segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

E            
“Tradição” e “Mera Tradição”.



Todas as terças estamos tecendo junto com igreja  o texto do Evangelho de Marcos expositivamente. Então cada terça é um capitulo ou fragmentos de um capítulo. Na próxima terça estarei pregando sobre o capitulo 7 deste evangelho. Esse texto é muito pertinente aos dias de hoje porque faz uma distinção entre “tradição’ e “mera tradição”.

Fazendo minha leitura devocional nesta manhã de segunda feira me deparei com o texto de  Zacarias 7:1-3, que é uma essência de tradição e mera tradição. Então vamos analisar: “No quarto ano do rei Dario, veio a palavra do Senhor, no dia quarto do nono mês, que é quisleu. Quando de Betel foram enviados Sarezer, e Regém-Meleque, e seus homens para suplicarem o favor do Senhor, perguntaram aos sacerdotes, que estavam na Casa do Senhor dos Exércitos, e aos profetas: “Continuaremos nós a chorar, com jejum, no quinto do mês, como temos feito por tantos anos?”

            Os jejuns sobre os quais os homens de Betel perguntaram eram jejuns instituídos pelos exilados para comemorar acontecimentos associados à queda de Jerusalém, cerca de 68 anos antes. A primeira geração de exilados sentiu aquela queda profundamente e, sem dúvida, havia chorado com grande sinceridade. Agora, porém, outra geração, apenas dois anos depois de terminar um novo Templo de Jerusalém, perguntava-se se havia alguma razão para manter os jejuns tradicionais.

            Observe duas coisas sobre a questão. Primeiro, Deus não havia ordenado aqueles jejuns e, portanto, eles não eram obrigatórios. Contudo, era correto os homens de Betel suscitarem a questão junto aos líderes espirituais de Jerusalém e buscar orientação de Deus.  Seja como for que as nossas tradições religiosas tenham começado, é sábio buscar orientação de Deus antes de modificá-las.

            Segundo, os jejuns haviam se tornado uma MERA TRADIÇÃO para a geração presente. Há uma diferença entre “TRADIÇÃO”  e “MERA TRADIÇÃO” . O que pode ser uma forma vital de expressar  uma experiência  espiritual  real raramente pode ser legado à geração seguinte, sem se tornar uma mera tradição: a forma sem o significado ou a vitalidade. CADA GERAÇÃO deve ter a liberdade de encontrar as melhores maneiras para expressar a sua experiência pessoal com o Senhor.

            “Quando jejuaste... jejuaste vós para mim?” (Zc 7.4-7). Deus respondeu à pergunta sobre o jejum por meio do profeta Zacarias. Sua resposta foi dada por meio de uma pergunta contundente. As pessoas haviam realmente jejuado “para Mim” todos aqueles anos ou jejuado para si mesmas?

            Em essência, Deus perguntou: “vocês sentiram uma tristeza pelos seus pecados – ou só se sentiram tristes por terem apanhados no pecado?” O motivo para o jejum era a culpa pelos pecados que causaram o Exílio? Ou a dor, em primeiro lugar, era simplesmente uma autopiedade, uma expressão egoísta da própria postura que levara geração anteriores a abandonar a Deus?

            Que pergunta para nós fazemos quando experimentamos a disciplina do Senhor? Sentimos. Dói. Mas o nosso coração dói pelo pecado ou apenas pelo castigo? Mudamos o foco de nosso interesse pelo Senhor ou ainda estamos interessados em nós mesmos?

            “Assim falou o Senhor dos Exércitos” (Zc 7.8-14). Os homens de Betel haviam perguntado: “Devemos jejuar?” Deus parece rejeitar a pergunta como despida de importância e respondeu: “Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração” (VV. 9,10).

            Quantas vezes nos preocupamos apaixonadamente com questões sem importância. No tempo de Jesus os fariseus tinham o cuidado de dizimar as folhas das pequenas ervas que cresciam nas suas soleiras. Mas, Cristo disse, “desprezai o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Um dos ardis mais eficazes de Satanás é fazer com que os crentes dêem muita atenção àquilo que não merece atenção. Quando aquilo que é menos significativo domina o nosso pensamento, ignoramos os aspectos verdadeiramente centrais da nossa fé.

            Observe que tanto Zacarias como Jesus se concentraram em um estilo de vida marcado  pela justiça, misericórdia e compaixão. Se formos fiéis na demonstração do nosso compromisso com o Senhor vivendo uma vida santa e amorosa, as “coisas pequenas” encontrarão o seu lugar.  




           

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