domingo, 12 de junho de 2011

avivamentos - semente do pentecostalismo no Brasil.

OS AVIVAMENTOS.
A principal matriz do protestantismo norte-americano foi o puritanismo. Os puritanos, que estavam entre os primeiros colonizadores dos futuros Estados Unidos, chegaram à Nova Inglaterra a partir de 1620, estabelecendo-se inicialmente em Massachusetts e, depois, em Connecticut. Esses puritanos calvinistas, que eventualmente criaram a Igreja Congregacional, davam muito ênfase à experiência de conversão. Somente tornavam-se membros plenos das igrejas aqueles que podiam dar um testemunho público e crível da conversão. Asssim, em sua fase inicial o puritanismo foi marcado por uma grande intensidade religiosa, uma espécie de contínuo avivamento. Essa característica do puritanismo haveria de influenciar fortemente as diferentes manifestações do protestantismo norte – americano.
O auge do despertamento ocorreu na Nova Inglaterra, que há décadas vinha orando por essa visitação. Dois nomes ficaram permanentemente ligados ao evento. O primeiro é o de Jonathan Edwards (1703-1758), jovem pastor da Igreja Congregacional de Northampton, em Massachusetts. Outro importante personagem associado ao Primeiro Grande Despertamento foi pregador inglês George Whitefield (1714-1770), que em 1740 fez uma memorável turnê evangelística através de várias colônias, encerrando-a na Nova Inglaterra.. Whitefield, um calvinista convicto que inicialmente havia trabalhado com John Wesley, pregou quase todos os dias a auditórios que chegavam a 8 mil pessoas. Essa campanha produziu um enorme impacto em todas as colônias, tornando-se o primeiro evento de amplitude “nacional” da história dos Estados Unidos.
Passado o período da emancipação política (1776), irrompeu um novo avivamento, que veio a ser muito mais duradouro e influente que o anterior. O Segundo Grande Despertamento começou por volta de 1800, novamente entre os presbiterianos, na localidade de Cane Ridge, em Kentucky. Além do mais vasto e complexo, esse despertamento diferiu do primeiro em outros aspectos importantes. Enquanto o avivamento anterior limitou-se essencialmente aos presbiterianos e congregacionais, este atingiu todas as denominações, especialmente os batistas e os metodistas, que tiveram um crescimento vertiginoso e tornaram-se os maiores grupos protestantes da América do Norte. Outra diferença foi a geográfica e social: enquanto o primeiro despertamento ocorreu em áreas urbanas próxima ao litoral, o segundo irrompeu na chamada “fronteira”, a região rural do meio-oeste com sua população móvel e sua instável organização social. Uma terceira diferença entre os dois avivamentos diz respeito à sua teologia. Enquanto o movimento do século XVII teve uma base solidamente calvinista, com sua ênfase na incapacidade humana e na iniciativa soberana de Deus, o Segundo Despertamento revelou um orientação nitidamente arminiana, dando grande destaque ao potencial da escolha e decisão do ser humano. Essa característica, que combinava com os ideais de liberdade e iniciativa individual da jovem nação, encontrou sua expressão mais eloqüente no avivalista Charles G. Finney (1792-1875). Finney acreditava que o avivamento poderia ser produzido pelo uso de técnicas que incluíam apelos insistentes e carregados de emoção, aconselhamento pessoal dos decididos e séries prolongadas de reuniões evangelísticas.
As campanhas de avivamento, pretendiam, através da emoção, da ameaça do inferno, provocar a decisão da pessoa por Cristo. Nos cânticos, nas orações, se buscavam um clima de emocionalismo que levasse o individuo a sentir a presença de Deus convidando-o insistemente a tomar a sua decisão. Portanto, há muita semelhança entre os avivamentos e o movimento pentecostal. Este último, partindo de uma busca de avivamento, chega ao batismo no Espírito Santo, ao falar em línguas, ao dom de curas, profecias, etc. Para as Igrejas Históricas, que tinham com prática os avivamentos essas práticas pentecostais eram consideradas demasiadas, provocando a perda da ordem, do equilíbrio, e portanto eram conseqüentemente rejeitadas. Essa é a causa doutrinária que motivou a separação do movimento pentecostal e o surgimento de suas igrejas.
É importante notar que “no Brasil, os verdadeiros herdeiros do reavivamento tradicional norte-americano são os pentecostais que mantiveram a ênfase no emocionalismo e a disposição de intinerância evangélica”.

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