terça-feira, 4 de março de 2014

Um exemplo de mulher (Mc 7.24-30).



Introdução: Algumas informações do contexto do capitulo 7

Jesus está em território gentio. Essa nova seção constitui uma quebra geográfica definida na narrativa, pois o ministério de Jesus na Galiléia termina em 7.23. A segunda divisão, os ministérios do retiro e da Peréia, começam nesse ponto (7.24) e vai até 10.52.   Tiro e Sidom eram cidades da Fenícia, e ela fazia parte da Síria. Tiro ficava a uns sessenta quilômetros ao noroeste de Cafarnaum. Seu nome significa rocha. Tiro era um dos grandes portos naturais do mundo nos tempos antigos. Sidom situava-se a uns 42 quilômetros ao nordeste de Tiro e uns cem quilômetros de Cafarnaum.



 Jesus está quebrando o conceito judaico da impureza. Jesus, no texto anterior, provou para os judeus que não existem alimentos impuros (7.1-23). Agora, revela que não há pessoas impuras. Jesus entra na terra dos gentios sem ser contaminado. Jesus rejeita essa distinção e torna claro que o evangelho é para todos. A base para ser aceito por Deus não é uma questão de antecedentes étnicos, mas o relacionamento com Jesus.

Jesus está lidando com uma mãe aflita. Esse texto nos mostra uma mãe aflita aos pés do Salvador. Elas estão por todos os lados, elas estão aqui. Por que as mães sofrem pelos seus filhos? Essa mãe, embora gentia, tinha uma grande fé. Embora chegasse abatida, saiu vitoriosa. Spurgeon dizia que uma pequena fé levará a sua alma ao céu, mas uma grande fé trará o céu à sua alma.

1)          Uma mulher, uma mãe

Ela discerne o problema que atinge sua filha (7.25). Essa mãe sabia quem era o inimigo da sua filha. Ela sabia que o problema de sua filha era espiritual. Peter Marshal pregou um célebre sermão no dia das mães e afirmou que elas são guardas das fontes. As mães são os instrumentos que Deus usa para purificar as fontes que contaminam os filhos.


Ela discerne a solução do problema que atinge sua filha (7.26). Essa mãe percebeu que o problema da sua filha não era apenas uma questão conjuntural. Ela já tinha buscado ajuda em todas as outras fontes e sabia que só Jesus poderia libertar a sua filha. Ela vai a Jesus. Ela o busca e o chama de Filho de Davi, seu título popular, aquele que fazia milagres. Depois o chama de Senhor. Finalmente, se ajoelha (7.23). 

      Ela discerne que pode clamar a favor da sua filha (7.26). A necessidade nos faz orar por nós mesmos, mas o amor nos faz orar pelos outros. Ela orou por uma pessoa que não tinha condições de orar por ela mesma e não descansou até ter sua oração respondida. Pela oração ela obteve a cura que nenhum recurso humano poderia dar. Pela oração da mãe a filha foi curada. Aquela menina não falou uma palavra sequer para o Senhor, mas sua mãe falou por ela e ela foi liberta. “Onde há uma mãe em oração, sempre há esperança”.  Ambrósio disse acerca de Agostinho, por quem sua mãe orou trinta anos: “Um filho de tantas lágrimas, jamais poderia perecer”.

2)    Uma mulher em ação (v.25)
      Seu clamor foi por misericórdia (7.26). Ela está aflita e precisa de ajuda. Ela pede ajuda a quem pode ajudar. Ela não se conforma de ver sua filha sendo destruída.

Seu clamor foi com senso de urgência (7.25). Aquela mãe não perdeu a oportunidade. Aquela foi a única vez durante o seu ministério que Jesus saiu dos limites da Palestina e foi às terras de Tiro e Sidom. Ela não perdeu a oportunidade. As oportunidades passam. É tempo das mães clamarem a Deus pelos filhos. É tempo das mães se unirem em oração pelos filhos. Precisamos ter um senso de urgência no nosso clamor. Como você se comportaria se visse seu filho numa casa em chamas?


      Seu clamor é cheio de empatia (Mt 15.22). O problema da filha é o seu problema. Seu clamor era: Tem compaixão de mimSenhor, socorre-me. Era sua filha quem estava possessa. Ela sofria como se fosse a própria filha. A dor da sua filha era a sua dor.

 3)     Uma mulher, apesar das pedras no caminho (7.27,28).

“Essa mulher encontrou vários obstáculos em seu caminho: Sua nacionalidade era contra ela: era gentia e Jesus era judeu. Além do mais, ela era uma mulher, e a sociedade daquela época era dominada pelos homens. Satanás estava contra ela, porque um espírito imundo havia dominado a sua filha. Os discípulos estavam contra ela, eles queriam que Jesus a despedisse. O próprio Jesus aparentemente estava contra ela. Essa não era uma situação fácil”.

O obstáculo do desprezo dos discípulos de Jesus (Mt 15.23). Os discípulos não pedem a Jesus para atender essa mãe, mas para despedi-la. Não se importaram com a sua dor, mas quiseram se ver livre dela.



 A  barreira do silêncio de Jesus (Mt 15.23). O silêncio de Jesus é pedagógico. Há momentos que os céus ficam em total silêncio diante do nosso clamor. Foi assim com Jó. Ele ergueu aos céus dezesseis vezes a pergunta: Por que, Senhor? Por que estou sofrendo? Por que a minha dor não cessa? Por que os meus filhos morreram? Por que eu não morri ao nascer? Por que o Senhor não me mata de uma vez? A única resposta que ele ouviu foi o total silêncio de Deus. É mais fácil crer quando estamos cercados de milagres. O difícil é continuar crendo e orando pelos filhos quando os céus estão em silêncio, quando as coisas parecem estar indo mal.

      A barreira da resposta de Jesus (7.27,28). Não fui enviado senão à Casa de Israel (Mt 15.24). Foram palavras desanimadoras. Ela, porém, em vez de sair desiludida e revoltada, por causa da sua nacionalidade e educação pagã, veio e o adorou, dizendo: “Senhor, socorre-me!” Em vez de desistir de sua causa, adora e ora! Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos (7.27). O diminutivo sugere que a referência é aos cachorrinhos que eram guardados como animais de estimação.

 Naqueles dias não se usavam facas nem garfos nem guardanapos para comer, comiam com as mãos, e as limpavam em pedaços de pão que jogavam no chão para que os cães da casa os comessem. Assim que a mulher disse: "Eu sei que os filhos devem comer primeiro, mas não posso comer sequer os miolos que os filhos arrojam?".


 CONCLUSÃO:  Uma mulher de fé (7.29).

 Jesus elogia a fé daquela mãe (Mt 15.28). A mulher siro-fenícia não apenas teve seu pedido atendido, mas teve, também, sua fé enaltecida. Mãe não desista de seus filhos. Eles são filhos da promessa. Eles não foram criados para o cativeiro.

 “A fé honra a Deus e Deus honra a fé. “Ó mulher, grande é a tua fé!”. É significante que as duas vezes que os evangelhos destacam o elogio de Jesus a alguém por sua grande fé, foi em resposta à fé das pessoas gentias. É o caso dessa mulher siro-fenícia e do centurião romano (Mt 8.5-13)”.George Muller disse que a fé não é saber que Deus pode; é saber que Deus quer. A fé é o elo que liga a nossa insignificância à onipotência divina.

Aquela mãe recebeu pela vitória de sua fé a libertação da sua filha(7.29,30). Jesus disse: “Faça-se contigo como queres. E desde aquele momento, sua filha ficou sã”. A fé reverteu a situação. O pedido foi atendido. A bênção chegou. A fé venceu. Carlos Studd disse que a fé em Jesus ri das impossibilidades. Agostinho disse que fé é crer no que não vemos e a recompensa dessa fé é ver o que cremos.



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