quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O véu e o corte de cabelo. 1 Co 11:2-17.


Para Jeílson, pastor de uma igreja muito ativa e crescente, o dia começou como tantos outros. Ao acordar pela manhã, ajoelhou-se ao pé da cama e orou. Logo à mesa do café, começaram as muitas preocupações: notícias da congregação que rejeitava o novo obreiro; problemas com o pedreiro na construção do templo; finanças apertadas. No pequeno alpendre da casa pastoral, mais de uma dezena de irmãos já aguardava aconselhamento. As necessidades eram as mais diversas: ajuda para internar o filho doente; a nova convertida, proibida de participar dos cultos, queria
saber como contornar a antipatia do marido; um ancião precisava resolver a situação da aposentadoria... Jeílson enfrentava com certa naturalidade aquele amontoado de dificuldades; seu dia-a-dia já era assim há anos. Ele só não se preparara para a notícia que receberia ainda naquelas primeiras horas do dia. "Miriam, sua filha mais velha", relatou-lhe sua esposa, "cortou o cabelo".

Tudo, menos aquilo. Aturdido, sem acreditar no que lhe acontecera, Jeílson abandonou seus compromissos, deixou todos os irmãos esperando no alpendre e correu enfurecido pelo corredor até chegar ao quarto que ficava nos fundos da estreita casa pastoral. Miriam - constatou ele - aparara de fato as pontas do cabelo. Desde a infância de sua filha, Jeílson jamais permitira que uma tesoura tocasse nas mechas castanhas que agora, aos 18 anos de Miriam, já alcançavam a cintura. Totalmente descontrolado, Jeílson perguntou rispidamente, mas sem esperar resposta: "O que
você quer comigo? Está querendo envergonhar-me, acabar com o meu ministério?". Movido por uma ira descomedida, desafivelou o cinto, dobrou em duas voltas e bateu em Miriam até que os vergões se desenhassem em suas costas e pernas.

Envolvido pela mesma ira com que a surrava, desabafou: "Não vou tolerar uma desviada dentro da minha casa. Enquanto você morar aqui, não vou admitir que corte seu cabelo novamente, você está me ouvindo?". Ainda Ruborizado e com o coração acelerado, voltou ao alpendre para tratar dos seus assuntos ministeriais. Duas horas depois, recebeu a notícia mais devastadora de sua vida: Miriam havia derramado álcool sobre todo o corpo e ateado fogo. Jeílson correu mais uma vez, agora desesperado, e encontrou no mesmo quarto sua filha agonizando com queimaduras profundas. Naquele mesmo dia, à tarde, Miriam morreu no ambulatório de um hospital.


(É proibido: o que a Biblia permite e a igreja proíbe – Pastor Ricardo Gondim)

“De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei. Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo. Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra sua própria cabeça. Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-se usar véu...”


·        Introdução. Informações culturais: No oriente a mulher não participa da vida pública. Quando a mulher saía de casa, trazia o rosto escondido por um manto, peça de pano dividida em duas partes, uma cobrindo-lhe a cabeça, e a outra, cingindo a fronte e caindo até o queixo, tipo de rede com cordões de nó. Desta forma não se podia reconhecer os traços de seu rosto. A mulher que saía de casa sem ter a cabeça coberta, quer dizer, sem o véu que ocultava o rosto, faltava de tal modo aos bons costumes que o marido tinha o direito, até mais, tinha o dever de despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de divórcio, pertencia a esposa, em virtude do contrato matrimonial.(Jerusalém nos tempos de Jesus – J. Jeremias).

·        No século I de nossa era (dias de Paulo), e antes disso, um homem judeu jamais cobria a cabeça quando se encontrava nos cultos públicos. Paulo autorizou esse costume para a igreja cristã, e visto que o mesmo penetrou nas Escrituras através de suas epistolas, os crentes o tem aceito como um mandamento de Deus, e com toda a razão.

1)    Tradições (v.2): “De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei”.
·        Tradições, Paulo ficara 18 meses em Corintos, durante esse tempo os irmãos aprenderam muitas tradições cristãs; que eram tradições orais transmitidas pelos apóstolos e depois foram escritas, nos evangelhos e nas epístolas, por exemplo: a santa ceia do Senhor; e em 1 Corintios 15:1 e 3, ao transmitir fundamentos do evangelho.

2)    O comportamento das mulheres. ”Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada”.
·        Os homens vinham sem nenhuma cobertura na cabeça; as mulheres usavam um véu, como era comum no dia-a-dia. Ao que parece, na “excitação”  do culto, certas mulheres sentiam-se tentadas a retirar seus véus, deixando os cabelos (que sempre eram longos) caírem soltos. Esse comportamento naturalmente causava uma séria distração para os homens durante o culto, além de representar uma negação da submissão ao Senhor que as mulheres casadas deviam aos maridos. Esse ensinamento parte da doutrina da criação e não da redenção.

·        Nos países orientais, o véu representa o poder, a honra e a dignidade da mulher. Com o véu na cabeça ela pode ir em qualquer lugar, com toda segurança e com profundo respeito. Ela não é notada; pois é sinal de maneiras as mais inconvenientes observar uma mulher velada nas ruas. Ela esta sozinha, Ela é suprema na multidão. Mas, sem o véu, a mulher é como nada, que pode ser insultada por qualquer um.

·        2.1) Submissão (3-6). Em outras palavras, a hierarquia divina é: Deus...Cristo...Marido...mulher. A superioridade do marido em relação a esposa não é maior do que a Deus em relação a Cristo. Deus é, portanto, a fonte de Cristo, Cristo (como criador) é a fonte do homem, e o homem (cedendo “uma das suas costelas”, Gn 2:21ss.) é a fonte da mulher (v.8). Liberdade do homem  no culto (2 Co 3:14-18).

2.2) Glória (7-10). O homem Adão foi criado diretamente por Deus para lhe proporcionar prazer, alegria e glória. No mesmo sentido, a mulher foi criada para ser a glória do homem, é um ser derivado dele, e se realiza ao exercer papel de sua ajudadora. “...o homem (é)...imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem”.  Em Cristo, a mulher, recebeu posição igual à do homem: ela podia orar ou profetizar nas reuniões da igreja, e o seu véu era um sinal dessa nova autoridade (v.10).

2.3) Interdependência (11-12). No Senhor, homem e mulher são completamente interdependentes. Os dois (marido e esposa) são um em Cristo Jesus, totalmente ligados entre si, inseparáveis e interdependentes.

2.4) Natureza. (13-15). O homem deve ser verdadeiramente masculino e a mulher verdadeiramente feminina, sem permitir que imagens ditem nossas percepções, mas, antes, baseando nossa compreensão sobre o que significa ser plenamente humano em Jesus Cristo, o modelo perfeito.


Conclusão: Portanto, não percebemos nesse texto de Paulo qualquer proibição para as mulheres não cortar o cabelo. O principio estabelecido por Paulo é a submissão da mulher ao homem. E o véu tinha essa representação na cultura oriental. Portanto, ficamos com o principio, que é a submissão da mulher ao marido, e, relativizemos o véu e a proibição grotesca de não permitir a mulher cortar o cabelo.  

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