terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Portas abertas e fechadas – Mc 6:1-13

1)    Jesus – sem honra em sua própria terra

·        Negaram-se a ouvir o que Ele tinha que dizer por duas razões: 1) Diziam: "Não é este o carpinteiro?" A palavra traduzida carpinteiro é tekton. Tekton significa o que trabalha em madeira, mas mais que um simples operário. Significa um artesão. Na antiguidade, e em muitos lugares ainda hoje, pode-se achar em povoados e aldeias um artesão capaz de construir algo, de um galinheiro a uma casa; o tipo de homem que pode levantar uma parede, arrumar um teto, reparar uma porta, o artesão, o homem de mil ofícios, que com poucas ferramentas ou sem nenhuma pode pôr mão em qualquer trabalho. Um homem assim era Jesus.

·        Diziam: "Não é este o filho da Maria? Não conhecemos seus irmãos e suas irmãs?" O fato de que chamassem a Jesus filho da Maria nos diz que José devia ter morrido. Temos portanto aqui a chave de um dos enigmas de vida de Jesus. Quando Jesus morreu tinha só trinta e três anos, mas não abandonou Nazaré até os trinta (Lucas 3:23).
·        Thomas Campbell foi um renomado poeta. Seu pai não tinha o mais mínimo sentido poético. Quando apareceu o primeiro livro de seu filho, com o nome impresso de Thomas, ele enviou um exemplar a seu pai. O ancião tomou e ficou olhando. Realmente olhava a encadernação e não o conteúdo. "Quem tivesse pensado", disse assombrado, "que nosso Tom pudesse fazer um livro como este!" Às vezes a familiaridade que deveria gerar um crescente respeito, dá lugar precisamente ao contrário. Às vezes estamos muito perto das pessoas para ver sua grandeza.

2)    Conseqüências de não atentar ao tempo da oportunidade.
·        a incredulidade fecha as portas da oportunidade para Nazaré. Jesus não permaneceu na cidade de Nazaré. Ele foi adiante. Ele não insistiu em arrombar a porta. Nazaré perdeu o tempo da sua oportunidade. Realizar milagres em Nazaré poderia não ter nenhum valor porque o povo não aceitou a sua mensagem nem creu que Ele vinha de Deus. A maioria das pessoas pensa que tem ilimitadas oportunidades para crer, mas isso é ledo engano.

·        a incredulidade de Nazaré fecha as portas para os milagres de Jesus. Quão terrivelmente desastroso é o pecado da incredulidade. A incredulidade rouba do povo as maiores bênçãos. Jesus não pôde fazer em Nazaré nenhum milagre. O que significa este “Jesus não pôde?” Ele não podiaquerer, nessas circunstâncias. Ele também não deveria. Pois onde se rejeita o doador, a dádiva é sem sentido, talvez até prejudicial. Jesus não deveria, e por isso também não queria. Neste sentido não poderia.


·        Ausência da fé Jesus não poderia fazer obras poderosas, segundo o propósito de seu ministério, pois operar milagres onde a fé está ausente, na maioria dos casos, seria meramente agravar a culpa dos homens e endurecer seus corações contra Deus. Incredulidade: Adão e Eva e o povo de Israel no deserto (Ex 15.24; 17:2-3; Nm 11:1-6).

3)    Portas abertas para a salvação
·        Em primeiro lugar, Jesus amplia seu ministério comissionando os apóstolos.Jesus não chamou os apóstolos apenas para estarem com Ele, mas também para enviá-los a pregar e a expelir demônios (3.14-21). Agora, que já estão treinados, eles são enviados.

·        Em segundo lugar, Jesus deu aos apóstolos a mensagem. Quando os apóstolos saíram a pregar aos homens, não criaram a mensagem; levaram a mensagem. Não levaram aos homens as suas opiniões, mas a verdade de Deus. Tema da mensagem:
a)     Arrependimento: A mensagem do evangelho começa com o arrependimento. Arrepender-se significa mudar de mente e logo adaptar a ação a essa mudança. O arrependimento não é lamentar-se sentimentalmente; é algo revolucionário; por isso são poucos os que se arrependem.
Na novela Quo vadis? há uma passagem em que Vinício, o jovem romano, apaixonou-se por uma jovem cristã. Mas ela não quer nada com Marcos
ele porque não é cristão. Ele a segue à reunião noturna secreta do pequeno grupo de cristãos e ali, desconhecido por todos, ouve o que é dito. Ouve Pedro pregar e, enquanto escuta, algo lhe acontece. "Sentiu que se queria seguir esse ensino teria que lançar em uma fogueira todos os seus pensamentos, seus hábitos e seu caráter, toda sua natureza até esse momento, queimá-los até reduzi-los a cinzas e logo encher-se de uma vida totalmente diferente e uma alma inteiramente nova." Isto é arrependimento”.

b)    Eles curaram os enfermos ungindo-os com óleo (v.13). Os apóstolos pregaram aos ouvidos e aos olhos. Falaram e fizeram. Proclamaram e demonstraram. Eles tinham palavra e poder. A salvação é uma bênção que se estende ao homem integral, ao corpo e a alma. Os discípulos usaram o óleo aqui não como remédio ou cosmético, mas como símbolo da presença, da graça e do poder do Espírito Santo.

c)     Eles expulsaram demôniosA libertação faz parte do evangelho. O Messias veio para libertar os cativos. Ele se manifestou para libertar os oprimidos do diabo e desfazer suas obras. Todo crente que quer “conquistar” pessoas para Deus precisa dominar o “espaço aéreo” sobre a fortaleza (Ef 6.12; Rm 15.19; 2Co 10.4-6).

·        Em terceiro lugar, Em terceiro lugar, Jesus deu aos apóstolos a metodologia. As atitudes e ações dos apóstolos deveriam reforçar a mensagem que eles iriam proclamar. Jesus ensinou alguns aspectos metodológicos importantes: a) Os apóstolos foram enviados de dois a dois.Isso fala de mútua cooperação, mútuo encorajamento, mútuo ensino e também de credibilidade do testemunho. A Bíblia ensina que é melhor serem dois do que um (Ec 4.9).

·        Em quarto lugar, Os apóstolos deveriam confiar no provedor e não na provisão. Eles não deveriam levar túnica extra, alforje nem dinheiro. Deveriam confiar na provisão divina enquanto faziam a obra. Jesus estava lhes mostrando que o trabalhador é digno do seu salárioJesus alerta sobre o perigo da ostentação. Os mensageiros não deveriam ser temidos nem invejados. Eles não deveriam fazer da obra de Deus uma fonte de lucro.
Na Antigüidade, pregadores itinerantes eram comuns. Com freqüência estavam mais interessados na pele das ovelhinhas do que na vida delas. Sabiam fazer da religiosidade uma fonte de renda. Paulo se esforçava ao máximo para distanciar-se desta praga e conservar a credibilidade do evangelho (1Co 9.12-15; 2Co 12.14s; 1Ts 2.1-10)”.

·        Em quinto lugar, Os apóstolos deveriam ser sensíveis à cultura do povo.Deveriam comer o que se colocava na mesa e não deveriam ficar mudando de casa, enquanto permaneciam numa cidade. A hospitalidade era um dever sagrado no Oriente.

·        Em sexto lugar, Jesus ensinou que se deve aproveitar as portas abertas e não forçar as portas fechadas. Onde houvesse rejeição, os apóstolos não deveriam permanecer, ao contrário, deveriam seguir adiante. Era preciso buscar portas abertas. Paulo orou por portas abertas e onde elas se abriam permanecia pregando, mas onde elas se fechavam, ele ia adiante. O critério do investimento era o vislumbre de portas abertas.

·        Em sétimo lugar, Jesus alertou sobre o perigo de rejeitar o evangelho. Os apóstolos deveriam sacudir o pó de suas sandálias e considerar aquele território pagão.

CONCLUSÃO: qualquer lugar, quer seja uma casa, vila ou cidade, que recuse aceitar o evangelho, deve ser considerado impuro, como se fosse um solo pagão. Não há salvação fora do evangelho. Não há salvação, onde a Palavra de Deus é rejeitada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário