NINGUÉM VOS JULGUE PELOS SÁBADOS
Mandaram-me, pelo correio, um livrete com o título “Qual o verdadeiro
dia de repouso?”. De autoria de Williams Costa Jr. e Alejandro Bullón, ambos
pastores adventistas, a obra é distribuída pelo curso “Está Escrito”, da
referida seita. O texto é composto de perguntas e respostas.
Acredito que esse material me foi enviado por alguém que conhece a minha
posição com relação aos ensinos adventistas sobre a guarda do sábado, posição
essa exposta ao longo dos anos aqui mesmo em Defesa da Fé, e também em
programas de rádios e seminários, entre outros eventos. Tanto é assim que fui
até mesmo citado pelos autores no livrete, o que me motivou ainda mais a me
pronunciar. Aproveito a oportunidade também para responder, de uma só vez, às
cartas e aos telefonemas, que não são poucos, que chegam, por parte dos
adventistas, ao ICP. Dessa forma, eles me criticam e instigam a replicar seus
argumentos sabatistas ardilosos e polêmicos. Alguns desses argumentos são, de certa
forma, infantis, como se vê na página 12 do livro em referência. Vejamos:
– Wiams, você fala inglês, como se diz domingo em inglês? – pergunta
Bullón.
– Sunday – responde Costa Júnior.
– E o que quer dizer Sunday? – Bullón novamente.
– O dia do sol. E não é somente em inglês, em alemão também. Eu não falo
alemão, mas em algumas línguas o domingo significa o dia do sol – finaliza
Costa.
Qualquer criança que estuda inglês sabe que a palavra para sábado nessa
língua é saturday. Se perguntarmos a essa mesma criança qual o significado do
termo saturday ela responderá “o dia de Saturno”. Quem era Saturno? Um deus
pagão, do qual vem o vocábulo saturnais, que indica uma festa realizada com
licenciosidade e baixeza moral.
Mas o adventista dá valor apenas ao argumento sobre a palavra sunday,
mesmo sabendo que todos os dias da semana eram conhecidos por nomes de deuses
ou planetas: o Sol (domingo), a Lua (segunda-feira), Marte (terça-feira),
Mercúrio (quarta-feira), Júpiter (quinta-feira), Vênus (sexta-feira) e Saturno
(sábado).
Para um líder espiritual de uma igreja que se vangloria por conhecer
profundamente a Bíblia (o que não é verdade, pois os adventistas baseiam seus
ensinos nas visões e revelações de Ellen Gould White), esse argumento infantil
tem validade.
Embora os adventistas queiram ser reconhecidos como evangélicos, na
verdade são sabatólatras. São sucessores dos fariseus dos dias de Jesus, que
levaram o Mestre à morte por causa de duas acusações. A primeira delas era
porque o Salvador não guardava o sábado. A segunda, porque Jesus se declarava
Filho de Deus, com natureza igual à de Deus. Isso era caso gravíssimo para os
judeus. Imperdoável mesmo! Por isso, pois, os judeus “Ainda mais procuravam
matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que deus era seu
próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”(Jo 5.17-18).
Através de um exame, ainda que superficial, do livro “Qual o verdadeiro
dia de repouso?”, percebe-se facilmente que faltou seriedade intelectual aos
seus autores. Não é possível que alguém se proponha a defender o sábado como
sendo o verdadeiro dia de repouso e, propositadamente, ao citar as Escrituras
como prova da sua validade, omita a palavra sábado (no plural, sábados) de
Colossenses 2.16. Pois é justamente dessa forma que o senhor Bullón age.
Vejamos o diálogo entre ele e o pastor Costa Júnior:
Pastor COSTA JÚNIOR – (referindo-se aos crentes que costumam dizer)...
“eu sou cristão, sou seguidor de Jesus e guardo o domingo. E uma das razões
pelas quais eu guardo o domingo é porque Jesus foi perfeito. Ele cumpriu a Lei
e Ele pregou a Lei na cruz. Pastor Bullón, há necessidade de continuar
guardando a Lei, apesar de Jesus ter feito seu sacrifício na cruz?”
Pastor BULLÓN – “Muitos cristãos acham que depois da morte de Cristo já
não se deve guardar mais o sábado porque Cristo cravou na cruz os mandamentos
de Deus. Em primeiro lugar, não há base bíblica dizendo que Jesus cravou os
mandamentos de Deus. Jesus cravou na cruz todas as festas do povo de Israel,
que apontavam para a sua vinda, como o sacrifício do cordeiro e a circuncisão.
Muitas das festas, cerimônias e leis cerimoniais do povo de Israel tinham como
objetivo anunciar que Jesus viria para morrer na cruz do Calvário pelos nossos
pecados. Agora, uma vez que Jesus veio, para que sair sacrificando cordeirinhos
se o Cordeiro de Deus já fora sacrificado? A circuncisão, as festas, as luas
novas, as festas religiosas de Israel, tudo isto chegou ao fim porque, isto
sim, Jesus cravou na cruz do Calvário” (p. 4).
Todos sabemos que a honestidade é fundamental quando se trata de refutar
doutrinas bíblicas. Pergunto: por que foi omitida propositadamente a palavra
“sábados” de Colossenses 2.16? Vimos que os autores falaram das festas, das
luas novas, mas omitiram a palavra “sábados”. Por que fizeram isso?
Vejamos o que de fato foi cravado na cruz (o que é reconhecido pelos
próprios adventistas): “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber,
ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são sombras
das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17). Como podemos ver, à
luz da Palavra de Deus, não foram apenas os dias de festas, as luas novas
cravados na cruz, mas também os sábados. E devemos saber que esses sábados não
são os sábados anuais, porque os chamados sábados anuais ou cerimoniais são
identificados no texto em pauta pela expressão dias de festas.
Razões que indicam que os sábados de Cl 2.16 são semanais
Diante da clareza de Cl 2.16-17, os adventistas do sétimo dia costumam
refutar essa posição alegando que a palavra sábados não se refere ao sábado
semanal, mas aos cerimoniais ou anuais, conforme mencionados em Lv 23.1-39.
Essa afirmação, no entanto, não é correta, e por três razões:
A - Os sábados anuais ou cerimoniais eram chamados de festas, e eles já
estão incluídos na frase dias de festa, em Cl 2.16. Esses dias de festa ou
sábados anuais eram designados como tais. A saber:
1 Festa da Páscoa - Lv 23.5,7;
2 Festa dos Asmos - Lv 23.8;
3 Festa de Pentecostes - Lv 23.15-16;
4 Festa das Trombetas - Lv 23.23-25;
5 Festa da Expiação - Lv 23.26,32;
6 Festa dos Tabernáculos - 1º dia de festa;
7 Festa dos Tabernáculos - último dia de festa - Lv 23.34,36.
Em Levíticos 23.37, lemos: “Estas são as solenidades do SENHOR, que
apregoareis para santas convocações...”. Na seqüência do texto, mas
precisamente no v. 38, os sábados são, propositadamente, excluídos. Vejamos:
“Estas ofertas são além dos sábados do Senhor, além dos vossos dons, além de
todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis
ao Senhor”.
Assim, os chamados sábados anuais estão incluídos nos dias de festas, o
que mostra, distintamente, que os sábados semanais, conforme indicados por
Paulo em Cl 2.16, não constam dessa relação: “Portanto, ninguém vos julgue pelo
comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos
sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.
B - A fórmula dias de festa, luas novas e sábados serve para indicar os
dias sagrados anuais, mensais e semanais:
1º Exemplo:
– Em Números 28 encontramos os holocaustos para os sábados (semanais),
para as luas novas (mensais) e para os dias de festa (anuais) nos seguintes
versículos: “... no dia de sábado dois cordeiros de um ano, sem mancha...
Holocausto é do sábado em cada semana...” (vv. 9,10). “E as suas libações serão
a metade dum him de vinho para um bezerro... este é o holocausto da lua nova de
cada mês, segundo os meses do ano” (v. 14). “Porém no mês primeiro, aos catorze
dias do mês, é a páscoa do Senhor; e aos quinze dias do mesmo mês haverá festa;
sete dias se comerão pães asmos” (vv. 16,17).
2º Exemplo:
– Em 1 Crônicas 23.31, lemos: “E para cada oferecimento dos holocautos
do Senhos, nos sábados, nas luas novas e nas solenidades por conta, segundo o
seu costume, continuamente”. O significado de cada período: “nos sábados” (cada
semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).
3º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 2.4 está escrito: “Eis que estou para edificar uma casa
ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele
incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos
da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas e nas festividades do Senhor
nosso Deus...”. O significado de cada período: “da manhã e da tarde” (cada
dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas
festividades” (cada ano).
4º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 8.13, registra-se: “E isto segundo o dever de cada dia,
oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas
solenidades, três vezes no ano”. O significado dos períodos: “nos sábados”
(cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).
5º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 31.3, lemos o seguinte: “Também estabeleceu a parte da
fazenda do rei para os holocaustos, para os holocaustos da manhã e da tarde, e
para os holocaustos dos sábados, e das luas novas, e das solenidades, como está
escrito na lei do Senhor”. O significado dos períodos: “da manhã e da tarde”
(cada dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “das
solenidades” (cada ano).
6º Exemplo:
– Em Ezequiel 45.17, lemos: “E estarão a cargo do príncipe os
holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações nas festas e nas luas
novas, e nos sábados, em todas as solenidades da casa de Israel”. Significado
dos períodos: “nas festas” (cada ano), “nas luas novas” (cada mês) e “nos
sábados” (cada semana).
7º Exemplo:
– Em Oséias 2.11 está escrito: “E farei cessar todo o seu gozo, a suas
festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades. E,
finalmente, temos Cl 2.16-17: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. O significado dos
períodos desses dois textos é o mesmo dos anteriores.
C- As palavras sábado, sábados e dia de sábado (no singular ou no
plural) ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento. Mas os adventistas do sétimo
dia reconhecem que apenas 59 dos casos se referem ao sábado semanal. Negam
justamente o texto de Cl 2.16. Dizem eles: “Os termos sábado, sábados e dia de
sábado ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento e em cada caso, exceto um,
refere-se ao sétimo dia. Colossenses 2.16,17 faz referência aos sábados anuais
relacionados com as três festas anuais observadas por Israel antes do primeiro
advento de Cristo” (Estudos bíblicos, p. 378, CPB).
Se perguntarmos aos adventistas qual o sentido da palavra sábados em
qualquer passagem do Novo Testamento em que ela aparece, a resposta será sempre
a mesma: sábado semanal. A única exceção é Colossenses 2.16. Por quê? Porque
teriam de reconhecer a procedência da nossa declaração de que, segundo essa
referência bíblica, o sábado semanal deixou de ser uma obrigação para os
cristãos.
Repetindo: se dermos à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido semanal
teremos em favor da nossa interpretação 59 referências reconhecidas por eles.
Mas, ao darem à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido de sábados anuais ou
cerimoniais, eles não têm nenhuma referência que apoie sua interpretação. Por
isso argumentam dessa forma. Caso contrário, teriam de reconhecer que o sábado
foi abolido na cruz: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele
que crê” (Rm 10.4).
“Meus sábados e seus sábados”
Os adventistas do sétimo dia dizem que a expressão meus sábados indica a
distinção entre os sábados semanais e os sábados cerimoniais. Mas isso não é
bíblico. As duas expressões são utilizadas para indicar os mesmos sábados - os
semanais. São de Deus - meus sábados - porque foram dados por Ele. E são dos
judeus - seus sábados - porque foram dados para eles.
Vejamos a aplicação dos pronomes meus e seus na Bíblia:
A - O Templo - Is 56.7 comparado com Mt 23.38 (minha casa, vossa casa);
B - O mesmo Deus indicado por meu Deus e vosso Deus - Jo 20.17
C - Os mesmos sacrifícios e holocaustos são chamados de meus e vossos em
Nm 28.2. Comparar com Dt 12.6.
Resposta às outras citações bíblicas
Pastor COSTA JÚNIOR – Pastor, qual é o fundamento bíblico, que nós
temos, para o verdadeiro dia de guarda? Qual o verdadeiro dia de repouso?
Pastor BULLÓN – Teríamos de ir, para esta resposta, ao início da criação
deste mundo. No capítulo 2 do livro de Gênesis, versículos de 1 a 3, diz assim:
“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E,
havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito. E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que,
como Criador, fizera”.
Se o sábado semanal deve ser o dia de repouso, por que então Deus
trabalhou nele? O texto é claro: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua
obra, que tinha feito”. Deus não terminou sua obra da criação no sexto dia e
descansou no sétimo. Ele trabalhou no sétimo dia, e descansou no mesmo dia em
que concluiu a obra da criação.
Ora, se se invoca o descanso de Deus para impingir-se a guarda desse dia
como sendo o dia de repouso, como admitir que Deus trabalhou justamente nesse
dia? E se Ele trabalhou para concluir a obra da criação, então não é pecado
trabalhar nesse dia seguindo o exemplo de Deus! O senhor Bullón declara: “Você
sabe que Deus não se cansa, nem se fadiga. Portanto, se Ele descansou no sábado
não era porque estava cansado”. Seguindo esse raciocínio de Bullón, o registro
bíblico merece correção, porque está declarando algo que não é verdade.
Devemos ver uma coisa, se o senhor Bullón queria apenas indicar com isso
que o sétimo dia deveria ser de descanso universal, surge então uma pergunta:
“Todos os homens da terra têm o dia sétimo, ao mesmo tempo, como dia de repouso,
inclusive o próprio Deus? Diz a Bíblia que o sábado deveria ser guardado a
partir do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado (Lv 23.32).
Logo, os habitantes da terra teriam de guardar o mesmo período. Mas, quando são
6 horas da manhã de sábado aqui no Brasil, no Japão são 6 horas da tarde. E
isto significa que, quando os guardadores do sábado aqui se levantam para
guardá-lo, os seus irmãos japoneses o acabaram de guardar. E quando os
brasileiros começarem a guardar o sábado, seus irmãos na Califórnia, USA,
trabalharão ainda durante cinco horas antes de começarem a guardá-lo. Qual dos
grupos de guardadores do sábado estarão realmente observando o período de tempo
que Deus descansou ao concluir a obra da criação?
Os adventistas guardam realmente o sábado?
Dentro das exigências da lei estava a proibição de acender fogo no dia
de sábado: “Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”
(Êx 35.3). Isso significa que é proibido acender qualquer tipo de fogo, seja um
fósforo ou um fogão a gás. Implica também na proibição de andar de carro movido
a combustão. Os judeus radicados no Brasil, notadamente os de São Paulo, onde
se localiza a maioria deles, vão à sinagoga a pé no dia de sábado, e não de
carro, respeitando as observâncias com relação a esse dia.
Caro leitor, pergunte ao primeiro adventista que lhe falar sobre a
obrigatoriedade da guarda do sábado se ele acende fogo nesse dia? Observe como
ele titubeia e não sabe como responder! Falta-lhe coragem para admitir que sim.
Paulo declarou: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da
maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas
as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que
pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”
(Gl 3.10-11). Assim, os adventistas estão sob a maldição da própria lei que
pretendem guardar. Pior, agem como os fariseus, que punham fardos pesados sobre
os ombros do povo e eles mesmos não tocavam nem com a mão. Mas Jesus os
denunciou: “Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos
ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). O
mesmo disse Pedro: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz
dos discípulos um jugo quem nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas
cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também”
(At 15.10,11). E Paulo reitera a impossibilidade da guarda da lei, que não era
completa apenas com os dez mandamentos.
O que abrangia o livro da lei? Nada menos do que 613 mandamentos, mas os
adventistas resolveram criar apenas duas leis. Uma delas denominaram como Lei
Moral, os dez mandamentos, e o restante como Lei de Moisés, cancelada na cruz.
Fácil, não? Baseados em quê fizeram essa distinção de leis? Tem apoio bíblico?
Onde aparecem na Bíblia expressões como Lei Moral e Lei Cerimonial? Por isso
confessam: “Seria útil classificarmos as leis do Velho Testamento em várias
categorias: 1. Lei moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e
Juízos; 5. Leis de saúde. Esta classificação é, em parte, artificial” (Lições
da Escola Sabatina, Lição n. 2, p. 18, de 8-1-1980).
Pastor BULLÓN – Então, como eu posso saber, pela Bíblia, que depois da
morte de Cristo, os seus discípulos ainda continuaram guardando o sábado? Muito
simples: em S. Lucas, capítulo 23, a partir do versículo 50, está relatado como
José de Arimatéia foi reclamar o corpo de Cristo. Cristo já estava morto.
Dentre as pessoas havia algumas mulheres. “Era o dia da preparação, e começava
o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o
túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar
aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamentos” (Lc
23.54-56). Ou seja, Jesus já havia morrido, e no sábado, o primeiro sábado após
a morte de Cristo, as mulheres ainda continuaram guardando o mandamento do
sábado.
Ora, se os próprios sabatistas reconhecem que o nosso argumento para a
guarda do primeiro dia da semana, como dia do Senhor (Ap 1.10), é decorrente da
ressurreição de Jesus, ocorrida no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3), e o
texto de Lc 23.54-55 se refere ao descanso das mulheres no sábado antes da
ressurreição, que valor tem o exemplo dessas piedosas mulheres judias para nós,
cristãos?
Pastor BULLÓN – A Bíblia está cheia de referências de que Jesus guardou
o sábado quando viveu nesta terra. E quem quer ser cristão, quer seguir a
Jesus. Porque cristão é aquele que faz o que Jesus fez.
Jesus guardou o sábado porque era judeu e nasceu sob a lei (Gl 4.4),
portanto obedeceu todas as leis do Antigo Concerto. Como exemplo de cidadão
judeu, Ele foi circuncidado, ordenou a entrega de oferendas ao sacerdote pela
purificação, guardou a festa da Páscoa, etc (Lc 2.21-24; 5.12-14; Mt 26.18,19).
Mas, quando morreu, Ele inaugurou uma nova aliança e revogou a velha (Jo 19.30;
Mt 27.51). “Mas, antes que a fé viesse estávamos guardados debaixo da lei, e
encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos
serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos
justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo do aio” (Gl 3.
23-25).
Se o fato de Jesus ter guardado a Páscoa não prova que também devemos
guardá-la, ou se o fato de Ele ter-se circuncidado não recomenda que também
devemos nos circuncidar, do mesmo modo não devemos também guardar o sábado por
que Ele o guardou.
A natureza dos mandamentos de Jesus
A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os adventistas
associam a palavra ‘mandamentos’ no Novo Testamento aos dez mandamentos. Mas
esse modo de pensar não é correto. Jesus foi bem específico quando falou de
seus mandamentos.
Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:
- “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos
amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34);
- “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei” ( Jo 15.12);
- “O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus
Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo seu mandamento” (1Jo 3.23);
- “E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu
irmão” (1Jo 4.21);
- “E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento,
mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros”
(2Jo 5).
O leitor pode perceber que em nenhum dos textos acima se fala na guarda
do sábado.
O Novo Testamento não repete os dez mandamentos
Não há dúvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho
Testamento. Fala de toda a Lei de Moisés, mas não repete o quarto mandamento em
nenhum lugar. Façamos uma comparação dos dez mandamentos dentro do Novo
Testamento:
VELHO TESTAMENTO
1º mandamento - Êx 20.2,3
2º mandamento - Êx 20.4-6
3º mandamento - Êx 20.7
4º mandamento - Êx 20.8-11
5º mandamento - Êx 20.12
6º mandamento - Êx 20.13
7º mandamento - Êx 20.14
8º mandamento - Êx 20.15
9º mandamento - Êx 20.16
10º mandamento - Êx 20.17
NOVO TESTAMENTO
1º At 14.15
2º 1Jo 5.21
3º Tg 5.12
4º Não existe
5º Ef 6.1-3
6º Rm 13.9
7º 1Co 6.9,10
8º Ef 4.28
9º Cl 3.9
10º Ef 5.3
Pastor BULLÓN – Mesmo São Paulo, que não foi discípulo de Jesus, pois
São Paulo se converteu depois, ou seja, já se havia passado anos e São Paulo
disse que quando chegou a Corinto foi, aos sábados, à sinagoga: “E todos os
sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos... O texto
bíblico diz: “Todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus
como gregos”. (A citação correta é Atos 18.4, e não Lucas 18.4, como indicado
no livrete). E os gregos não guardavam o sábado, portanto Paulo não ia por
causa dos judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor.
O sábado era o dia quando pessoas se juntavam na sinagoga para adoração
dentro do culto judaico. A maioria dos participantes era judeu. Os gregos
compareciam em menor número. Paulo aproveitou essas oportunidades para ensinar
que Jesus era o Cristo prometido nas Escrituras do Velho Testamento, procurando
ganhar aquelas pessoas para Jesus Cristo. E fez de tudo para conseguir seu
objetivo: “Fiz-me como judeu para com os judeus, para ganhar os judeus; para os
que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que
estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (Não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a
salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também
participante dele” (1Co 9.19-23).
Foi dessa forma que circuncidou Timóteo (At 16.3) e declarou que a
circuncisão nada vale (Gl 5.2; 6.15); observou o Pentecostes (At 20.16);
tosquiou a cabeça (At 18.18); e fez ofertas segundo a lei (At 21.20-26). Sua
explicação para a observância de todas essas práticas judaicas está no desejo
que tinha de ganhar os judeus e os gregos para Cristo. Será que os adventistas
circuncidam pessoas como Paulo o fazia? Observam o Pentecostes? Tosquiam suas
cabeças? Fazem ofertas segundo a lei? Que parcialidade dos adventistas: só se
lembram do sábado! É muito sectarismo da parte deles!
Outra declaração absurda é a que diz que Paulo “não ia por causa dos
judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor”.
Interessante! Paulo escreveu treze cartas, e se considerarmos Hebreus como sendo
de sua autoria, teremos quatorze. Será que Paulo se esqueceu de dizer isso em
suas epístolas: que o sábado era o dia do Senhor? Quanto à observância do
sábado, Paulo declarou: “Guardais dias (sábados) e meses, (luas novas), e
tempos, e anos (festas anuais). Receio de vós que não haja trabalho em vão para
convosco” (Gl 4.10-11). A preocupação de Paulo era com o fato de os gálatas
estarem se voltando para o judaísmo.
Pastor COSTA JÚNIOR – Existe um fundamento bíblico para nós guardarmos
outro dia que não o sábado, seja qual for a razão?
Pastor BULLÓN –Existe aqui uma declaração, que eu vou ler, no livro de
Hebreus, capítulo 4, versículos 4,5 e 9, que diz assim: “Porque, em certo
lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia,
de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu
descanso... Portanto, resta um repouso para o povo de Deus”. Isto quer dizer
que, para a Igreja de Deus dos nossos dias, continua um dia de repouso (p. 7).
É evidente que o repouso de que se trata aqui nada tem a ver com o
repouso do sétimo dia indicado no quarto mandamento, senão o repouso de uma de
fé em Deus. A idéia central do texto é:
A - Deus repousou depois de haver criado o mundo;
B - Os profetas falaram de antemão de um outro dia (Sl118.24), em vez do
sétimo, para comemorar o repouso maior que se seguiria a uma obra maior do que
a criação;
C - A este repouso maior, Josué nunca pode guiar o seu povo;
D - Jesus, havendo terminado sua obra de redenção na cruz (Jo 19.30),
repousou Ele mesmo no primeiro dia da semana (Mc 16.9), como Deus havia
repousado da sua;
E - Na cruz foi abolido o sábado (Os 2.11 comparado com Cl 2.14-17);
F - Portanto, em comemoração ao glorioso repouso que se seguiu a uma
obra maior de redenção, resta guardar um descanso para o povo de Deus. Esse
descanso encontramos em Jesus (Mt 11.28-30);
G - Foi necessário esse argumento para mostrar ao judeu, que se gloriava
no seu sábado, que o cristão tem um descanso melhor e superior ao sábado (Ap
1.10, Sl 118.22-24).
Pastor BULLÓN – Porém, na História, descobrimos que houve um imperador
romano, chamado Constantino, que no ano 331 DC definitivamente tornou-se cristão,
mas com uma condição: “Ele disse: eu vou me tornar cristão, mas junto comigo,
eu quero trazer muitas coisas nas quais acredito. E ele guardava o domingo e,
oficialmente, a partir do ano 331 passou-se a guardar o domingo como dia santo.
Mas, este é um legado que vem do paganismo, de Constantino (p. 10).
Se tal absurdo fosse escrito por um adventista leigo, não teríamos
dificuldades em entender a sua falta de conhecimento histórico relativo ao
imperador Constantino. Mas não dá para entender uma pessoa que se intitula
escritor e líder de uma igreja que se vangloria de conhecer a Bíblia jogar,
através de um curso bíblico, esse absurdo na mente do povo, mediante emissoras
de rádio e TV, e ainda se dá ao luxo de publicá-la em livrete e espalhá-la por
todo o Brasil. Essa é uma atitude suspeita e vergonhosa. Quando foi que o
imperador Constantino condicionou sua adesão ao cristianismo à exigência de
trazer para o “arraial cristão” aquilo que pertencia ao paganismo? Em que parte
da história isso é mencionado? Se o paganismo já guardava o domingo - como
afirma o pastor Bullón - por que então o decreto de Constantino em 331 DC feito
nesse sentido?
Os adventistas raciocinam do mesmo modo que as testemunhas de Jeová
fazem em relação à deidade absoluta de Jesus. As testemunhas de Jeová ensinam,
em seus livros, que a Doutrina da Trindade foi firmada no Concílio de Nicéia,
em 325 DC, presidido por Constantino. Se o senhor Bullón admite que a
instituição do primeiro dia da semana como dia do Senhor em memória da ressurreição
de Cristo é de origem pagã porque Constantino decretou esse dia de guarda ao se
tornar cristão, os adventistas deveriam, na verdade, ser chamados de pagãos por
adotarem a doutrina da Trindade em cujo Concílio foi instituída essa doutrina?
Os adventistas concordam com as testemunhas de Jeová que nos acusam de
paganismo por crermos na deidade de Jesus e na doutrina da Trindade?
A instituição do primeiro dia da semana como dia do senhor
No Salmo 118:22-24, lemos: “A pedra que os edificadores rejeitaram
tornou-se cabeça de esquina. Da parte do Senhor se fez isto: maravilhoso é aos
nossos olhos. Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos
nele”. Essa passagem foi aplicada por Jesus a si mesmo em Mt 21.42: “Disse-lhes
Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram,
essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é
maravilhoso aos nossos olhos?”.
Não é algo difícil darmos a interpretação correta dessa referência
bíblica. A pedra rejeitada é Jesus Cristo (At 4.11,12). Ele iniciou seu
ministério reivindicando ser Filho de Deus, igual a Deus (Jo 10.30-33). E, ao
ser acusado de quebrar o sábado (Jo 5.16-18), foi rejeitado e crucificado (Jo
19.1-7). Isto se deu numa sexta-feira (Mc 15.42-47). Mas a morte não pôde
retê-lo e, ao terceiro dia, ressurgiu dentre os mortos. Esse fato aconteceu no
primeiro dia da semana: “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia
da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete
demônios” (Mc 16.9). Outras referências são: Jo 20.1,19,20; Mt 28.18.
Diz a Bíblia sobre o dia da ressurreição de Jesus: “Este é o dia que fez
o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”. Ao levantar seu Filho dentre os
mortos, fez Deus essa coisa maravilhosa. E essa “coisa maravilhosa” se deu no
primeiro dia da semana.
A expressão ‘dia do senhor’ de Apocalipse 1.10
O significado da expressão ‘dia do Senhor’ de Ap 1.10 é encontrada em
algumas traduções da Bíblia, como segue:
“Eu fui arrebatado em espírito num dia de domingo...” (Tradução de
Antônio Pereira de Figueiredo)
“Num domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz...” (Edições
Paulinas)
“Um dia de domingo, fui arrebatado em espírito” (tradução de Mattos
Soares)
“No dia do Senhor: no domingo” (anotação no rodapé da TLH)
Dizem os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Remanescente, no
seu livro “Sonhos e visões de Jeanine Sautron”, pp. 384/85, que “Samuel
Bacchiocchi (líder adventista) realiza seminários no ‘Dia do Senhor”
referindo-se ao Domingo. Em seu livro FROM SABBATH TO SUNDAY (Do Sábado Para o
Domingo) o ‘dia do Senhor’ é mencionado como sendo o domingo 51 vezes somente
nas primeiras 160 páginas do livro.
Provas adicionais dos pais da igreja
“Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de
confiança, não mais guardando o sábado, porém vivendo de acordo com o ‘dia do
Senhor’”. (Inácio, 100 A D).
“No dia chamado domingo há uma reunião num certo lugar de todos os que
habitam nas cidades ou nos campos, e as memórias dos apóstolos e os escritos
dos profetas são lidos” (Justino Mártir 140 A D.).
“Nós guardamos o dia oitavo com alegria, no qual também ressurgiu dos
mortos e tendo aparecido ascendeu ao céu” (Barnabé, 120 A D).
“Num dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos” (Bardesanes, 180 A
D.).
Como vemos pelos testemunhos dos pais da igreja primitiva e
diferentemente do que afirma o pastor Bullón (p. 9), a igreja cristã não
guardava o sábado, mas o dia glorioso da ressurreição de Jesus.
É como disse o próprio Bullón: Eu acredito que muitos cristãos sinceros
acreditam que porque Jesus ressuscitou no domingo, eles têm de guardar o
domingo. É uma maneira bonita de homenagear a ressurreição de Cristo, e eu
também fico feliz porque Jesus ressuscitou num domingo, mas já pensou se Jesus
tivesse morrido e nunca tivesse ressuscitado, o que seria da cristandade? (p.
8)
Exatamente isso, pastor Bullón! O que seria da cristandade se Jesus não
tivesse ressuscitado? Paulo responde a essa pergunta dizendo simplesmente que
não haveria cristianismo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a vossa
fé,... E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos
vossos pecados” (1Co 15.14,17). Está aí a importância da ressurreição e devemos
então ter presente que os dias são iguais entre si e existem dias mais
importantes uns dos que outros, por causa dos fatos que eles registram. Para um
cristão é mais importante o dia em que Deus terminou a criação do mundo ou o
dia da ressurreição gloriosa de Jesus? A resposta só pode ser uma para um
cristão genuíno: o dia da ressurreição de Jesus. Quanto a esse dia, diz o
salmista: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”.
Pastor COSTA JÚNIOR – Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer uma coisa,
que precisa ficar bem clara na nossa mente: ninguém guarda o sábado para
salvar-se. Se você acha que tem de guardar o sábado para se salvar, você está
perdido (p. 13)
Ou o pastor Costa está perdido ou a Sra. White. Ela declarou que a
guarda do sábado é fundamental para a salvação. Textualmente ela escreveu:
“Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos
Seletos, vol. III, p. 22 - 2ª edição, 1956).
Um pastor que sai em público fazendo declarações sobre as crenças
adventistas porventura ignora esse ensino de Ellen Gould White? Ou o conhece
mas quis encobri-lo para dar a idéia que não é bem assim como os opositores
declaram dos adventistas: que eles ensinam que a guarda do sábado é fundamental
para a salvação?
Mais uma pergunta: “como os benefícios da morte de Cristo, segundo EGW,
no livro ‘O Grande Conflito’, podem ser aplicados a nós?”. Ela declara:
“...Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé
hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o
perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu; tornando-se eles participantes da
justiça de Cristo, e verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a lei
de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida
eterna” (p. 487).
Logo, os crentes adventistas têm pecados perdoados, mas não cancelados.
O cancelamento só se dará se o seu caráter estiver em harmonia com a lei de
Deus, para que sejam dignos da vida eterna. Salvação por fé (Rm 5.1) ou
salvação por obras? “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o
galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas
crê naquele que o justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm
4.4-5).
Porventura, isso significa que alguém deve ser julgado digno da vida
eterna por estar vivendo em harmonia com a lei de Deus? Ainda EGW declara:
“Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua
conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isto é enganoso” (Parábolas de
Jesus, p. 55, citado em 95 Teses, p. 133).
Por Natanael Rinaldi
NINGUÉM VOS JULGUE PELOS SÁBADOS
Mandaram-me, pelo correio, um livrete com o título “Qual o verdadeiro
dia de repouso?”. De autoria de Williams Costa Jr. e Alejandro Bullón, ambos
pastores adventistas, a obra é distribuída pelo curso “Está Escrito”, da
referida seita. O texto é composto de perguntas e respostas.
Acredito que esse material me foi enviado por alguém que conhece a minha
posição com relação aos ensinos adventistas sobre a guarda do sábado, posição
essa exposta ao longo dos anos aqui mesmo em Defesa da Fé, e também em
programas de rádios e seminários, entre outros eventos. Tanto é assim que fui
até mesmo citado pelos autores no livrete, o que me motivou ainda mais a me
pronunciar. Aproveito a oportunidade também para responder, de uma só vez, às
cartas e aos telefonemas, que não são poucos, que chegam, por parte dos
adventistas, ao ICP. Dessa forma, eles me criticam e instigam a replicar seus
argumentos sabatistas ardilosos e polêmicos. Alguns desses argumentos são, de certa
forma, infantis, como se vê na página 12 do livro em referência. Vejamos:
– Wiams, você fala inglês, como se diz domingo em inglês? – pergunta
Bullón.
– Sunday – responde Costa Júnior.
– E o que quer dizer Sunday? – Bullón novamente.
– O dia do sol. E não é somente em inglês, em alemão também. Eu não falo
alemão, mas em algumas línguas o domingo significa o dia do sol – finaliza
Costa.
Qualquer criança que estuda inglês sabe que a palavra para sábado nessa
língua é saturday. Se perguntarmos a essa mesma criança qual o significado do
termo saturday ela responderá “o dia de Saturno”. Quem era Saturno? Um deus
pagão, do qual vem o vocábulo saturnais, que indica uma festa realizada com
licenciosidade e baixeza moral.
Mas o adventista dá valor apenas ao argumento sobre a palavra sunday,
mesmo sabendo que todos os dias da semana eram conhecidos por nomes de deuses
ou planetas: o Sol (domingo), a Lua (segunda-feira), Marte (terça-feira),
Mercúrio (quarta-feira), Júpiter (quinta-feira), Vênus (sexta-feira) e Saturno
(sábado).
Para um líder espiritual de uma igreja que se vangloria por conhecer
profundamente a Bíblia (o que não é verdade, pois os adventistas baseiam seus
ensinos nas visões e revelações de Ellen Gould White), esse argumento infantil
tem validade.
Embora os adventistas queiram ser reconhecidos como evangélicos, na
verdade são sabatólatras. São sucessores dos fariseus dos dias de Jesus, que
levaram o Mestre à morte por causa de duas acusações. A primeira delas era
porque o Salvador não guardava o sábado. A segunda, porque Jesus se declarava
Filho de Deus, com natureza igual à de Deus. Isso era caso gravíssimo para os
judeus. Imperdoável mesmo! Por isso, pois, os judeus “Ainda mais procuravam
matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que deus era seu
próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”(Jo 5.17-18).
Através de um exame, ainda que superficial, do livro “Qual o verdadeiro
dia de repouso?”, percebe-se facilmente que faltou seriedade intelectual aos
seus autores. Não é possível que alguém se proponha a defender o sábado como
sendo o verdadeiro dia de repouso e, propositadamente, ao citar as Escrituras
como prova da sua validade, omita a palavra sábado (no plural, sábados) de
Colossenses 2.16. Pois é justamente dessa forma que o senhor Bullón age.
Vejamos o diálogo entre ele e o pastor Costa Júnior:
Pastor COSTA JÚNIOR – (referindo-se aos crentes que costumam dizer)...
“eu sou cristão, sou seguidor de Jesus e guardo o domingo. E uma das razões
pelas quais eu guardo o domingo é porque Jesus foi perfeito. Ele cumpriu a Lei
e Ele pregou a Lei na cruz. Pastor Bullón, há necessidade de continuar
guardando a Lei, apesar de Jesus ter feito seu sacrifício na cruz?”
Pastor BULLÓN – “Muitos cristãos acham que depois da morte de Cristo já
não se deve guardar mais o sábado porque Cristo cravou na cruz os mandamentos
de Deus. Em primeiro lugar, não há base bíblica dizendo que Jesus cravou os
mandamentos de Deus. Jesus cravou na cruz todas as festas do povo de Israel,
que apontavam para a sua vinda, como o sacrifício do cordeiro e a circuncisão.
Muitas das festas, cerimônias e leis cerimoniais do povo de Israel tinham como
objetivo anunciar que Jesus viria para morrer na cruz do Calvário pelos nossos
pecados. Agora, uma vez que Jesus veio, para que sair sacrificando cordeirinhos
se o Cordeiro de Deus já fora sacrificado? A circuncisão, as festas, as luas
novas, as festas religiosas de Israel, tudo isto chegou ao fim porque, isto
sim, Jesus cravou na cruz do Calvário” (p. 4).
Todos sabemos que a honestidade é fundamental quando se trata de refutar
doutrinas bíblicas. Pergunto: por que foi omitida propositadamente a palavra
“sábados” de Colossenses 2.16? Vimos que os autores falaram das festas, das
luas novas, mas omitiram a palavra “sábados”. Por que fizeram isso?
Vejamos o que de fato foi cravado na cruz (o que é reconhecido pelos
próprios adventistas): “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber,
ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são sombras
das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17). Como podemos ver, à
luz da Palavra de Deus, não foram apenas os dias de festas, as luas novas
cravados na cruz, mas também os sábados. E devemos saber que esses sábados não
são os sábados anuais, porque os chamados sábados anuais ou cerimoniais são
identificados no texto em pauta pela expressão dias de festas.
Razões que indicam que os sábados de Cl 2.16 são semanais
Diante da clareza de Cl 2.16-17, os adventistas do sétimo dia costumam
refutar essa posição alegando que a palavra sábados não se refere ao sábado
semanal, mas aos cerimoniais ou anuais, conforme mencionados em Lv 23.1-39.
Essa afirmação, no entanto, não é correta, e por três razões:
A - Os sábados anuais ou cerimoniais eram chamados de festas, e eles já
estão incluídos na frase dias de festa, em Cl 2.16. Esses dias de festa ou
sábados anuais eram designados como tais. A saber:
1 Festa da Páscoa - Lv 23.5,7;
2 Festa dos Asmos - Lv 23.8;
3 Festa de Pentecostes - Lv 23.15-16;
4 Festa das Trombetas - Lv 23.23-25;
5 Festa da Expiação - Lv 23.26,32;
6 Festa dos Tabernáculos - 1º dia de festa;
7 Festa dos Tabernáculos - último dia de festa - Lv 23.34,36.
Em Levíticos 23.37, lemos: “Estas são as solenidades do SENHOR, que
apregoareis para santas convocações...”. Na seqüência do texto, mas
precisamente no v. 38, os sábados são, propositadamente, excluídos. Vejamos:
“Estas ofertas são além dos sábados do Senhor, além dos vossos dons, além de
todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis
ao Senhor”.
Assim, os chamados sábados anuais estão incluídos nos dias de festas, o
que mostra, distintamente, que os sábados semanais, conforme indicados por
Paulo em Cl 2.16, não constam dessa relação: “Portanto, ninguém vos julgue pelo
comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos
sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.
B - A fórmula dias de festa, luas novas e sábados serve para indicar os
dias sagrados anuais, mensais e semanais:
1º Exemplo:
– Em Números 28 encontramos os holocaustos para os sábados (semanais),
para as luas novas (mensais) e para os dias de festa (anuais) nos seguintes
versículos: “... no dia de sábado dois cordeiros de um ano, sem mancha...
Holocausto é do sábado em cada semana...” (vv. 9,10). “E as suas libações serão
a metade dum him de vinho para um bezerro... este é o holocausto da lua nova de
cada mês, segundo os meses do ano” (v. 14). “Porém no mês primeiro, aos catorze
dias do mês, é a páscoa do Senhor; e aos quinze dias do mesmo mês haverá festa;
sete dias se comerão pães asmos” (vv. 16,17).
2º Exemplo:
– Em 1 Crônicas 23.31, lemos: “E para cada oferecimento dos holocautos
do Senhos, nos sábados, nas luas novas e nas solenidades por conta, segundo o
seu costume, continuamente”. O significado de cada período: “nos sábados” (cada
semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).
3º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 2.4 está escrito: “Eis que estou para edificar uma casa
ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele
incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos
da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas e nas festividades do Senhor
nosso Deus...”. O significado de cada período: “da manhã e da tarde” (cada
dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas
festividades” (cada ano).
4º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 8.13, registra-se: “E isto segundo o dever de cada dia,
oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas
solenidades, três vezes no ano”. O significado dos períodos: “nos sábados”
(cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “nas solenidades” (cada ano).
5º Exemplo:
– Em 2 Crônicas 31.3, lemos o seguinte: “Também estabeleceu a parte da
fazenda do rei para os holocaustos, para os holocaustos da manhã e da tarde, e
para os holocaustos dos sábados, e das luas novas, e das solenidades, como está
escrito na lei do Senhor”. O significado dos períodos: “da manhã e da tarde”
(cada dia), “nos sábados” (cada semana), “nas luas novas” (cada mês) e “das
solenidades” (cada ano).
6º Exemplo:
– Em Ezequiel 45.17, lemos: “E estarão a cargo do príncipe os
holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações nas festas e nas luas
novas, e nos sábados, em todas as solenidades da casa de Israel”. Significado
dos períodos: “nas festas” (cada ano), “nas luas novas” (cada mês) e “nos
sábados” (cada semana).
7º Exemplo:
– Em Oséias 2.11 está escrito: “E farei cessar todo o seu gozo, a suas
festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades. E,
finalmente, temos Cl 2.16-17: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. O significado dos
períodos desses dois textos é o mesmo dos anteriores.
C- As palavras sábado, sábados e dia de sábado (no singular ou no
plural) ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento. Mas os adventistas do sétimo
dia reconhecem que apenas 59 dos casos se referem ao sábado semanal. Negam
justamente o texto de Cl 2.16. Dizem eles: “Os termos sábado, sábados e dia de
sábado ocorrem sessenta vezes no Novo Testamento e em cada caso, exceto um,
refere-se ao sétimo dia. Colossenses 2.16,17 faz referência aos sábados anuais
relacionados com as três festas anuais observadas por Israel antes do primeiro
advento de Cristo” (Estudos bíblicos, p. 378, CPB).
Se perguntarmos aos adventistas qual o sentido da palavra sábados em
qualquer passagem do Novo Testamento em que ela aparece, a resposta será sempre
a mesma: sábado semanal. A única exceção é Colossenses 2.16. Por quê? Porque
teriam de reconhecer a procedência da nossa declaração de que, segundo essa
referência bíblica, o sábado semanal deixou de ser uma obrigação para os
cristãos.
Repetindo: se dermos à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido semanal
teremos em favor da nossa interpretação 59 referências reconhecidas por eles.
Mas, ao darem à palavra sábados, em Cl 2.16, o sentido de sábados anuais ou
cerimoniais, eles não têm nenhuma referência que apoie sua interpretação. Por
isso argumentam dessa forma. Caso contrário, teriam de reconhecer que o sábado
foi abolido na cruz: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele
que crê” (Rm 10.4).
“Meus sábados e seus sábados”
Os adventistas do sétimo dia dizem que a expressão meus sábados indica a
distinção entre os sábados semanais e os sábados cerimoniais. Mas isso não é
bíblico. As duas expressões são utilizadas para indicar os mesmos sábados - os
semanais. São de Deus - meus sábados - porque foram dados por Ele. E são dos
judeus - seus sábados - porque foram dados para eles.
Vejamos a aplicação dos pronomes meus e seus na Bíblia:
A - O Templo - Is 56.7 comparado com Mt 23.38 (minha casa, vossa casa);
B - O mesmo Deus indicado por meu Deus e vosso Deus - Jo 20.17
C - Os mesmos sacrifícios e holocaustos são chamados de meus e vossos em
Nm 28.2. Comparar com Dt 12.6.
Resposta às outras citações bíblicas
Pastor COSTA JÚNIOR – Pastor, qual é o fundamento bíblico, que nós
temos, para o verdadeiro dia de guarda? Qual o verdadeiro dia de repouso?
Pastor BULLÓN – Teríamos de ir, para esta resposta, ao início da criação
deste mundo. No capítulo 2 do livro de Gênesis, versículos de 1 a 3, diz assim:
“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E,
havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito. E abençoou
Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que,
como Criador, fizera”.
Se o sábado semanal deve ser o dia de repouso, por que então Deus
trabalhou nele? O texto é claro: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua
obra, que tinha feito”. Deus não terminou sua obra da criação no sexto dia e
descansou no sétimo. Ele trabalhou no sétimo dia, e descansou no mesmo dia em
que concluiu a obra da criação.
Ora, se se invoca o descanso de Deus para impingir-se a guarda desse dia
como sendo o dia de repouso, como admitir que Deus trabalhou justamente nesse
dia? E se Ele trabalhou para concluir a obra da criação, então não é pecado
trabalhar nesse dia seguindo o exemplo de Deus! O senhor Bullón declara: “Você
sabe que Deus não se cansa, nem se fadiga. Portanto, se Ele descansou no sábado
não era porque estava cansado”. Seguindo esse raciocínio de Bullón, o registro
bíblico merece correção, porque está declarando algo que não é verdade.
Devemos ver uma coisa, se o senhor Bullón queria apenas indicar com isso
que o sétimo dia deveria ser de descanso universal, surge então uma pergunta:
“Todos os homens da terra têm o dia sétimo, ao mesmo tempo, como dia de repouso,
inclusive o próprio Deus? Diz a Bíblia que o sábado deveria ser guardado a
partir do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado (Lv 23.32).
Logo, os habitantes da terra teriam de guardar o mesmo período. Mas, quando são
6 horas da manhã de sábado aqui no Brasil, no Japão são 6 horas da tarde. E
isto significa que, quando os guardadores do sábado aqui se levantam para
guardá-lo, os seus irmãos japoneses o acabaram de guardar. E quando os
brasileiros começarem a guardar o sábado, seus irmãos na Califórnia, USA,
trabalharão ainda durante cinco horas antes de começarem a guardá-lo. Qual dos
grupos de guardadores do sábado estarão realmente observando o período de tempo
que Deus descansou ao concluir a obra da criação?
Os adventistas guardam realmente o sábado?
Dentro das exigências da lei estava a proibição de acender fogo no dia
de sábado: “Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”
(Êx 35.3). Isso significa que é proibido acender qualquer tipo de fogo, seja um
fósforo ou um fogão a gás. Implica também na proibição de andar de carro movido
a combustão. Os judeus radicados no Brasil, notadamente os de São Paulo, onde
se localiza a maioria deles, vão à sinagoga a pé no dia de sábado, e não de
carro, respeitando as observâncias com relação a esse dia.
Caro leitor, pergunte ao primeiro adventista que lhe falar sobre a
obrigatoriedade da guarda do sábado se ele acende fogo nesse dia? Observe como
ele titubeia e não sabe como responder! Falta-lhe coragem para admitir que sim.
Paulo declarou: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da
maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas
as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que
pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”
(Gl 3.10-11). Assim, os adventistas estão sob a maldição da própria lei que
pretendem guardar. Pior, agem como os fariseus, que punham fardos pesados sobre
os ombros do povo e eles mesmos não tocavam nem com a mão. Mas Jesus os
denunciou: “Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos
ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). O
mesmo disse Pedro: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz
dos discípulos um jugo quem nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas
cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também”
(At 15.10,11). E Paulo reitera a impossibilidade da guarda da lei, que não era
completa apenas com os dez mandamentos.
O que abrangia o livro da lei? Nada menos do que 613 mandamentos, mas os
adventistas resolveram criar apenas duas leis. Uma delas denominaram como Lei
Moral, os dez mandamentos, e o restante como Lei de Moisés, cancelada na cruz.
Fácil, não? Baseados em quê fizeram essa distinção de leis? Tem apoio bíblico?
Onde aparecem na Bíblia expressões como Lei Moral e Lei Cerimonial? Por isso
confessam: “Seria útil classificarmos as leis do Velho Testamento em várias
categorias: 1. Lei moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e
Juízos; 5. Leis de saúde. Esta classificação é, em parte, artificial” (Lições
da Escola Sabatina, Lição n. 2, p. 18, de 8-1-1980).
Pastor BULLÓN – Então, como eu posso saber, pela Bíblia, que depois da
morte de Cristo, os seus discípulos ainda continuaram guardando o sábado? Muito
simples: em S. Lucas, capítulo 23, a partir do versículo 50, está relatado como
José de Arimatéia foi reclamar o corpo de Cristo. Cristo já estava morto.
Dentre as pessoas havia algumas mulheres. “Era o dia da preparação, e começava
o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o
túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar
aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamentos” (Lc
23.54-56). Ou seja, Jesus já havia morrido, e no sábado, o primeiro sábado após
a morte de Cristo, as mulheres ainda continuaram guardando o mandamento do
sábado.
Ora, se os próprios sabatistas reconhecem que o nosso argumento para a
guarda do primeiro dia da semana, como dia do Senhor (Ap 1.10), é decorrente da
ressurreição de Jesus, ocorrida no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3), e o
texto de Lc 23.54-55 se refere ao descanso das mulheres no sábado antes da
ressurreição, que valor tem o exemplo dessas piedosas mulheres judias para nós,
cristãos?
Pastor BULLÓN – A Bíblia está cheia de referências de que Jesus guardou
o sábado quando viveu nesta terra. E quem quer ser cristão, quer seguir a
Jesus. Porque cristão é aquele que faz o que Jesus fez.
Jesus guardou o sábado porque era judeu e nasceu sob a lei (Gl 4.4),
portanto obedeceu todas as leis do Antigo Concerto. Como exemplo de cidadão
judeu, Ele foi circuncidado, ordenou a entrega de oferendas ao sacerdote pela
purificação, guardou a festa da Páscoa, etc (Lc 2.21-24; 5.12-14; Mt 26.18,19).
Mas, quando morreu, Ele inaugurou uma nova aliança e revogou a velha (Jo 19.30;
Mt 27.51). “Mas, antes que a fé viesse estávamos guardados debaixo da lei, e
encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos
serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos
justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo do aio” (Gl 3.
23-25).
Se o fato de Jesus ter guardado a Páscoa não prova que também devemos
guardá-la, ou se o fato de Ele ter-se circuncidado não recomenda que também
devemos nos circuncidar, do mesmo modo não devemos também guardar o sábado por
que Ele o guardou.
A natureza dos mandamentos de Jesus
A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os adventistas
associam a palavra ‘mandamentos’ no Novo Testamento aos dez mandamentos. Mas
esse modo de pensar não é correto. Jesus foi bem específico quando falou de
seus mandamentos.
Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:
- “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos
amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34);
- “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei” ( Jo 15.12);
- “O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus
Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo seu mandamento” (1Jo 3.23);
- “E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu
irmão” (1Jo 4.21);
- “E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento,
mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros”
(2Jo 5).
O leitor pode perceber que em nenhum dos textos acima se fala na guarda
do sábado.
O Novo Testamento não repete os dez mandamentos
Não há dúvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho
Testamento. Fala de toda a Lei de Moisés, mas não repete o quarto mandamento em
nenhum lugar. Façamos uma comparação dos dez mandamentos dentro do Novo
Testamento:
VELHO TESTAMENTO
1º mandamento - Êx 20.2,3
2º mandamento - Êx 20.4-6
3º mandamento - Êx 20.7
4º mandamento - Êx 20.8-11
5º mandamento - Êx 20.12
6º mandamento - Êx 20.13
7º mandamento - Êx 20.14
8º mandamento - Êx 20.15
9º mandamento - Êx 20.16
10º mandamento - Êx 20.17
NOVO TESTAMENTO
1º At 14.15
2º 1Jo 5.21
3º Tg 5.12
4º Não existe
5º Ef 6.1-3
6º Rm 13.9
7º 1Co 6.9,10
8º Ef 4.28
9º Cl 3.9
10º Ef 5.3
Pastor BULLÓN – Mesmo São Paulo, que não foi discípulo de Jesus, pois
São Paulo se converteu depois, ou seja, já se havia passado anos e São Paulo
disse que quando chegou a Corinto foi, aos sábados, à sinagoga: “E todos os
sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos... O texto
bíblico diz: “Todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus
como gregos”. (A citação correta é Atos 18.4, e não Lucas 18.4, como indicado
no livrete). E os gregos não guardavam o sábado, portanto Paulo não ia por
causa dos judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor.
O sábado era o dia quando pessoas se juntavam na sinagoga para adoração
dentro do culto judaico. A maioria dos participantes era judeu. Os gregos
compareciam em menor número. Paulo aproveitou essas oportunidades para ensinar
que Jesus era o Cristo prometido nas Escrituras do Velho Testamento, procurando
ganhar aquelas pessoas para Jesus Cristo. E fez de tudo para conseguir seu
objetivo: “Fiz-me como judeu para com os judeus, para ganhar os judeus; para os
que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que
estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (Não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a
salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também
participante dele” (1Co 9.19-23).
Foi dessa forma que circuncidou Timóteo (At 16.3) e declarou que a
circuncisão nada vale (Gl 5.2; 6.15); observou o Pentecostes (At 20.16);
tosquiou a cabeça (At 18.18); e fez ofertas segundo a lei (At 21.20-26). Sua
explicação para a observância de todas essas práticas judaicas está no desejo
que tinha de ganhar os judeus e os gregos para Cristo. Será que os adventistas
circuncidam pessoas como Paulo o fazia? Observam o Pentecostes? Tosquiam suas
cabeças? Fazem ofertas segundo a lei? Que parcialidade dos adventistas: só se
lembram do sábado! É muito sectarismo da parte deles!
Outra declaração absurda é a que diz que Paulo “não ia por causa dos
judeus, ele ia porque reconhecia que o sábado era o dia do Senhor”.
Interessante! Paulo escreveu treze cartas, e se considerarmos Hebreus como sendo
de sua autoria, teremos quatorze. Será que Paulo se esqueceu de dizer isso em
suas epístolas: que o sábado era o dia do Senhor? Quanto à observância do
sábado, Paulo declarou: “Guardais dias (sábados) e meses, (luas novas), e
tempos, e anos (festas anuais). Receio de vós que não haja trabalho em vão para
convosco” (Gl 4.10-11). A preocupação de Paulo era com o fato de os gálatas
estarem se voltando para o judaísmo.
Pastor COSTA JÚNIOR – Existe um fundamento bíblico para nós guardarmos
outro dia que não o sábado, seja qual for a razão?
Pastor BULLÓN –Existe aqui uma declaração, que eu vou ler, no livro de
Hebreus, capítulo 4, versículos 4,5 e 9, que diz assim: “Porque, em certo
lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia,
de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu
descanso... Portanto, resta um repouso para o povo de Deus”. Isto quer dizer
que, para a Igreja de Deus dos nossos dias, continua um dia de repouso (p. 7).
É evidente que o repouso de que se trata aqui nada tem a ver com o
repouso do sétimo dia indicado no quarto mandamento, senão o repouso de uma de
fé em Deus. A idéia central do texto é:
A - Deus repousou depois de haver criado o mundo;
B - Os profetas falaram de antemão de um outro dia (Sl118.24), em vez do
sétimo, para comemorar o repouso maior que se seguiria a uma obra maior do que
a criação;
C - A este repouso maior, Josué nunca pode guiar o seu povo;
D - Jesus, havendo terminado sua obra de redenção na cruz (Jo 19.30),
repousou Ele mesmo no primeiro dia da semana (Mc 16.9), como Deus havia
repousado da sua;
E - Na cruz foi abolido o sábado (Os 2.11 comparado com Cl 2.14-17);
F - Portanto, em comemoração ao glorioso repouso que se seguiu a uma
obra maior de redenção, resta guardar um descanso para o povo de Deus. Esse
descanso encontramos em Jesus (Mt 11.28-30);
G - Foi necessário esse argumento para mostrar ao judeu, que se gloriava
no seu sábado, que o cristão tem um descanso melhor e superior ao sábado (Ap
1.10, Sl 118.22-24).
Pastor BULLÓN – Porém, na História, descobrimos que houve um imperador
romano, chamado Constantino, que no ano 331 DC definitivamente tornou-se cristão,
mas com uma condição: “Ele disse: eu vou me tornar cristão, mas junto comigo,
eu quero trazer muitas coisas nas quais acredito. E ele guardava o domingo e,
oficialmente, a partir do ano 331 passou-se a guardar o domingo como dia santo.
Mas, este é um legado que vem do paganismo, de Constantino (p. 10).
Se tal absurdo fosse escrito por um adventista leigo, não teríamos
dificuldades em entender a sua falta de conhecimento histórico relativo ao
imperador Constantino. Mas não dá para entender uma pessoa que se intitula
escritor e líder de uma igreja que se vangloria de conhecer a Bíblia jogar,
através de um curso bíblico, esse absurdo na mente do povo, mediante emissoras
de rádio e TV, e ainda se dá ao luxo de publicá-la em livrete e espalhá-la por
todo o Brasil. Essa é uma atitude suspeita e vergonhosa. Quando foi que o
imperador Constantino condicionou sua adesão ao cristianismo à exigência de
trazer para o “arraial cristão” aquilo que pertencia ao paganismo? Em que parte
da história isso é mencionado? Se o paganismo já guardava o domingo - como
afirma o pastor Bullón - por que então o decreto de Constantino em 331 DC feito
nesse sentido?
Os adventistas raciocinam do mesmo modo que as testemunhas de Jeová
fazem em relação à deidade absoluta de Jesus. As testemunhas de Jeová ensinam,
em seus livros, que a Doutrina da Trindade foi firmada no Concílio de Nicéia,
em 325 DC, presidido por Constantino. Se o senhor Bullón admite que a
instituição do primeiro dia da semana como dia do Senhor em memória da ressurreição
de Cristo é de origem pagã porque Constantino decretou esse dia de guarda ao se
tornar cristão, os adventistas deveriam, na verdade, ser chamados de pagãos por
adotarem a doutrina da Trindade em cujo Concílio foi instituída essa doutrina?
Os adventistas concordam com as testemunhas de Jeová que nos acusam de
paganismo por crermos na deidade de Jesus e na doutrina da Trindade?
A instituição do primeiro dia da semana como dia do senhor
No Salmo 118:22-24, lemos: “A pedra que os edificadores rejeitaram
tornou-se cabeça de esquina. Da parte do Senhor se fez isto: maravilhoso é aos
nossos olhos. Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos
nele”. Essa passagem foi aplicada por Jesus a si mesmo em Mt 21.42: “Disse-lhes
Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram,
essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é
maravilhoso aos nossos olhos?”.
Não é algo difícil darmos a interpretação correta dessa referência
bíblica. A pedra rejeitada é Jesus Cristo (At 4.11,12). Ele iniciou seu
ministério reivindicando ser Filho de Deus, igual a Deus (Jo 10.30-33). E, ao
ser acusado de quebrar o sábado (Jo 5.16-18), foi rejeitado e crucificado (Jo
19.1-7). Isto se deu numa sexta-feira (Mc 15.42-47). Mas a morte não pôde
retê-lo e, ao terceiro dia, ressurgiu dentre os mortos. Esse fato aconteceu no
primeiro dia da semana: “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia
da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete
demônios” (Mc 16.9). Outras referências são: Jo 20.1,19,20; Mt 28.18.
Diz a Bíblia sobre o dia da ressurreição de Jesus: “Este é o dia que fez
o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”. Ao levantar seu Filho dentre os
mortos, fez Deus essa coisa maravilhosa. E essa “coisa maravilhosa” se deu no
primeiro dia da semana.
A expressão ‘dia do senhor’ de Apocalipse 1.10
O significado da expressão ‘dia do Senhor’ de Ap 1.10 é encontrada em
algumas traduções da Bíblia, como segue:
“Eu fui arrebatado em espírito num dia de domingo...” (Tradução de
Antônio Pereira de Figueiredo)
“Num domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz...” (Edições
Paulinas)
“Um dia de domingo, fui arrebatado em espírito” (tradução de Mattos
Soares)
“No dia do Senhor: no domingo” (anotação no rodapé da TLH)
Dizem os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Remanescente, no
seu livro “Sonhos e visões de Jeanine Sautron”, pp. 384/85, que “Samuel
Bacchiocchi (líder adventista) realiza seminários no ‘Dia do Senhor”
referindo-se ao Domingo. Em seu livro FROM SABBATH TO SUNDAY (Do Sábado Para o
Domingo) o ‘dia do Senhor’ é mencionado como sendo o domingo 51 vezes somente
nas primeiras 160 páginas do livro.
Provas adicionais dos pais da igreja
“Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de
confiança, não mais guardando o sábado, porém vivendo de acordo com o ‘dia do
Senhor’”. (Inácio, 100 A D).
“No dia chamado domingo há uma reunião num certo lugar de todos os que
habitam nas cidades ou nos campos, e as memórias dos apóstolos e os escritos
dos profetas são lidos” (Justino Mártir 140 A D.).
“Nós guardamos o dia oitavo com alegria, no qual também ressurgiu dos
mortos e tendo aparecido ascendeu ao céu” (Barnabé, 120 A D).
“Num dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos” (Bardesanes, 180 A
D.).
Como vemos pelos testemunhos dos pais da igreja primitiva e
diferentemente do que afirma o pastor Bullón (p. 9), a igreja cristã não
guardava o sábado, mas o dia glorioso da ressurreição de Jesus.
É como disse o próprio Bullón: Eu acredito que muitos cristãos sinceros
acreditam que porque Jesus ressuscitou no domingo, eles têm de guardar o
domingo. É uma maneira bonita de homenagear a ressurreição de Cristo, e eu
também fico feliz porque Jesus ressuscitou num domingo, mas já pensou se Jesus
tivesse morrido e nunca tivesse ressuscitado, o que seria da cristandade? (p.
8)
Exatamente isso, pastor Bullón! O que seria da cristandade se Jesus não
tivesse ressuscitado? Paulo responde a essa pergunta dizendo simplesmente que
não haveria cristianismo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a vossa
fé,... E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos
vossos pecados” (1Co 15.14,17). Está aí a importância da ressurreição e devemos
então ter presente que os dias são iguais entre si e existem dias mais
importantes uns dos que outros, por causa dos fatos que eles registram. Para um
cristão é mais importante o dia em que Deus terminou a criação do mundo ou o
dia da ressurreição gloriosa de Jesus? A resposta só pode ser uma para um
cristão genuíno: o dia da ressurreição de Jesus. Quanto a esse dia, diz o
salmista: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele”.
Pastor COSTA JÚNIOR – Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer uma coisa,
que precisa ficar bem clara na nossa mente: ninguém guarda o sábado para
salvar-se. Se você acha que tem de guardar o sábado para se salvar, você está
perdido (p. 13)
Ou o pastor Costa está perdido ou a Sra. White. Ela declarou que a
guarda do sábado é fundamental para a salvação. Textualmente ela escreveu:
“Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos
Seletos, vol. III, p. 22 - 2ª edição, 1956).
Um pastor que sai em público fazendo declarações sobre as crenças
adventistas porventura ignora esse ensino de Ellen Gould White? Ou o conhece
mas quis encobri-lo para dar a idéia que não é bem assim como os opositores
declaram dos adventistas: que eles ensinam que a guarda do sábado é fundamental
para a salvação?
Mais uma pergunta: “como os benefícios da morte de Cristo, segundo EGW,
no livro ‘O Grande Conflito’, podem ser aplicados a nós?”. Ela declara:
“...Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé
hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o
perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu; tornando-se eles participantes da
justiça de Cristo, e verificando-se estar o seu caráter em harmonia com a lei
de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida
eterna” (p. 487).
Logo, os crentes adventistas têm pecados perdoados, mas não cancelados.
O cancelamento só se dará se o seu caráter estiver em harmonia com a lei de
Deus, para que sejam dignos da vida eterna. Salvação por fé (Rm 5.1) ou
salvação por obras? “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o
galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas
crê naquele que o justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm
4.4-5).
Porventura, isso significa que alguém deve ser julgado digno da vida
eterna por estar vivendo em harmonia com a lei de Deus? Ainda EGW declara:
“Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua
conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isto é enganoso” (Parábolas de
Jesus, p. 55, citado em 95 Teses, p. 133).
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