sexta-feira, 10 de janeiro de 2014



O que significa ser profeta nos dias de hoje? (Jeremias como exemplo)


         Tenho meditado nestes dias sobre os  profetas do Antigo Testamento. De antemão, me adianto em dizer que o ministério profético cessou em João Batista. Não temos revelação porquanto tudo que precisamos saber sobre Deus e a sua vontade encontramos em sua Palavra. E, não temos, a inspiração. Pois inspiração - no grego Theospneustos, ou sopro divino -  é um sopro divino sobre os profetas que os possibilitava de anunciar os desígnios de Deus. O que precisamos hoje é de iluminação, que é a capacidade de entender a mensagem divina para os dias hodiernos.

        O profeta Jeremias, adjetivado como profeta chorão, não foi compreendido no seu tempo. Aliás, quase todos os profetas veterotestamentário não eram unânimes mas sim, homens perseguidos. Portante, Jeremias era tímido e filho de Hilquias - sacerdote de Anatote. Em momento algum no desenrolar da vida profética vemos os homens de Judá ao lado do profeta. Jeremias profetizou durante o reinado de Josias - rei de Judá - e  sabemos que este rei promoveu uma volta para Deus, causando um  avivamento espiritual ao povo. Depois, profetizou durante o cerco de Jerusalém quando Zedequias reinava sobre Judá. E a mensagem dada ao profeta era de juízo, ou seja, o povo iria ao exílio por causa do pecado de Judá.


         No ano 606 a.C, Nabucodosor, tomou a cidade de Jerusalém e alguns judeus foram transportados para Babilônia. Depois, definitivamente em 586 a.C, Jerusalém é tomada e a maioria são transportados ao cativeiro. Jeremias diante da opção de ir a Babilônia ou ficar em Jerusalém, opta pela segunda. 

         O capítulo 28 de Jeremias narra o começo do exílio babilônico e a profecia de Jeremias o exilio duraria 70 anos. Vemos a presença de um pseudo profeta chamado Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão. A essência da mensagem era: "Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do Senhor, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a babilônia". O que este profeta estava tentando fazer era por em descrédito a Palavra proferida por Jeremias e colocar dúvidas na cabeça do povo. E lhes pergunto: Qual é a mensagem mais conivente? Uma que diz que o povo ficará no exílio e outra que diz que o povo voltará em pouco tempo do exílio?!

         Temos também no livro de Jeremias um embate com outro pseudo profeta: Pasur. Pasur era filho do sacerdote Imer, que era "presidente" na Casa do Senhor (Jr 20.1). Pasur feriu o profeta Jeremias e o prendeu em um tronco, na Casa do Senhor. Por causa disso Pasur passou a ser chamado pelo profeta de "terror-por-todos-os-lados". Diante de todas esses empecilhos o profeta se lamenta profundamente: "Persuadiste-me, ó Senhor, e persuadido fiquei; mais forte foste do que eu e prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia; cada um deles zomba de mim. Porque, sempre que falo, tenho de gritar e clamar: violência e destruição! Porque a Palavra do Senhor se me tornou um opróbrio e ludíbrio todo o dia. Quando pensei: não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então, isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer e não posso mais".
Diante disso não tem como ser PROFETA NOS DIAS ATUAIS sem questionar a maneira de viver das pessoas ao nosso lado.



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