quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mandamento e tradição de homens (Mc 7.1-23).


1)    Acusação (Mc 7.1)
·        Em primeiro lugar, Os escribas e fariseus eram guardiões da tradição judaica. Os escribas eram os especialistas da lei. Eles estudavam, interpretavam e a ensinavam ao povo. Mas exatamente eles transmitiam para sua própria geração as tradições, que de geração em geração, tinham sido passadas com respeito à interpretação e aplicação da lei. Os fariseus por sua vez, tentavam fazer todos crerem que eles, os separatistas, estavam vivendo de acordo com o ensino dos escribas.

Ø  Em segundo lugar, a pratica dos acusadores (Mc 7.3,4). A tradição dos anciãos correspondia a uma coleção de preceitos, adicionais à lei de Moisés, que pretendia guiar o judeu na aplicação dos mandamentos por meio das variadas circunstancias da vida. Eles pensavam que da observância dessas muitas e detalhadas regras e cerimônias de purificação dependia a própria salvação deles. “Tradição é a fé viva dos que já morreram e tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem”.

·        Em terceiro lugar, a pergunta dos acusadores (Mc 7.5). Os fariseus e escribas estão escandalizados porque os discípulos de Cristo não purificavam as mãos para comer nem mesmo prestavam obediência à tradição dos anciãos (Mt 23.4).


 1.1)         Dois erros cometidos pelos escribas e fariseus. Primeiro, eles pensavam que por observar esses ritos eram melhores que os outros (Lc 18:11-12). Segundo, eles estavam enganados quanto à natureza do pecado. A santidade é uma questão de afeição interna e não de ações externas.

2.        Jesus responde aos escribas e fariseus (Mc 7.6-13).
·        Jesus descreve o caráter dos acusadores (7.6). São hipócritas. O hipócrita é um ator, ele desempenha papel de outra pessoa. Ele não é quem aparenta. Os lábios são de uma pessoa, mas o coração é de outra.

·        “Conta-se de um maometano que ia perseguindo a outro, faca em mão, para assassiná-lo. Justo nesse momento soou o chamado à oração, imediatamente se deteve, estendeu sua esteira de oração, ajoelhou-se, rezou sua oração o mais rápido possível, e logo se levantou e prosseguiu sua perseguição homicida”.

·        Jesus revela a inversão de valores dos acusadores (7.8). Os escribas e fariseus proclamavam ser defensores da doutrina de Deus. Mas o zelo deles não era preservar e proclamar a palavra de Deus, mas em manter a tradição dos anciãos.

·        Os rabinos haviam dividido a lei mosaica em 613 mandamentos distintos, com 365 deles contendo proibições, enquanto 248 eram orientações positivas. Por meio desses mandamentos, eles tentavam regular cada detalhe da conduta dos judeus: seus sábados, viagens, comida, jejuns, abluções, comércio, relações interpessoais etc.

·        Jesus denuncia que eles rejeitaram jeitosamente o preceito de Deus (Mc 7.9-12).Os escribas e fariseus chegaram a ponto de anular e invalidar um preceito infalível de Deus para confirmar sua tradição fraca e miserável. Deturparam o quinto mandamento e liberaram os filhos avarentos da responsabilidade de cuidarem de seus pais na velhice. Esses lideres proclamavam amar a Deus, mas não tinham amor pelos pais.

·        Honrar pai e mãe é mais do que simplesmente obedecer-lhe. O que realmente importa é a atitude interior do filho em relação aos seus pais. Essa atitude é o que, na verdade, produz honra. Toda obediência interesseira e relutante, ou produzida pelo terror é, descartada. Honra implica amor e alta consideração.

·        Corbã (dedicado a Deus). Quando um filho mau tinha intenção de desamparar pai e mãe, sonegando a eles assistência devida, dizia a eles que não poderia ajudá-los, porque havia dedicado esses recursos financeiros como oferta ao Senhor. É Corbã, poderia, simplesmente, conservar o dom para seu próprio uso.

2)    A verdade espiritualidade (7.14-16).

·        Jesus assegura que a contaminação vem de dentro e não de fora (7.15). A verdadeira espiritualidade não é ritual nem cerimonial, mas procede da sinceridade do coração (Jr 17.6).
·        Jesus assegura que a verdadeira pureza tem a ver com o coração e não com o estômago (7.18-20). Jesus está acabando com a paranóia da religião legalista das listas intermináveis do pode e não pode. Jesus está declarando puros todos os alimentos. Não podemos considerar impuro o que Deus tornou puro (Atos 10.15). O alimento desce ao estomago, mas o pecado sobe ao coração.

Conclusão: Marcos cita doze pecados que brotam do coração. Os primeiros seis indicam más ações, enquanto os últimos seis falam do estado do coração.

Prostituição – o termo é pornéia indica o pecado sexual em geral: a prostituição, pornografia, a fornicação, adultério, o homossexualismo, bem como toda impureza moral.

Furtos. O furto é uma apropriação daquilo que não nos pertence. 

Homicídios: desejo de tirar a vida do próximo, como também o ódio.

Adultério: violação dos laços matrimoniais, como o olhar cobiçoso (Mt 5.28). Avareza: é o apego idolátrico à coisas materiais.

As malicias: isso poderia ser a somatória de todas as manifestações iníquas.

Do coração. Dolo: pode ser definido como artimanhas do engano.
Lascivia: impulso pecaminoso como luxuria e licenciosidade.
Inveja: é o desprazer de ver uma pessoa possuir algo.
Blasfêmia ou maledicência : difamação do caráter, xingamento, à calunia, linguagem desdenhosa ou insolente dirigida contra outra pessoa, seja diretamente para ela, ou pelas suas costas.
Soberba: a tendência maligna de imaginar-se melhor, mais hábil ou maior do que os outros.

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