O DNA DA IGREJA (1 Corintios 6.9-11)
Introdução: o Apóstolo Paulo e seus “santos”.
As cartas do apóstolo Paulo destinadas à igreja de Corinto
está cheia de exortações e repreensões devido a problemas como divisões,
fofocas, adultérios, incestos, litígios entre pessoas, atitudes de preconceitos
entre ricos e pobres, entre outras coisas.
Os membros da igreja de Corinto são chamados de “santos”!
Como poderia ele chamar de “santos” grupos formados por pessoas tão
problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão
grotescos?
A resposta está na expressão que normalmente ele chama os
cristãos de “santos em Jesus Cristo” (1 Coríntios 1:2: “...aos santificados em
Jesus Cristo...”). A não percepção ou compreensão deste segredo tem levado
muitas pessoas a enxergarem a igreja de uma forma crítica e severa. Porque
essas pessoas colocam em dúvida a validade da igreja enquanto comunidade dos
discípulos de Jesus, por causa da qualidade de vida de algumas pessoas que nela
se agregam.
Exemplo, Friedrich
Nietzche, disse: “Eu creria na sua salvação se eles (os cristãos) se
parecessem um pouco mais com pessoas que foram salvas”. Mahatma Gandhi: “Não tenho dificuldade com a pessoa de Jesus. Minha
dificuldade reside no abismo facilmente observado entre a pessoa e ensinamentos
de Jesus e o estilo de vida daqueles que se afirmam seus seguidores”.
O escritor americano Philip Yancey, chegou após uma longa
jornada de dúvida e criticas em relação à igreja: “Rejeitei a igreja durante
algum tempo porque encontrei bem pouca graça ali. Voltei porque não descobri
graça em nenhum lugar”. E continua: “O processo
me ensinou que o segredo para encontrar a igreja certa está dentro de mim. Tem
a ver com o meu modo de olhar a igreja”.
Portanto, se observamos a matéria prima usada por Deus para
fazer, a partir dela, o seu povo, compreenderíamos que o propósito principal de Deus, através da igreja , NÃO É
CRIAR UM GRUPO DE PESSOAS QUE PROPAGUEM E DIVULGUEM SUAS VIRTUDES ENQUANTO
INDIVIDUOS, MAS SIM AS VIRTUDES DE DEUS EM AMÁ-LAS, PERDOÁ-LAS E RESTAURÁ-LAS
ATRAVÉS DA OBRA DE JESUS CRISTO.
1)
Uma
má noticia!
“vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de
Deus? Não se deixe enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem
homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras,
nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus”.
Somos levados a concluir que Paulo nos apresenta uma lista de
pessoas que, devido à natureza de seus erros, já estão pré-condenadas por Deus
e pré-cozidas para o inferno. Não existe nem mesmo apelação! Vocês perversos,
imorais, idólatras, adúlteros, homossexuais, avarentos, alcoólatras,
caluniadores e trapaceiros, não tem mais qualquer chance. Desculpe-me, mas
regras são regras!
2)
Uma
boa notícia! (v.11).
Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados,
foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.
“Assim foram alguns de vocês”. Paulo
afirma que alguns daqueles que estão assentados nos bancos da igreja de Corinto
são ex-perversos, ex-imorais, ex-idólatras, ex-homossexuais, ex-ladrões,
ex-avarentos, ex-alcólatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros. Você já imaginou
estar sentado aos domingos no meio de uma turma como este currículo?
1.1)
Três
noticias.
·
A
primeira noticia é que você, quando assentado num dos bancos de uma igreja,
encontra-se sim sentado no meio de um bando de ex-perversos, ex-imorais,
ex-idólatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcólatras,
ex-caluniadores, ex-trapaceiros. Cada uma delas é, no Maximo, um “ex”.
·
A
segunda noticia, ainda mais chocante, é que eu e voces somos um deles. Nós não
gostamos de sermos confrontados pelo nosso passado, mas cada um de nós, em sua
própria fraqueza, carrega umas destas marcas de ex-perversos, ex-imorais, ex-idólatras,
ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcólatras, ex-caluniadores,
ex-trapaceiros, entre outros tantos “ex” que poderiam nos caracterizar. “O que
nos qualifica para estarmos sentados em um banco da igreja, certamente, não é o
nosso currículo anterior. Quem pensa o
contrário, não compreendeu ainda a essência do Evangelho de Deus”.
·
A
terceira noticia, e talvez a mais chocante e complicada de todas, é que alguns
daqueles que estão sentados domingo após domingo nos bancos de nossas igrejas
não são tão “ex” como deveriam ou com parecem ser. Outros, até são, mas vivem
tendo recaídas.
“Ao estabelecer que o padrão de
aceitação para pertencer ao grupo seria
a graça (Efesios 2.8-10), Deus transforma a igreja numa comunidade de
gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a
esperança de redenção de sua vidas e histórias no futuro. No entanto, esta
esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras”.
Quem foi Abraão? Um homem capaz de
entregar sua própria esposa para um outro homem por medo de morrer? Quem foi
Jacó? Um homem que passou a vida enganando todos que lhe cercavam? Quem foi
Davi? Um rei com talento para musica e poesia, mas um péssimo pai para seus
filhos! GENTE LIMITADA, IMPERFEITA E FALHA. POR ISSO, AO LERMOS A HISTÓRIA DE
SUAS VIDAS, O QUE NOS SALTA AOS OLHOS NÃO É: QUÃO VIRTUOSOS ELES ERAM. MAS,
QUÃO GRACIOSOS DEUS FOI PARA COM ELES.
3)
Uma
excelente notícia!
“Assim foram alguns de vocês. Mas
vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus”.
·
Os
três verbos assinalados tem em comum o fato de estarem na voz passiva. O agente
da ação não somos nós, mas Deus. Nós somos apenas objetos da ação: é Deus quem
nos lavou, é Ele quem nos santifica e é Ele também quem nos justificou. Os
verbos ressaltam o contraste entre o passado (o que éramos) e o presente (o que
somos em Cristo).
·
“Foram
lavados”: o primeiro verbo era usado para se referir ao ato de pegar
determinados utensílios, objetos, roupas, sujos pela utilização intensa ou
indevida, para lavá-los com água corrente (Ap 7.9,13-14).
“no nosso passado podem existir
marcar de erros cometidos e de desliza ocorridos. Estas marcas nos relembram
desde nossos erros mais tolos até os mais grotescos. No entanto, quando nos
aproximamos de Deus, crendo no que Ele fez por nós naquela cruz, somos lavados
completamente”.
·
“Fomos
santificados”: No Antigo Testamento as peças do tabernáculo tinham uma
utilização especifica: o serviço a Deus. Quando dedicadas para este fim,
aquelas peças eram santificadas, ou seja, separadas para o uso exclusivo do
serviço à Deus. O que faz de nós pessoas especiais não é a nossa essência, mas
o fato de estarmos engajados neste processo.
·
Fomos
justificados. “justificar”, tem sua origem no mundo judaico. Quando alguém
cometia um deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a
justiça. Quando este alguém cumpria a pena determinada ou pagava pelo dano
causado à outro, ele era tido como justificado. O que Deus fez? Enviou Jesus
para com sua vida e morte na cruz “pagar” nossa divida.
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