiro, Ele é o Deus da criação (v.24); Segundo, ele é o Deus da revelação, que falou
por intermédio do Espírito Santo por boca de ...Davi, e que no Salmo 2 tinha
predito a oposição do mundo ao seu Cristo, com os gentios enfurecidos, povos
imaginando coisas vãs, reis se levantando e autoridades ajuntando-se contra o
Ungido do Senhor (vs. 25-26); Terceiro:
Ele é o Deus da história, que fez com que até os seus inimigos (Herodes e
Pilatos, os gentios e judeus, unidos numa mesma conspiração contra Jesus, v.27)
fizessem tudo o que a mão e o propósito de Deus predeterminaram. Vemos,
tres verbos: "fizeste"(v.24), "disseste" (v.25) e
"predeterminaste" (v.28).
A igreja fez tres pedidos principais: O primeiro era que OLHASSE PARA SUAS AMEAÇAS (v.29
a). O segundo pedido era que Deus os capacitasse a
serem seus servos (literalmente "escravos") para falar da sua Palavra
com toda a intrepidez (v.29 b). A
terceira petição era para que
Deus lhes estendesse a mão para fazer curas, sinais e prodígios, por intermédio
do nome... Jesus (v.30, Atos 5.12).
Em resposta a essa oração sincera e
unânime: 1) tremeu o lugar e, segundo comentou Crisóstomo "aquilo os
tornou mais inabaláveis"; 2) todos ficaram cheios do Espírito Santo; e 3)
em resposta aos seu pedido especifico (v.29), anunciavam a palavra de
Deus, com intrepidez (v.31).
1) Uma comunidade que amava (Atos 4:32-36) e
Barnabé.
Ø 1) Eles
tinham tudo em comum (v.32);
ninguém considerava suas as propriedades; 2) uma decisão radical:
“porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores
correspondentes, e depositavam aos pés dos apóstolos, para que pudessem
distribuí-los (VS. 34b-35); 3) a atitude radical e a ação prática baseavam-se
no principio de que a distribuição seria proporcional à necessidade real
“conforme alguém tinha necessidade” e Lucas declara a consequência da
distribuição criteriosa de ajuda: nenhum necessitado havia entre eles (v.34ª).
1.1) Barnabé – um exemplo.
· Quem era Barnabé? Barnabé (filho da consolação)
era cognome dado pelos apóstolos a José, levita, levita natural de Chipre
(At 4:36), devido a sua prontidão em ajudar. Filho da consolação. Encorajador.
Companheiro. Parceiro. Que está ao lado. O que ele fez? : o espírito coletivo dos primeiros
cristãos que ninguém considerava seu, tudo era compartilhado com os mais
necessitados. Barnabé vendeu um campo e colocou aos pés dos apóstolos.
Generosidade É a capacidade de voluntariamente querer ter menos.
2) Ananias e Safira.
· A história da mentira e morte desse casal é importante por vários
motivos. Ela ilustra a honestidade de Lucas como historiador; ele não omitiu
este sórdido episódio. Nem tudo era romântico e justo!
“Uma vez um pintor da corte pintou o retrato de Oliver Cromwell.
Cromwell tinha a cara desfigurada por verrugas. O pintor, pensando agradar o
grande homem, omitiu as verrugas. Quando Cromwell viu o retrato disse:
"Leva-o, e me pinte com verrugas e tudo"
· Esta história é mais um exemplo da estratégia de Satanás. Esse
relato é um paralelo entre Ananias e Acã – aquele que roubou dinheiro e roupas
após a destruição de Jericó (Js 7: 20-22). O PECADO DE ANANIAS. Ananias reteve parte
do dinheiro, o verbo empregado por Lucas é “apropriar-se indevidamente”. A
mesma palavra usada na Septuaginta em relação ao roubo de Acã, esse verbo
significa roubar.
· Antes da venda, Ananias e Safira, assumiram algum tipo de
compromisso no sentido de darem à igreja todo o dinheiro. HIPOCRISIA.
A apóstolo não denunciou a falta de honestidade mas a falta de
integridade (trazer apenas uma parte, fingido que era todo o dinheiro). Eles
não eram avarentos; eram ladrões e sobretudo – mentirosos. Querem o crédito e o
prestigio sacrificial, sem incoveniências. “A motivação do casal, não era
aliviar os pobres, mas inflar o próprio ego” (Atos 5:3-11).
Conclusão: lições.
· Em primeiro lugar, a gravidade do pecado de Ananias e
Safira. A mentira
deles não foi dirigida ao Espírito Santo, isto é, a Deus. E Deus odeia a
hipocrisia. Mas Ananias e Safira também pecaram contra a igreja (v.11). A
falsidade acaba com a comunhão.
· Em segundo lugar, a importância da consciência humana. Lucas registra a afirmação de Paulo
perante Festo de que ele sempre procurou manter sua “consciência” pura diante
de Deus e dos homens (Atos 24.16). Parece ser isto o que João quis dizer com
“andar na luz”. É ter uma vida transparente diante de Deus, sem engano ou
evasivas, cuja consequência é termos “comunhão uns com os outros”. “Viver
numa casa sem telhados, ou seja, de não permitir que nada se ponha entre eles e
Deus ou entres eles e outras pessoas. Essa abertura que Ananias e Safira não
conseguiram manter”.
· Em terceiro lugar, esse incidente nos ensina que é
necessário haver disciplina na igreja. Nessa área, a igreja tem oscilado entre a
severidade extrema (disciplinando membros pelas ofensas mais triviais) e a
permissividade extrema (não exercendo nenhuma disciplina, mesmo em casos de
ofensas sérias).
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