terça-feira, 20 de maio de 2014

O DNA DA IGREJA (1 Corintios 6.9-11)


Introdução: o Apóstolo Paulo e seus “santos”. 

As cartas do apóstolo Paulo destinadas à igreja de Corinto está cheia de exortações e repreensões devido a problemas como divisões, fofocas, adultérios, incestos, litígios entre pessoas, atitudes de preconceitos entre ricos e pobres, entre outras coisas. 

Os membros da igreja de Corinto são chamados de “santos”! Como poderia ele chamar de “santos” grupos formados por pessoas tão problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão grotescos? 

A resposta está na expressão que normalmente ele chama os cristãos de “santos em Jesus Cristo” (1 Coríntios 1:2: “...aos santificados em Jesus Cristo...”). A não percepção ou compreensão deste segredo tem levado muitas pessoas a enxergarem a igreja de uma forma crítica e severa. Porque essas pessoas colocam em dúvida a validade da igreja enquanto comunidade dos discípulos de Jesus, por causa da qualidade de vida de algumas pessoas que nela se agregam.

Exemplo, Friedrich Nietzche, disse: “Eu creria na sua salvação se eles (os cristãos) se parecessem um pouco mais com pessoas que foram salvas”. Mahatma Gandhi: “Não tenho dificuldade com a pessoa de Jesus. Minha dificuldade reside no abismo facilmente observado entre a pessoa e ensinamentos de Jesus e o estilo de vida daqueles que se afirmam seus seguidores”. 

O escritor americano Philip Yancey, chegou após uma longa jornada de dúvida e criticas em relação à igreja: “Rejeitei a igreja durante algum tempo porque encontrei bem pouca graça ali. Voltei porque não descobri graça em nenhum lugar”.  E continua: “O processo me ensinou que o segredo para encontrar a igreja certa está dentro de mim. Tem a ver com o meu modo de olhar a igreja”. 

Portanto, se observamos a matéria prima usada por Deus para fazer, a partir dela, o seu povo, compreenderíamos que o propósito  principal de Deus, através da igreja , NÃO É CRIAR UM GRUPO DE PESSOAS QUE PROPAGUEM E DIVULGUEM SUAS VIRTUDES ENQUANTO INDIVIDUOS, MAS SIM AS VIRTUDES DE DEUS EM AMÁ-LAS, PERDOÁ-LAS E RESTAURÁ-LAS ATRAVÉS DA OBRA DE JESUS CRISTO. 

1)    Uma má noticia!
“vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixe enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus”.

Somos levados a concluir que Paulo nos apresenta uma lista de pessoas que, devido à natureza de seus erros, já estão pré-condenadas por Deus e pré-cozidas para o inferno. Não existe nem mesmo apelação! Vocês perversos, imorais, idólatras, adúlteros, homossexuais, avarentos, alcoólatras, caluniadores e trapaceiros, não tem mais qualquer chance. Desculpe-me, mas regras são regras! 

2)    Uma boa notícia! (v.11).
Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus. 

“Assim foram alguns de vocês”. Paulo afirma que alguns daqueles que estão assentados nos bancos da igreja de Corinto são ex-perversos, ex-imorais, ex-idólatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcólatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros. Você já imaginou estar sentado aos domingos no meio de uma turma como este currículo? 

1.1)                    Três noticias.
·        A primeira noticia é que você, quando assentado num dos bancos de uma igreja, encontra-se sim sentado no meio de um bando de ex-perversos, ex-imorais, ex-idólatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcólatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros. Cada uma delas é, no Maximo, um “ex”.

·        A segunda noticia, ainda mais chocante, é que eu e voces somos um deles. Nós não gostamos de sermos confrontados pelo nosso passado, mas cada um de nós, em sua própria fraqueza, carrega umas destas marcas de  ex-perversos, ex-imorais, ex-idólatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcólatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros, entre outros tantos “ex” que poderiam nos caracterizar. “O que nos qualifica para estarmos sentados em um banco da igreja, certamente, não é o nosso currículo anterior.  Quem pensa o contrário, não compreendeu ainda a essência do Evangelho de Deus”.

·        A terceira noticia, e talvez a mais chocante e complicada de todas, é que alguns daqueles que estão sentados domingo após domingo nos bancos de nossas igrejas não são tão “ex” como deveriam ou com parecem ser. Outros, até são, mas vivem tendo recaídas.

“Ao estabelecer que o padrão de aceitação para pertencer ao grupo seria  a graça (Efesios 2.8-10), Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a esperança de redenção de sua vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras”.

Quem foi Abraão? Um homem capaz de entregar sua própria esposa para um outro homem por medo de morrer? Quem foi Jacó? Um homem que passou a vida enganando todos que lhe cercavam? Quem foi Davi? Um rei com talento para musica e poesia, mas um péssimo pai para seus filhos! GENTE LIMITADA, IMPERFEITA E FALHA. POR ISSO, AO LERMOS A HISTÓRIA DE SUAS VIDAS, O QUE NOS SALTA AOS OLHOS NÃO É: QUÃO VIRTUOSOS ELES ERAM. MAS, QUÃO GRACIOSOS DEUS FOI PARA COM ELES.

3)    Uma excelente notícia!
“Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus”.
·        Os três verbos assinalados tem em comum o fato de estarem na voz passiva. O agente da ação não somos nós, mas Deus. Nós somos apenas objetos da ação: é Deus quem nos lavou, é Ele quem nos santifica e é Ele também quem nos justificou. Os verbos ressaltam o contraste entre o passado (o que éramos) e o presente (o que somos em Cristo).

·        “Foram lavados”: o primeiro verbo era usado para se referir ao ato de pegar determinados utensílios, objetos, roupas, sujos pela utilização intensa ou indevida, para lavá-los com água corrente (Ap 7.9,13-14).

“no nosso passado podem existir marcar de erros cometidos e de desliza ocorridos. Estas marcas nos relembram desde nossos erros mais tolos até os mais grotescos. No entanto, quando nos aproximamos de Deus, crendo no que Ele fez por nós naquela cruz, somos lavados completamente”.

·        “Fomos santificados”: No Antigo Testamento as peças do tabernáculo tinham uma utilização especifica: o serviço a Deus. Quando dedicadas para este fim, aquelas peças eram santificadas, ou seja, separadas para o uso exclusivo do serviço à Deus. O que faz de nós pessoas especiais não é a nossa essência, mas o fato de estarmos engajados neste processo.

·        Fomos justificados. “justificar”, tem sua origem no mundo judaico. Quando alguém cometia um deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a justiça. Quando este alguém cumpria a pena determinada ou pagava pelo dano causado à outro, ele era tido como justificado. O que Deus fez? Enviou Jesus para com sua vida e morte na cruz “pagar” nossa divida.

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