As vozes da queda da
Babilônia – Ap. 18.
Introdução
·
A
Babilônia tem significado histórico e simbólico ao longo das Escrituras. Babel
foi o lugar onde os homens se uniram pela primeira vez para edificar uma cidade
e uma torre; eles tinham um desejo declarado: “E façamo-nos um nome” (Gn 11.1-5).
Posteriormente, a Babilônia de Nabucodonosor serviu como símbolo de poder e riqueza
suprema no mundo, e como conquistador temporário do povo de Deus. No livro de
Apocalipse, o nome “a grande Babilônia” é dado à própria civilização humana. A
Babilônia aqui é um símbolo da rebelião humana contra Deus.
·
João
ouviu quatro vozes que sintetizam a queda da Babilônia: a voz da condenação, a
voz da separação, a voz da lamentação e a voz da celebração.
1) A voz da condenação (Ap. 18:1-3).
·
A
queda da BabiLônia é um fato consumado na soberania de Deus. Essa queda já
havia sido declarada (Ap. 14.8; Ap. 17:16).
A Babilônia é “morada de demônios”
porque os valores expressos na sociedade que a BabiLônia representa
estão em conflito com os valores do nosso Deus.
·
OU
seja, o sistema babilônico intoxicou as pessoas do mundo inteiro, levando as
pessoas a adorarem o dinheiro e se dobrarem diante de outros deuses. Os homens
tornaram mais amantes dos prazeres do que de Deus (2 Tm 3:4). O dinheiro é um
deus (1 Jo. 2:15-17).
2)
A
voz da separação (Ap. 18:4-8).
·
A
ordem de Deus é para Sua igreja sair desse sistema do mundo (Ap. 18.4): “sai
dela, povo meu”. Em todo o tempo, a
igreja de Deus deve apartar-se do mal, do sistema do mundo, da falsa
religiosidade.
·
Sair
da Babilônia significa não participar dos seus pecados, não ser enganado por
suas tentações e seduções. Deus mandou Abraão sair da sua terra e do meio da
sua parentela para conhecer e servir o Deus vivo (Gn 12.1). Deus mandou Ló
deixar Sodoma antes dela ser destruída pelo fogo (Gn 19:14). Deus ordenou à sua
igreja a afastar-se desse sistema religioso e mundano (2 Co 6:14 – 7:1).
1.1)
Por
que temos que sair?
·
Para que a igreja não se torne
cúmplice de seus pecados (Ap. 18.4). Participar da Babilônia significa ser igual a ela e afundar-se
com ela. O crente não pode tornar-se participante dos pecados do mundo. Ele é
santo, separado, diferente. Ele é sal e luz.
·
Para que a igreja não participe dos
juízos que sobrevirão à Babilônia (Ap. 18.4). deus pacientemente suportou os
pecados da Babilônia. Mas o dia do juízo virá e então, ela sofrerá os castigos
da ira de Deus (18.5).
·
Para que a igreja entenda quais são
os critérios do julgamento divino (Ap. 18:6-8). Quais são os pecados específicos que
Deus julgará? 1) Orgulho (18.7). A
soberba é a porta de entrada da tragédia. O culto a si mesmo é abominável para
Deus. Ela não deu a glória e agora está sendo destruída. 2) O culto ao prazer e à luxúria (18.7). O sistema do mundo enxerga
os bens materiais e os prazeres do mundo como as coisas mais importantes da
vida. Os homens trocam a Deus pelo prazer. Amam mais o prazer do que a Deus.
·
Para que a igreja entenda que o juízo
de Deus virá repentinamente (18.8). O povo de Deus não pode demorar-se em sair desse sistema
do mundo, porque o juízo de Deus cairá sobre ele repentinamente e o
desmantelará num só dia (Is 47.9; Jr 50.31 e Hb 10:31: “horrenda coisa é cair
nas mãos do Deus vivo”).
3) A voz de lamentação (18:9-19).
·
Em 1929, quando houve a queda da bolsa de
valores, muitos moradores de Nova Iorque abriram suas janelas e saltaram. Ele compreenderam
completamente a tristeza expressa aqui: “todas as coisas gostosas e excelentes
se foram de ti, e não mais as acharás”.
·
Em primeiro lugar, vejamos o lamento
dos reis e dos homens poderosos, homens de influencia na terra (Ap. 18:9-10). Esses reis são os políticos e aqueles
que se renderam às tentações da Babilonia e desfrutaram de seus deleites. Os políticos,
governados pela luxuria, ganância e soberba vão ficar assustados quando esse sistema entrar em colapso e vão
chorar e lamentar em alta voz (Ap. 18:9-10).
·
Em segundo lugar, vejamos o lamento
dos mercadores (Ap. 18:11-16). Os mercadores aqui são empresários, negociantes e todos aqueles
que têm colocado o coração nas mercadorias e deleites do mundo.
·
João
cita aqui 30 artigos de luxo. Na contagem o numero 4 desempenha um papel importante:
1) quatro artigos de jóias (18;11-12) – mercadoria de ouro, de prata, de pedras
preciosas, de pérolas; 2) quatro tecidos de luxo (18:12) – linho finíssimo, púrpura,
seda, escarlata. Foi assim que a meretriz se vestiu (Ap. 17.4). 3) Quatro artigos para ornamentação (18:12) –
toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda
qualidade móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; 4)
quatro artigos cosméticos (18:13)- canela de cheiro, incenso, ungüento e
bálsamo; 5) Quatro artigos de cozinha (18:13) – vinho, azeite, flor de farinha
e o trigo; 6) quatro artigos de mercadorias viva (18:13) – gado e ovelhas,
escravos e almas humanas. No Império Romano havia 60 milhões de escravos.
·
Em terceiro lugar , vejamos o lamento
dos homens de navegação (18:17-19). Mencionam-se quatro tipos: os pilotos, os passageiros
dispostos a negociar, os marinheiros e os que ganham a vida no mar, a saber, os
exportadores, os importadores, os pescadores e os mergulhadores em busca de
pérolas.
·
“por
terem confundido a sombra com a realidade, a cena transitória com estabilidade,
e o temporal com o eterno, foram incapazes de suportar a sensação de perda. Como
é terrível ser um cidadão da Babilônia”.
4) A voz da celebração (Ap. 18:20-24).
·
Em contraste com o lamento dos ímpios, a igreja no
céu está celebrando a vindicação da justiça divina (18.20).Esta celebração não
é o grito da vingança pessoal, mas o regozijo pelo justo julgamento de Deus.
·
Assim como uma pedra arrojada no fundo do mar, Babilônia
cairá para não mais se levantar. Depois da morte vem o juízo (Hb 9.27) e depois
do juízo vem a condenação eterna (Mt 25:41-16).
·
A Babilônia torna-se o lugar onde
todas as coisas boas estão ausentes (18:22-23). Não tem musica: Lá só se ouvem voz de lamento, e não
voz de harpistas. Não tem arte criadora:
não tem artista. Não tem suprimento:
os moinhos já não moem mais . Não tem
luz: as trevas são um símbolo da efusão final da ira de Deus. Deus é luz. Não tem relacionamento: não tem
casamento, nem poesia, nem sonhos.
CONCLUSÃO: Babilônia é um sistema destruído do
mundo, é um símbolo da oposição de Deus e à sua Igreja. Babilônia é a sede da
feitiçaria, o espírito que substitui Deus por magias e também o centro de
perseguição à igreja, onde os profetas e santos foram mortos.
Pergunta: você é cidadão da grande Babilônia, a cidade
condenada ou cidadão da Nova Jerusalém, a cidade celestial?
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